quarta-feira, 30 de setembro de 2020

CARDEAL GEORGE PELL REGRESSA A ROMA APÓS PROVAR SUA INOCÊNCIA NA AUSTRÁLIA



O Cardeal Pell à sua chegada a Roma. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa

 

Vaticano, 30 set. 20 / 03:11 pm (ACI).- O Cardeal George Pell já se encontra em Roma, onde chegou esta quarta-feira 30 de setembro em sua primeira viagem ao Vaticano desde 2017, quando pediu permissão ao Papa Francisco para deixar seu cargo de Prefeito da Secretaria de Economia e viajar a Austrália para defender-se das acusações de abuso sexual, das quais foi absolvido.

O Cardeal Pell enfrentou o júri devido à acusação de ter abusado sexualmente de um menor quando era Bispo de Melbourne. Depois de uma sentença condenatória, passou 13 meses na prisão em regime de isolamento. Entretanto, a condenação foi finalmente anulada pela Corte Suprema da Austrália depois da apelação do Cardeal e ele recobrou a liberdade.

Durante o tempo que passou na prisão, concluiu seu cargo de prefeito da Secretaria de Economia e, em seu lugar, o Santo Padre nomeou em 2019 o sacerdote jesuíta Juan Antonio Guerreiro Alves.

A volta do Cardeal Pell ao Vaticano se produz pouco depois da renúncia do Cardeal Angelo Becciu como prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, após ser acusado de desvio de recursos durante seu período na Secretaria de Estado e de favorecer empresas de parentes seus na Itália através de contratos.

Durante o tempo em que trabalhou como o segundo homem na hierarquia da Secretaria de Estado vaticana, ainda antes de ser criado Cardeal, Becciu manteve um enfrentamento direto com o Cardeal Pell. Segundo informações da agência em inglês do Grupo ACI, Catholic News Agency (CNA), o Cardeal Pell teria reprimido tentativas de Becciu interferir no trabalho da Secretaria de Economia.

Becciu, como Substituto da Secretaria de Estado, negou à Secretaria de Economia uma auditoria externa, que seria feita pela companhia PriceWaterhouseCooper, a todos os departamentos do Vaticano. Becciu cancelou de forma unilateral a mencionada auditoria, sem consultar com o Papa, e apenas comunicou por meio de uma carta aos departamentos da Cúria que a mesma não ocorreria. Assim, a auditoria solicitada pelo órgão comandado por Pell nunca se realizou.

Desde sua absolvição, o Cardeal Pell não realizou nenhuma declaração pública sobre seu trabalho à frente da Secretaria de Economia, nem sobre as acusações envolvendo o Cardeal Becciu. Entretanto, ao conhecer a renúncia do italiano reagiu à notícia agradecendo ao Pontífice pela firmeza na luta contra a corrupção no Vaticano.

“O Santo Padre foi eleito para limpar as finanças do Vaticano. Ele joga uma partida longa e é preciso agradecer-lhe e felicitá-lo pelos recentes acontecimentos. Espero que a limpeza dos estábulos continue tanto no Vaticano como em Vitória”, escreveu o Cardeal em um comunicado enviado ao grupo ACI em 25 de setembro.

 

Fonte: ACI Digital

 

PAPA NO DIA DE SÃO JERÔNIMO: FAZER DA BÍBLIA ALIMENTO DIÁRIO DO DIÁLOGO COMO SENHOR



Francisco assinou nesta quarta-feira (3) a Carta Apostólica “Sacrae Scripturae affectus”, por ocasião do 16º centenário da morte de São Jerônimo. Durante a Audiência Geral, o exemplo do Padroeiro dos Biblistas foi motivado pelo Papa em diferentes momentos, como na saudação aos peregrinos de língua portuguesa: “de bom grado, façam da Bíblia o alimento diário do diálogo de vocês com o Senhor, assim irão se tornar colaboradores sempre mais disponíveis para trabalhar pelo Reino que Jesus inaugurou neste mundo.”

Andressa Collet - Vatican News

Nesta quarta-feira (30), Dia da Bíblia, a Igreja celebra o legado de São Jerônimo, de quem é conhecida a célebre frase: “ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”. Estudou latim, grego e hebraico para melhor compreender as Escrituras e fazer traduções de muitos textos bíblicos, como a “Vulgata”, a primeira tradução da Bíblia para o latim; ele também era um enciclopédico, filósofo, teólogo, retórico e dialético. Neste 16º centenário da morte de São Jerônimo – que faleceu no ano de 420 com, praticamente, 80 anos de idade – o Papa Francisco assinou a Carta Apostólica “Sacrae Scripturae affectus”:

“Que o exemplo deste grande doutor e pai da Igreja, que colocou a Bíblia no centro da sua vida, desperte em todos um amor renovado pela Sagrada Escritura e o desejo de viver em diálogo pessoal com a Palavra de Deus.”

