sábado, 30 de abril de 2022

PAPA: NO CONTEXTO TRÁGICO DA GUERRA, ACOLHER É UM ATO DE FÉ


Em setembro do ano passado, o Papa foi à Eslováquia. Neste sábado, os eslovacos vieram a Roma para agradecer a visita. Enaltecendo a acolhida recebida, Francisco falou da importância de refugiar quem foge da guerra, pois assim se realiza não só um ato de caridade, mas também de fé, ao reconhecer Jesus no irmão e na irmã.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

O Papa Francisco acolheu na manhã deste sábado, na Sala Paulo VI, cerca de quatro mil peregrinos da Eslováquia, que vieram ao Vaticano para agradecer ao Pontífice a visita que fez ao país em setembro de 2021


Integravam o grupo autoridades civis e eclesiásticas, como o presidente do Parlamento eslovaco, Boris Kollár, e o Presidente da Corte Constitucional, Ivan Fiačan. Outra presença marcante foi a do cardeal Jozef Tomko, o membro mais idoso do Colégio Cardinalício com 98 anos, que reside em Roma na qualidade de prefeito emérito da Congregação para a Evangelização dos Povos.

Em seu discurso, o Pontífice saudou a todos, recordando as etapas de sua viagem apostólica. “Foi para mim um grande prazer ver como a Igreja na Eslováquia vive a riqueza da diversidade dos ritos e tradições, como uma ponte que une o Ocidente e o Oriente cristão.”

Como fez em Bratislava e em outras cidades, Francisco encorajou novamente os eslovacos a promoverem a cultura do encontro, que se constrói na busca da harmonia entre as diversidades, segundo o estilo de vida proposto pelo Evangelho. Esta mesma harmonia, constatou o Papa, às vezes é ferida pelos pecados e limites humanos. “Por isso, durante a minha visita, rezamos também pela cura das feridas”, acrescentou, exortando os peregrinos a invocarem sempre o Espírito Santo, criador da harmonia e bálsamo das feridas.

Acolher é um ato de fé

Francisco citou de modo especial o encontro com a comunidade de ciganos, e apreciou a notícia de que o tapete usado naquela ocasião foi reaproveitado e distribuído entre as famílias do bairro, para o acolhimento das visitas.

E ao falar em acolhimento, enalteceu o refúgio oferecido no contexto “trágico da guerra” na Ucrânia a inúmeras mães e crianças obrigadas a fugir.

“Olhando para seus olhos, vocês são testemunhas da violência que a guerra provoca aos laços familiares, privando os filhos da presença do pai, da escola, e abandonando os avós. Eu os exorto a continuarem rezando e trabalhando pela paz, que se constrói na vida de todos os dias, inclusive com gestos de caridade acolhedora.”

Quem acolhe um necessitado, não realiza somente um ato de caridade, mas também de fé, porque reconhece Jesus no irmão e na irmã, afirmou ainda o Papa, recordando que o acolhimento dos eslovacos se manifestou também para com os cubanos.

Francisco concluiu citando os santos Cirílio e Metódio e confiando os peregrinos à materna proteção de Nossa Senhora das Sete Dores, padroeira da Eslováquia: “Que ela os acompanhe no caminho e os ensine a consolar e levar esperança. Aquela esperança que jamais desilude e que tem um nome: Cristo Ressuscitado!” 

Ao final da audiência, antes de conceder a bênção apostólica, o Papa se desculpou por cumprimentá-los sentado, obedecendo a ordens médicas, para não sobrecarregar o seu joelho


Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-04/papa-francisco-discurso-peregrinos-eslovacos-guerra-ucrania.html



O TEMPO DE DEUS

 

Pe. Johnja López

EVANGELHO DO DIA

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 6,16-21

16Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. 17Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar.
Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles.
18Soprava um vento forte e o mar estava agitado. 19Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus,  andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. 20Mas Jesus disse: 'Sou eu. Não tenhais medo'. 21Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo. Palavra da Salvação.

