terça-feira, 31 de março de 2020

"AQUA FONS VITAE", NOVO DOCUMENTO VATICANO DEDICADO A UM RECURSO ÚNICO




O homem, a natureza e o desenvolvimento estão indissoluvelmente ligados à água, mas ainda existem muitas pessoas e lugares que não têm acesso a ela. Os diferentes aspectos e desafios relacionados a esse tema são abordados no documento divulgado pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. “É uma batalha pela vida”.
Gabriella Ceraso/Mariangela Jaguraba – Cidade do Vaticano
Água, fonte da vida e salvação para o homem e o planeta. Começa com essa premissa e se fundamenta no Magistério social dos Papas e no trabalho desempenhado pela Igreja nos vários países, o novo documento publicado, nesta segunda-feira (30/03), pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral por ocasião do Dia Mundial da Água 2020. O título do documento é “Aqua fons vitae. Orientações sobre a Água, símbolo do choro dos pobres e do choro da Terra”. Por enquanto, o documento está disponível, apenas em inglês, no site do Dicastério.

Aspectos e dimensões da água

O documento distingue três dimensões ou aspectos relacionados à água: o aspecto ligado ao uso humano, o relativo ao ser um recurso usado em muitas atividades humanas, em particular agricultura e indústria, e por fim, a água entendida como superfície, ou seja, rios, aquíferos subterrâneos, lagos e especialmente oceanos e mares. Para cada aspecto, o texto apresenta desafios e propostas operacionais para aumentar a consciência sobre o assunto e o compromisso local. A parte final propõe uma reflexão sobre educação e integridade.

Estratégias globais para estruturas católicas no mundo

Sem água limpa, não há vida, saúde e desenvolvimento. Por isso, o Dicastério anuncia, por ocasião da publicação de “Aqua fons vitae”, a definição de uma estratégia global de higiene nas estruturas de saúde pertencentes à Igreja. “Muitas estruturas de saúde nos países pobres e em desenvolvimento não têm acesso adequado à água para as necessidades básicas de limpeza, e bilhões de pacientes, equipes de atendimento e famílias estão em risco, pois faltam fundações ou infraestruturas para um atendimento digno, seguro e de qualidade”, lê-se no documento. “E a situação é particularmente alarmante nessas semanas marcadas pela pandemia.”
A Igreja sempre foi pioneira neste setor e alguns líderes mundiais estão tendo cada vez mais consciência sobre o assunto, concretizando planos de ação para enfrentar o problema de maneira rápida e eficiente. O Dicastério incentiva as “coalizões de órgãos governamentais, organizações privadas e caritativas” para que participem dessa batalha pela vida.

Pesquisas e coletas de fundos

“Vários sistemas de saúde católicos também iniciaram pesquisas para definir a extensão e a complexidade do problema, examinando uma amostra das estruturas de saúde católicas”, ressalta o texto. O dicastério vaticano, em colaboração com alguns parceiros, como a Catholic Relief Services e o Global Water 2020, decidiu incentivar e contribuir com esse esforço, promovendo, quando possível, pesquisas suplementares nos países selecionados. Os resultados deste estudo, bem como os resultados de outras pesquisas recentemente conduzidas por organizações de saúde católicas, serão usados como ponto de partida para os planos de implementação e arrecadação de fundos, a fim de apoiar os planos operacionais”, sublinha. 
As organizações interessadas em participar dessa iniciativa poderão entrar em contato com o Dicastério (a partir de meados de abril) para solicitar mais informações ou discutir oportunidades de parceria.