A Bíblia como alimento diário

Ainda na Audiência Geral desta quarta-feira (30), o Papa voltou a lembrar do Padroeiro dos Biblistas em diferentes momentos. Ao saudar os peregrinos de língua portuguesa, encorajou a se alimentar diariamente da Palavra de Deus:

“Hoje celebramos a memória de São Jerônimo que nos recorda que a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo. Queridos amigos, de bom grado, façam da Bíblia o alimento diário do diálogo de vocês com o Senhor, assim irão se tornar colaboradores sempre mais disponíveis para trabalhar pelo Reino que Jesus inaugurou neste mundo.”

Aos fiéis de língua espanhola, o Papa Francisco saudou, de modo especial, um grupo de sacerdotes do Pontifício Colégio Mexicano que estava no Pátio São Dâmaso, no Vaticano. Eles estão seguindo o caminho de São Jerônimo, ao buscar a formação integral permanente em Roma “para se conciliar cada dia mais a Cristo, Bom Pastor”:

“Hoje nos lembramos de São Jerônimo, um apaixonado estudante da Sagrada Escritura, que fez dela o motor e o alimento da sua vida. Que seu exemplo também nos ajude a ler e a conhecer a Palavra de Deus, ‘porque ignorar as Escrituras é ignorar Cristo’.”

 

Fonte: Vatican News

DOM JOÃO SOBRE "FRATELLI TUTTI" : SE ALGUÉM QUER SER O MAIOR, TEM QUE SER O MENOR



O prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, dom João Braz de Aviz, em entrevista ao Vatican News, analisou o contexto mundial – de crises e polarizações – que vai ganhar a nova encíclica do Papa Francisco sobre a fraternidade e a amizade social. O cardeal brasileiro acredita que o documento vai apresentar diretrizes que tocam, inclusive, os ministros da Igreja que devem seguir uma postura de serviço, não de poder.

Silvonei José, Andressa Collet - Vatican News

 

Já estamos em véspera de assinatura na nova encíclica do Papa Francisco, “Fratelli tutti”, que acontece no próximo sábado (3), em Assis, com a divulgação marcada para o dia de São Francisco (1182-1226), em 4 de outubro. Um documento que pretende revelar, em oito capítulos, a essência do carisma franciscano inserida no próprio subtítulo “sobre a fraternidade e a amizade social”.

A urgência de misericórdia

Junto aos desafios impostos ao mundo para enfrentar a pandemia de Covid-19, o contexto de crises mundiais tem delineado contrastes marcantes de polarizações. O prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, card. João Braz de Aviz, lembra as palavras do Papa durante o Sínodo Amazônico de 2019. Diante de vários testemunhos conflitantes, sem uma busca pela convergência, o Pontífice disse na ocasião que faltava “um transbordamento da misericórdia”, uma capacidade de formar a unidade do povo superando contradições, inclusive, nas próprias diferenças.

Essa é uma questão urgente, enalteceu o cardeal, porque “não podemos ficar nesse modo conflitivo de ver a realidade: eu jogo o lado bom, do meu lado, e condeno o lado errado, do outro lado. Eu preciso passar por esse limite que foi criado e perceber o que há realmente de positivo e de bom do outro lado”. Dom João afirmou, inclusive em se tratando da polarização latente vivida no Brasil e seguida com atenção pelo Papa Francisco, que “em todas as pessoas há sempre um lado bom e que é profundo e vantajoso pra todos” e é isso que “nós precisamos redescobrir na nossa história, ideias e, sobretudo, olhando aos ideais maiores”.

