sábado, 31 de dezembro de 2022
GRATIDÃODOPAPA A BENTO XVI: SÓ DEUS CONHECE OS SEUS SACRIFIICIOS PELO BEM DA IGREJA
"Com comoção, recordamos a sua pessoa tão nobre, tão amável. E no coração sentimos tanta gratidão: gratidão a Deus por tê-lo dado à Igreja e ao mundo; gratidão a ele, por todo o bem que fez e, sobretudo, por seu testemunho de fé e oração, especialmente nestes últimos anos de sua vida retirada. Só Deus conhece o valor e a força da sua intercessão, dos seus sacrifícios oferecidos pelo bem da Igreja", disse Francisco nas Vésperas na Basílica de São Pedro.
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
Gratidão: este foi o sentimento expresso pelo Papa
Francisco ao recordar Bento XVI, que morreu esta manhã aos 95 anos.
Celebrando as Vésperas na Basílica Vaticana, o
Pontífice começou a homilia meditando sobre a frase extraída da segunda
leitura, da Carta de São Paulo aos Gálatas: “Nascido de uma mulher”.
“Ele não nasceu em uma mulher, mas de uma mulher. É
essencialmente diferente: significa que Deus quis ser da mesma carne dela”,
explicou o Papa. Assim, ela começou o lento caminho da gestação de uma
humanidade livre do pecado e repleta de graça e de verdade, repleta de amor e
de fidelidade.
Este caminho prossegue até hoje, com o qual Deus
nos convida a segui-lo através de inúmeras virtudes humanas. Entre elas,
Francisco quis destacar uma: a amabilidade ou gentileza. E eis que aflorou a
lembrança do Papa emérito:
“E
por falar em amabilidade, neste momento, o pensamento se volta espontaneamente
para o querido Papa emérito Bento XVI, que nos deixou esta manhã. Com comoção
recordamos a sua pessoa tão nobre, tão amável. E no coração sentimos tanta
gratidão: gratidão a Deus por tê-lo dado à Igreja e ao mundo; gratidão a ele,
por todo o bem que fez e, sobretudo, por seu testemunho de fé e oração,
especialmente nestes últimos anos de sua vida retirada. Só Deus conhece o valor
e a força da sua intercessão, dos seus sacrifícios oferecidos pelo bem da
Igreja.”
Retomando o conceito da amabilidade, Francisco
afirma que se trata de uma virtude indispensável para viver em paz, a ser
recuperada e exercida a cada dia para ir contra a corrente e humanizar nossas
sociedades. Um antídoto contra algumas patologias, como o individualismo
consumista, a crueldade e a ansiedade.
Essas "doenças" do nosso dia a dia nos
tornam agressivos e incapazes de pedir "licença", ou
"desculpa", ou simplesmente dizer "obrigado".
Quando encontramos na rua ou em uma loja uma pessoa
gentil, disse o Papa, ficamos maravilhados, parece-nos um pequeno milagre,
porque infelizmente a amabilidade já não é muito comum. Mas ainda existem
pessoas gentis.
Estes então são os votos do Pontífice:
“Queridos irmãos e irmãs, penso que resgatar a
amabilidade como virtude pessoal e cívica pode ajudar muito a melhorar a vida
nas famílias, nas comunidades e nas cidades. A experiência ensina que ela, ao
se tornar um estilo de vida, pode criar uma convivência saudável, pode
humanizar as relações sociais dissolvendo a agressividade e a indiferença.”
Por fim, uma recomendação a venerar a Mãe de Deus.
Para a celebração das Vésperas, estava na Basílica a imagem de Nossa Senhora do
Carmo de Avigliano, no sul da Itália:
“Não
subestimemos o mistério da maternidade divina! Deixemo-nos maravilhar pela
escolha de Deus, que poderia ter aparecido no mundo de mil maneiras mostrando o
seu poder, e ao invés quis ser concebido livremente no seio de Maria. (...) Não
passemos apressados, paremos para contemplar e meditar, porque aqui está um
traço essencial do mistério da salvação. E procuremos aprender o “método” de
Deus, o seu respeito infinito, por assim dizer a sua ‘bondade’, porque na
maternidade divina da Virgem está o caminho para um mundo mais humano.”
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-12/papa-francisco-gratidao-bento-xvi-vesperas.html
DOM JOSÉ ANTONIO PRESIDIRÁ CELEBRAÇÃO EM SUFRAGIO DA ALMA DE BENTO XVI
O arcebispo de Fortaleza, Dom José Antonio, presidirá a Santa Missa neste sábado, dia 31, às 19h, na Catedral Metropolitana onde falará sobre a comunhão com o Papa Francisco e toda a Igreja em oração pelo Papa Emérito Bento XVI em sua páscoa definitiva, às 19h.
"Estaremos em ação de graças pela doação de vida generosa e fiel do Papa Emérito Bento XVI. A ele, servo bom e fiel, o encontro com o gozo do Senhor", escreve Dom José.
Serviço de Comunicação da Arquidiocese de Fortaleza
CONDOLÊNCIAS DO MUNDO INTEIRO PELA MORTE DE BENTO XVI
Muitas
mensagens de proximidade e de afeto estão chegando nestas horas pelo
falecimento do Papa emérito. A comovida recordação de Conferências episcopais e
de muitos líderes políticos que o conheceram
Benedetta
Capelli/Raimundo de Lima – Vatican News
Em um tempo de divisões e conflitos, o mundo se une em memória
do Papa emérito Bento XVI, que faleceu na manhã deste sábado, 31 de dezembro,
no Mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano. A notícia é a abertura dos principais
jornais e agências de notícias internacionais, destacando sua envergadura
intelectual e o momento de sua renúncia à Cátedra de Pedro.
A
proximidade das Igrejas europeias e inclusive alemã
A
mensagem da Conferência Episcopal Italiana
Profundas
condolências são expressas pela Conferência Episcopal Italiana. "Nessas
horas - lê-se numa mensagem -"seu convite para sentir a alegria de ser
cristão ressoa no coração de cada um de nós, porque Deus nos ama e espera que nós
o amemos também". "Sua vida baseada no amor foi um reflexo de seu
relacionamento com Deus e, na última etapa de sua existência, ele tornou
visível este relacionamento com o Senhor, custodiando o silêncio. Agradecemos
ao Senhor pelo dom de sua vida e seu serviço à Igreja: um testemunho exemplar
dessa busca incessante da face do Senhor (Sl 27,8), que hoje ele pode
finalmente contemplar face a face (1 Cor 13,12)". "Convidamos as
comunidades locais - é a conclusão da mensagem - a se reunirem em oração e a celebrarem
a missa em sufrágio do Papa emérito Bento XVI".