Fonte: Vatican News

SANTA SÉ EM LUTO PELA ITÁLIA E PELO MUNDO



Adesão do Vaticano à iniciativa dos prefeitos italianos de exibir as bandeiras a meio mastro em memória das vítimas do Covid-19. Uma solidariedade que a Santa Sé estende ao resto do planeta, onde há um total de 700.000 casos e 38.000 vítimas.
Alessandro De Carolis - Cidade do Vaticano
Um meio-dia de luto e a bandeira italiana “tricolor” que se abaixa. Os municípios italianos decidiram recordar as vítimas do coronavírus neste dia 31 de março e "honrar o sacrifício e o compromisso dos trabalhadores da saúde", baixando a bandeira a meio mastro. Um gesto que encontra a proximidade da Santa Sé, pronta a fazer o mesmo com a sua bandeira para expressar "proximidade às vítimas da pandemia na Itália e no mundo, às suas famílias e àqueles que generosamente lutam para pôr fim a ela", como anunciou esta manhã a Sala de Imprensa do Vaticano.
A iniciativa foi lançada pela Anci, a Associação que reúne os Municípios italianos, "para idealmente abraçar a todos", um sinal "de apoio uns aos outros, como nós prefeitos sabemos fazer", disse Antonio Decaro, prefeito de Bari e presidente da Anci. A "centelha" foi desencadeada pelo presidente da Província de Bérgamo, Gianfranco Gafforelli, para os prefeitos de seu território, com Decaro, que então decidiu estendê-la a todo o país.

Fonte: Vatican News

O PAPA REZA PELOS SEM-TETO: SEJAM AJUDADOS PELA SOCIEDADE, A IGREJA OS ACOLHA





Na Missa na Casa Santa Marta, esta terça-feira (31/03), o Papa dirigiu seu pensamento àqueles que neste período não têm uma habitação. Na homilia, convidou a contemplar Jesus na cruz: o Senhor assumiu sobre si os nossos pecados para salvar-nos
VATICAN NEWS
Francisco presidiu a Missa na Casa Santa Marta na manhã desta terça-feira (31/03) da V Semana da Quaresma. A Antífona de entrada é um encorajamento: “Espera no Senhor e sê corajoso! Fortifique-se teu coração; espera no Senhor” (Sl 26,14). Introduzindo a celebração, o Santo Padre pensou em que não tem casa:
Rezemos hoje pelos sem-teto, neste momento em que nos é pedido para estar dentro de casa. Para que a sociedade de homens e mulheres se dê conta desta realidade e os ajude, e a Igreja os acolha.

Na homilia, comentando as leituras do dia extraídas do Livro dos Números (Nm 21,4-9) e do Evangelho de João (Jo 8,21-30), recordou que Jesus se fez pecado para salvar-nos. Ele veio ao mundo para assumir sobre si os nossos pecados: na cruz não faz finta de sofrer e morrer. Contemplemos Jesus na cruz, e agradeçamos. A seguir, o texto da homilia transcrita pelo Vatican News:
A serpente certamente não é um animal simpático: sempre é associada ao mal. Também na Revelação a serpente é propriamente o animal que o diabo usa para induzir ao pecado. No Apocalipse o diabo é chamado de a antiga serpente, aquela que desde o início morde, envenena, destrói, mata. Por isso, daí não se pode sair. Se se quiser apresentar como quem propõe coisas bonitas, são fantasias: nós acreditamos nelas e desse modo pecamos. Foi isso o que aconteceu com o povo de Israel: não suportou a viagem. Estava cansado. E o povo disse contra Deus e contra Moisés. É sempre a mesma música, não? “Por que nos fizestes sair do Egito para morrermos no deserto? Não há pão, falta água, e já estamos com nojo desse alimento miserável, o maná”. E a imaginação – lemos dias atrás – dirige-se sempre ao Egito: “Mas, ali estávamos bem, comíamos bem..”. E também, parece que o Senhor não suportou o povo, neste momento. Irritou-se: a ira de Deus, por vezes, se mostra... E então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas, que os mordiam e morriam. “Morreu muita gente em Israel”. Naquele momento, a serpente é sempre a imagem do mal: o povo vê na serpente o pecado, vê na serpente aquilo que fez, o mal. E vai ter com Moisés e diz: “Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós as serpentes”. Arrepende-se. Esta é a história no deserto. Moisés intercedeu pelo povo, e o Senhor disse a Moisés: “Faze uma serpente abrasadora e coloca-a como sinal sobre uma haste; aquele que for mordido e olhar para ela viverá”.
Eu venho a pensar: mas isso não é uma idolatria? Há a serpente ali, um ídolo, que me dá a saúde... Não se entende. Logicamente, não se entende, porque esta é uma profecia, este é um anúncio daquilo que acontecerá. Porque ouvimos também como profecia próxima, no Evangelho: “Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo”. Jesus elevado: na cruz. Moisés faz uma serpente e a eleva. Jesus será elevado, como a serpente, para dar a salvação. Mas o núcleo da profecia é propriamente que Jesus se fez pecado por nós. Não tem pecado: se fez pecado. Como diz São Pedro na segunda Carta: “Assumiu sobre si os nossos pecados”. E quando nós olhamos para o crucifixo, pensamos no Senhor que sofre: tudo aquilo é verdade. Mas nos detemos antes de chegar ao centro daquela verdade: neste momento, Tu pareces o maior pecador, Ti fizeste pecado. Assumiu sobre si todos os nossos pecados, aniquilou-se até agora.