“O Papa Francisco não segue só o Brasil, ele segue o mundo inteiro e todas as realidades da Igreja. Eu não sei como é que ele faz. Eu acho que um pouco é a graça do próprio ministério que ele tem de Papa. Ele segue com inteligência, com escolhas lúcidas. Por exemplo, eu vejo nele um equilíbrio grande entre a saúde física e a saúde psíquica. O Papa não tem essas contradições de posições. Ele tem um conjunto de caminho sustentado por esta fé profunda e pela capacidade de discernir que ele tem. Eu acho que agora, neste momento, não poderia ter sido um Papa melhor do que o que nós temos: porque fala a nossa linguagem, porque é entendido até pelas crianças, porque fala para quem é da Igreja e para quem é fora da Igreja, não tem medo, não oprime ninguém, vai à frente propondo, mas propondo processos de mudança, sabendo esperar, não condenando, mas sugerindo caminhos. Acho que é que nós precisamos porque Deus teve tanta paciência com o povo no Antigo Testamento, anos e anos. Jesus teve tanta paciência com os apóstolos, inclusive deixando que eles crescessem devagar na sua formação de discípulos, conforme a possibilidade deles. Eu acho que a mesma coisa o Papa faz conosco, mas está nos dando sempre diretivas muito boas.”

O processo da fraternidade e da amizade social

Mais uma dessas diretivas virá com a terceira e nova encíclica do Papa Francisco. Inspirado no Santo de Assis, “Fratelli tutti” deve indicar o caminho para se percorrer a fraternidade, não somente em palavras, mas na ação, afinal, recorda dom João, “se alguém quer ser o maior, tem que ser o menor”, deve entender isso e agir assim:

“Há esquemas nos quais a Igreja mesmo entrou que, digamos, ou destruíram ou atrasaram esse processo da fraternidade. Nós temos coisas que, na própria espiritualidade, favoreceram isso. Às vezes, por exemplo, esse acreditar que uma pessoa detém toda a luz do Espírito Santo e, sendo superior, ele é aquele que sabe todos os caminhos, e os outros são feitos para seguir só atrás dele. Isso, por exemplo, não tem mais lugar: não existe alguém superior e alguém inferior no Evangelho. E é uma questão séria essa porque toca a nós, que somos ministros da Igreja, e que Jesus deixou sempre muito claro que a nossa não é uma postura de poder, mas é uma postura de serviço. Se alguém quer ser o maior tem que ser o menor, mas deve entender isso, agir assim, não ter medo de deixar as coisas acontecerem na fraternidade. Eu acho que a encíclica vai acentuar muito isso. A questão da obediência: uma obediência que nunca diz nada, que só sofre as consequências do que é mandado, de que não consegue se exprimir, que não pode dar uma participação - essa obediência é uma obediência doentia, que machuca a pessoa, que destrói a criatividade. Isso não é próprio do Evangelho. Então, dentro da própria Vida Consagrada e da vida cristã, nas comunidades, nós temos que entrar dentro desse grande processo que o Papa fala da sinodalidade, que é uma fraternidade. Não é que se perde o ponto de referência, não se perde, não é também uma democracia de qualquer jeito como muitos dizem, não. É um entrar no mistério de Deus que mantém unido porque é Mãe da vida não por outra razão.”

Como adquirir a obra

Paulinas Editora, em comunicado à imprensa, vai fazer o lançamento da encíclica em língua portuguesa na segunda-feira, 5 de outubro. O livro “Fratelli Tutti – Carta Encíclica – sobre a fraternidade e a amizade social”, de autoria do Papa Francisco, de 184 páginas e ao preço de 5,20€, estará disponível em todas as livrarias e também para aquisição no www.paulinas.pt.

 

Fonte: Vatican News

STF NEGA RECURSO DE SACERDOTE PRÓ-VIDA CONDENADO POR IMPEDIR UM ABORTO

 


Padre Luiz Carlos Lodi / Foto: Facebook Pró-vida de Anápolis

 

Anápolis,  (ACI).- O Supremo Tribunal Federal (STF) não acolheu o recurso e confirmou uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que havia condenado Padre Luiz Carlos Lodi, da Diocese de Anápolis (GO), a pagar uma indenização de R$398 mil a um casal por ter impetrado um habeas corpus a fim de impedir que fosse realizado o aborto de um feto com a síndrome de Body Stalk.

O caso ocorreu em outubro de 2005, quando o sacerdote pró-vida impetrou o habeas corpus para impedir que uma gestante levasse adiante o procedimento de aborto autorizado pela Justiça de um feto diagnosticado com a síndrome de Body Stalk, doença caracterizada pelo cordão umbilical curto e a não possibilidade de fechamento da parede abdominal, promovendo a exposição dos órgãos.

Em 2008, a mulher entrou na Justiça e, em 2016, por decisão do Superior Tribunal de Justiça, o sacerdote foi condenado a pagar indenização de R$60 mil com correções e juros. Em agosto deste ano, o STF não acolheu o recurso, o processo tramitou em julgado, esgotando as possibilidades de novas apelações.