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE

 

30 DE ABRIL DE 2022


SÁBADO DA 2ª SEMANA

 

DA PÁSCOA

 

Cor: Branco

 

1ª Leitura - At 6,1-7

 

Leitura dos Atos dos Apóstolos 6,1-7

1Naqueles dias: o número dos discípulos tinha aumentado,
e os fiéis de origem grega começaram a queixar-se dos fiéis de origem hebraica. Os de origem grega diziam que suas viúvas
eram deixadas de lado no atendimento diário. 2Então os Doze Apóstolos reuniram a multidão dos discípulos e disseram:
'Não está certo que nós deixemos a pregação da Palavra de Deus para servir às mesas. 3Irmãos, é melhor que escolhais entre vós
sete homens de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria,
e nós os encarregaremos dessa tarefa. 4Desse modo nós poderemos dedicar-nos inteiramente à oração e ao serviço da Palavra'. 5A proposta agradou a toda a multidão. Então escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; e também Felipe, Prócoro, Nicanor, Timon, Pármenas e Nicolau de Antioquia,
um pagão que seguia a religião dos judeus. 6Eles foram apresentados aos apóstolos, que oraram e impuseram as mãos sobre eles. 7Entretanto, a Palavra do Senhor se espalhava.
O número dos discípulos crescia muito em Jerusalém, e grande multidão de sacerdotes judeus aceitava a fé.
Palavra do Senhor.

 

Reflexão – “O Senhor nos usa de acordo com o plano que Ele tem para cada um

A obra de Deus é sempre motivadora e o Espírito Santo nos inspira de acordo com as nossas necessidades, seja na família ou na comunidade, no trabalho do reino, assim como também no trabalho profissional. A cada um de nós Deus dá, segundo a sua vontade, possibilidades para exercermos a missão que nos foi destinada.  No reino de Deus, assim como na vida familiar e profissional, todos nós temos função, pois o Senhor nos usa de acordo com o plano que Ele tem para cada um.   Mesmo na administração ou nas tarefas comuns da nossa vida nós também precisamos estar cheios do Espírito de Deus assim como eram os sete homens escolhidos pelos apóstolos.   A nossa participação na resolução dos problemas da comunidade ou da família é também muito importante para a solução deles. Os acontecimentos inesperados e até as divergências são sinais para nós de que algo precisa ser modificado. O que é essencial permanece sempre, não muda e o que importa é que estejamos atentos (as) às sugestões do Espírito Santo, pois Ele nos mostra o que deve ser transformado. Hoje, também, devem existir as pessoas que são chamadas a orar, a pregar a palavra, por isso, precisam estar mais em sintonia com Deus e em permanente intimidade com o Seu Espírito. Se fizermos isto, também em família, colocando todas as decisões sob a assistência do Espírito Santo e direcionados pela sábia Palavra de Deus, com certeza, teremos mais progresso nas nossas investidas.   – Você costuma pedir o auxílio do Espírito Santo nos trabalhos que realiza? Que tal começar a fazer isto de agora em diante na sua casa ou no seu trabalho? Podemos aprender a impor a mão sobre as pessoas e pedir ao Espírito que mostre qual a  função de cada um! 

 

Salmo - Sl 32, 1-2. 4-5. 18-19 (R.22)

 

R. Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça,
da mesma forma que em vós nós esperamos!

Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia


1Ó justos, alegrai-vos no Senhor!*
aos retos fica bem glorificá-lo.
2Dai graças ao Senhor ao som da harpa,*
na lira de dez cordas celebrai-o!R.

4Pois reta é a palavra do Senhor,*
e tudo o que ele faz merece fé.
5Deus ama o direito e a justiça,*
transborda em toda a terra a sua graça.R.

18O Senhor pousa o olhar sobre os que o temem,*
e que confiam esperando em seu amor,
19para da morte libertar as suas vidas*
e alimentá-los quando é tempo de penúria.R.

 

Reflexão - O Senhor está sempre atento às nossas necessidades e tem o Seu olhar pousado sobre todos nós que O tememos e nele esperamos. Ele nos alimenta nos tempos de solidão e penúria e o Seu amor nos fortalece e nos edifica. Por meio de cada um de nós é que a Sua graça transborda em toda a terra, pois somos Seus instrumentos e soldados do Seu exército de amor. Aleluia!

 

 

Evangelho - Jo 6,16-21

 

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 6,16-21

16Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. 17Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar.
Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles.
18Soprava um vento forte e o mar estava agitado. 19Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus,  andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. 20Mas Jesus disse: 'Sou eu. Não tenhais medo'. 21Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo. Palavra da Salvação.

 

 

Reflexão – “Jesus não nos esqueceu!

A imagem do vento forte e do mar agitado nos leva a refletir sobre os momentos na nossa vida em que achamos que iremos sucumbir em vista das tribulações. Tudo se torna escuro à nossa volta e não temos capacidade para distinguir o que pode estar tão perto de nós. Na escuridão não enxergamos uma saída para os nossos problemas. Já remamos muito, já tentamos tudo, no entanto, não sentimos paz e entramos em desespero. A margem, isto é, a solução, já está bem próxima de nós, no entanto, nos angustiamos por causa do vento. Mas, é justamente nesses momentos, que precisamos parar para perceber os sinais de Deus. Jesus não nos esqueceu!  Ele chega à nossa vida “andando sobre as águas”, vencendo as estar sozinhos (as), talvez porque não nos importemos muito em saber a opinião de Deus, se é hora para ir ou para ficar. Na maioria das vezes nos antecipamos e traçamos os nossos planos, os nossos projetos sem esperar pelas sugestões do Espírito Santo que conhece melhor o caminho pelo qual vamos cruzar. Então o inesperado acontece: durante o percurso que escolhemos o mar encontra-se agitado e a tempestade nos surpreende. O vento nos tira do sério e ficamos aflitos (as) e angustiados (as). Não nos apercebemos, porém, que Jesus está por perto e espera que olhemos para Ele, que confiemos na Sua autoridade sobre as tempestades da nossa vida.  Mesmo que passemos por borrascas não precisamos mais nos angustiar, já estamos perto da praia, o pior vai passar e Jesus já vem ao nosso encontro, recebe a nossa barca e a coloca em lugar seguro.  Alguma vez você já viveu essa situação?  - Você reconhece a voz de Jesus no meio do mundo? - Você também tem enfrentado as dificuldades, sozinho (a)? – Você leva sempre Jesus na sua barca ou algumas vezes O tem esquecido na praia? –Você confunde Jesus com as pessoas do mundo? nossas dificuldades empunhando na mão a vitória que conquistou para nós. Mesmo assim, às vezes, não acreditamos na Sua intervenção e O confundimos com as pessoas comuns, por isso, temos medo. Se pararmos para pensar, na maioria das vezes em que isto nos acontece também estamos indo para o “mar”, sozinhos, isto é, assumindo compromissos, em hora imprópria, por nossa conta. Muitas vezes nós entramos na “barca”, e enfrentamos os trabalhos e tomamos as decisões sem esperar por Jesus. Não estamos orando, não refletimos a Sua Palavra e queremos resolver tudo sozinhos (as)!  Assim sendo, remamos por conta própria e a tempestade é consequência das nossas deliberações equivocadas e as coisas não dão certo porque estamos confiando em nós mesmos (as). Escolhemos


Helena Serpa,

Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SANTO DO DIA -- SÃO PIO V

 

Papa até 1572

Carreira e má fama
Miguel Ghisleri, eleito papa em 1566 com o nome de Pio V, nasceu em Bosco Marengo, na província de Alexandria em 1504. Aos 14 anos ingressara nos dominicanos. Após a ordenação sacerdotal, subiu rapidamente todos os degraus de excepcional carreira: professor, prior de convento, superior provincial, inquisidor em Como e em Bérgamo, bispo de Sutri e Nepi, cardeal, grande inquisidor, bispo de Mondovi, papa. O título de inquisidor pode torná-lo antipático ao homem de hoje, que da inquisição tem conceito frequentemente deformado pelas narrações superficiais. Na verdade Pio V foi papa um tanto sacrificado, como sacrificados são todos os reformadores dos costumes. Mas é título de merecimento para ele o ter debelado a simonia da Cúria romana e o nepotismo. Aos numerosos parentes que foram a Roma com a esperança de algum privilégio, Pio V disse que um parente do papa pode considerar-se bastante rico se não estiver na miséria.

Contexto de Guerra
Em um período de guerras e instabilidades, houve a batalha de Lepanto. A frota turco-muçulmana estava pronta para o ataque decisivo no Golfo de Lepanto com trezentos navios que aguardavam a ordem para abater, definitivamente, a Europa Cristã. Às 12 horas, do dia 7 de outubro de 1571, teve início uma das batalhas navais mais determinantes da história cristã. Depois de três horas de ferozes combates, as forças aliadas da Liga Santa derrotaram as otomanas. Essa vitória teve importância central no cristianismo, já que corria o risco de a Europa tornar-se muçulmana após o ataque e tomada das terras. O Papa Pio V convocou o povo a pedir a intercessão de Nossa Senhora rezando o terço pelo combate. Com a notícia da conquista naval,  o papa mandou tocar todos os sinos da Cidade Eterna em comemoração dos méritos da guerra. E, como sinal de agradecimento à Virgem Maria, instituiu a festa de Nossa Senhora do Rosário, em 7 de outubro.

Importância doutrinária
A Batalha de Lepanto foi uma das páginas mais famosas ligadas à figura de Pio V, no civil Antônio Michele Ghislieri. Resolvido e inflexível, a sua figura é recordada, de modo particular, pela Contra Reforma, por ter combatido a heresia, e pela Liga Santa, a coalizão militar, que constituiu com os Estados europeus, para deter o avanço dos turcos na Europa. No entanto, foram importantes e numerosas também as suas decisões em matéria teológica e litúrgica. Publicou novos textos do Breviário (1568), do Missal (1570) e do Catecismo Romano. Como pessoa inflexível, tomou uma série de medidas, entre as quais a bula In Coena Domini, com a qual tomava providências sobre a custódia da fé e a luta contra as heresias. Reduziu os gastos da corte papal, impôs a obrigação de residência aos Bispos e confirmou a importância do cerimonial; opôs-se a todo tipo de nepotismo e procurou melhorar, de todas as formas, os usos e costumes da população.

Pio V e as monarquias europeias
São Pio V deu prova de grandes capacidades, também em relação às monarquias europeias. Conseguiu fazer prevalecer as decisões do Concílio de Trento, na Itália, Alemanha, Polônia e Portugal. Entre os monarcas católicos, somente o rei da França se opôs juntamente com a  excomunhão da rainha Inglesa Isabel I, pois era anglicana e procurou fortalecer a posição católica perante o protestantismo.

Atenção aos pobres
Durante o seu Pontificado, Pio V dedicou-se à assistência dos pobres e necessitados, criando estruturas assistenciais como o “Monte de Piedade” e os hospitais de São Pedro e de Santo Espírito. Durante a escassez de 1566, suprimiu todo e qualquer gasto supérfluo, distribuiu alimentos e promoveu serviços sanitários.

Morte e Canonização
Debilitado por uma longa enfermidade, Pio V faleceu no dia 1° de maio de 1572. Seus restos mortais descansam, ainda hoje, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Cem anos após a sua morte, São Pio V foi beatificado pelo Papa Clemente X, no dia 27 de abril de 1672, e canonizado em 22 de maio de 1712.