A cruz, é verdade, é um suplício, há aí a vingança dos doutores da Lei, daqueles que não queriam Jesus: tudo isso é verdade. Mas a verdade que vem de Deus é que Ele veio ao mundo para assumir sobre si os nossos pecados a ponto de fazer-se pecado. Todo pecado. Os nossos pecados estão ali.
Devemos acostumar-nos a olhar sob esta luz, que é a mais verdadeira, é a luz da redenção. Em Jesus feito pecado vemos a derrota total de Cristo. Não faz finta de morrer, não faz finta de não sofrer, sozinho, abandonado... “Pai, porque me abandonaste? Uma serpente: eu sou elevado como uma serpente, como aquele que é todo pecado.
Não é fácil entender isso e, se pensarmos, jamais chegaremos a uma conclusão. Somente, contemplar, rezar e agradecer.
O Santo Padre terminou a celebração com a adoração e a bênção eucarística, convidando a fazer a Comunhão espiritual. A seguir, a oração recitada pelo Papa:
Meu Jesus, eu creio que estais presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós!
Antes de deixar a Capela dedicada ao Espírito Santo foi entoada uma antiga antífona mariana Ave Regina Caelorum (“Ave Rainha dos Céus”).

Fonte: Vatican News

TERÇO DA ESPERANÇA E DA SOLIDARIEDADE: NESTA QUARTA-FEIRA, NOVO MOMENTO DE ORAÇÃO


Terço da Esperança e da Solidariedade: nesta quarta-feira, novo momento de oração
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) continua sua iniciativa de oração em comunhão com toda a Igreja no Brasil. Nesta quarta-feira, 1º de abril, às 15h30, mais uma vez será formada uma corrente nacional com a oração do Terço da Esperança e da Solidariedade, que será transmitido pelas TVs de inspiração católica do país, emissoras de rádio e pelas páginas da Conferência no Facebook e no Youtube.
Conduzirá o momento de oração em torno da emergência de saúde pública da covid-19 o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, direto do Santuário Basílica de Nossa Senhora da Piedade, em Caeté (MG).
O Terço da Esperança e da Solidariedade é uma iniciativa da CNBB que, frente à pandemia do novo coronavírus e em comunhão com o Papa Francisco no compromisso de intensificar as orações neste período, une todo o Brasil em um momento comum de oração.
Motiva com mais intensidade o momento de oração do Papa Francisco na última sexta-feira, quando o pontífice ofereceu uma reflexão a respeito da passagem do Evangelho de São Marcos, capítulo 4,  e quando concedeu a bênção Urbi et Orbi:
“Perante o sofrimento, onde se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos, descobrimos e experimentamos a oração sacerdotal de Jesus: «Que todos sejam um só» (Jo 17, 21). Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos! A oração e o serviço silencioso: são as nossas armas vencedoras”.
A iniciativa, principalmente em momentos delicados e difíceis como o que o mundo está passando, busca elevar os corações ao Deus da Vida, no acolhimento de sua Palavra, fortalecendo a fé, a esperança e a união. “Conscientes de que as restrições ao convívio não durarão para sempre, aprendamos a valorizar a fraternidade, tornando-nos ainda mais desejosos de, passada a pandemia, podermos estar juntos, celebrando a vida, a saúde, a concórdia e a paz” (trecho da nota “Tempos de Esperança e Solidariedade” da CNBB).
Conscientes ainda, à luz da Palavra de Deus, para o sentido da vida como Dom e Compromisso, tema da Campanha da Fraternidade deste ano, a intenção da oração do terço é dedicada também, além das vítimas, aos profissionais que incansavelmente trabalham por uma solução. “Sejamos disciplinados, obedeçamos às orientações e decisões para nosso bem e não nos falte o discernimento sábio para cancelamentos e orientações que preservem a vida como compromisso com nosso dom mais precioso” (trecho da nota “Tempos de Esperança e Solidariedade” da CNBB).
Para compartilhar os momentos de oração nas redes sociais use a hashtag adotada pelo Papa Francisco: #rezemosjuntos
Acompanhe:
www.facebook.com/cnbbnacional
www.youtube.com/cnbbnacional
Fonte: CNBB