“Para mim, pessoalmente, essa decisão tem pouca importância, pois vão querer tirar o dinheiro que não tenho. Vão querer fazer um inventário dos meus bens e os únicos bens que tenho são livros”, disse o sacerdote à ACI Digital.

Por ocasião da condenação em 2016, Pe. Lodi havia publicado uma carta por meio da qual explicou como o caso ocorreu. Segundo ele, quando entrou com o pedido, não lhe foi permitido fazer cópias dos autos do processo, tendo que “escrever a peça do habeas corpus a mão, em uma folha avulsa”.

Mais tarde, leu em uma notícia do jornal local ‘O Popular’ que o Desembargador Aluísio Ataídes de Sousa havia suspendido o alvará que permitia o aborto da criança, que já tinha o nome de Geovana Gomes Leneu. Entretanto, a reportagem também dizia: “A decisão, entretanto, perdeu objeto, pois o procedimento já foi realizado”.

Porém, ao contrário do que dizia a matéria, “a liminar chegou a tempo de salvar Geovana da morte”. “Os pais da criança voltaram a Morrinhos, sua cidade, sem que eu nada soubesse sobre o ocorrido, sempre acreditando na veracidade da notícia do Jornal ‘O Popular’”, contou.

O padre lamentou tal equívoco e garantiu que, se “soubesse que Geovana havia sobrevivido e que seus pais estavam em Morrinhos, sem dúvida eu teria ido visitá-los, acompanhá-los durante a gestação, oferecer-lhes assistência durante o parto (como fizemos com tantas outras gestantes) e, em se tratando de uma criança com risco de morte iminente, batizá-la logo após o nascimento. E se ela falecesse, para mim seria uma honra fazer suas cerimônias fúnebres acompanhando a família até o cemitério”.

Com a decisão recente do STF, que não acolheu o recurso, Pe. Lodi indicou à ACI Digital ser preocupante o fato de “criar um precedente”. O sacerdote assinalou que, neste caso, processaram apenas ele e não o desembargador que havia suspendido o alvará que permitia o aborto da criança.

Já na carta publicada em 2016, Pe. Lodi havia observado que “a condenação do impetrante de um habeas corpus por danos morais é teratológica, pois, se o Tribunal ou Desembargador concedeu a ordem, não foi por ‘obediência’ ao cidadão, mas por verificar que, naquele caso, o juiz estava de fato agindo com ilegalidade e abuso de poder”.

Nesse sentido, questionou: “Por que não processar por ‘danos morais’ o Desembargador que expediu a liminar?”.

Em declarações à ACI Digital, lamentou que, agora, “com essa decisão, qualquer pessoa que queira usar os meios legais para defender a vida e impedir um aborto pode não fazê-lo por medo de entrar na Justiça e depois ser processada”.

Além disso, indicou que esta decisão gera ainda um “precedente muito ruim, porque instaurou uma perseguição contra a Igreja Católica”. “Este caso coloca como oficial que não se pode defender a vida em nome da fé que se professa, mesmo que usando os meios legais para isso”, advertiu.

Entretanto, Pe. Lodi se disse tranquilo e mesmo alegre diante dessa situação. “Tenho que ficar muito alegre, porque é uma ordem de Jesus”, expressou, citando o Sermão da Montanha.

“Jesus disse: ‘Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus! Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus’”, completou.

 

Fonte: Vatican News

PAPA: ENCONTRAR A CURA TAMBÉM PARA OS GRANDES VÍRUS HUMANOS E SOCIOECONÔMICOS



"Um pequeno vírus continua causando feridas profundas e desmascara as nossas vulnerabilidades físicas, sociais e espirituais. Mostrou a grande desigualdade que reina no mundo: desigualdade de oportunidades, de bens, de acesso aos cuidados médicos, de tecnologia, educação, milhões de crianças não podem ir à escola, e assim por diante", disse Francisco na Audiência Geral.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

“Curar o mundo. Preparar o futuro junto com Jesus que salva e cura.” Este foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (30/09), realizada no Pátio São Dâmaso, dedicada ao tema da pandemia de coronavírus.

O Pontífice recordou que “nas últimas semanas, à luz do Evangelho, refletimos juntos sobre como curar o mundo que sofre de um mal-estar que a pandemia realçou e acentuou”. “O mal-estar já existia. A pandemia o acentuou e aumentou. Percorremos os caminhos da dignidade, da solidariedade e da subsidiariedade, caminhos indispensáveis para promover a dignidade humana e o bem comum”, sublinhou Francisco.