A minha oração
“Ao nosso papa pedimos a fortaleza contra as heresias, a força contra o demônio e a tentação com uma santa devoção à Virgem Maria, a Senhora e Rainha das Batalhas. Com ele, pedimos por nossos governantes que sejam fiéis a Deus e comprometidos com o povo, comprometidos com a verdade.  Amém”

São Pio V, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova Notícias

 

sexta-feira, 29 de abril de 2022

SANTA SÉ COMUNICA DATA DA BEATIFICAÇÃO DE BENIGNA CARDOSO

 

 


A Diocese de Crato- CE vive a expectativa do dia em que a Mártir Benigna Cardoso, de Santana do Cariri, se tornará beata – a primeira do Ceará. Nos preparativos para a Beatificação da “Heroína da Castidade”, a Igreja diocesana fará o anúncio oficial da data, confirmada pela Santa Sé, em Roma. O lançamento será realizado durante Coletiva de Imprensa, que acontecerá nesta segunda-feira, 2 de maio de 2022, às 15h, no estúdio de Podcast do Colégio Pequeno Príncipe, em Crato. Na ocasião será apresentado, também, a logo oficial para a cerimônia.

A coletiva contará com a presença do bispo diocesano de Crato, Dom Magnus Henrique, do vigário geral, Padre José Vicente Pinto, do pároco de Santana do Cariri, Padre Paulo Lemos, do coordenador da comissão para a Beatificação, Padre Wesley Barros, e do coordenador de comunicação, Padre José Fabiano.

SERVIÇO:

Coletiva de Imprensa: Anúncio da data de Beatificação da Mártir Benigna Cardoso

Data: 02 de maio de 2022

Horário: 15h

Local: Estúdio do Colégio Pequeno Príncipe, Rua 21 de junho, nº 935, Bairro Pimenta, Crato

Realização: Diocese de Crato

 

Mais informações: (88) 98805-9203 (Jornalista Mychelle Santos – Assessoria )

ANEXOS:

Conheça mais sobre a história da Mártir Benigna: Primeira Beata do Ceará

Para entender mais sobre o Rito de Beatificação, clique aqui.

 

Por: Assessoria de Comunicação

Fonte: Site da Diocese de Crato

BISPOS DIVULGAM MENSAGEM AO POVO BRASILEIRO: FÉ, ESPERANÇA E CORAJOSO COMPROMISSO COM A VIDA E O BRASIL



 

A 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovou a tradicional Mensagem ao Povo Brasileiro. O texto apresenta “uma mensagem de fé, esperança e corajoso compromisso com a vida e o Brasil”. Os bispos lembraram da solidariedade para a superação da pandemia, agradeceram às famílias e agentes educativos pelo cuidado no campo da educação e dedicaram reflexões sobre a realidade do país, cujo quadro atual “é gravíssimo”. Para os bispos, “o Brasil não vai bem!”.

Diante da complexa e sistêmica crise ética, econômica, social e política, a CNBB espera que os governantes “promovam grandes e urgentes mudanças, em harmonia com os poderes da República, atendo-se aos princípios e aos valores da Constituição de 1988”.

A mensagem também aborda o processo eleitoral deste ano, envolto “de incertezas e radicalismos, mas, potencialmente carregado de esperança”. Também chama atenção para as ameaças ao pleito, além de reforçar um apelo pela democracia brasileira.

“Conclamamos toda a sociedade brasileira a participar das eleições e a votar com consciência e responsabilidade, escolhendo projetos representados por candidatos e candidatas comprometidos com a defesa integral da vida, defendendo-a em todas as suas etapas, desde a concepção até a morte natural. Que também não negligenciem os direitos humanos e sociais, e nossa casa comum onde a vida se desenvolve”

Ao final do texto, os bispos convidam a todos, particularmente a juventude, “a deixarem-se guiar pela esperança e pelo desejo de uma sociedade justa e fraterna”.

Confira o texto na íntegra:

 

– Nº. 0099/22

MENSAGEM AO POVO BRASILEIRO

59ª. Assembleia Geral da CNBB

“A esperança não decepciona” (Rm 5,5).

Guiados pelo Espírito Santo e impulsionados pela Ressurreição do Senhor, unidos ao Papa Francisco, nós, bispos católicos, em comunhão e unidade, reunidos para a primeira etapa da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, de modo on-line e com a representação de diversos organismos eclesiais, dirigimos ao povo brasileiro uma mensagem de fé, esperança e corajoso compromisso com a vida e o Brasil.

Enche o nosso coração de alegria perceber a explosão de solidariedade, que tem marcado todo o País na luta pela superação do flagelo sanitário e social da COVID-19. A partilha de alimentos, bens e espaços, a assistência a pessoas solitárias e a dedicação incansável dos profissionais de saúde são apenas alguns exemplos de incontáveis ações solidárias. Gestores de saúde e agentes públicos, diante de um cenário de medo e insegurança, foram incansáveis e resilientes. O Sistema Único de Saúde-SUS mostrou sua fundamental importância e eficácia para a proteção social dos brasileiros. A consciência lúcida da necessidade dos cuidados sanitários e da vacinação em massa venceu a negação de soluções apresentadas pela ciência. Contudo, não nos esquecemos da morte de mais de 660.000 pessoas e nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos, trazendo ambas em nossas preces.

Agradecemos ainda, de modo particular às famílias e outros agentes educativos, que não se descuidaram da educação das crianças, adolescentes, jovens e adultos, apesar de todas as dificuldades. Com certeza, a pandemia teria consequências ainda mais devastadoras, se não fosse a atuação das famílias, educadores e pessoas de boa vontade, espírito solidário e abnegado. A Campanha da Fraternidade 2022 nos interpela a continuar a luta pela educação integral, inclusiva e de qualidade.

A grave crise sanitária encontrou o nosso País envolto numa complexa e sistêmica crise ética, econômica, social e política, que já nos desafiava bem antes da pandemia, escancarando a desigualdade estrutural enraizada na sociedade brasileira. A COVID-19, antes de ser responsável, acentuou todas essas crises, potencializando-as, especialmente na vida dos mais pobres e marginalizados.

O quadro atual é gravíssimo. O Brasil não vai bem! A fome e a insegurança alimentar são um escândalo para o País, segundo maior exportador de alimentos no mundo, já castigado pela alta taxa de desemprego e informalidade. Assistimos estarrecidos, mas não inertes, os criminosos descuidos com a Terra, nossa casa comum. Num sistema voraz de “exploração e degradação” notam-se a dilapidação dos ecossistemas, o desrespeito com os direitos dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, a perseguição e criminalização de líderes socioambientais, a precarização das ações de combate aos crimes contra o meio ambiente e projetos parlamentares desastrosos contra a casa comum.

Tudo isso desemboca numa violência latente, explícita e crescente em nossa sociedade. A crueldade das guerras, que assistimos pelos meios de comunicação, pode nos deixar anestesiados e desapercebidos do clima de tensão e violência em que vivemos no campo e nas cidades. A liberação e o avanço da mineração em terras indígenas e em outros territórios, a flexibilização da posse e do porte de armas, a legalização do jogo de azar, o feminicídio e a repulsa aos pobres, não contribuem para a civilização do amor e ferem a fraternidade universal.

Diante deste cenário esperamos que os governantes promovam grandes e urgentes mudanças, em harmonia com os poderes da República, atendo-se aos princípios e aos valores da Constituição de 1988, já tão desfigurada por meio de Projetos de Emendas Constitucionais. Não se permita a perda de direitos dos trabalhadores e dos pobres, grande maioria da população brasileira. A lógica do confronto que ameaça o estado democrático de direito e suas instituições, transforma adversários em inimigos, desmonta conquistas e direitos consolidados, fomenta o ódio nas redes sociais, deteriora o tecido social e desvia o foco dos desafios fundamentais a serem enfrentados.

Nesse contexto, iremos este ano às urnas. O cenário é de incertezas e radicalismos, mas, potencialmente carregado de esperança. Nossas escolhas para o Executivo e o Legislativo determinarão o projeto de nação que desejamos. Urge o exercício da cidadania, com consciente participação política, capaz de promover a “boa política”, como nos diz o Papa Francisco. Necessitamos de uma política salutar, que não se submeta à economia, mas seja capaz de reformar as instituições, coordená-las e dotá-las de bons procedimentos, como as conquistas da Lei da Ficha Limpa, Lei Complementar 135 de 2010, que afasta do pleito eleitoral candidatos condenados em decisões colegiadas, e da Lei 9.840 de 1999, que criminaliza a compra de votos. Não existe alternativa no campo democrático fora da política com a ativa participação no processo eleitoral.

Tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje propagadas abertamente, buscam colocar em xeque a lisura do processo eleitoral e a conquista irrevogável do voto. Tumultuar o processo político, fomentar o caos e estimular ações autoritárias não são, em definitivo, projeto de interesse do povo brasileiro. Reiteramos nosso apoio às Instituições da República, particularmente aos servidores públicos, que se dedicam em garantir a transparência e a integridade das eleições.

Duas ameaças merecem atenção especial. A primeira é a manipulação religiosa, protagonizada tanto por alguns políticos como por alguns religiosos, que coloca em prática um projeto de poder sem afinidade com os valores do Evangelho de Jesus Cristo. A autonomia e independência do poder civil em relação ao religioso são valores adquiridos e reconhecidos pela Igreja e fazem parte do patrimônio da civilização ocidental. A segunda é a disseminação das fake news, que através da mentira e do ódio, falseia a realidade. Carregando em si o perigoso potencial de manipular consciências, elas modificam a vontade popular, afrontam a democracia e viabilizam, fraudulentamente, projetos orquestrados de poder. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e o respeito aos resultados nas eleições. A democracia brasileira, ainda em construção, não pode ser colocada em risco.

Conclamamos toda a sociedade brasileira a participar das eleições e a votar com consciência e responsabilidade, escolhendo projetos representados por candidatos e candidatas comprometidos com a defesa integral da vida, defendendo-a em todas as suas etapas, desde a concepção até a morte natural. Que também não negligenciem os direitos humanos e sociais, e nossa casa comum onde a vida se desenvolve. Todos os cristãos somos chamados a preocuparmo-nos com a construção de um mundo melhor, por meio do diálogo e da cultura do encontro, na luta pela justiça e pela paz.

Agradecemos os muitos gestos de solidariedade de nossas comunidades, por ocasião da pandemia e dos desastres ambientais. Encorajamos as organizações e os movimentos sociais a continuarem se unindo em mutirão pela vida, especialmente por terra, teto e trabalho. Convidamos a todos, irmãos e irmãs, particularmente a juventude, a deixarem-se guiar pela esperança e pelo desejo de uma sociedade justa e fraterna. Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, obtenha de Deus as bênçãos para todos nós.

Brasília – DF, 29 de abril de 2022.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte – MG
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre, RS
1º Vice-Presidente 

Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima, RR
2º Vice-Presidente

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ
Secretário-Geral 



Fonte: https://www.cnbb.org.br/mensagem-povo-brasileiro-fe-esperanca-compromisso-vida-brasil/

O PAPA: O ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS OFENDE A VIDA EM SEU FLORESCIMENTO, É INACEITÁVEL


O Pontífice sublinhou que o serviço confiado à Comissão para a Tutela dos Menores deve "ser realizado com cuidado" e requer "a atenção contínua da Comissão, para que a Igreja não seja apenas um lugar seguro para os menores e um lugar de cura, mas seja totalmente confiável na promoção de seus direitos no mundo inteiro. Infelizmente, não faltam situações em que a dignidade das crianças é ameaçada, e isso deveria ser uma preocupação de todos os fiéis e de todas as pessoas de boa vontade".

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, no Vaticano, nesta sexta-feira (29/04), os membros da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, que se reuniram em assembleia plenária esta semana.

O Pontífice sublinhou que o serviço confiado à Comissão para a Tutela dos Menores deve "ser realizado com cuidado" e requer "a atenção contínua da Comissão, para que a Igreja não seja apenas um lugar seguro para os menores e um lugar de cura, mas seja totalmente confiável na promoção de seus direitos no mundo inteiro. Infelizmente, não faltam situações em que a dignidade das crianças é ameaçada, e isso deveria ser uma preocupação de todos os fiéis e de todas as pessoas de boa vontade".

Assumir a responsabilidade de prevenir os abusos 

“O abuso, em todas as suas formas, é inaceitável. O abuso sexual de crianças é particularmente grave porque ofende a vida em seu florescimento. Em vez de florescer, a pessoa abusada é ferida, às vezes de forma indelével.”

Recentemente recebi uma carta de um pai, cujo filho foi abusado e, por causa disso, não saiu de seu quarto por muitos anos, marcando cotidianamente a família com as consequências do abuso. As pessoas abusadas às vezes se sentem presas entre a vida e a morte. Estas são realidades que não podemos remover, por mais dolorosas que sejam.

"O testemunho dos sobreviventes é uma ferida aberta no corpo de Cristo que é a Igreja", frisou o Papa, exortando os membros da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores "a trabalharem diligente e corajosamente para tornar conhecidas estas feridas, buscar aqueles que sofrem por causa delas e reconhecer nestas pessoas o testemunho de nosso Salvador sofredor. Cada membro da Igreja, de acordo com seu status, é chamado a assumir a responsabilidade de prevenir os abusos e trabalhar pela justiça e cura".

Métodos a fim de que a Igreja proteja os menores

A seguir, o Papa disse que com a Constituição Apostólica Praedicate Evangelium, estabeleceu formalmente a Comissão como parte da Cúria Romana, dentro do Dicastério para a Doutrina da Fé. Isso não deve colocar em risco a liberdade de pensamento e ação da Comissão ou diminuir a importância das questões por ela tratadas. "Convido-os a estarem vigilantes para que isso não aconteça", ressaltou Francisco.

O Papa pediu aos membros da Comissão para que proponham "os melhores métodos a fim de que a Igreja proteja os menores e as pessoas vulneráveis ​​e ajude os sobreviventes a se curarem, levando em conta que a justiça e a prevenção são complementares". Um serviço que fornece "melhores práticas e procedimentos que podem ser implementados em toda a Igreja".

As sementes lançadas começam a dar bons frutos

Francisco pediu também para que "a tutela e o cuidado das pessoas abusadas se tornem norma em todas as áreas da vida da Igreja. "Sua estreita colaboração com o Dicastério para a Doutrina da Fé e outros Dicastérios deve enriquecer seu trabalho e ele, por sua vez, enriquecer o da Cúria e das Igrejas locais. Como isso possa ser feito da maneira mais eficaz, deixo para a Comissão e o Dicastério. Trabalhando juntos, eles implementam concretamente o dever da Igreja de proteger aqueles que estão sob sua responsabilidade. Este dever se baseia na concepção da pessoa humana em sua dignidade intrínseca, com atenção especial aos mais vulneráveis. O compromisso no âmbito da Igreja universal e das Igrejas particulares concretiza o plano de proteção, cura e justiça, segundo as respectivas competências", sublinhou Francisco.

“As sementes lançadas começam a dar bons frutos. A incidência de abuso de menores por parte do clero tem mostrado um declínio por vários anos nas partes do mundo onde dados e recursos confiáveis ​​estão disponíveis.”

Anualmente, gostaria que vocês me preparassem um relatório sobre as iniciativas da Igreja para a proteção de menores e adultos vulneráveis. Isso pode ser difícil no início, mas peço-lhes que comecem por onde for necessário a fim de fornecer um relatório confiável sobre o que está acontecendo e o que precisa mudar, para que as autoridades competentes possam agir. Este relatório será um fator de transparência e responsabilidade e - espero - dará uma indicação clara de nosso progresso neste compromisso. Se não houver progresso, os fiéis continuarão perdendo a confiança em seus pastores, tornando cada vez mais difícil o anúncio e o testemunho do Evangelho


Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-04/papa-francisco-abuso-sexual-inaceitavel-tutela-menores-vida.html