AGENDA DO ARCEBISPO: MAIO DE 2020


Disponibilizamos a agenda (provável) de Dom José Antonio, arcebispo Metropolitano de Fortaleza.

NOMEAÇÕES E PROVISÕES - MARÇO 2020



  1. Provisão dos membros do Conselho Econômico da Paróquia Nossa Senhora dos Remédios em Benfica, Fortaleza 01 03 2020
  2. Provisão dos membros do Conselho Econômico da Paróquia Nossa Senhora Aparecida em Vicente Pinzon, Fortaleza 09 03 2020
  3. Provisão dos membros do Conselho Econômico da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Ideal, Aracoiaba 09 03 2020
  4. Autorização de Santa Reserva Eucarística em Capelas da Paróquia São Luís Gonzaga em Pitombeiras, Cascavel 09 03 2020
  5. Provisão dos membros do Conselho Econômico da Paróquia São Francisco de Assis em Mangabeira, Eusébio 09 03 2020
  6. Provisão de Chanceler ad hoc da Cúria Arquidiocesana – Dom Valdemir Vicente Andrade Santos 20 03 2020
  7. DECRETO No. 002/2020 – Determinações em tempo de coronavírus 20 03 2020
  8. Provisão de Reitor do Santuário de São Francisco das Chagas em Canindé – Fr. Jonaldo Adelino de Souza, OFM 20 03 2020
  9. Determinações Delegadas ao Bispo Diocesano pelo Decreto Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos – Em tempo de Covid-19 – 23 03 2020
  10. Provisão dos membros do Conselho Econômico da Paróquia Santo Antônio em Capuan, Caucaia 30 03 2020
  11. Provisão dos membros do Conselho Econômico da Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Guaramiranga 30 03 2020

"UMA SEMANA SANTA DIFERENTE"