Na qualidade de discípulos de Jesus, começamos a seguir os seus passos optando pelos pobres, repensando o uso dos bens e cuidando da Casa comum. No meio da pandemia que nos aflige, ancoramo-nos nos princípios da Doutrina Social da Igreja, deixando-nos guiar pela fé, esperança e caridade. Aqui encontramos uma ajuda sólida para ser agentes de transformação que sonham alto, não se detêm nas mesquinharias que dividem e magoam, mas encorajam a gerar um mundo novo e melhor.

Gritos que exigem de nós outro rumo

O Papa frisou que gostaria que este percurso continuasse quando terminar suas catequeses sobre o tema da pandemia, que possamos continuar caminhando juntos, «mantendo o nosso olhar fixo em Jesus», que salva e cura o mundo.

O Evangelho nos mostra que “Jesus curou doentes de todos os tipos, restituiu a visão aos cegos, a palavra aos mudos, a audição aos surdos. Quando curava doenças e enfermidades físicas, curava também o espírito, perdoando os pecados, porque Jesus perdoa sempre, assim como as “dores sociais”, incluindo os marginalizados. Jesus, que renova e reconcilia cada criatura, nos concede os dons necessários para amar e curar como Ele sabia fazer, para cuidar de todos sem distinção de raça, língua ou nação”.

Segundo Francisco, “para que isto aconteça realmente, temos necessidade de contemplar e apreciar a beleza de cada ser humano e de cada criatura. Fomos concebidos no coração de Deus. «Cada um de nós é o fruto de um pensamento de Deus. Cada um de nós é querido, cada um de nós é amado, cada um é necessário». Além disso, toda criatura tem algo a dizer-nos sobre Deus Criador. Reconhecer esta verdade e dar graças pelos laços íntimos da nossa comunhão universal com todas as pessoas e todas as criaturas ativa «um cuidado generoso e cheio de ternura». Ajuda-nos também a reconhecer Cristo presente nos nossos irmãos e irmãs pobres e sofredores, a encontrá-los e a ouvir o seu grito e o grito  da terra que lhe faz eco”. A seguir, acrescentou:

Mobilizados interiormente por estes gritos que exigem de nós outro rumo, exigem mudanças, poderemos contribuir para a cura das relações com os nossos dons e capacidades. Poderemos regenerar a sociedade e não voltar à chamada “normalidade”, que é uma normalidade doente, que estava doente antes da pandemia. A pandemia a acentuou. Agora voltamos à normalidade. Não, isso não é bom. Esta normalidade era doente de injustiça, desigualdade e degradação ambiental.

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Um pequeno vírus continua causando feridas profundas

O Papa observou que “a normalidade a que somos chamados é a do Reino de Deus, onde «os cegos veem, os coxos caminham, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, o Evangelho é anunciado aos pobres...». Ninguém se faça de bobo olhando para o outro lado! Na normalidade do Reino de Deus o pão chega a todos e sobeja, a organização social baseia-se em contribuir, partilhar e distribuir, não em possuir, excluir e acumular. Estes dois gestos, não? Este é o gesto que faz ir adiante uma sociedade, uma família, um bairro, uma cidade, todos: dar-se, dar, que não é dar esmola, não: é dar do coração. E não o gesto que puxa para trás com egoísmo, a ânsia de possuir e todas essas coisas. A forma cristã de fazer isto não é uma forma mecânica: é uma forma humana. Não poderemos sair da crise, evidenciada pela pandemia, mecanicamente: com novos aparelhos... que são muito importantes! “Eh, Padre, há inteligência artificial...”: é importante, nos faz ir adiante. Não tenha medo dessas coisas, mas sabendo que nem mesmo os meios mais sofisticados podem fazer uma coisa: eles podem fazer muitas coisas, mas não podem fazer uma coisa: a ternura. E a ternura é o sinal da presença de Jesus, o aproximar-se ao próximo para fazer com que vá adiante, para curar, ajudar, sacrificar-se pelo outro. Não se esqueçam disso”.

Um pequeno vírus continua causando feridas profundas e desmascara as nossas vulnerabilidades físicas, sociais e espirituais. Mostrou a grande desigualdade que reina no mundo: desigualdade de oportunidades, de bens, de acesso aos cuidados médicos, de tecnologia, educação, milhões de crianças não podem ir à escola, e assim por diante. Estas injustiças não são naturais nem inevitáveis. São obra do homem, provêm de um modelo de crescimento desligado dos valores mais profundos. O desperdício de alimento. O desperdício do alimento que sobra. Com esse desperdício é possível dar de comer a todos! E isto fez com que muitas pessoas perdessem a esperança e aumentou a incerteza e a angústia.