A
mensagem da Conferência Episcopal Australiana
O
arcebispo Timothy Costelloe, presidente da Conferência Episcopal Católica
Australiana, recorda em particular o afeto dos jovens do mundo inteiro, que
vieram para o Dia Mundial da Juventude em Sydney em 2008. "Seu papado será
lembrado como rico em ensinamentos, incluindo suas encíclicas sobre amor,
esperança e verdade, bem como sua série de livros sobre Jesus de Nazaré, e por
importantes reformas em áreas como a liturgia e a gestão do abuso sexual contra
menores". "A vida inteira de Joseph Ratzinger, mais tarde Bento XVI,
foi para todos nós um testemunho de uma fé pessoal firme; seus ensinamentos e
sabedoria deram orientação a gerações inteiras", disse a Conferência
Episcopal Húngara em uma mensagem. As Acli (Associações cristãs de de
trabalhadores italianos) se unem às condolências e orações de toda a Igreja
universal pela morte de Bento XVI, "guiado por uma paixão muito forte pela
verdade que ele entendeu como manifestação do amor de Deus pelos homens em
Jesus Cristo".
Welby:
"uno-me ao luto"
"Cristo
foi a raiz de seu pensamento e a base de sua oração": esta é a ênfase de
Justin Welby, arcebispo de Cantuária e primaz da Comunhão Anglicana, que disse
estar "de luto" pela perda do Papa emérito. "O Papa Bento XVI –
acrescentou - foi um dos maiores teólogos de seu tempo, comprometido com a fé
da Igreja e resoluto em sua defesa". Em tudo, inclusive em seus escritos e
pregações, ele olhou para Jesus Cristo, a imagem do Deus invisível". Mas
foi em 2013 que "o Papa Bento XVI deu o corajoso e humilde passo de
renunciar ao papado, o primeiro Papa a fazê-lo desde o século XV".
"Ao fazer esta escolha livremente - escreveu Welby -, "ele reconheceu
a fragilidade humana que nos afeta a todos". "Que ele descanse agora
na paz de Cristo e possa ressurgir na glória com todos os santos".
Kirill:
Bento XVI, eminente teólogo
Em uma
mensagem, o patriarca ortodoxo de Moscou e de todas as Rússias, Kirill,
enfatiza a importância da contribuição de Bento XVI para testemunhar Cristo em
um mundo secularizado e para defender os valores morais tradicionais. Tendo
tido a oportunidade de encontrar pessoalmente o falecido Papa várias vezes
durante seus anos na Cátedra de Pedro, "tive a oportunidade de testemunhar
– lê-se - seu profundo amor pelo cristianismo oriental e, em particular, seu
sincero respeito pela tradição da ortodoxia russa". "Durante o
Pontificado de Bento XVI, as relações entre a Igreja ortodoxa Russa e a Igreja
católica romana - conclui Kirill - desenvolveram-se consideravelmente no
espírito de cooperação fraterna e no desejo de interação no caminho da
superação do às vezes doloroso legado do passado".
União
Budista Italiana
Também
expressou sua proximidade a União Budista Italiana, que se junta à dor da
Igreja Católica Italiana e universal pela partida do Papa Bento XVI. "Nós
nos lembramos dele – lê-se numa mensagem - como um homem de profundo pensamento
e pesquisa teológica, atento ao diálogo inter-religioso". Sua estatura de
estudioso era acompanhada por sua mansidão. Sua renúncia foi um gesto que
impressionou o mundo inteiro e a comunidade de crentes em toda e qualquer
fé".
Pontifícia
Academia para a Vida
Do
Vaticano, a Pontifícia Academia para a Vida recorda Bento XVI como "uma
das personalidades teológicas mais influentes do século XX", destacando
seu serviço "na vinha do Senhor" e seu constante compromisso "de
tornar a fé compreensível e confiável para o homem moderno".
As
mensagens da política
A política
confia ao Twitter a recordação do Papa emérito. "A Europa o chora, que
descanse em paz": é assim que a presidente do Parlamento Europeu, Roberta
Metsola, expressa sua tristeza pela morte de Bento XVI, recordando suas
palavras: "Não tenha medo nem do mundo, nem do futuro, nem de sua
fraqueza". De sua terra natal, a Alemanha, o chanceler alemão Olaf Scholz
também interveio, o mundo - disse ele - perdeu "uma figura
excepcional" da Igreja católica. O primeiro-ministro britânico Rishi Sunak
se diz profundamente entristecido, definindo o Pontífice emérito de "um
grande teólogo". "Meus pensamentos vão para os católicos na França e
no mundo inteiro, que se entristecem com a morte de Sua Santidade Bento XVI.
Ele trabalhou com ânimo e inteligência para um mundo mais fraterno". Assim
tweetou o presidente francês, Emmanuel Macron.
As
condolências da Itália
Da Itália,
o presidente da República Sergio Mattarella fala de luto para toda a nação.
"Sua afabilidade e sabedoria beneficiaram nossa comunidade e toda a
comunidade internacional. Com dedicação ele continuou a servir a causa de sua
Igreja na veste sem precedentes de Papa emérito com humildade e serenidade. Sua
figura continua inesquecível para o povo italiano". A primeira-ministra
Giorgia Meloni descreveu Bento XVI como "um homem apaixonado pelo Senhor
que continuará a falar ao coração e à mente dos homens com a profundidade
espiritual, cultural e intelectual de seu Magistério". "Uma grande
história que a história não esquecerá". Também o ex-presidente italiano e
senador vitalício, Giorgio Napolitano, o recordou numa mensagem ao Papa
Francisco. "Memórias e laços de estima e amizade respeitosa me uniram a
Sua Santidade Bento XVI, desenvolvidos especialmente durante os anos passados
como presidente da República Italiana. Embora eu tenha vindo de experiências
intelectuais e humanas distantes e diferentes - prossegue Napolitano -, com o
Pontífice naquele período eu pude desenvolver uma partilha de anseios e
intenções e um hábito de reflexão sobre o futuro da Itália e da Europa".
Um "grande teólogo" para o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, que
sublinha como seu magistério soube acompanhar a Igreja no mundo contemporâneo.
A capital, lê-se no twitter, se une à dor dos fiéis do mundo inteiro
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2022-12/bento-xvi-condolencias-igreja-politica-mensagens.html
CNBB PUBLICA NOTA E DESTACA BENTO XVI COMO UM PASTOR E TEÓLOGO QUE BUSCOU CONCILIAR FÉ E RAZÃO, A JUSTIÇA E A CARIDADE
A Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) divulgou na manhã deste sábado, 31 de dezembro, uma
“Nota de pesar e esperança” por ocasião do falecimento do Papa Emérito Bento
XVI. Na nota, os membros da presidência da entidade destacam o legado e as
contribuições de Bento XVI para a Igreja.
“Como teólogo,
bispo e Papa, ele nos deixou um grande legado, onde se destacam o amor pela
Igreja e a preocupação pelos rumos do mundo. Em seu pontificado, escreveu três
encíclicas para as quais somos convidados a nos voltar com dedicação ainda
maior, não apenas em razão de sua morte, mas acima de tudo pela mensagem que
estas cartas nos trazem”, destacaram. Abaixo, a íntegra da nota.
Nota de pesar e esperança
da CNBB
“Eu sou a Ressurreição e a Vida!” (Jo. 11,25)
A
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil agradece ao Bom Deus pela vida, o
testemunho e os ensinamentos do Papa Bento XVI.
Como
teólogo, bispo e Papa, ele nos deixou um grande legado, onde se destacam o amor
pela Igreja e a preocupação pelos rumos do mundo. Em seu pontificado, escreveu
três encíclicas para as quais somos convidados a nos voltar com dedicação ainda
maior, não apenas em razão de sua morte, mas acima de tudo pela mensagem que
estas cartas nos trazem.
No
Natal de 2005, na encíclica Deus é Amor, conclamou o mundo a contemplar Jesus
Cristo e reconhecer o amor como o grande critério a julgar todas as relações,
gerando solidariedade, caridade e fraternidade.
Recordou-nos,
em 2007, que este amor é fonte de esperança: “graças à qual podemos enfrentar o
nosso tempo presente, o qual, embora custoso, pode ser vivido e aceite, se
levar a uma meta e se pudermos estar seguros desta meta, se esta meta for tão
grande que justifique a canseira do caminho”.
Falando
sobre o desenvolvimento humano integral, em 2009, lembrou-nos que este só
efetivamente acontece quando construído na caridade e na verdade. Por isso,
destacou, que “defender a verdade, propô-la com humildade e convicção e
testemunhá-la na vida são formas exigentes e imprescindíveis de caridade”.
Bento
XVI foi um pastor e teólogo. Na vida buscou conciliar fé e razão, justiça e
caridade, temas recorrentes do seu magistério. Com a renúncia, trilhou o
caminho da humildade e na emeritude ensinou a como nos preparar para o encontro
definitivo com o Senhor.
Às
portas de celebrarmos a Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria, e mais um dia
de oração e compromisso pela paz, a CNBB pede que o Deus da Vida acolha o Papa
Bento XVI em Sua paz e dê ao mundo a graça de incansavelmente trabalhar pela
união, a paz e o bem comum.
Brasília-DF, 31 de dezembro de 2022
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB
Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-Presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São
Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB
UM PAPA ENTRE DOIS TEMPOS
Durante toda sua vida, Bento XVI procurou, investigou, perguntou; também como Pontífice os seus discursos e as suas homilias são caracterizadas por esta constante busca. Por este motivo gerou animados debates, talvez principalmente, dentro da própria Igreja.
Vatican News
“Eu já não pertenço ao mundo antigo, mas o novo, na
realidade, não começou ainda”: palavras do Papa emérito, Bento XVI, sobre si
mesmo. Esta frase se encontra no livro “Últimas conversações” (com Peter
Seewald). Um Papa entre dois tempos: assim se definira na ocasião.
Acrescentando depois que só na posteridade, tem-se condições de reconhecer a
avaliar os tempos e as mudanças dos tempos.
Na realidade, é a segunda frase que impressiona: “O
mundo novo, na realidade, não começou ainda”. É virtude de Joseph Ratzinger,
teólogo, cardeal e Papa, não se contentar com definições que estabeleçam o que
seja “novo”. Durante toda sua vida procurou, investigou, perguntou; também como
Pontífice os seus discursos e as suas homilias são caracterizadas por esta
constante busca. Por este motivo gerou animados debates, talvez principalmente,
dentro da própria Igreja.
Uma das últimas homilias do Papa Bento XVI exprime
este conceito de modo maravilhoso e definitivo: quando fala dos Reis Magos em
busca do rei recém-nascido. “Os homens que então partiram rumo ao desconhecido
eram, em definitiva, pessoas de coração inquieto; homens inquietos movidos pela
busca de Deus e da salvação do mundo; homens à espera, que não se contentavam
com seus rendimentos assegurados e com uma posição social provavelmente
considerável, mas andavam à procura da realidade maior. Talvez fossem homens
eruditos, que tinham grande conhecimento dos astros e, provavelmente, dispunham
também duma formação filosófica; mas não era apenas saber muitas coisas que
queriam; queriam sobretudo saber o essencial, queriam saber como se consegue
ser pessoa humana. E, por isso, queriam saber se Deus existe, onde está e como
é; se Se preocupa conosco e como podemos encontrá-Lo. Queriam não apenas saber;
queriam conhecer a verdade acerca de nós mesmos, de Deus e do mundo. A sua
peregrinação exterior era expressão deste estar interiormente a caminho, da
peregrinação interior do seu coração. Eram homens que buscavam a Deus e, em
última instância, caminhavam para Ele; eram indagadores de Deus”. (Homilia, 6
de janeiro de 2013, Epifania do Senhor). As mesmas palavras Joseph Ratzinger
poderia usá-las para si mesmo.
Consideremos a questão do Concílio: a sua aplicação
está longe de ser completada e seria prejudicial não continuar a indagar e a
aplicá-la. “A hermenêutica da reforma”, “hermenêutica da renovação da
continuidade” tinha definido Papa Bento, opõem-se à “hermenêutica da
descontinuidade e da ruptura”.
Muitos de seus pensamentos continuarão em nossas
reflexões: suas inspirações permanecerão conosco. Como teólogo, cardeal e Papa,
tinha feito a sua parte para que “o novo” fosse descoberto. Apesar de todos
seus livros, seus discursos e suas contribuições, foi um homem irrequieto até o
fim. Na homilia citada, pronunciada por ocasião do fim de seu pontificado, o
Papa emérito fala da peregrinação interior da fé que se exprime
substancialmente na oração. Uma oração que nos desperta de uma falsa acomodação
e que quer comunicar a inquietação para com Deus e a inquietação para com o
próximo. Viveu essa inquietação até o fim, na oração, no retiro, mas com
solidez.
A sua frase sobre o mundo velho e o novo, escritas
no livro “Últimas conversações” é profética. Apresenta-se a nós de modo
inocente, como muitas outras coisas ditas pelo Papa, principalmente nos seus
textos espirituais e nas suas homilias. Porém esta frase tem uma dinâmica
teológica e espiritual. Os tempos mudam, isso é irreversível: nem reinventando
o “velho” em versão “nova” – como agradaria muito aos tradicionalistas – nem na
invenção de um “novo” que não considere a tradição e a evolução.
Bento XVI, o Papa emérito, demonstrou que tinha uma
avaliação de si mesmo bastante equilibrada, porque colocava-se entre duas
épocas, mas sem se deixar ligar a uma ou a outra. A mudança: isso é o que ele
viveu e onde se reconhece. Por isso foi um Papa da transição?
Só
por isso não. Exatamente porque foi a transição, seus sinais permanecerão além
da sua morte. As transições são importantes. Joseph Ratzinger representa a
Igreja que, a partir do Concílio, retomou a sua estrada. Joseph Ratzinger
marcou seu sigilo à transição eclesial, mas principalmente à transição papal. A
Igreja poderá se nutrir por muito tempo com o seu exemplo, com suas palavras,
com seus escritos. Vivia entre dois tempos, mas permanecerá conosco.
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2022-12/bento-xvi-um-papa-entre-dois-tempos.html
BENTO XVI -EVENTOS IMPORTANTES DO PONTIFICADO
Em
19 de abril de 2005, aos 78 anos, o cardeal Joseph Ratzinger, então Prefeito da
Congregação para a Doutrina da Fé ,foi eleito 265º Papa da Igreja Católica
depois de dois dias de Conclave, assumindo o nome de Bento XVI.
Vatican News
Com a morte do Papa emérito Bento XVI aos 95 anos,
ocorrida neste sábado, 31 de dezembro de 2022, destacamos acontecimentos que
marcaram o seu pontificado.
Um pontificado intenso para restituir “Deus ao
centro”
Sete anos, dez meses e nove dias. Foi o tempo do
pontificado de Bento XVI, iniciado em 19 de abril de 2005 e concluído em 28 de
fevereiro de 2013, depois do anúncio supresa, dia 11 de fevereiro, da sua
renúncia ao Ministério Petrino. Um pontificado bem mais breve do que seu
predecessor São João Paulo II, o segundo mais longo da história, mas não menos
intenso, durante o qual Papa Ratzinger fez, entre outras coisas, 24 viagens
apostólicas ao exterior; participou de três Jornadas Mundiais da Juventude e a
um Encontro Mundial das Famílias; escreveu três encíclicas, uma constituição
apostólica, três exortações apostólicas; convocou quatro Sínodos (2 ordinários
e 2 especiais); criou 84 cardeais; proclamou 45 santos e 855 beatos, entre os
quais Papa Wojtyla.
O fio condutor deste pontificado foi a vontade de
anunciar ao mundo o Evangelho do Amor de Cristo evocado pela sua primeira
Encíclica “Deus caritas est”, para restituir “Deus ao centro” em um
mundo que “a fé corre o risco de apagar-se” (Carta aos Bispos de todo o
mundo, 10 de março de 2009), na consciência de que isto requer a purificação da
Igreja e a conversão dos homens e das estruturas.
O Papa do diálogo entre fé e razão
Seguindo o caminho de seus predecessores – de João
XXIII a João Paulo II – e as linhas “programáticas” indicadas na “Deus
Caritas est”, Bento XVI foi um Papa que deu muita atenção ao diálogo
inter-religioso e intercultural (um aspecto, muitas vezes pouco considerado do
seu pontificado). Podemos citar o diálogo com o judaísmo e com as outras religiões,
com os irmãos cristãos separados; com a ciência e o pensamento leigo; com os
católicos separados da Igreja como a Fraternidade São Pio X. Diálogos marcados
por muitas dificuldades, mal-entendidos e também inesperados bloqueios, mas que
não desanimaram o Papa teólogo que prosseguiu com perseverança, partindo da
relação entre fé e razão que, junto a da caridade e verdade, foram a marca do
seu magistério. A ideia de fundo que se encontra em muitos de seus discursos e
escritos era que “a razão nada perde abrindo-se aos conteúdos da fé”, enquanto
que “a fé supõe a razão e aperfeiçoa-a”. Podemos pensar no famoso (e muito
mal-entendido) discurso de Regensburg (2006), ou aos representantes do mundo da
cultura no Collège dês Bernardins em Paris (2008), também ao histórico na
Westminster Hall (2010) assim como também o histórico discurso ao Bundestag
alemão (2011) só para citar alguns, aos quais deve-se acrescentar os seus
documentos magisteriais sobre o assunto.
Um Papa no timão do barco na tempestade
O pontificado de Bento XVI coincidiu também com um
momento particularmente difícil para a Igreja, marcado principalmente pelo
escândalo da pedofilia e do caso Vatileaks. Crise que o pontífice alemão, que
desde seus primeiros pronunciamentos denunciava a “sujeira” na Igreja
(Via-Sacra 2005), soube enfrentar com lucidez e determinação, preparando o
terreno às reformas que seriam levadas adiante pelo Papa Francisco. A luta sem
fronteiras contra a pedofilia foi, com efeito, um dos aspectos que distinguiu o
pontificado de Bento XVI, como confirma também o grande aumento dos sacerdotes
suspensos nos anos de 2011 e 2012 (400), por envolvimento em casos de abuso,
assim como o número de bispos afastados pela má gestão do problema. Números que
foram os primeiros casos visíveis da reforma desejada pelo Pontífice através
das Normas “De gravioribus delictis” para tornar mais eficaz a
ação de contraste e prevenção. Também em relação aos escândalos financeiros que
envolveram o Vaticano, deve-se a Bento XVI a introdução de medidas levadas
adiante pelo Papa Francisco para tornar mais transparente a gestão financeira
da Santa Sé. Começando pelo Motu Proprio de 30 de dezembro de 2010 sobre a
“Prevenção e o contraste da lavagem de capitais provenientes de atividades
criminosas e ao financiamento do terrorismo”.
Cronologia esquemática
2005
19 de abril de 2005
O cardeal Joseph Ratzinger, aos 78 anos, Prefeito
da Congregação para a Doutrina da Fé foi eleito 265º Papa da Igreja Católica
depois de dois dias de conclave, assumindo o nome de Bento XVI. No dia
anterior, durante a Messa pro eligendo pontefice, à qual presidiu
na qualidade de Decano do Colégio cardinalício, o cardeal Ratzinger fez uma
homilia que antecipava os pontos chave do seu futuro magistério. Começando com
a célebre observação: “A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi
muitas vezes agitada por estas ondas lançada de um extremo ao outro: do
marxismo ao liberalismo, até à libertinagem, do coletivismo ao individualismo
radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao
sincretismo…”. Derivas contra as quais pusera a mesma objeção que repetiria
muitas vezes durante o seu pontificado: “Ter uma fé clara, segundo o Credo
da Igreja, muitas vezes é classificado como fundamentalismo. Enquanto o
relativismo, isto é, deixar-se levar ‘aqui e além por qualquer vento de
doutrina’, aparece como a única atitude à altura dos tempos hodiernos. Vai-se
constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e
que deixa como última medida apenas o próprio eu e as suas vontades”.
13 de maio de 2005 Bento XVI encaminha a causa de beatificação
de João Paulo II, sem esperar os cinco anos canônicos.
18-21 de agosto de 2005 1ª Viagem Apostólica: Alemanha, para a
Jornada Mundial da Juventude de Colônia, convocada pelo seu predecessor. Entre
as etapas significativas da viagem, a visita à Sinagoga de Colônia, em 19 de
agosto.
29 de agosto de 2005 Bento XVI recebe em Castel Gandolfo, D.
Bernard Fellay Superior Geral da Fraternidade São Pio X. Trata-se do primeiro
encontro do novo pontífice com o expoente da comunidade tradicionalista fundada
por D. Marcel Léfebvre, excomungado por João Paulo II em 1988.
2-23 de outubro de 2005 XI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos
sobre o tema “A Eucaristia, fonte e ápice da vida e da missão da Igreja”.
2006
25 de janeiro de 2006 Bento XVI publica a sua primeira Carta
Encíclica “Deus Caritas est” (“Deus é amor”).
19 de maio de 2006: Bento XVI condena Marcial Maciel Degollado a uma
vida reservada de oração e penitência renunciado a todos os ministério
públicos. O fundador dos Legionários de Cristo, acusado de pedofilia e de uma
vida dupla com mulher e filhos, não foi submetido ao processo canônico somente
por questão de idade.
25-28 de maio de 2006 A 2ª Viagem Apostólica: Polônia,
foi uma ocasião para homenagear o seu grande predecessor. Entre os momentos
mais comovedores a visita a ao Campo de Concentração Auschwitz-Birkenau, “o
lugar da memória e do Holocausto”, onde pronuncia estas significativas frases:
“Tomar a palavra neste lugar de horror, de acúmulo de crimes contra Deus e
contra o homem sem igual na história, é quase impossível e é particularmente
difícil e oprimente para um cristão, para um Papa que provém da Alemanha. Num
lugar como este faltam as palavras, no fundo pode permanecer apenas um silêncio
aterrorizado um silêncio que é um grito interior a Deus: Senhor, por que
silenciaste? Por que toleraste tudo isto? É nesta atitude de silêncio que nos
inclinamos profundamente no nosso coração face à numerosa multidão de quantos
sofreram e foram condenados à morte; todavia, este silêncio torna-se depois
pedido em voz alta de perdão e de reconciliação, um grito ao Deus vivo para que
jamais permita uma coisa semelhante”.
8-9 de julho de 2006 3ª Viagem Apostólica: Espanha para
o 5º Encontro Mundial das Famílias em Valência.
9-14 de setembro de 2006 4ª Viagem Apostólica: Alemanha. Bento
XVI visita Marktl-am-Inn, sua cidade natal e a Universidade de Regensburg, onde
pronuncia a célebre Lectio magistralis que causou duras
reações no mundo muçulmanos por causa de uma citação do imperador bizantino
Manuel II Paleologo, tirada de um seu escrito sobre a guerra santa. Os temas
centrais abordados na lição são: a relação entre fé e a razão; a analogia na
diferença entre Deus e o homem, o nexo entre religião e civilização; a
cientificidade moderna, com o seu valor; a necessidade de ‘alargar o
iluminismo’. Aquilo que interessa ao Papa alemão é afirmar que a conversão
mediante a violência não é agir segundo a razão e é contrária à natureza de
Deus.
28 de outubro de 2006
Bento XVI pronuncia um duro discurso aos bispos
irlandeses em visita ad limina no Vaticano, no qual define os abusos sexuais
contra menores dentro da Igreja como “crimes hediondos”.
28 de novembro-1º de dezembro: 5ª Viagem Apostólica: Turquia. O Papa
encontra o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I e reza na
Mesquita Azul de Instambul.
2007
16 de abril de 2007: Publicação do primeiro livro da série “Jesus de
Nazaré”.
9-14 de maio de 2007: 6ª Viagem Apostólica: Brasil para
a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano (CELAM) em Aparecida. O
Papa canoniza Santo Antônio de Sant’Ana Galvão (Frei Galvão), sacerdote e
religioso franciscano, primeiro Santo nascido no Brasil.
30 de junho de 2007: Publicação da Carta aos Católicos
Chineses, na qual Bento XVI convida as autoridades e Pequim a garantirem
“uma autêntica liberdade religiosa” no país.
7 de julho de 2007: Publicação do Motu Proprio 'Summorum
Pontificum' com as indicações jurídicas e litúrgicas para a celebração
da chamada Missa Tridentina, ou seja, a Missa celebrada segundo o “Missal
Romano de S. Pio V”.
7-9 de setembro de 2007: 7ª Viagem Apostólica: Áustria,
onde Bento XVI coloca no itinerário também a visita ao Santuário Mariano de
Mariazell.
30 de novembro de 2007: Bento XVI publica a sua segunda Carta Encíclica
“Spe salvi”, dedicada à “esperança cristã”.
2008
15-21 de abril de 2008: 8ª Viagem Apostólica: Estados Unidos.
Papa Bento XVI discursa na Assembleia Geral das Nações Unidas. Falaram também
na mesma tribuna Paulo VI e João Paulo II, o Papa fala de temas muito caros a
ele como o relativismo, a defesa da liberdade religiosa, os limites éticos da
pesquisa científica, os deveres da ingerência, os limites da ação da ONU. A
dignidade do homem, “criado à imagem de Deus” repete, deve estar no centro da
ação da Comunidade internacional.
Em Washington, em 17 de abril encontra pela
primeira vez as vítimas de abusos sexuais cometidos por sacerdotes. Durante a viagem
fala sobre o tema. No mesmo dia 17, na Missa celebrada no National Stadium de
Washington, comenta: “Nenhuma palavra minha poderia descrever a dor e o
prejuízo causados pelo abuso sexual de menores. Protejam as crianças”. E
também no dia 19 de abril, na homilia da Santa Missa junto à Catedral de São
Patrício em Nova York, adverte: “O abuso sexual de menores por parte dos
sacerdotes causou tanto sofrimento. Que este seja um tempo de purificação, seja
um tempo de cura”. Durante o voo de ida, em 15 de abril, dissera com
clareza: “Excluiremos rigorosamente os pedófilos do ministério sagrado: é
absolutamente incompatível e quem é realmente culpado de ser pedófilo não pode
ser sacerdote”, enquanto que no dia 16 de abril, no seu discurso aos bispos
norte-americanos repete que “Entre os sinais contrários ao Evangelho da
vida, há um que causa uma profunda vergonha: o abuso sexual de menores”.
12-21 de julho de 2008 9ª Viagem Apostólica: Austrália para
a Jornada Mundial da Juventude em Sydney. Aqui também, em 21 de junho encontra
um grupo de vítimas de abusos sexuais. Sobre os padre pedófilos, na coletiva de
imprensa do voo de ida para a Austrália, o Papa adverte: “temos que refletir
sobre o que foi insuficiente na nossa educação, no nosso ensinamento nas
recentes décadas”, enquanto que na homilia na Catedral de Sydney repete: “Os
abusos sexuais sobre os menores cometidos por alguns sacerdotes, são agravos
que devem ser condenados de modo inequívoco. Lamento verdadeira e profundamente”.
12-15 de setembro de 2008: 10ª Viagem Apostólica: França. Papa
Bento faz um importante discurso em Paris para os representantes do mundo da
cultura e reitera que: “uma cultura meramente positivista que relegasse para
o âmbito subjectivo, como não científica, a pergunta acerca de Deus, seria a
capitulação da razão, a renúncia às suas possibilidades mais elevadas e,
portanto, o descalabro do humanismo, cujas consequências não deixariam de ser
graves”. Em Lourdes, preside a Missa com os bispos da França no 150º
aniversário das aparições de Nossa Senhora.
5-26 de outubro de 2008 XII Assembleia Geral
Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre “A palavra de Deus na vida e na missão da
Igreja”.
2009
24 de janeiro de 2009: Remissão da excomunhão a quatro bispos da
Fraternidade São Pio X consagrados pelo bispo cismático Marcel Lefebvre. Entre
os quais o bispo negacionista britânico Richard Williamson. Em uma carta
posterior publicada em 10 de março de 2009 aos bispos da Igreja Católica, Bento
XVI “lamentava” pelo fato do caso Williamson ter se sobreposto à remissão da
excomunhão”.
17-23 de março de 2009: 11ª Viagem Apostólica: Camarões e Angola.
O objetivo principal da viagem é a entrega aos bispos africanos do
“Instrumentum laboris” do segundo Sínodo Especial para a África programado para
outubro de 2009. Uma frase pronunciada na coletiva de imprensa durante o voo
para a África, sobre o uso do preservativo na luta contra a Aids (“O
problema da Aids não se resolve com a distribuição dos preservativos, ao
contrário, aumentam o problema”) provocaram grandes reações na mídia.
31 de março de 2009: Bento XVI ordena uma Inspeção Apostólica na
Congregação dos Legionários de Cristo.
8-15 de maio de 2009: 12ª Viagem Apostólica: Jordânia, Israel e
Territórios Palestinos. Para contribuir à paz e dar apoio aos cristãos da
região. Dia 12 de maio o Pontífice reza diante do Muro Ocidental de Jerusalém.
16 de junho de 2009 Na Carta de proclamação do Ano Sacerdotal,
Bento XVI escreve: “Infelizmente existem também situações, nunca suficientemente
deploradas, em que é a própria Igreja a sofrer pela infidelidade de alguns dos
seus ministros. Daí advém então para o mundo motivo de escândalo e de repulsa”.
7 de julho de 2009: Bento XVI publica sua terceira Encíclica, “Caritas
in Veritate” dedicada ao desenvolvimento humano integral na caridade e
na verdade.
8 de julho de 2009: Publicação do Motu Proprio "Unitatem
Ecclesiae" para encaminhar o diálogo doutrinal com a Fraternidade São Pio
X.
26-28 de setembro de 2009: 13ª Viagem Apostólica: República Tcheca.
Na sua chegada o Papa convida todos os cidadãos tchecos a redescobrir as
tradições cristãs que plasmaram sua cultura e que foram ofuscadas pelo passado
regime comunista e exorta “a comunidade cristã a continuar a fazer ouvir a
sua voz enquanto a nação deve enfrentar os desafios do novo milênio”.
4-25 de outubro de 2009: II Assembleia Especial para a África do Sínodo
dos Bispos sobre o tema “A Igreja ao serviço da reconciliação, da justiça e
da paz”.
26 de outubro de 2009 Primeiro encontro da Comissão de Estudo,
formada por especialistas da Pontifícia Comissão “Ecclesia Dei” e da
Fraternidade Sacerdotal S. Pio X, com o objetivo de examinar as dificuldades
doutrinais que ainda subsistem entre a Fraternidade e a Sé Apostólica.
14 de novembro de 2009 Publicação da Constituição Apostólica “Anglicanorum
Coetibus”, sobre a instituição de Ordinariatos pessoais para anglicanos
que entram na plena comunhão com a Igreja Católica.
19 de dezembro de 2009: Bento XVI proclama as “virtudes heroicas” do seu
predecessor João Paulo II, passo decisivo antes da beatificação, e as de Pio
XII.
2010
17 gennaio 2010 Visita
de Bento XVI à Sinagoga de Roma. Trata-se da segunda visita de um pontífice no
templo judaico da capital italiana depois da histórica visita de João Paulo II
em 13 de abril de 1986, uma ocasião para reforçar a “proximidade e fraternidade
espirituais” que unem a Igreja e os “irmãos mais velhos” dos cristãos depois de
séculos de incompreensões e perseguições.
20 de março de 2010 Bento XVI envia uma Carta Pastoral a todos os
católicos da Irlanda com a qual exprime profunda dor e tristeza pelos abusos
cometidos por sacerdotes e religiosos e pelo modo como tais situações foram
enfrentadas no passado. Além disso anuncia uma Inspeção Apostólica em
algumas dioceses na Irlanda, assim como em seminários e institutos religiosos
irlandeses, incluindo o de Roma. Cerca de dois meses mais tarde, em 31 de maio
de 2010, a Santa Sé apresenta os detalhes da Inspeção confiada
a nove inspetores apostólicos.
De março de 2010 – junho de 2010. Desencadeia-se uma violenta campanha midiática
contra Bento XVI sobre a pedofilia. Entre os meios de comunicações os mais
agressivos são o New York Times, Der Spiegel e a Associated
Press. As insinuações totalmente infundadas, são de que estaria envolvido
na cobertura de padres pedófilos quando era cardeal, antes de 2001, e na
transferência de um sacerdote na Arquidiocese de Munique quando era arcebispo
da mesma.
17-18 de abril de 2010: 14ª Viagem Apostólica: Malta, onde
encontra novamente, em 18 de abril, algumas vítimas de abusos sexuais na
Igreja. Durante a voo, a propósito de abusos, o Papa afirma: “Sei que Malta
ama Cristo e ama a sua Igreja que é o seu Corpo e sabe que, mesmo se este Corpo
está ferido pelos nossos pecados, contudo o Senhor ama esta Igreja e o seu
Evangelho é a verdadeira força que purifica e cura”.
11-14 de maio de 2010 15ª Viagem Apostólica: Portugal, onde
confia à Nossa Senhora de Fátima “as esperanças e o sofrimento” da humanidade e
da Igreja. Durante o voo para Lisboa a propósito da chaga da pedofilia o Papa
revela: “A maior perseguição à Igreja não vem dos inimigos externos, mas
nasce do pecado na Igreja, e que a Igreja, portanto, tem uma profunda
necessidade de re-aprender a penitência, de aceitar a purificação, de aprender
por um lado o perdão, mas também a necessidade da justiça. O perdão não
substitui a justiça”.
4-6 de junho de 2010 16ª Viagem Apostólica: Chipre para
a entrega do Instrumentum laboris do Sínodo para o Oriente
Médio.
11 de junho de 2010 Na homilia de encerramento do Ano Sacerdotal,
Bento XVI afirma: “Também nós pedimos insistentemente perdão a Deus e às
pessoas envolvidas, enquanto pretendemos e prometemos fazer todo o possível
para que um tal abuso não possa mais suceder”.
9 de julho de 2010: Bento XVI nomeia D. Velasio De Paolis, Delegado
Pontifício para os Legionários de Cristo, com o encargo de acompanhar a
Congregação em um profundo processo de revisão da sua ordem depois dos
“delitos” cometidos pelo fundador Marcial Maciel.
15 de julho de 2010 A Congregação para a Doutrina da Fé
reforça as "Normae de gravioribus delictis",
Normas aplicativas e processuais promulgadas em 2001 durante o pontificado de
João Paulo II sobre os delitos particularmente graves cometidos por sacerdotes
e expoentes da Igreja, entre os quais a pedofilia. A nova normativa apresenta
novidades de relevo: a passagem do prazo de prescrição de dez para vinte anos
(permanecendo sempre a possibilidade de derrogação também além do mesmo prazo);
a equiparação com os menores das pessoas com uso limitado de razão, e a
introdução de um novo caso: a pornografia infantil. Além disso os procedimentos
são acelerados e simplificados e, nos casos mais graves, pode-se apresentar ao
Santo Padre a renúncia do estado clerical. Confirma-se todavia que “Deve ser
dada sempre continuidade às disposições da lei civil no que se refere à
remetência de crimes às autoridades competentes".
16-19 de setembro de 2010: 17ª Viagem Apostólica: Escócia e
Inglaterra. O Papa celebra a beatificação do cardeal inglês John Henry
Newman (1801-1890), ex-anglicano convertido ao catolicismo no século XIX e, na
Westminster Hall, a sala mais antiga do parlamento inglês, pronuncia um
discurso muito aplaudido sobre a paridade e a complementaridade de fé e razão,
sobre o papel da religião na vida pública e sobre a exigência de um fundamento
da política nos princípios éticos racionais.
Na mesma viagem, em 18 de setembro, encontra um
grupo de vítimas de abusos. No mesmo dia, durante a homilia na catedral do
Preciosíssimo Sangue o Papa diz: “Juntamente convosco, reconheço também a
vergonha e a humilhação que todos nós sofremos por causa daqueles pecados”,
enquanto que a um grupo de profissionais e de voluntários repete: “É
deplorável que, em um contraste tão marcante com a longa tradição da Igreja no
cuidado aos jovens, eles tenham sofrido abusos e maus-tratos por obra de alguns
sacerdotes e religiosos”.
12 de outubro de 2010 Bento XVI institui o Pontifício Conselho para
a Promoção da Nova Evangelização.
18 de outubro de 2010 Em uma extraordinária Carta aos seminaristas
na conclusão do Ano Sacerdotal o Papa escreve: “Recentemente, tivemos de
constatar com grande mágoa que sacerdotes desfiguraram o seu ministério,
abusando sexualmente de crianças e adolescentes. Em vez de levar as pessoas a
uma humanidade madura e servir-lhes de exemplo, com os seus abusos provocaram
devastações, pelas quais sentimos profunda pena e desgosto”.
10-24 de outubro de 2010 Assembleia Especial para o Oriente Médio do
Sínodo dos Bispos, sobre o tema “A Igreja Católica no Oriente Médio:
comunhão e testemunho”. Como explica a introdução aos lineamenta,
o Sínodo testemunha a atenção da Igreja universal para com as Igrejas no Oriente.
6-7 de novembro de 2010 18ª Viagem Apostólica: Espanha, com
etapas em Santiago de Compostela e em Barcelona. Durante a visita, Bento XVI
convida a Europa a “abrir-se cada vez mais a Deus”. Em Barcelona, visita
a Basílica da Sagrada Família.
11 de novembro de 2010 Publicação da Exortação Apostólica
pós-sinodal “Verbum Domini” , fruto do Sínodo sobre a
Palavra de Deus em 2008.
30 de dezembro de 2010: Bento XVI publica um Motu proprio para a
prevenção e contraste das atividades ilegais em campo financeiro e monetário. A
nova lei impõe a todos os órgãos da Santa Sé as normas internacionais sobre os
crimes econômicos e institui a Autoridade para a Informação
Financeira (AIF) para o contraste da lavagem de capitais provenientes
de atividades criminosas e ao financiamento do terrorismo.
2011
13 de janeiro de 2011 Bento XVI nomeia D. Leopoldo Girelli,
arcebispo titular de Carpi a representante pontifício não-residente para o
Vietnã. Trata-se do primeiro passo na direção do estabelecimento das relações
diplomáticas entre o Vaticano e Hanói, interrompidas em 1975 depois da ocupação
de Saigon.
15 de janeiro de 2011 A Congregação para a Doutrina da Fé institui
um Ordinariato Pessoal para os grupo de pastores e os fiéis provenientes da
Comunhão Anglicana que querem “entrar na plena e visível comunhão com a Igreja
Católica”, nos termos da Constituição Apostólica “Anglicanorum
Coetibus” de 2009.
10 de março de 2011 Publicação do segundo volume do livro “Jesus
de Nazaré”, sobre a morte e a ressurreição de Cristo.
25 de abril de 2011: no Regina Coeli o Papa saúda a Associação Meter e
reza pelas crianças vítimas da violência, da exploração e da indiferença.
1º de maio de 2011 Bento XVI proclama João Paulo II beato a apenas seis anos da sua morte.
16 de maio de 2011 Foi publicada a Carta Circular da Congregação
para a Doutrina da Fé para ajudar as Conferências Episcopais na preparação de
linhas diretrizes no tratamento dos casos de abuso sexual contra menores por
parte de clérigos.
6 de junho de 2011 Conclusão da primeira fase da Inspeção
Apostólica na Irlanda sobre os casos de pedofilia.
4-5 de junho de 2011 19ª Viagem Apostólica: Croácia por
ocasião do Dia Nacional das Famílias Católicas croatas em Zagreb com o lema
“Juntos em Cristo” e oração junto ao túmulo do Beato Alojzije Viktor Stepinac
(1898-1960) em Krašić.
18 de julho de 2011 Estabelecimento das relações diplomáticas
entre a Santa Sé e a Malásia, país com a grande maioria de religião muçulmana.
18-21 de agosto de 2011 20ª Viagem Apostólica: Espanha por
ocasião da XXVI Jornada Mundial da Juventude.
14 de setembro de 2011 No final de uma audiência entre a Congregação
para a Doutrina da Fé e a direção da Fraternidade de São Pio X, a Santa Sé
anuncia ter submetido à Fraternidade um “Preâmbulo doutrinal” para a aceitação
do Concílio Vaticano II e do sucessivo magistério. A eventual aceitação deste
preâmbulo seria uma premissa para o reconhecimento canônico da Fraternidade e
para o exame teológico de algumas expressões ou formulações dos textos do
Concílio Vaticano II e do magistério.
22-25 de setembro de 2011: 21ª Viagem Apostólica: Alemanha.
Trata-se da sua terceira visita à sua terra natal como Pontífice. Em Berlim o Papa
faz um histórico discurso ao Bundestag no qual, alerta novamente a uma “razão
positivista, que se apresenta de modo exclusivista e não é capaz de perceber
algo para além do que é funcional”. Em 23 de setembro em Erfurt encontra
mais uma vez as vítimas de padres pedófilos e os representantes da Igreja
Luterana. A propósito de pedofilia, durante sua viagem a Berlim no dia anterior
ao falar com os jornalistas disse: “Distingamos, talvez, antes de tudo, a
motivação específica daqueles que se sentem escandalizados por estes crimes,
que se revelaram nestes últimos tempos. Posso compreender que, à luz de tais
informações, sobretudo quando se trata de pessoas próximas, há quem diga: ‘Esta
já não é a minha Igreja. A Igreja era para mim força de humanização e de moralização.
Se representantes da Igreja fazem o contrário, já não posso viver com esta
Igreja’”.
Em Friburgo o Papa pede: “uma Igreja aliviada
dos elementos mundanos é capaz de comunicar aos homens precisamente no âmbito
sócio-caritativo, –– tanto aos sofredores como àqueles que os ajudam –– a força
vital particular da fé cristã”.
19 de outubro de 2011: O Delegado Pontifício cardeal De Paolis,
apresenta as primeiras conclusões sobre os caminhos dos membros consagrados
do Regnum Christi depois da Inspeção apostólica.
23 de outubro de 2011 Canonização de três beatos, subindo para 37 o
número total dos santos proclamados por Bento XVI desde o início do seu
pontificado. No final do pontificado serão 45.
27 de outubro de 2011 Após 25 anos de primeiro encontro pela
paz convocado em Assis por João Paulo II, Bento XVI reúne na cidade de São
Francisco os representantes das comunidades eclesiais e as maiores religiões do
mundo.
18-20 de novembro de 2011 22ª Viagem Apostólica: Benin, por
ocasião do 150º aniversário da evangelização da África ocidental e para entrega
da Exortação Apostólica pós-sinodal “Africae Munus”.
21 de novembro de 2011: Carta do cardeal De Paolis com a qual o delegado
pontifício para os Legionários de Cristo dá indicações sobre o caminho que os
consagrados do Regnum Christi devem percorrer para modificar
seu núcleo normativo.
26 de novembro de 2011 Ao receber os Bispos dos Estados Unidos em
audiência, Bento XVI afirma: “Quis reconhecer pessoalmente os sofrimentos
causados às vítimas e os esforços sinceros realizados para garantir a segurança
das nossas crianças e para enfrentar de forma adequada e transparente as
acusações de abusos, quando surgem. Espero que os esforços conscientes da
Igreja a fim de abordar esta realidade possam ajudar a comunidade em geral a
reconhecer as causas, a verdadeira dimensão e as consequências devastadoras dos
abusos sexuais, e a responder com eficácia a este flagelo que atinge todos os
níveis da sociedade. Devido à mesma razão, assim como a Igreja justamente se
adapta aos padrões específicos sobre este aspecto, também todas as
instituições, sem excepção, deveriam seguir as mesmas normas.
2012
18 de fevereiro de 2012 No seu 4º Consistório, Bento XVI cria 24
novos cardeais, levando a 84 os novos príncipes da Igreja nomeados sob o seu
pontificado.
20 de março de 2012. A Santa Sé publica o documento conclusivo
da Inspeção Apostólica, ordenada por Bento XVI na Carta aos
Católicos Irlandeses depois dos escândalos de pedofilia no clero local.
23-28 de março de 2012: 23ª Viagem Apostólica: México e Cuba.
Em Havana encontra Fidel Castro.
23 de maio de 2012: O mordomo do Papa, Paolo Gabriele, foi preso pela
Gendarmaria vaticana com a acusação de roubo agravado de documentos reservados
da Santa Sé no âmbito do escândalo Vatileaks, ou seja a fuga de
informações relativas ao Papa e a alguns casos internos da Cidade do Vaticano.
24 de maio de 2012: Ettore Gotti Tedeschi pede demissão do cargo de
presidente do Instituto para as Obras de Religiões (IOR), por não receber apoio
do Conselho “leigo” de supervisão do IOR. Sua demissão faz parte do escândalo
Vatileaks.
13 de junho de 2012: O Superior Geral da Fraternidade de São Pio X,
Bernard Fellay foi recebido no Vaticano, na ocasião recebeu a avaliação da resposta
ao “Preâmbulo doutrinal”, documento que a Santa Sé submeteu à Fraternidade, e
que tinha sido entregue em abril. Nos meses seguintes, a perspectiva de volta
da Comunidade cismática à plena comunhão com Roma será cada vez mais incerta.
17 de junho de 2012 Na mensagem vídeo por ocasião do encerramento
do 50º Congresso Eucarístico Internacional em Dublin (Irlanda), Bento XVI
afirma: “A gratidão e a alegria por uma história tão grande de fé e amor
foram recentemente abaladas de maneira horrível pela revelação de pecados
cometidos por sacerdotes e consagrados contra pessoas confiadas aos seus
cuidados. Em vez de lhes mostrar o caminho para Cristo, para Deus, em vez de
dar testemunho da sua bondade, abusaram delas e minaram a credibilidade da
mensagem da Igreja. Como se pode explicar o facto de pessoas, que regularmente
receberam o Corpo do Senhor e confessaram os seus pecados no sacramento da
Penitência, terem incorrido em tais transgressões? Continua um mistério.
Evidentemente, porém, o seu cristianismo já não era alimentado pelo encontro
jubiloso com Jesus Cristo: tornara-se meramente uma questão de hábito”
18 de julho de 2012 Moneyval, o órgão do Conselho da Europa que
avalia as normas contra a lavagem de dinheiro dos sistemas financeiros, publica
o seu primeiro relatório sobre o Vaticano, no qual convida a Santa Sé a
“reforçar o próprio regime de vigilância”. Todavia o sistema Vaticano resulta
adequado, ou amplamente adequado em 9 das 16 recomendações centrais sobre
aspectos como a reciclagem de dinheiro, as medidas de apreensão, as leis de
proteção de dados pessoais, a documentação, a assistência legal recíproca, o
tratamento penal ao financiamento do terrorismo, a cooperação internacional e
outros. Dom Ettore Balestrero, chefe da delegação do Vaticano junto ao
Moneyval, manifestou “satisfação pelos resultados alcançados, consciente de
todo o trabalho que ainda deve ser feito”.
14-16 de setembro de 2012 24ª Viagem Apostólica: Líbano, na
ocasião entrega a Exortação Apostólica Pós-Sinodal fruto do Sínodo para o
Oriente Médio.
29 de setembro-6 de outubro de 2012 Processo a Paolo Gabriele. O mordomo infiel
foi condenado pelo Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano a 18 meses de
reclusão. Em 22 de dezembro, Bento XVI lhe concederá a graça. Um mês depois, em
5 de novembro de 2012, terá início um outro processo contra o técnico de
informática Claudio Sciarpelletti, também ele envolvido no caso, e que será
condenado a 4 meses de reclusão, reduzidos a 2 com pena suspensa por 5 anos.
7-28 de outubro de 2012 XIII Assembleia Geral ordinária do Sínodo dos
Bispos sobre o tema “A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”.
11 de outubro de 2012 No final da procissão de velas organizada no
dia de abertura do Ano da Fé, Bento XVI, afirma: “Nestes cinquenta anos
aprendemos e experimentamos que o pecado original existe e que se traduz,
sempre de novo, em pecados pessoais, que podem também tornar-se estruturas de
pecado. Vimos que no campo do Senhor há sempre o joio. Vimos que na rede de
Pedro se encontram também peixes maus. Vimos que a fragilidade humana está
presente também na Igreja, que a barca da Igreja continua a navegar inclusive
com vento contrário, com tempestades que ameaçam a barca, e às vezes pensamos:
‘O Senhor dorme e esqueceu-nos’”.
21 de novembro de 2012 Publicação do livro “A infância
de Jesus”, o último volume da trilogia sobre Jesus escrito por Joseph
Ratzinger-Bento XVI.
2013
4 de janeiro de 2013 Segundo informações da Prefeitura Pontifícia,
até esta data, mais de 20 milhões de pessoas participaram às audiências,
celebrações litúrgicas e à oração do Angelus na presença de Bento XVI desde o
início do seu pontificado.
16 de janeiro de 2013 Bento XVI publica o Motu Proprio “Fides
per doctrinam” com o qual modifica a Constituição Apostólica “Pastor
Bonus” e transfere a responsabilidade sobre a catequese da Congregação para o
Clero ao Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.