EDITORIAL DE ABRIL DE 2020

dom jose antonio
Dom José Antonio

Neste editorial estou me unindo as palavras de um irmão bispo no qual me vejo perfeitamente expresso em tudo o que desejaria transmitir aos queridos irmãos de nossa Arquidiocese de Fortaleza por ocasião desta Quaresma e Semana Santa tão especial que estamos e estaremos vivendo. Com Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará, e a partir de sua mensagem semanal, que muito gentilmente me cedeu, assim me dirijo a você, que me dá sua atenção.
“Durante o ano inteiro a Igreja celebra a Páscoa do Senhor! Missa é memorial permanente, em toda parte, do nascer ao pôr do sol, da Morte e Ressurreição do Senhor. Domingo, dia do Senhor – e não dos senhores! – é Páscoa semanal, o dia daquele que é a Luz do Mundo. A data da Páscoa, estabelecida a partir do dia da Ressurreição do Senhor, celebrada como a festa maior da vida da Igreja, não pode ser mudada, pois é a festa das festas! Sua preparação é feita com uma Quarentena, Quaresma de Oração, Penitência e exercício da Caridade. O Tríduo Pascal, Páscoa da Ceia, Páscoa da Cruz Redentora e Páscoa da Ressurreição, é o coração de toda a vida litúrgica da Igreja, fonte inesgotável de santidade e vida na graça para todos os cristãos! Na Páscoa o verdadeiro Cordeiro Pascal, aquele que pode abrir o livro da vida (Cf. Ap 5,1-14), se imola e se dá para a vida plena da humanidade. Nele, todos os nossos segredos mais íntimos são revelados e nos é dada a chave de compreensão de tudo o que vivemos e de toda a história humana. Após o Tríduo Pascal, a Páscoa se prolonga por cinquenta dias, até o Pentecostes, quando o fruto da Ressurreição de Cristo, o Dom do Espírito, infundido sobre os fiéis, é derramado em abundância!
Entende-se assim como nos é doloroso celebrar a Páscoa com os limites determinados pelas autoridades sanitárias, como acontece, de forma inusitada, para toda a Igreja. No entanto, justamente no mistério da dor, vemos o Cordeiro Imolado abrindo-nos a compreensão de tudo isso.
Podemos logo recordar que a Páscoa dos hebreus era celebrada nas casas. “O Senhor disse a Moisés e a Aarão no Egito: ‘Este mês será para vós o começo dos meses, será o primeiro mês do ano. Falai assim a toda a comunidade de Israel: No dia dez deste mês, cada um tome um animal por família – um animal para cada casa. Se a gente da casa for pouca para comer um animal, convidará também o vizinho mais próximo, de acordo com o número de pessoas. Devereis guardá-lo até o dia catorze deste mês, quando, ao cair da tarde, toda a comunidade de Israel reunida o imolará. Tomarão um pouco do sangue e untarão as ombreiras da porta das casas onde comerem. Deverão comer a carne assada ao fogo, com pães sem fermento e ervas amargas, com os cintos na cintura, os pés calçados, o cajado na mão; e comereis às pressas, pois é a Páscoa (isto é, Passagem) do Senhor. Nessa noite eu passarei pela terra do Egito e matarei todos os primogênitos no país, tanto das pessoas como dos animais. Farei justiça contra todos os deuses do Egito. O sangue servirá de sinal nas casas onde estiverdes. Ao ver o sangue, passarei adiante, e não vos atingirá a praga exterminadora quando eu ferir a terra do Egito. Este dia será para vós um memorial em honra do Senhor, que haveis de celebrar por todas as gerações, como instituição perpétua’” (Cf. Ex 12,1-14). “Quando vossos filhos vos perguntarem: ‘Que significa este rito?’, respondereis: ‘É o sacrifício da Páscoa do Senhor, que passou ao lado das casas dos israelitas no Egito, quando feriu os egípcios e salvou as nossas casas’” (Ex 12,26-27).