“É por isso que, para sairmos da pandemia, temos que encontrar a cura não só para o coronavírus, mas também para os grandes vírus humanos e socioeconômicos. E certamente não podemos esperar que o modelo econômico subjacente ao desenvolvimento injusto e insustentável resolva os nossos problemas. Não o fez e não o fará, porque não pode fazê-lo, embora certos falsos profetas continuam prometendo o “efeito dominó” que nunca chega.”

Vocês já ouviram falar do teorema do copo: o importante é que o copo se encha e depois transborda sobre os pobres e outros, e eles recebem as riquezas. Mas existe um fenômeno: o copo começa a encher e quando está quase cheio, o copo cresce e cresce e nunca transborda, nunca. Fiquem atentos!

Trabalhar para gerar boas políticas

Segundo o Pontífice, “temos que trabalhar urgentemente para gerar boas políticas, para conceber sistemas de organização social que recompensem a participação, o cuidado e a generosidade, e não a indiferença, a exploração e os interesses particulares. Temos de ir adiante com ternura. Uma sociedade solidária e equitativa é uma sociedade mais saudável. Uma sociedade participativa, onde os “últimos” são considerados como os “primeiros”, fortalece a comunhão. Uma sociedade onde a diversidade é respeitada é muito mais resistente a qualquer tipo de vírus”.

O Papa concluiu sua catequese, convidando a colocar “este caminho de cura sob a proteção da Virgem Maria, Nossa Senhora da Saúde. Ela, que carregou Jesus no seu ventre, nos ajude a ser confiantes. Animados pelo Espírito Santo, podemos trabalhar juntos para o Reino de Deus que Cristo inaugurou neste mundo, vindo entre nós. Um reino de luz no meio das trevas, de justiça no meio de tantos ultrajes, de alegria no meio de tanta dor, de cura e salvação no meio da doença e da morte. Deus nos conceda “viralizar” o amor e globalizar a esperança à luz da fé”.

Nas pegadas de São Jerônimo

Após a catequese, o Pontífice lembrou que hoje assinou a Carta Apostólica «Sacrae Scripturae affectus», no 16º centenário da morte de São Jerônimo. “Que o exemplo deste grande doutor e Padre da Igreja, que colocou a Bíblia no centro de sua vida, desperte em todos um amor renovado pela Sagrada Escritura e o desejo de viver em diálogo pessoal com a Palavra de Deus”.

 

Fonte: Vatican News

O TEMPO DE DEUS

Pe. Johnja Lopez

 

EVANGELHO DO DIA

 

Lucas 9, 57-62

 

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,57-62


Naquele tempo: 57Enquanto estavam caminhando, alguém na estrada disse a Jesus: 'Eu te seguirei para onde quer que fores.'
58Jesus lhe respondeu: 'As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça.'
59Jesus disse a outro: 'Segue-me.' Este respondeu: 'Deixa-me primeiro ir enterrar meu pai.' 60Jesus respondeu: 'Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai anunciar o Reino de Deus.' 61Um outro ainda lhe disse: 'Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me dos meus familiares.' 62Jesus, porém, respondeu-lhe: 'Quem põe a mão no arado e olha para trás, não está apto para o Reino de Deus.' Palavra da Salvação.


REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE

30 DE SETEMBRO DE 2020

 

4. FEIRA DA XXVI SEMANA 

 

DO TEMPO COMUM 

 

Cor Verde

 

1ª. Leitura - Jó 9,1-12.14-16

 

Leitura do Livro de Jó 9,1-12.14-16


1Jó respondeu a seus amigos e disse: 2'Sei muito bem que é assim:
como poderia o homem ser justo diante de Deus? 3Se quisesse disputar com ele, entre mil razões não haverá uma para rebatê-lo.
4Ele é sábio de coração e poderoso em força; quem poderia enfrentá-lo e ficar ileso? 5Ele desloca as montanhas, sem que elas percebam e as derruba em sua cólera. 6Ele abala a terra em suas bases e suas colunas vacilam. 7Ele manda ao sol que não brilhe
e guarda escondidas as estrelas. 8Sozinho desdobra os céus,
e caminha sobre as ondas do mar. 9Criou a Ursa e o Órion,
as Plêiades e as constelações do Sul. 10Faz prodígios insondáveis,
maravilhas sem conta. 11Se passa junto de mim, não o vejo,
e quando se afasta, não o percebo. 12Se ele apanha uma presa, quem ousa impedi-lo? Quem pode dizer-lhe: - O que está fazendo?
14Quem sou eu para replicar-lhe, e contra ele escolher meus argumentos? 15Ainda que eu tivesse razão, não poderia replicar,
e deveria pedir misericórdia ao meu juiz. 16Se eu clamasse e ele me respondesse, não creio que daria atenção à minha voz'. Palavra do Senhor.

