quarta-feira, 31 de agosto de 2022

FRANCISCO: O DISCERNIMENTO É ÁRDUO, MAS INDISPENSÁVEL PARA VIVER


"Discernir é um ato importante que se refere a todos, porque as escolhas constituem uma parte essencial da vida", disse o Papa Francisco durante a primeira catequese sobre o discernimento, na Audiência Geral desta quarta-feira.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco iniciou um novo ciclo de catequeses sobre o tema do discernimento na Audiência Geral, desta nesta quarta-feira (31/08), realizada na Sala Paulo VI. "O que significa discernir", foi o tema deste encontro semanal com os fiéis.

Discernir é um ato importante que se refere a todos, porque as escolhas constituem uma parte essencial da vida. Discernir as escolhas. Escolhe-se uma comida, uma roupa, um curso de estudos, um emprego, uma relação. Em tudo isso se realiza um projeto de vida, e também se concretiza a nossa relação com Deus.

É necessário saber discernir

No Evangelho, Jesus fala do discernimento com imagens tiradas da vida comum; por exemplo, descreve os pescadores que selecionam os peixes bons e descarta os maus; ou o comerciante que sabe identificar, entre muitas pérolas, a de maior valor. Ou aquele que, lavrando um campo, se depara com algo que se revela um tesouro.

"À luz destes exemplos, o discernimento se apresenta como um exercício de inteligência, de perícia e inclusive de vontade, para reconhecer o momento favorável: são estas as condições para fazer uma boa escolha", disse o Papa, acrescentando:

As decisões são tomadas por cada um de nós. Não há quem a tome por nós. Adultos, livres. Podemos pedir um conselho, pensar, mas a decisão é própria. Não se pode dizer: "Eu perdi isso, porque meu marido decidiu, minha esposa decidiu, meu irmão decidiu": não! Você deve decidir, cada um de nós deve decidir. Por isso, é importante saber discernir: para decidir bem é necessário saber discernir.

O discernimento envolve os afetos

"O Evangelho sugere outro aspecto importante do discernimento: ele envolve os afetos. Quem encontrou o tesouro não tem dificuldade de vender tudo, tão grande é a sua alegria. O termo usado pelo evangelista Mateus indica uma alegria totalmente especial, que nenhuma realidade humana pode dar; e com efeito, repete-se em pouquíssimas outras passagens do Evangelho, todas elas relativas ao encontro com Deus. É a alegria dos Magos quando, depois de uma viagem longa e árdua, veem de novo a estrela; é a alegria das mulheres que regressam do sepulcro vazio, depois de ouvir o anúncio da ressurreição, feito pelo anjo. É a alegria de quem encontrou o Senhor", disse ainda Francisco.

No juízo final Deus fará um discernimento, o grande discernimento, em relação a nós", frisou o Papa, reiterando que "é muito importante saber discernir: as grandes escolhas podem surgir de circunstâncias à primeira vista secundárias, mas que se revelam decisivas. Numa decisão boa, a vontade de Deus se encontra com nossa vontade; se encontra o caminho atual com o eterno. Tomar uma decisão justa, depois de um caminho de discernimento, é fazer esse encontro: o tempo com o eterno".

O discernimento é a reflexão da mente e do coração

Conhecimento, experiência, afetos e vontade são alguns elementos indispensáveis para o discernimento, mas o discernimento exige também "esforço". "Segundo a Bíblia, não encontramos diante de nós, já embalada, a vida que devemos viver. Deus nos convida a avaliar e a escolher: Criou-nos livres e quer que exerçamos a nossa liberdade. Por isso, discernir é difícil", sublinhou o Pontífice.

O discernimento é aquela reflexão da mente, do coração que devemos fazer antes de tomar uma decisão. O discernimento é árduo, mas indispensável para viver. Requer que eu me conheça, que saiba o que é bom para mim aqui e agora. Exige sobretudo uma relação filial com Deus que nunca impõe a sua vontade, porque quer ser amado, não temido. E o amor só pode ser vivido na liberdade. Para aprender a viver é preciso aprender a amar, e por isso é necessário discernir.

 Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-08/papa-francisco-audiencia-geral-discernimento-vida.html

O TEMPO DE DEUS

 

Pe. Johnja López Pedrozo

EVANGELHO DO DIA

 + Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 4,38-44

Naquele tempo: 38Jesus saiu da sinagoga e entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava sofrendo com febre alta, e pediram a Jesus em favor dela. 39Inclinando-se sobre ela, Jesus ameaçou a febre, e a febre a deixou. Imediatamente, ela se levantou e começou a servi-los. 40Ao pôr do sol, todos os que tinham doentes atingidos por diversos males, os levaram a Jesus.
Jesus colocava as mãos em cada um deles e os curava.
41De muitas pessoas também saíam demônios, gritando: 'Tu és o Filho de Deus.' Jesus os ameaçava, e não os deixava falar, porque sabiam que ele era o Messias. 42Ao raiar do dia, Jesus saiu, e foi para um lugar deserto. As multidões o procuravam e, indo até ele,
tentavam impedi-lo que os deixasse. 43Mas Jesus disse:
'Eu devo anunciar a Boa Nova do Reino de Deus também a outras cidades, porque para isso é que eu fui enviado.' 44E pregava nas sinagogas da Judéia. 
Palavra da Salvação.

REFLXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE

 

31 DE AGOSTO DE 2022

 

4ª. FEIRA XXII SEMANA DO

TEMPO COMUM

 

Cor Verde

 

1ª. Leitura – I Cor 3, 1-9

 

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 3,1-9

1Irmãos, não pude falar-vos como a pessoas espirituais. Tive que vos falar como a pessoas carnais, como a crianças na vida em Cristo. 2Pude oferecer-vos somente leite, não alimento sólido,
pois ainda não éreis capazes de tomá-lo. E nem atualmente sois capazes de receber alimento sólido, 3visto que ainda sois carnais.
As rivalidades e rixas que existem aí, no meio de vós, acaso não mostram que sois carnais e que procedeis de acordo com os impulsos naturais? 4Quando um declara: 'Eu sou de Paulo',
e outro: 'Eu sou de Apolo', não estais procedendo como pessoas simplesmente naturais? 5Pois, o que é Apolo? O que é Paulo?
- Não passam de servidores, pelos quais chegastes à fé. E cada um deles exerce seu serviço segundo o dom recebido de Deus.
6Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é que fazia crescer. 7De modo que nem o que planta, nem o que rega são, propriamente, importantes. Quem é importante é aquele que faz crescer: Deus.
8Aquele que planta e aquele que rega formam uma unidade, mas cada um receberá o seu próprio salário, proporcional ao seu trabalho. 9Com efeito, nós somos cooperadores de Deus,
e vós sois lavoura de Deus, construção de Deus.

Palavra do Senhor.

 

Reflexão -  o nosso crescimento espiritual não depende da nossa idade cronológica

É o Espírito Santo é quem trabalha em nós e nos faz amadurecer. Portanto, o nosso crescimento espiritual não depende da nossa idade cronológica, mas da crescente entrega do nosso entendimento e do nosso raciocínio lógico ao Espírito Santo para que Ele complete em nós a Sua obra. O que faz a diferença, entre o homem espiritual e o homem carnal é, justamente, a prática das suas ações quando guiadas pelo Espírito Santo ou dirigidas pela sua natureza humana. Sinal de pouca maturidade espiritual são as rixas, as rivalidades, as fofocas, os partidos, os ciúmes, as preferências que vemos acontecer cada dia mais, até dentro da Igreja. Quantas vezes nós vemos pessoas já idosas agindo como se fossem crianças, tomando partido, fazendo questão por coisas supérfluas, que não lhe são necessárias! Porque continuamos infantis é que estes fatos ocorrem e nós não suportamos um alimento mais sólido e mais consistente. O alimento sólido tem como substância os nossos atos de renúncia, de despojamento, de perdão, de partilha, de compreensão. Damos prova de maturidade espiritual quando aprendemos a ceder o lugar, a fazer as coisas por amor deixando os nossos interesses de lado. O homem alimentado pelo Espírito Santo consegue fazer proezas que na sua humanidade, naturalmente não conseguiria. Cada um de nós tem uma função no reino de Deus e a importância relativa. Nenhum de nós é maior do que o outro na edificação da Igreja de Jesus Cristo. Como diz São Paulo, um é o que planta, outro é quem rega, mas Deus é quem faz crescer a obra. As pessoas passam! Elas são apenas como faróis que indicam o Caminho que nos leva ao encontro de Deus. O Caminho é Jesus, portanto, não devemos nunca nos indispor com ninguém, tomando partido ou posição a favor ou contra alguém, – Como anda o seu relacionamento com as pessoas? – Você costuma valorizar mais a uns do que os outros? – Existe alguém com quem você não fala, a quem você não cumprimenta?  - Saiba você que se assim for você é um homem – mulher, que ainda não cresceu, continua infantil, sem compromisso com Deus.

 

Salmo - 32,12-13. 14-15. 20-21 (R. 12b)

 

R. Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

12Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, *
e a nação que escolheu por sua herança!
13Dos altos céus o Senhor olha e observa;*
ele se inclina para olhar todos os homens.R.

14Ele contempla do lugar onde reside *
e vê a todos os que habitam sobre a terra.
15Ele formou o coração de cada um *
e por todos os seus atos se interessa.R.

20No Senhor nós esperamos confiantes, *
porque ele é nosso auxílio e proteção!
21Por isso o nosso coração se alegra nele, *
seu santo nome é nossa única esperança.R.

 

Reflexão - Precisamos sempre ter em mente de que somos a herança de Deus e de que Ele está sempre muito perto de nós conhece os nossos anseios, nossas fraquezas e as nossas forças.  Ele nos escolheu e, por isso, se interessa por nós. Assim sendo, podemos crescer e prosperar, ter esperança e sonhar, porque o Senhor nos olha dos altos céus e observa todas as nossas boas intenções. Nada que fizermos será em vão e todas as nossas boas ações terão uma recompensa. Podemos esperar confiantes no Senhor, pois Ele é o nosso auxílio e proteção.                                        

 

Evangelho – Lc 4, 38-44

 

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 4,38-44

Naquele tempo: 38Jesus saiu da sinagoga e entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava sofrendo com febre alta, e pediram a Jesus em favor dela. 39Inclinando-se sobre ela, Jesus ameaçou a febre, e a febre a deixou. Imediatamente, ela se levantou e começou a servi-los. 40Ao pôr do sol, todos os que tinham doentes atingidos por diversos males, os levaram a Jesus.
Jesus colocava as mãos em cada um deles e os curava.
41De muitas pessoas também saíam demônios, gritando: 'Tu és o Filho de Deus.' Jesus os ameaçava, e não os deixava falar, porque sabiam que ele era o Messias. 42Ao raiar do dia, Jesus saiu, e foi para um lugar deserto. As multidões o procuravam e, indo até ele,
tentavam impedi-lo que os deixasse. 43Mas Jesus disse:
'Eu devo anunciar a Boa Nova do Reino de Deus também a outras cidades, porque para isso é que eu fui enviado.' 44E pregava nas sinagogas da Judéia.
Palavra da Salvação.

 

Reflexão - não podemos duvidar de que Jesus possa nos curar das nossas enfermidades

Jesus Cristo veio a terra para salvar todos os que se encontram inseridos em situação de penúria. Por isso, ninguém poderá afirmar que já não tem condições de ter uma vida nova, de sair de situações de pecado, de desgraça, de enfermidade e de morte.  A sogra de Pedro é um exemplo de que a qualquer momento e em qualquer circunstância da nossa existência nós também poderemos servir a Deus e à Igreja de Cristo. A fé daquelas pessoas que pediram a Jesus que orasse por aquela mulher já idosa, foi com certeza, o instrumento para que aquele prodígio se realizasse. “Imediatamente, ela se levantou e começou a servi-los”! Com efeito, não podemos duvidar de que Jesus possa nos curar das nossas enfermidades, nos libertar do mal e nos fazer reviver, mesmo que estejamos à beira da morte.  As doenças e os males que sofremos hoje são na maioria das vezes, lamentos da nossa alma necessitada do toque de Jesus, da sua Palavra e da Sua orientação. Uma vez tocados (as) pelo Senhor, banhados (as) pela Sua Misericórdia nós também podemos nos levantar da nossa “cama”, isto é, da nossa vida sem sentido e buscar a outros (as) que também precisam receber o toque do Amor de Jesus. As multidões procuravam Jesus e não queriam largá-Lo, por isso, Ele não parava, não tinha descanso e só se afastava do povo quando ia orar ao Pai. Jesus não se prendia a lugar nenhum, Ele não tinha predileções, curava todos os doentes que encontrava e dava nova vida às pessoas sem esperança. Hoje Ele também precisa de nós para continuar fazendo milagre e prodígios, por isso, Jesus nos cura e nos faz sair da inanição. Somos curados, para amar e servir a Deus aqui na terra em favor de todos que são necessitados de salvação. A Boa Nova do Reino que Jesus anunciou aqui na terra é a Boa Notícia que nós devemos transmitir a todos: “Jesus, o filho de Deus, está muito perto de nós. Mora no nosso coração e nos quer curar de todos os males, hoje, como antes”. 

 - Você já teve alguma experiência de cura ou de libertação? 

- Depois que foi curado (a), você foi também servir a Jesus?

 – Você acha que já fez muito e que precisa de descanso?

 – Você costuma se apegar aos grupos e pessoas?

 – Você é uma pessoa que aceita mudanças ou é uma pessoa acomodada?


Helena Serpa,

Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho 

 

 

SANTO DO DIA - SÃO RAIMUNDO NONATO

 


 

Cardeal e Sacerdote Mercedário (1200-1240)

Origens 

São Raimundo nasceu em Portell, na Catalunha, Espanha, em 1200. Seus pais eram nobres, porém não tinham grandes fortunas. O seu nascimento aconteceu de modo trágico: sua mãe morreu durante os trabalhos de parto, antes de dar-lhe à luz. 

Extraído vivo do seio da sua mãe sem vida, recebeu o sobrenome de Nonato, ou seja, “não nascido”. 

Chamado Religioso

Dotado de grande inteligência, fez com certa tranquilidade seus estudos primários. O pai, percebendo os dotes religiosos do filho, tratou de mandá-lo administrar uma pequena fazenda de propriedade da família. Com isso, queria demovê-lo da ideia de ingressar na vida religiosa. Porém as coisas aconteceram exatamente ao contrário.

Raimundo, no silêncio e na solidão em que vivia, fortificou ainda mais sua vontade de dedicar-se unicamente à Ordem de Nossa Senhora das Mercês, fundada por seu amigo Pedro Nolasco, agora também santo. A Ordem tinha como principal finalidade libertar cristãos que caíam nas mãos dos mouros e eram por eles feitos escravos. Nessa missão, dedicou-se de coração e alma.

Ingresso na Ordem

Apesar da dificuldade, conseguiu o consentimento do pai. Finalmente, em 1224, ingressou na Ordem, recebendo o hábito das mãos do próprio fundador. Ordenou-se sacerdote e seus dotes de missionário vieram à tona, dedicando-se nessa missão de coração e alma. 

Missão: Converter

Devido à sua paixão pelas missões, foi enviado em missão à Argélia, norte da África, para resgatar cristãos das mãos dos muçulmanos. Conseguiu libertar cento e cinquenta escravos e devolvê-los às suas famílias.

Quando se ofereceu como refém, sofreu no cativeiro verdadeiras torturas e humilhações. Mas mesmo assim não abandonou seu trabalho. Levava o conforto e a Palavra de Deus aos que sofriam mais do que ele e já estavam prestes a renunciar à fé em Jesus.

De Torturado a Cardeal

Muitas foram as pessoas convertidas por ele, o que despertou a ira dos magistrados muçulmanos. Os quais mandaram que lhe perfurassem a boca e colocassem cadeados e abriam-na para lhe dar de comer a escassa ração dos presos. Tudo isso, para que Raimundo nunca mais pudesse falar e pregar a doutrina de Cristo.

Raimundo sofreu durante oito meses essa tortura até ser libertado, mas com a saúde abalada. Quando chegou à pátria, na Catalunha, em 1239, logo foi nomeado cardeal pelo papa Gregório IX, que o chamou para ser seu conselheiro em Roma. Empreendeu a viagem no ano seguinte, mas não conseguiu concluí-la.

Páscoa

Próximo de Barcelona, na cidade de Cardona, já com a saúde debilitada pelos sofrimentos do cativeiro, Raimundo Nonato foi acometido de forte febre. Acabou morrendo, em 31 de agosto de 1240, quando tinha, apenas, quarenta anos de idade.

Raimundo Nonato foi sepultado naquela cidade. Seu túmulo tornou-se local de peregrinação, sendo, então, erguida uma igreja para abrigar seus restos mortais. 

Via de Santificação 

Seu culto propagou-se pela Espanha e pela Europa, sendo confirmado por Roma em 1681. São Raimundo Nonato, devido à condição difícil do seu nascimento, é venerado como Padroeiro das Parturientes, das Parteiras e dos Obstetras.

Minha oração

“Querido Santo, rogai pelas gestantes em suas dores e angústias assim como os profissionais da saúde que cuidam e se esmeram nessa missão. Alcançai a graça do nascimento das gestações mais difíceis e impossíveis. Amém! ”

São Raimundo Nonato, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova Notícis

terça-feira, 30 de agosto de 2022

MARIA DE FÁTIMA SILVA MACIEL, MÃE DO PADRE RAFHAEL

 


BISPOS REUNIDOS EM APARECIDA ENVIAM CARTA AO PAPA FRANCISCO

 

Os bispos brasileiros na sua carta recordam os 200 anos de Independência do Brasil e as próximas eleições. "Observamos que os contextos da comemoração histórica e do exercício democrático de direito desenvolvem-se sob clima de tensão entre os Poderes da República”, escrevem.

Silvonei José – Aparecida – Vatican News

“Querido Papa Francisco, nós, bispos, manifestamos-lhe proximidade fraterna e apoio no exercício do seu ministério petrino, serviço exigente e indispensável à unidade e comunhão da Igreja Católica”: é o que escrevem os bispos brasileiros reunidos na 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida numa carta enviada nesta terça-feira (30/08) ao Papa Francisco.

Os bispos recordam no texto que a “Assembleia realiza-se no contexto da celebração dos 70 anos da CNBB e dos 15 anos da Conferência de Aparecida. Nesse clima, - continua o documento - nos encaminhamos, em espírito de colegialidade e sinodalidade, para a realização do 18º Congresso Eucarístico Nacional a realizar-se em novembro próximo, na Arquidiocese de Olinda e Recife, com o tema “Pão em todas as mesas”.  Também se aproxima o III Ano Vocacional com o tema “Vocação: graça e missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33), a ser aberto oficialmente na Solenidade de Cristo Rei.

“Comunhão, participação e missão” – destacam os bispos - constituem a inspiração e o critério das duas etapas da 59ª Assembleia Geral. “Esta inspiração foi enriquecida pela conclusão da fase diocesana do Sínodo em todas as Igrejas Particulares do Brasil”.

Os membros da CNBB evidenciam que nesta 2ª etapa da 59ª Assembleia, se ocuparam da votação de quatro textos sumamente importantes para a Conferência Episcopal e para a Igreja no Brasil: 1. a atualização do Estatuto da CNBB, resultado de três anos de reflexões, escutas e discernimentos; 2. as traduções das orações eucarísticas do Missal Romano e a votação final da tradução da 3ª Edição típica; 3. critérios e orientações para a instituição do Ministério do Catequista e do Rito de Instituição; 4. e o documento da Animação Bíblica da Vida e da Pastoral da Igreja no Brasil.

Outra questão evidenciada no texto é a pesquisa “Saúde Integral do Clero”, que busca traçar um diagnóstico do estado da saúde dos ministros ordenados. Destaca-se que muitos dos problemas de sofrimento psíquico, cansaço por sobrecarga de atividades, experiências de solidão, estilo de vida sedentário e pouco saudável, que já existiam de modo latente, foram agravados com a pandemia de Covid-19.

Uma recordação ainda os 200 anos de Independência do Brasil (1822 – 2022). Neste contexto, a sociedade brasileira se encaminha para a eleição dos seus representantes legislativos e executivos, em âmbito nacional e estadual. “Contudo, - evidenciam os bispos - observamos que os contextos da comemoração histórica e do exercício democrático de direito desenvolvem-se sob clima de tensão entre os Poderes da República”.

Na carta a Francisco os prelados destacam que a Conferência Episcopal tem se esforçado para animar as pessoas e as organizações da sociedade civil, através do Pacto pela Vida e pelo Brasil, dentro da tônica de amizade e cooperação social, em vista do bem comum, proposta na Carta Encíclica Fratelli Tutti. “Acreditamos na irrenunciável missão de nos empenharmos na promoção da pessoa humana à luz da fé cristã”.

Os bispos manifestam então ao Papa Francisco proximidade fraterna e apoio no exercício do seu ministério petrino, serviço exigente e indispensável à unidade e comunhão da Igreja Católica. Em que pesem os desafios, o seu testemunho segue luminoso e fecundo para vida da Igreja.

Uma alegria particular pela nomeação cardinalícia de Dom Leonardo Ulrich Steiner e Dom Paulo Cézar Costa. Seguimos esperançosos e animados pela continuidade das visitas Ad Limina.

Asseguramos-lhe as nossas preces junto a Deus, escrevem os bispos, e com a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, “rogamos bênçãos profusas sobre Vossa Santidade e seu ministério, ao tempo, em que lhe pedimos que reze sempre por nós e nos confirme no seguimento de Cristo, por sua proximidade e Bênção Apostólica”.

 

O texto na íntegra:

 

Estimado Papa Francisco, 

Com nossas saudações e votos de saúde e paz, servimo-nos do presente para cumprimentá-lo, no contexto da etapa presencial da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O Conselho Permanente da CNBB optou por uma Assembleia em duas partes. A primeira foi realizada em abril, e aconteceu com participação remota. A segunda está acontecendo nestes dias, em Aparecida – SP, com presença física, conforme o Senhor nos permitiu.

Nossa Assembleia realiza-se no contexto da celebração dos 70 anos da CNBB e dos 15 anos da Conferência de Aparecida. Nesse clima, nos encaminhamos, em espírito de colegialidade e sinodalidade, para a realização do 18º Congresso Eucarístico Nacional a realizar-se em novembro próximo, na Arquidiocese de Olinda e Recife, com o tema “Pão em todas as mesas”.  Também se aproxima o III Ano Vocacional com o tema “Vocação: graça e missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33), a ser aberto oficialmente na Solenidade de Cristo Rei.

“Comunhão, participação e missão” constituem a inspiração e o critério das duas etapas da 59ª Assembleia Geral. Esta inspiração foi enriquecida pela conclusão da fase diocesana do Sínodo em todas as Igrejas Particulares do Brasil o que nos proporcionou a oportunidade de conhecer um retrato da escuta sinodal realizada nas comunidades eclesiais de todo o nosso País.

Nesta 2ª etapa da 59ª Assembleia, nos ocupamos da votação de quatro textos sumamente importantes para a Conferência Episcopal e para a Igreja no Brasil: 1. a atualização do Estatuto da CNBB, resultado de três anos de reflexões, escutas e discernimentos; 2. as traduções das orações eucarísticas do Missal Romano e a votação final da tradução da 3ª Edição típica; 3. critérios e orientações para a instituição do Ministério do Catequista e do Rito de Instituição; 4. e o documento da Animação Bíblica da Vida e da Pastoral da Igreja no Brasil.

Abordamos também, nestes dias, a pesquisa “Saúde Integral do Clero”, que busca traçar um diagnóstico do estado da saúde dos ministros ordenados. Observamos que muitos dos problemas de sofrimento psíquico, cansaço por sobrecarga de atividades, experiências de solidão, estilo de vida sedentário e pouco saudável, que já existiam de modo latente, foram agravados com a pandemia de Covid-19. Desejamos com esta pesquisa encontrar caminhos de acompanhamento pastoral dos ministros ordenados, no horizonte da melhora da nossa qualidade de vida e de ministério.

O Brasil neste ano comemora 200 anos da sua Independência (1822 – 2022). Neste contexto, a sociedade brasileira se encaminha para a eleição dos seus representantes legislativos e executivos, em âmbito nacional e estadual. Contudo, observamos que os contextos da comemoração histórica e do exercício democrático de direito desenvolvem-se sob clima de tensão entre os Poderes da República.

A Conferência Episcopal tem se esforçado para animar as pessoas e as organizações da sociedade civil, através do Pacto pela Vida e pelo Brasil, dentro da tônica de amizade e cooperação social, em vista do bem comum, proposta na Carta Encíclica Fratelli Tutti. Acreditamos na irrenunciável missão de nos empenharmos na promoção da pessoa humana à luz da fé cristã. Nesta tarefa, em que reconhecemos a essência do humanismo solidário cristão.

Querido Papa Francisco, nós, bispos, manifestamos-lhe proximidade fraterna e apoio no exercício do seu ministério petrino, serviço exigente e indispensável à unidade e comunhão da Igreja Católica. Em que pesem os desafios, o seu testemunho segue luminoso e fecundo para vida da Igreja.

Estamos também em comunhão com o consistório que ora se realiza. Alegramo-nos, de modo particular, pela nomeação cardinalícia de Dom Leonardo Ulrich Steiner e Dom Paulo Cézar Costa. Seguimos esperançosos e animados pela continuidade das visitas Ad Limina.

Asseguramos-lhe as nossas preces junto a Deus. Com a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, rogamos bênçãos profusas sobre Vossa Santidade e seu ministério, ao tempo, em que lhe pedimos que reze sempre por nós e nos confirme no seguimento de Cristo, por sua proximidade e Bênção Apostólica.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-08/bispos-reunidos-em-aparecida-enviam-carta-ao-papa-francisco.html

O TEMPO DE DEUS

 

Pe. Johnja López Pedrozo

EVANGELHO DO DIA

 + Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 4,31-37

Naquele tempo: 31Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia,
e aí ensinava-os aos sábados. 32As pessoas ficavam admiradas com o seu ensinamento, porque Jesus falava com autoridade. 33Na sinagoga, havia um homem possuído pelo espírito de um demônio impuro, que gritou em alta voz: 34'O que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!' 35Jesus o ameaçou, dizendo: 'Cala-te, e sai dele!'
Então o demônio lançou o homem no chão, saiu dele, e não lhe fez mal nenhum. 36O espanto se apossou de todos e eles comentavam entre si: 'Que palavra é essa? Ele manda nos espíritos impuros, com autoridade e poder, e eles saem.' 37E a fama de Jesus se espalhava em todos os lugares da redondeza.
Palavra da Salvação

REFLEXÕES SOBRE ASA LEITURAS DE HOJE

 

30 DE AGOSTO DE 2022

 

3ª. FEIRA XXII SEMANA DO

TEMPO COMUM

 

Cor Verde

1ª. Leitura – I Cor 2,10b-16

 

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 2,10b-16

Irmãos: 10A nós Deus revelou esse mistério através do Espírito.
Pois o Espírito esquadrinha tudo, mesmo as profundezas de Deus.
11Quem dentre os homens conhece o que se passa no homem
senão o espírito do homem que está nele? Assim também, ninguém conhece o que existe em Deus, a não ser o Espírito de Deus. 12Nós não recebemos o espírito do mundo, mas recebemos o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos os dons da graça que Deus nos concedeu. 13Desses dons também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com a sabedoria aprendida do Espírito: assim, ajustamos uma linguagem espiritual às realidades espirituais. 14O homem psíquico - o que fica no nível de suas capacidades naturais - não aceita o que é do Espírito de Deus: pois isso lhe parece uma insensatez. Ele não é capaz de conhecer o que vem do Espírito, porque tudo isso só pode ser julgado com a ajuda do mesmo Espírito. 15Ao contrário, o homem espiritual - enriquecido com o dom do Espírito - julga tudo,
mas ele mesmo não é julgado por ninguém. 16Com efeito, quem conheceu o pensamento do Senhor, de maneira a poder aconselhá-lo? Nós, porém, temos o pensamento de Cristo.

Palavra do Senhor.

 

Reflexão – pelo Batismo o nosso espírito foi enriquecido pelo Espírito Santo de Deus.

Somente o Espírito de Deus pode nos revelar os mistérios de Deus, por isso, São Paulo afirma: “Ninguém conhece o que existe em Deus, a não ser o Espírito de Deus.” Tudo o que vem de Deus só pode ser julgado com a ajuda do Espírito de Deus. Da mesma forma, a nossa realidade interior só poderá ser avaliada segundo a capacidade do nosso próprio espírito que, pelo Batismo foi enriquecido pelo Espírito Santo de Deus. Assim sendo, podemos dizer que temos em nós o pensamento de Cristo! Não recebemos o espírito do mundo, porquanto as coisas do espírito não são compreendidas pelo nosso homem psíquico – aquele que fica no nível das nossas capacidades naturais - e o que vem do Espírito de Deus nos parece loucura. Deus nos deu o Seu Espírito Santo para que, além de ajuizar o que há no nosso espírito, também tenhamos conhecimento dos mistérios divinos usufruindo dos dons e da graça que Ele nos concedeu. Desses dons nós só podemos falar com palavras ensinadas pela sabedoria que vem do alto.  O que é do alto, isto é, o que é de Deus só pode ser discernido pelo Espírito Santo de Deus o qual esquadrinha tudo.  São Paulo nos esclarece que o homem que é presenteado com o dom do Espírito, julga tudo, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Isto significa que, quando somos aconselhados (as) e guiados (as) pelo Espírito Santo e seguimos o pensamento de Cristo nós nos tornamos parecidos com Ele e estamos isentos (as) dos juízos de Deus Pai, pois, vivemos segundo a Sua vontade e estamos conformados  ao Seu modo de ser e não conforme o pensamento do mundo. Será que você também tem o pensamento de Cristo?  – Você tem crescido no conhecimento de Deus por revelação do Espírito Santo? – Você já percebeu que muitas coisas as quais não compreendia antes, hoje já são mais claras para si?  - A que você atribui isto?

 

Salmo - 144,8-9. 10-11. 12-13ab. 13cd-14 (R. 17a)

 

R. É justo o Senhor em seus caminhos.

8Misericórdia e piedade é o Senhor, *
ele é amor, é paciência, é compaixão.
9O Senhor é muito bom para com todos, *
sua ternura abraça toda criatura.R.

10Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, *
e os vossos santos com louvores vos bendigam!
11Narrem a glória e o esplendor do vosso reino *
e saibam proclamar vosso poder!R.

12Para espalhar vossos prodígios entre os homens *
e o fulgor de vosso reino esplendoroso.
13aO vosso reino é um reino para sempre, *
13bvosso poder, de geração em geração.R.

13cO Senhor é amor fiel em sua palavra, *
13dé santidade em toda obra que ele faz.
14Ele sustenta todo aquele que vacila *
e levanta todo aquele que tombou.R.

 

Reflexão - Neste salmo nós tomamos conhecimento dos atributos de Deus e das razões pelas quais Ele é digno do nosso louvor e adoração.  O que o salmo diz de Deus? Ele é misericórdia, piedade, amor, paciência, compaixão.  Ele é bom para com todos e cheio de ternura com todas as criaturas. O Senhor é amor fiel, santo e justo. Assim sendo, nós temos mil e uma razões para glorificá-Lo e espalhar os Seus prodígios entre os homens. Aproveitemos, pois, para fazer isto todos os dias da nossa vida.

 

Evangelho – Lc 4, 31-37

 

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 4,31-37

Naquele tempo: 31Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia,
e aí ensinava-os aos sábados. 32As pessoas ficavam admiradas com o seu ensinamento, porque Jesus falava com autoridade. 33Na sinagoga, havia um homem possuído pelo espírito de um demônio impuro, que gritou em alta voz: 34'O que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!' 35Jesus o ameaçou, dizendo: 'Cala-te, e sai dele!'
Então o demônio lançou o homem no chão, saiu dele, e não lhe fez mal nenhum. 36O espanto se apossou de todos e eles comentavam entre si: 'Que palavra é essa? Ele manda nos espíritos impuros, com autoridade e poder, e eles saem.' 37E a fama de Jesus se espalhava em todos os lugares da redondeza.
Palavra da Salvação.

 

Reflexão – Jesus tinha plena consciência da sua missão e agia com firmeza e poder  

As pessoas ficavam admiradas com o ensinamento de Jesus e reconheciam a Sua autoridade porque o que Ele falava vinha da Sua convicção por viver em conformidade com o que proclamava. Jesus não tinha dúvidas da Sua missão salvífica e da Sua identidade de Filho de Deus. Conduzido pelo Espírito Santo, Ele mantinha uma intimidade perene com o Pai e recebia Dele todas as instruções para que pudesse realizar a Sua obra aqui na terra. Assim sendo, os Seus ensinamentos eram convincentes e as Suas ações concretas. Ele sabia o que estava ensinando e tinha certeza daquilo sobre o qual estava falando porque vivenciava o que pregava.  A Sua vida era o próprio Evangelho!   Ele não agia como nós, que às vezes, fazemos as coisas sem convicção, com medo, inibidos e terminamos por dar contratestemunho dos ensinamentos evangélicos.   Dessa forma, Ele demonstrava ter plena consciência da sua missão e agia com firmeza e poder. A partir Dele as coisas aconteciam conforme Ele pregava. Ele não vacilava e, por conseguinte, até os demônios O reconheciam e O obedeciam. Os espíritos maus eram submissos à Sua autoridade, mais até que os fariseus e doutores da lei. Jesus deixou para nós a incumbência de também mandar calar os espíritos impuros e libertar os cativos. Entretanto, para que isso seja possível, nós também necessitamos entrar em sintonia com o Pai, em oração, e pedir que o Espírito Santo se manifeste por meio de nós e das nossas palavras e ações. Assim também poderemos fazer o que Jesus fez e muito mais ainda, como Ele próprio nos afirma em outra passagem.  Portanto, o poder do Espírito, a Fé em Jesus e a coerência da nossa vida nos farão ter autoridade na pregação e na ação.

– Você acredita que o poder de Deus lhe fará remover montanhas e expulsar os males?

 – Você assume toda a Palavra que pronuncia em nome de Deus? 

- Como você tem transmitido o Evangelho às pessoas, falando ou vivendo?

- Você tem autoridade sobre os “espíritos maus”?

 - O que falta para que isto aconteça?


Helena Serpa,

Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

SANTO DO DIA - SÃO CESÁRIO DE ARLES

 Os santos, como ninguém, entenderam que a graça do Cristo que quer santificar a todos é sempre a mesma na eficiência, abundância e liberalidade. Cesário de Arles foi um desses homens que se abriu ao querer de Deus, e por isso, como bispo, tornou-se uma personalidade marcante do seu tempo.

Cesário nasceu na França, em 470. Ao deixar sua casa, entrou para o mosteiro de Lérins, onde se destacou pela inteligência, bom humor, docilidade e rígida penitência, que mais tarde acabou exigindo imperfeitamente dos monges sob sua administração. Diante dos excessos de penitências, Cesário precisou ir se tratar na cidade de Arles – Sul da França-, local do aprofundamento dos seus estudos e mais tarde da eleição episcopal.

São Cesário de Arles, até entrar no Céu com 73 anos de idade, ocupou-se até o fim com a salvação das almas, e isso fazia, concretamente, pela força da Palavra anunciada e escrita, tornando-se assim o grande orador popular do Ocidente latino e glória para a vida monástica, já que escreveu duas Regras monásticas. Em tudo buscava comunicar a ortodoxia da fé e aquilo que lutava para viver com o Espírito Santo e irmãos, por isso, no campo da moral cristã, Cesário de Arles salientava o cultivo da justiça, prática da misericórdia e o cuidado da castidade.

São Cesário de Arles, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova Notícias

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

OS CARDEAIS DO MUNDO NO VATICANO COM O PAPA PARA REFLETIR SOBRE A REFORMA DA CÚRIA

 

Hoje, 29, e amanhã, 30 de agosto, se realiza o encontro a portas fechadas na Sala Nova do Sínodo para aprofundar aspectos da Praedicate Evangelium, a Constituição Apostólica em vigor desde 5 de junho passado. Três sessões entre manhã e tarde, depois a missa na terça-feira, em São Pedro, com os novos cardeais. Os dois dias são também uma ocasião para aprofundar o conhecimento entre os membros do Colégio cardinalício.

Salvatore Cernuzio – Vatican News

São pouco menos de 200 cardeais, dos 226 do Colégio, que participam entre hoje e amanhã, 29 e 30 de agosto, do encontro a portas fechadas desejado e convocado pelo Papa para aprofundar a Constituição apostólica Praedicate Evangelium, com a qual Francisco reformou a Cúria Romana. Este é provavelmente o maior e mais participado encontro do Papa com o Colégio cardinalício. Nunca nos dez anos de pontificado de Jorge Mario Bergoglio um encontro desse tipo e uma participação assim tão ampla tinha sido vista apenas oito anos atrás, quando o Pontífice convocou o duplo Sínodo sobre a família (2014-15), convidando cerca de 180 bispos e cardeais.

Sessões de trabalho

Tendo vindo a Roma de seus países nos últimos dias para acolher os 20 novos confrades criados no Consistório de 27 de agosto, os purpurados, junto com os patriarcas orientais e superiores da Secretaria de Estado, vivem na Sala Nova do Sínodo três sessões de trabalho entre manhã e tarde, com uma pausa para o almoço. A missa do Papa na Basílica de São Pedro com os novos cardeais, na terça-feira, 30 de agosto, às 17h30, concluirá os dois dias de encontro. Francisco não celebrou a missa com os cardeais no domingo por causa da visita a Aquila.

Aos participantes, disseram eles, foi dada nas últimas semanas uma agenda para indicar temas e perguntas sobre diferentes aspectos relacionados ao Documento. Os debates são feitos durante todo o dia de hoje e amanhã de manhã, em grupos linguísticos e, em seguida, os momentos de discussão na plenária.

Clima fraterno

Enquanto isso, a primeira sessão desta manhã "ocorreu num clima muito fraterno", disse ao Vatican News o cardeal Enrico Feroci, pároco de Santa Maria del Divino Amore, em Castel di Leva. Depois da oração inicial, Francisco abriu o encontro com algumas palavras convidando todos a darem sua contribuição durante esses dois dias de reflexão. Os cardeais então se dividiram em vários grupos e por fim se reuniram para compartilhar as reflexões. O cardeal Feroci explicou que os cardeais abordaram dois temas principais: o da comunhão, ou seja, do testemunho do amor recíproco entre os cristãos, e, em seguida, a questão da dificuldade por parte da sociedade atual de se abrir à mensagem do Evangelho com uma consideração sobre as formas de superar essas dificuldades.

Grande participação

Por sua vez, o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério das Causas dos Santos, destacou ao Vatican News a grande participação dos cardeais no encontro, com um diálogo aberto e intenso, em especial na perspectiva missionária que traça a nova Constituição apostólica e a necessidade de focar no anúncio do maior mandamento, o da caridade. 

O anúncio do Papa

Foi no Angelus de 29 de maio passado, o mesmo em que ele anunciou a criação de novos cardeais, que o Papa Francisco deu a notícia de querer reunir o Colégio Sagrado por dois dias para explicar o conteúdo e as novidades da Constituição Apostólica, promulgada em 19 de março, quase a surpresa após uma gestação de quase dez anos.

"Na segunda e terça-feira, 29 e 30 de agosto, será realizada uma reunião de todos os cardeais para refletir sobre a nova Constituição apostólica Praedicate Evangelium e no sábado, 27 de agosto, realizarei um Consistório para a criação de novos cardeais."

Notícias e indicações da Praedicate Evangelium

O documento entrou em vigor em 5 de junho, na Solenidade de Pentecostes. O texto contém e sistematiza muitas das reformas já implementadas nos últimos anos pelo Papa, estudadas e formuladas pelo Conselho de Cardeais, instituído pelo Papa Francisco nos primeiros anos de pontificado. A Constituição também introduz algumas novidades, começando pela unificação e mudança de nome de diferentes Dicastérios. No entanto, a Praedicate Evangelium - como o próprio nome sugere - confere uma estrutura mais missionária à Cúria para que possa estar cada vez mais a serviço das Igrejas particulares e da evangelização. 

"Missionariedade"

Este é um dos principais aspectos da Constituição apostólica, a chave de leitura para interpretar a reforma, mas também uma direção global para a Igreja deste tempo. Embora focada em mudanças na estrutura de Dicastérios e departamentos, a Praedicate Evangelium "amplia" os confis da Cúria, criando uma linha direta com as Conferências Episcopais e as diferentes Dioceses dos cinco continentes.

Uma ponte entre a Cúria e os episcopados

"Com a Constituição entre as diferentes Igrejas e a Cúria, agora há um espaço de escuta e diálogo", explicou o novo cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, na Amazônia brasileira, ao Vatican News no encontro do último sábado na Sala de Imprensa da Santa Sé poucas horas antes do Consistório. "Agora, não se vem mais a Roma para dizer o que fizemos, agora se vem para aprender, mas a Cúria também sabe aprender de uma maneira diferente. Percebe-se melhor quem está a serviço do Santo Padre, a serviço dos bispos, e esta é uma esperança de ser uma Igreja mais fraterna em que se ouve, onde se vive e assume a diversidade cultural", disse Steiner.

Igreja em peregrinação

As perguntas sobre as quais refletir são muitas, sublinhou o novo cardeal Arthur Roche, prefeito do Dicastério para o Culto Divino: a colaboração entre a Cúria e os episcopados, a presença dos leigos em papéis de responsabilidade, a "missionariedade" e a "conversão da Igreja". Em particular, os dois últimos "são elementos muito importantes", disse o cardeal inglês. "A Praedicate Evangelium não é apenas algo para a reforma da Cúria, é também para as relações entre todas as Conferências Episcopais e a Santa Sé. Missão e conversão envolvem todos num processo quase sinodal. Podemos dizer que somos uma Igreja em peregrinação".

Aprofundar o conhecimento

A reunião de hoje e amanhã também é uma forma de garantir que os cardeais, que atualmente compõem o Colégio de Cardeais, alguns dos quais vêm das periferias do mundo e realidades distantes, possam aprofundar seus conhecimentos. A visão universal que sempre distinguiu as escolhas do Papa Francisco para o Consistório, com a representação de países que nunca em sua história tinham visto um cardeal, fez com que o Colégio fosse hoje composto por membros distantes, tanto pela formação cultural quanto pela sensibilidade pastoral, tanto pelas posições geográficas que dificultam a participação assídua ou a participação a encontros em Roma. O encontro com o Papa é um espaço de diálogo e aprofundamento 'humano', conforme sublinhado pelo arcebispo emérito de Cartagena, o cardeal colombiano Jorge Enrique Jiménez Carvajal: "O Consistório e o encontro com o Papa nos ajudam a nos conhecer um pouco, a nos sentirmos mais conscientes e a nos preparar para o futuro".

 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-08/papa-francisco-encontro-cardeais-praedicate-evangelium-vaticano.html