E foi numa casa, que chamamos “Cenáculo”, que Jesus reuniu seus discípulos para a Ceia Pascal judaica e ali antecipou a sua própria Páscoa, na instituição da Eucaristia. Ali deu de presente seu Mandamento novo. Ali lavou os pés de seus discípulos, para que todos encontremos nosso modo de fazer o lava-pés. No mesmo lugar, os discípulos se reuniram em oração, com Maria, a Mãe de Jesus, preparando a efusão do Espírito Santo. Após o Pentecostes, foi nas casas que as primeiras Comunidades se reuniam, perseverando na doutrina dos Apóstolos, na Comunhão dos bens, na oração e na Fração do Pão, o primeiro nome da celebração Eucarística.
Podemos dar um salto no tempo para acolher a Páscoa nas casas, à qual a Igreja nos convida, diante de fatos dolorosos que exigem nossa vigilância, a prudência e a prática da caridade. Os pais e mães de família são convidados a reunir, na intimidade e no recolhimento dos lares, sem muita gente, apenas o pequeno núcleo da casa, para rezar juntos, ouvir a Palavra de Deus, partilhar a refeição fraterna. Para estarem todos unidos à Igreja que vive a sua Páscoa, mesmo com os membros dispersos, temos o serviço da transmissão das celebrações da Semana Santaa partir da Catedral Metropolitana de Fortalezapelos meios de comunicação, assim como grande quantidade de Paróquias que transmitirão as celebrações através das mídias sociais.
Para o Domingo de Ramos, quando se abre a Semana Santa, nasceu entre nós uma proposta, que providencialmente se une ao que a CNBB sugeriu ao Brasil inteiro, de as famílias colocarem ramos em lugar de honra em suas casas. Muitas famílias poderão afixá-los em janelas, portas de apartamentos, portões, ou outras formas de manifestação do que gostaríamos todos de fazer, com a costumeira procissão de Ramos, que não acontecerá neste ano. Na Missa dos Ramos e da Paixão às 8h00min a ser transmitida a partir da Catedral Metropolitana, por rádio, televisão e mídias sociais, assim como nas Missas de nossas Paróquias, transmitidas também pelas redes sociais, haverá a bênção dos Ramos, após a leitura do Evangelho que narra a entrada de Jesus em Jerusalém, logo no início da Missa, no lugar do Ato Penitencial. Nenhuma casa fique sem a acolhida jubilosa de Jesus, portador de salvação, vida, saúde e liberdade: “Bendito o que vem em nome do Senhor!”
Na Quinta-feira Santa, a Santa Missa da Ceia do Senhor, que será celebrada também na Catedral Metropolitana ‘as 18h30min, mesmo sem a presença dos fieis, que seguirão em casa pelas transmissões, estaremos renovando nossa fé na presença viva de Jesus na Santa Eucaristia, no dom de Seu Mandamento Novo de amor, na instituição do sacerdócio do Novo Testamento, para realizar sempre em sua memória o sacrifício redentor no sacramento. 
Temos um bonito costume de celebrar a Sexta-feira Santa com muita dignidade. Com início às 15h00min, estaremos celebrando a Paixão e Morte do Senhor, a Oração Universal pela Igreja e por toda a Humanidade redimida pela vida do Senhor doada em Amor até o fim. Reconheceremos na cruz nossa salvação e nos uniremos em comunhão espiritual, já que, não poderemos receber todos a Santa Comunhão Sacramental, pois estaremos em casa confinados, mas não isolados. Todos unidos num só Amor.
Todas as celebrações da Semana Santa serão transmitidas pelos nossos Meios de Comunicação. Na Noite de Páscoa, com seu início no Sábado Santo às 18h30min, também com transmição via rádio e redes sociais, celebraremos a Solene Vigília Pascal. Em casa cada família providencie uma vela para cada um de seus membros, a fim de participar da renovação dos compromissos batismais. Da parte do Arcebispo, fica o convite a que todos possam fazê-lo acompanhando a Vigília Pascal da Catedral. Nossa Semana Santa será diferente, celebrada em nossas casas, mas será igualmente santa e bem vivida!”
E a todos nosso votos de Santa e Feliz Páscoa no Senhor Ressuscitado, Ele é a nossa Vida e a nossa Salvação, nossa Luz e Esperança de vitória. Com Ele, o Amor tudo venceu, vence e vencerá.
+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza


O TEMPO DE DEUS

Pe. Johnja López

EVANGELHO DO DIA


Jo 8,21-30


+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 8,21-30

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 21'Eu parto e vós me procurareis, mas morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou,
vós não podeis ir.' 22Os judeus comentavam: 'Por acaso, vai-se matar? Pois ele diz: 'Para onde eu vou, vós não podeis ir'?'
23Jesus continuou: 'Vós sois daqui de baixo, eu sou do alto.
Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. 24Disse-vos que morrereis nos vossos pecados, porque, se não acreditais que eu sou, morrereis nos vossos pecados.' 25Perguntaram-lhe pois:
'Quem és tu, então?' Jesus respondeu: 'O que vos digo, desde o começo. 26Tenho muitas coisas a dizer a vosso respeito, e a julgar também. Mas aquele que me enviou é fidedigno, e o que ouvi da parte dele é o que falo para o mundo.' 27Eles não compreenderam que lhes estava falando do Pai. 28Por isso, Jesus continuou:
'Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo, mas apenas falo aquilo que o Pai me ensinou. 29Aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque sempre faço o que é de seu agrado.'
30Enquanto Jesus assim falava, muitos acreditaram nele.Palavra da Salvação.

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE




31 DE MARÇO DE 2020

3ª. FEIRA DA QUINTA

SEMANA DA QUARESMA

Cor Roxo

1ª Leitura - Nm 21,4-9


Leitura do Livro dos Números 21,4-9

Naqueles dias: Os filhos de Israel partiram do monte Hor, pelo caminho que leva ao mar Vermelho, para contornarem o país de Edom. Durante a viagem o povo começou a impacientar-se, 5e se pôs a falar contra Deus e contra Moisés, dizendo: 'Por que nos fizestes sair do Egito para morrermos no deserto? Não há pão, falta água, e já estamos com nojo desse alimento miserável'.
6Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas,
que os mordiam; e morreu muita gente em Israel. 7O povo foi ter com Moisés e disse: 'Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti.
Roga ao Senhor que afaste de nós as serpentes'. Moisés intercedeu pelo povo, 8e o Senhor respondeu: 'Faze uma serpente abrasadora
e coloca-a como sinal sobre uma háste; aquele que for mordido e olhar para ela viverá'. 9Moisés fez, pois, uma serpente de bronze
e colocou-a como sinal sobre uma haste. Quando alguém era mordido por uma serpente, e olhava para a serpente de bronze,
ficava curado. Palavra do Senhor.

Reflexão – “o pecado da impaciência e da murmuração”

Sem paciência para esperar o tempo de Deus o povo no deserto se afastou da Sua graça e caiu na desgraça do inimigo. Puseram-se a murmurar contra Deus e contra Moisés, pondo dúvidas sobre os benefícios de terem saído do Egito. Reclamavam por tudo esquecendo-se das maravilhas que Deus já operara na sua caminhada pelo deserto. Por causa disso, sofreram as consequências da sua rebeldia e lamentação, sendo mordidos por serpentes venenosas que os levaram até à morte. Isto também é o que acontece conosco enquanto atravessarmos o deserto da nossa vida. A história da nossa caminhada no deserto da vida é mais ou menos parecida com a daquele povo: somos mordidos pelo pecado da impaciência e da murmuração e também nos afastam da fonte da graça de Deus. Porque não aceitamos os acontecimentos da nossa existência, nos rebelamos diante do que entendemos ser injusto para nós e, então, nos afastamos e nos desviamos da graça de Deus e da Sua soberana vontade. Assim como eles, nós também murmuramos, reclamamos, não temos paciência, queremos desistir, desejamos fazer as coisas segundo a nossa vontade e nos damos mal, pois caímos na desgraça. A falta de conformação, a rebeldia e a murmuração trazem implicações funestas para nossa vida. Representam “a soberba do homem” que não admite passar por provações e dificuldades.   A serpente é o pecado que nos fere e deixa em nós o seu veneno devastador. Em virtude do nosso pecado, somos a cada dia, mordidos (as) por serpentes, isto é, caímos na rebeldia da nossa carne e nos afastamos de Deus. Deus poderia realizar muito mais por nós se resolvêssemos prosseguir sob a Sua guarda.  No entanto, o arrependimento é o primeiro passo para a nossa conversão. O povo, arrependido, pediu a intercessão de Moisés e este, atendeu às ordens do Senhor que lhe mandou fazer uma serpente de bronze como um sinal de salvação para quem olhasse para ela. É a prefiguração de Jesus Cristo que foi elevado na Cruz e se fez pecado para nos salvar. Quando olhamos para Jesus e nos apossamos do Seu poder salvador, nós também estamos livres do pecado que nos aprisiona. Jesus já foi elevado na CRUZ e se fez pecado para nos salvar. O nosso arrependimento e o reconhecimento do nosso ser pecador são os meios que possuímos para, também, sermos sarados quando formos picados pela “serpente” do pecado – Como você tem reagido diante das dificuldades que surgem? – Você é uma pessoa impaciente, que murmura e reclama pelas coisas que não saem de acordo com seus planos? – Você já experimentou olhar para Jesus esperando salvação? – Olhe para JESUS na Cruz e peça perdão por todas as suas murmurações, impaciências, desistências. A Cruz de Jesus é redentora e Ele quer ensiná-lo (a) por meio da Cruz!

Salmo - Sl 101, 2-3. 16-18. 19-21 (R. 2)


R. Ouvi, Senhor, e escutai minha oração
e chegue até vós o meu clamor.

2Ouvi, Senhor, e escutai minha oração, *
e chegue até vós o meu clamor!
3De mim não oculteis a vossa face *
no dia em que estou angustiado!
Inclinai o vosso ouvido para mim, *
ao invocar-vos atendei-me sem demora!R.