 

Reflexão - “nunca poderemos ousar lutar contra Deus”

“Se ele apanha uma presa, quem ousa impedi-lo? Quem sou eu para replicar-lhe e contra ele escolher meus argumentos?” Apesar de sofrer o seu infortúnio, Jó, mais uma vez, diante dos amigos que queriam vê-lo culpando a Deus, se torna um verdadeiro defensor do Seu poder e da Sua majestade. Ele reconhecia a sua limitação e sabia que o Senhor era poderoso para mudar a sua situação, consciente de que somente a Ele competia o tempo e a hora.   Os pensamentos de Deus são tão distantes dos nossos que nunca poderemos ousar em lutar contra Ele nem tampouco tentar impedi-Lo de realizar Suas obras.     Realmente, nós sabemos que Deus é perfeito e nós somos imperfeitos, portanto a nós cabe apenas “pedir misericórdia ao nosso juiz” e a graça para suportar as provações e os desafios que precisamos enfrentar. Confiando no Senhor e nos Seus planos, sem pretensão de desvendar os Seus mistérios, no tempo certo, receberemos de volta tudo o que nos foi pedido. A recompensa do Senhor é certa.   -  A quem você culpa quando as coisas não acontecem como esperava? – Você é daqueles (as), que sempre gostam de encontrar um culpado para o seu infortúnio?  - Você acha que Deus é culpado pelos desatinos que existem no mundo? – Você confia no Senhor mesmo na tempestade?

 

Salmo - 87,10bc-11. 12-13. 14-15 (R. 3a)

 

R. Chegue a minha oração até a vossa presença!

10bClamo a vós, ó Senhor sem cessar, todo o dia, *
10cminhas mãos para vós se levantam em prece.
11Para os mortos, acaso, faríeis milagres? *
poderiam as sombras erguer-se e louvar-vos?R.

12No sepulcro haverá quem vos cante o amor *
e proclame entre os mortos a vossa verdade?
13Vossas obras serão conhecidas nas trevas, *
vossa graça, no reino onde tudo se esquece?R.

14Quanto a mim, ó Senhor, clamo a vós na aflição, *
minha prece se eleva até vós desde a aurora.
15Por que vós, ó Senhor, rejeitais a minh'alma? *
E por que escondeis vossa face de mim?R.

 

Reflexão - A súplica do homem atingido pelo infortúnio sobe aos céus e, mesmo que não vejamos os indícios, Deus sabe tudo; Ele sabe também até onde nós suportamos. Não poderemos nunca deixar de clamar a Deus na aflição mesmo achando que a face do Senhor está escondida. A fé é a nossa razão para a perseverarmos na oração.

 

Evangelho – Lc 9, 57-62

 

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,57-62


Naquele tempo: 57Enquanto estavam caminhando, alguém na estrada disse a Jesus: 'Eu te seguirei para onde quer que fores.'
58Jesus lhe respondeu: 'As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça.'
59Jesus disse a outro: 'Segue-me.' Este respondeu: 'Deixa-me primeiro ir enterrar meu pai.' 60Jesus respondeu: 'Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai anunciar o Reino de Deus.' 61Um outro ainda lhe disse: 'Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me dos meus familiares.' 62Jesus, porém, respondeu-lhe: 'Quem põe a mão no arado e olha para trás, não está apto para o Reino de Deus.' Palavra da Salvação.

 

Reflexão – o reino de Deus desde já

Neste Evangelho nós aprendemos com Jesus que, para segui-Lo, temos de abdicar de privilégios, de comodidade e enfrentar as dificuldades próprias da nossa missão de cristãos comprometidos com o reino dos céus. Por isso Jesus nos mostra que o Seu seguimento requer desprendimento da nossa parte em relação a todas as coisas e pessoas a quem nós, humanamente falando, estamos ligados e que, como consequência,  nos afastam da vivência da vontade de Deus.  Acontecia naquele tempo igual como acontece nos dias de hoje. Parece assim que sempre precisamos de tempo a fim de decidir seguir a Jesus, porque temos muitas ocupações e há coisas lícitas que nos impedem de dar os primeiros passos. Esperamos sempre por um dia, que ainda irá chegar. Achamos que não podemos seguir a Jesus porque há tanto o que fazer, no entanto, Jesus também nos adverte com palavras duras: “deixa que os mortos enterrem os seus mortos, mas tu, vai anunciar o reino de Deus.” Em outras palavras Jesus nos adverte de que existem outras pessoas que podem fazer  as coisas que usamos como desculpa para não segui-Lo.  O Senhor nos chama para anunciar uma vida nova para a nossa família e não para nos acomodarmos esperando a hora de “enterrar” os nossos queridos. Os mortos, isto é, aqueles que não se sentem chamados, aqueles que não se consideram discípulos, aqueles que nem entendem nem querem seguir a Jesus, esses sim, podem enterrar os mortos. Despedir-se dos familiares significa também perder tempo, correr riscos de desistir, tirar o foco do que Jesus nos propõe deixando a graça de Deus passar.  Todos os que desejam seguir a Cristo têm de ter conhecimento das advertências da Sua Palavra: não é fácil, exige desprendimento e disponibilidade. Jesus não promete uma vida fácil, porém, aquele que O segue tem a vida eterna e, desde já vive o reino do céu.  O Senhor nos dá a unção necessária para que sejamos seus discípulos e discípulas, e precisamos nos apossar da graça do momento, não deixando para depois. Amanhã, será outro dia... Talvez não haja outro chamado! Segue-me, diz o Senhor!     “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o reino de Deus!” 

- Você está apto para o reino de Deus? 

- Quais são as desculpas que você tem dado para não seguir a Jesus? 

- Você tem consciência de que para seguir Jesus não deve ter vontade própria nem opiniões formadas?

 - Você prefere seguir a Jesus ou enterrar os “seus mortos”?


Helena Serpa,

Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

 


 
 

 

 

 

 

  

SANTO DO DIA - SÃO JERÔNIMO

 Neste último dia do mês da Bíblia, celebramos a memória do grande “tradutor e exegeta das Sagradas Escrituras”: São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja. Ele nasceu na Dalmácia em 340, e ficou conhecido como escritor, filósofo, teólogo, retórico, gramático, dialético, historiador, exegeta e doutor da Igreja. É de São Jerônimo a célebre frase: “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”.

Com posse da herança dos pais, foi realizar sua vocação de ardoroso estudioso em Roma. Estando na “Cidade Eterna”, Jerônimo aproveitou para visitar as Catacumbas, onde contemplava as capelas e se esforçava para decifrar os escritos nos túmulos dos mártires. Nessa cidade, ele teve um sonho que foi determinante para sua conversão: neste sonho, ele se apresentava como cristão e era repreendido pelo próprio Cristo por estar faltando com a verdade (pois ainda não havia abraçado as Sagradas Escrituras, mas somente escritos pagãos). No fim da permanência em Roma, ele foi batizado.

Após isso, iniciou os estudos teológicos e decidiu lançar-se numa peregrinação à Terra Santa, mas uma prolongada doença obrigou-o a permanecer em Antioquia. Enfastiado do mundo e desejoso de quietude e penitência, retirou-se para o deserto de Cálcida, com o propósito de seguir na vida eremítica. Ordenado sacerdote em 379, retirou-se para estudar, a fim de responder com a ajuda da literatura às necessidades da época. Tendo estudado as línguas originais para melhor compreender as Escrituras, Jerônimo pôde, a pedido do Papa Dâmaso, traduzir com precisão a Bíblia para o latim (língua oficial da Igreja na época). Esta tradução recebeu o nome de Vulgata. Assim, com alegria, dedicação sem igual e prazer se empenhou para enriquecer a Igreja universal.

Saiu de Roma e foi viver definitivamente em Belém no ano de 386, onde permaneceu como monge penitente e estudioso, continuando as traduções bíblicas, até falecer em 420, aos 30 de setembro com, praticamente, 80 anos de idade. A Igreja declarou-o padroeiro de todos os que se dedicam ao estudo da Bíblia e fixou o “Dia da Bíblia” no mês do seu aniversário de morte, ou ainda, dia da posse da grande promessa bíblica: a Vida Eterna.

São Jerônimo, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova Notícias