16As nações respeitarão o vosso nome, *
e os reis de toda a terra, a vossa glória;
17quando o Senhor reconstruir Jerusalém *
e aparecer com gloriosa majestade,
18ele ouvirá a oração dos oprimidos *
e não desprezará a sua prece.R.

19Para as futuras gerações se escreva isto, *
e um povo novo a ser criado louve a Deus.
20Ele inclinou-se de seu templo nas alturas, *
e o Senhor olhou a terra do alto céu,
21para os gemidos dos cativos escutar *
e da morte libertar os condenados.R.

Reflexão - A oração do homem e da mulher que se arrepende chega até os ouvidos de Deus e é atendida. O Senhor na sua infinita misericórdia não despreza a oração de quem está oprimido pelo pecado. Embora seja ele um ser pecador o homem pode esperar o perdão de Deus quando se arrepende. Por isso, o salmo diz que o Senhor olha a terra do alto do céu, para escutar os gemidos dos cativos e da morte libertar os condenados. Não existe mais condenação para quem suplica a misericórdia de Deus.

 

 

 

Evangelho - Jo 8,21-30


+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 8,21-30

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 21'Eu parto e vós me procurareis, mas morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou,
vós não podeis ir.' 22Os judeus comentavam: 'Por acaso, vai-se matar? Pois ele diz: 'Para onde eu vou, vós não podeis ir'?'
23Jesus continuou: 'Vós sois daqui de baixo, eu sou do alto.
Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. 24Disse-vos que morrereis nos vossos pecados, porque, se não acreditais que eu sou, morrereis nos vossos pecados.' 25Perguntaram-lhe pois:
'Quem és tu, então?' Jesus respondeu: 'O que vos digo, desde o começo. 26Tenho muitas coisas a dizer a vosso respeito, e a julgar também. Mas aquele que me enviou é fidedigno, e o que ouvi da parte dele é o que falo para o mundo.' 27Eles não compreenderam que lhes estava falando do Pai. 28Por isso, Jesus continuou:
'Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo, mas apenas falo aquilo que o Pai me ensinou. 29Aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque sempre faço o que é de seu agrado.'
30Enquanto Jesus assim falava, muitos acreditaram nele.Palavra da Salvação.

Reflexão – Jesus, o Verdadeiro Salvador da humanidade

Naquele tempo Jesus falou para os fariseus: “morrereis nos vossos pecados, se não acreditas que eu sou!” Morrer no pecado é desconhecer e rejeitar a salvação de Jesus! Por causa disso Jesus abria-lhes os olhos, mas eles não entendiam nada do que Ele lhes falava. Eles não tinham interesse em escutá-Lo porque o Seu pensamento não combinava com as suas aspirações e o seu modo de pensar. A mentalidade de Jesus divergia completamente de tudo o que o mundo costuma pregar, pois a mentalidade do mundo é diferente do modo de pensar de Deus.  Só quem nos pode tirar da morte do pecado é Jesus Cristo, Aquele que veio em nome do Pai para revelar ao mundo a Sua misericórdia.  A intimidade com o Pai fazia com que Jesus vivesse o que o Pai vivia. Hoje também há muitos que precisam de provas para manter a fé e perdem tempo na incredulidade esperando que algo mais aconteça e, por isso, não assumem o senhorio de Jesus, o Verdadeiro Salvador da humanidade.  Nós também não somos deste mundo, mas, podemos viver neste mundo com a mentalidade do alto como Jesus vivia. O primeiro passo é a Fé. Fé em Jesus Cristo que já foi elevado, que já ressuscitou e já nos deu vida nova, vida em abundancia: agora é esperar e confiar. Jesus procurava exortá-los e lhes dizia que seria elevado na Cruz, assim como Moisés elevou a serpente no deserto, e só assim acreditariam Nele. 

– Você também precisa de mais provas para crer que Jesus é o Senhor?
 – O que significa para você o Sinal da Cruz? 
– A salvação de Jesus tem causado efeito na sua vida? – 
- Para você o que significa viver na terra com os olhos voltados para o alto? 
- Em que momento aqui na terra você sente o clima de céu?
 – Você consegue explicar a alguém, isto? 

Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho