quinta-feira, 30 de junho de 2022

PAPA: " CHEGA DE POLÊMICAS SOBRE A LITURGIA, REDESCUBRAMOS SUA BELEZA"



Com "Desiderio desideravi", a Carta Apostólica ao Povo de Deus, Francisco convida a superar quer o esteticismo que se compraz somente na formalidade externa, como o desleixo nas liturgias: "Uma celebração que não evangeliza não é autêntica".

Vatican News

Uma Carta Apostólica* ao povo de Deus sobre a liturgia, para recordar o significado profundo da celebração eucarística tal como emergiu do Concílio e para convidar à formação litúrgica. Papa Francisco publica "Desiderio desideravi", que com seus 65 parágrafos reelabora os resultados da sessão plenária do Dicastério do Culto Divino em fevereiro de 2019 e segue o Motu Proprio "Traditionis custodes", reafirmando a importância da comunhão eclesial em torno do rito resultante da reforma liturgia pós-conciliar. Não se trata de uma nova instrução ou de um diretório com normas específicas, mas sim de uma meditação para compreender a beleza da celebração litúrgica e o seu papel no evangelizar. E é concluída com um apelo: "Abandonemos as polêmicas para ouvirmos juntos o que o Espírito diz à Igreja, mantenhamos a comunhão, continuemos a nos maravilhar com a beleza da liturgia" (65)

A fé cristã, escreve Francisco, ou é encontro com Jesus vivo ou não é. E “a Liturgia nos garante a possibilidade de tal encontro. Não precisamos de uma vaga recordação da Última Ceia: temos necessidade de estar presentes nessa Ceia”.

Recordando a importância da constituição "Sacrosanctum Concilium" do Vaticano II, que levou à redescoberta da compreensão teológica da liturgia, o Papa acrescenta: "Gostaria que a beleza do celebrar cristão e de suas necessárias consequências na vida da Igreja, não fosse deturpada por uma superficial e redutiva compreensão de seu valor ou, pior ainda, de sua instrumentalização a serviço de alguma visão ideológica, seja ela qual for”(16).

Depois de ter advertido sobre o "mundanismo espiritual" e o gnosticismo e neopelagianismo que o alimentam, Francisco explica que "participar do sacrifício eucarístico não é uma conquista nossa como se pudéssemos nos orgulhar disso diante de Deus e de nossos irmãos" e que "a liturgia nada tem a ver com um moralismo ascético: é o dom da Páscoa do Senhor que, acolhido com docilidade, renova a nossa vida. Só se entra no Cenáculo pela força da atração de seu desejo de comer a Páscoa conosco”(20).

Para curar do mundanismo espiritual é preciso redescobrir a beleza da liturgia, mas essa redescoberta “não é a busca de um esteticismo ritual que se compraz apenas no cuidado da formalidade externa de um rito ou se satisfaz com uma escrupulosa observância de rubricas. Obviamente, esta afirmação não quer de modo algum aprovar o comportamento oposto que confunde a simplicidade com desleixada banalidade, a essencialidade com uma ignorante superficialidade, a concretude do agir ritual com um exasperado funcionalismo prático”(22).

O Papa explica que "cada aspecto do celebrar deve ser cuidado (espaço, tempo, gestos, palavras, objetos, vestes, canto, música, ...) e cada rubrica deve ser observada: bastaria essa atenção para evitar privar a assembleia do que lhe é devido, ou seja, o mistério pascal celebrado na modalidade ritual que a Igreja estabelece. Mas mesmo que se garantisse a qualidade e a norma da ação celebrativa, isso não seria suficiente para tornar plena nossa participação”(23).

De fato, se faltar "o encanto pelo mistério pascal" presente "na concretude dos sinais sacramentais, poderíamos correr o risco de ser impermeáveis ​​ao oceano de graça que inunda cada celebração" (24). Esse encanto, esclarece Francisco, não tem nada a ver “com a expressão 'sentido de mistério': às vezes, entre as supostas acusações contra a reforma litúrgica, há também a de tê-la - diz-se - eliminada da celebração”. O eencanto de que fala o Papa não é uma espécie de perplexidade diante de uma realidade obscura ou de um rito enigmático, mas é, "ao contrário, a maravilha pelo fato de que o plano salvífico de Deus nos foi revelado no domingo de Páscoa. Jesus" ( 25).

Como, então, recuperar a capacidade de viver plenamente a ação litúrgica? Diante da perplexidade da pós-modernidade, do individualismo, do subjetivismo e do espiritualismo abstrato, o Papa convida a retornar às grandes constituições conciliares, que não são inseparáveis ​​entre si. E escreve que “seria trivial ler as tensões, infelizmente presentes em torno da celebração, como uma simples divergência entre diferentes sensibilidades em relação a uma forma ritual. A problemática é sobretudo eclesiológica”(31). Por trás das batalhas sobre o rito, em suma, existem diferentes concepções da Igreja. Não se pode dizer, especifica o Pontífice, de reconhecer a validade do Concílio e não acolher a reforma litúrgica nascida da "Sacrosanctum Concilium".

Citando o teólogo Romano Guardini, muito presente na Carta Apostólica, Francisco afirma que, sem formação litúrgica, "as reformas no rito e no texto não ajudam muito" (34). Ele insiste na importância da formação, especialmente nos seminários: “Uma abordagem litúrgico-sapiencial da formação teológica nos seminários certamente teria efeitos positivos também na ação pastoral. Não há aspecto da vida eclesial que não encontre nela seu ápice e sua fonte. A pastoral de conjunto, orgânica e integrada, mais do que o resultado de programas elaborados, é a consequência de colocar a celebração eucarística dominical, fundamento da comunhão, no centro da vida comunitária. A compreensão teológica da Liturgia não permite de modo algum compreender estas palavras como se tudo se reduzisse ao aspecto cultual. Não é autêntica uma celebração que não evangeliza, assim como não é autêntico um anúncio que não leva ao encontro com o Ressuscitado na celebração: ambos, sem o testemunho da caridade, são como um bronze retumbante ou um címbalo que estrila"(37).

É importante, explica ainda o Papa, educar para a compreensão dos símbolos, cada vez mais difícil para o homem moderno. Uma maneira de fazer isso "é certamente aquele de cuidar da arte de celebrar", que "não pode ser reduzida à mera observância de um aparato de rubricas e nem mesmo pode ser pensada como uma criatividade imaginativa - às vezes selvagem - sem regras. O rito é por si só norma e a norma nunca é um fim em si mesma, mas sempre a serviço da realidade mais elevada que ela quer salvaguardar” (48). A arte de celebrar não se aprende "porque se frequenta um curso de oratória ou de técnicas de comunicação persuasiva", é preciso "dedicar-se diligentemente à celebração, deixando que seja a própria celebração a nos transmitir a sua arte" (50). E "entre os gestos rituais que pertencem a toda a assembleia, o silêncio ocupa um lugar de absoluta importância", que "move ao arrependimento e ao desejo de conversão; suscita a escuta da Palavra e a oração; dispõe à adoração do Corpo e Sangue de Cristo» (52).

Francisco observa então, que nas comunidades cristãs, seu modo de viver a celebração "está condicionado – no bem e, infelizmente, também no mal - de como o pároco preside a assembleia". E elenca vários "modelos" de presidência inadequados, ainda que de sinal contrário: "rigidez austera ou criatividade exasperada; misticismo espiritualizante ou funcionalismo prático; pressa ou lentidão enfatizada; descuido desleixado ou excessivo refinamento; afabilidade superabundante ou impassividade hierática". Todos os modelos que têm uma única raiz: "um personalismo exasperado do estilo celebrativo que, às vezes, expressa uma mania mal disfarçada de liderança" (54), amplificada quando as celebrações são transmitidas on-line. Enquanto "presidir a Eucaristia é mergulhar na fornalha do amor de Deus. Quando nos é dado compreender, ou mesmo apenas intuir, esta realidade, certamente já não precisamos de um diretório que nos exija um comportamento adequado" ( 57).

O Papa conclui a carta pedindo a "todos os bispos, presbíteros e diáconos, aos formadores dos seminários, professores de faculdades teológicas e escolas de teologia, a todos os catequistas, que ajudem o povo santo de Deus a aproveitar o que sempre foi a fonte primária de espiritualidade cristã ", reiterando o que está estabelecido em "Traditionis custodes", para que " a Igreja possa elevar, na variedade das línguas, uma só e idêntica oração capaz de exprimir a sua unidade" e esta única oração é o Rito Romano resultante da reforma conciliar e estabelecido pelos santos pontífices Paulo VI e João Paulo II.

*Tradução NÃO OFICIAL!


Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-06/papa-francisco-carta-apostolica-desiderio-desideravi-liturgia.html

O TEMPO DE DEUS

 

Pe. Johnja López Pedrozo

EVANGELHO DO DIA

 + Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 9,1-8

Naquele tempo: 1Entrando em um barco, Jesus atravessou para a outra margem do lago e foi para a sua cidade. 2Apresentaram-lhe, então, um paralítico deitado numa cama. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: 'Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!' 3Então alguns mestres da Lei pensaram: 'Esse homem está blasfemando!' 4Mas Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse: 'Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? 5O que é mais fácil, dizer: 
'Os teus pecados estão perdoados', ou dizer: 'Levanta-te e anda'? 
6Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem 
tem na terra poder para perdoar pecados, - disse, então, ao paralítico - 
'Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa.' 7O paralítico então se levantou, e foi para a sua casa. 8Vendo isso, a multidão ficou com medo e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens. Palavra da Salvação. 

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE

 

30 DE JUNHO DE 2022

 

5ª. FEIRA DA DÉCIMA TERCEIRA SEMANA DO

 

TEMPO COMUM

 

Cor Verde

 

1ª Leitura - Am 7,10-17

 

Leitura da Profecia de Amós 7,10-17

Naqueles dias: 10Amasias, sacerdote de Betel, mandou dizer a Jeroboão, rei de Israel: 'Amós conspira contra ti, dentro da própria casa de Israel; o país não consegue evitar que se espalhem todas as suas palavras. 11Ele anda dizendo: 'Jeroboão morrerá pela espada, e Israel será deportado de sua pátria, como escravo`'. 
12Disse depois Amasias a Amós: 
'Vidente, sai e procura refúgio em Judá, onde possas ganhar teu pão e exercer a profecia; 13mas em Betel não deverás insistir em profetizar, porque aí fica o santuário do rei e a corte do reino.' 14Respondeu Amós a Amasias, dizendo: 
'Não sou profeta nem sou filho de profeta; sou pastor de gado e cultivo sicômoros. 15O Senhor chamou-me, quando eu tangia o rebanho, e o Senhor me disse: 'Vai profetizar para Israel, meu povo`'. 16E agora ouve a palavra do Senhor. Tu dizes: 
'Não profetizes contra Israel e não insinues palavras contra a casa de Isaac. 17Pois bem, isto diz o Senhor: 'Tua mulher se prostituirá na cidade, teus filhos e filhas morrerão pela espada, tuas terras serão tomadas e loteadas; tu mesmo morrerás em terra poluída, 
e Israel será levado em cativeiro para longe de seu país'. 
Palavra do Senhor. 

 

Reflexão - desejamos escutar de Deus somente as notícias boas que nos favorecem

Obediente ao chamado de Deus para profetizar e denunciar as injustiças sociais em Seu nome quando era apenas um pastor de gado, Amós, não duvidou da sua inspiração e começou a abrir os olhos do povo de Israel contra o rei por causa das suas abominações. No entanto, com o intuito de agradar ao rei Jeroboão, os sacerdotes do templo se voltaram contra Amós determinando que se retirasse de Betel, pois “ali ficava o santuário do rei e a corte do reino”. Fiel ao chamado do Senhor Amós, porém, não recuou e continuou firme no seu propósito, predizendo todo mal que aconteceria ao rei e a sua família, conforme lhe fora dito. Em qualquer profissão ou em qualquer estado de vida que estejamos somos também chamados a ser profetas e convocados a falar a verdade segundo o coração de Deus, mesmo que isso cause transtorno para alguém. Nós, como os sacerdotes do templo, também muitas vezes resistimos quando alguém, em nome de Deus, vem nos alertar, exortar ou mesmo anunciar algo que nos poderá ocorrer em consequência dos nossos atos. Não queremos escutá-lo e desejamos vê-lo longe de nós. Temos medo da verdade e receamos encarar as situações difíceis, pois desejamos escutar de Deus somente as notícias boas que nos favorecem. Afastamo-nos dos mensageiros que nos alertam quando estamos errados, e estamos sempre fugindo do sofrimento. Não entendemos que o objetivo de Deus é a nossa conversão e mudança de atitudes. Por outro lado, quando somos nós que temos a obrigação de denunciar algo em nome de Deus ou evangelizar anunciando Jesus e o Seu reino, também nos omitimos, pois não queremos nos expor e não temos segurança no que dizemos. Na maioria das vezes, nós também só evangelizamos onde somos mais bem aceitos e acolhidos, mas no “santuário do rei e na corte do reino” nós nos omitimos, isto é, diante de pessoas “importantes” não ousamos abrir a boca para falar de Deus. Todavia, é justamente nesses lugares que as pessoas mais precisam enxergar as injustiças a fim de que possam tomar decisões de mudança. Para profetizar, porém, nós precisamos primeiramente ouvir o que o Senhor quer falar. – Você tem medo de enfrentar a Palavra do Senhor quando é dura? – Você é capaz de acolher uma exortação que alguém lhe faz quando erra? – Você acredita que Deus fala por meio dos profetas de hoje? – Você tem escutado as recomendações de Deus? – Você tem coragem de falar de Deus no “santuário do rei e na corte do reino”?

 

Salmo - Sl 18,8. 9. 10. 11 (R.10b)

 

R. Os julgamentos do Senhor são corretos e justos igualmente.


8A lei do Senhor Deus é perfeita,* 
conforto para a alma! 
O testemunho do Senhor é fiel,* 
sabedoria dos humildes.R. 

9Os preceitos do Senhor são precisos,* 
alegria ao coração. 
O mandamento do Senhor é brilhante,* 
para os olhos é uma luz.R. 

10É puro o temor do Senhor,* 
imutável para sempre. 
Os julgamentos do Senhor são corretos* 
e justos igualmente.R. 

11Mais desejáveis do que o ouro são eles,* 
do que o ouro refinado. 
Suas palavras são mais doces que o mel,* 
que o mel que sai dos favos.R. 

 

Reflexão - Quando temos intimidade com o Senhor e através da oração nós O escutamos, então podemos falar em Seu Nome sem temor e com convicção. Quem já teve experiência com Deus sabe que a Sua lei é perfeita e Seus preceitos dão alegria ao coração. Os Seus mandamentos são como luz que ilumina os nossos passos e a Sua palavra é doce como mel, porque nos consola e traz com ela a Sua misericórdia. Por isso, entendemos que os julgamentos do Senhor são corretos e justos. 

 

Evangelho - Mt 9,1-8   

 

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 9,1-8

Naquele tempo: 1Entrando em um barco, Jesus atravessou para a outra margem do lago e foi para a sua cidade. 2Apresentaram-lhe, então, um paralítico deitado numa cama. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: 'Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!' 3Então alguns mestres da Lei pensaram: 'Esse homem está blasfemando!' 4Mas Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse: 'Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? 5O que é mais fácil, dizer: 
'Os teus pecados estão perdoados', ou dizer: 'Levanta-te e anda'? 
6Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem 
tem na terra poder para perdoar pecados, - disse, então, ao paralítico - 
'Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa.' 7O paralítico então se levantou, e foi para a sua casa. 8Vendo isso, a multidão ficou com medo e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens. Palavra da Salvação. 

 

Reflexão – Na nossa casa é que começa a obra de Salvação que o Senhor preparou para nós

Jesus tinha consciência de que o pecado é quem nos paralisa e nos faz enfermos. Ele sabia que a Sua Missão aqui no mundo era nos libertar do pecado e de toda obra do inimigo, concedendo a vida eterna, não somente para depois da nossa morte, mas desde já, enquanto ainda estamos no nosso corpo. Ele veio curar a nossa paralisia, a nossa indisposição para enfrentar as dificuldades da nossa vida que é uma decorrência do pecado que nos escraviza.     Na verdade, Jesus já nos libertou do pecado para que possamos viver em harmonia com o Pai, conosco mesmo e com aqueles que convivem conosco. Jesus ainda hoje é Aquele que tem poder para nos curar, salvar e libertar de todas as nossas iniquidades. Ele conta com cada um de nós para levar até Ele os que ainda estão paralisados pelo pecado, acomodados na sua vidinha vazia, e, por isso, se tornaram desiludidos e sem esperança.  Entretanto, Jesus nos cura para que possamos tomar decisões e cumprir com os compromissos os quais precisamos assumir.  Depois de perdoar os pecados e de curar o paralítico Jesus recomendou: “Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa”.  É na nossa casa e na nossa família que temos de experimentar primeiro, a vida nova que Jesus veio nos dar. Dentro de casa é que começa a obra de Salvação que o Senhor preparou para nós. É lá que fazemos o primeiro teste nos nossos relacionamentos. É lá que começamos a viver o reino dos céus aqui na terra, quando aprendemos a perdoar, a compreender, a partilhar, a dialogar e, principalmente, a exercitar a oração em comum e regar a nossa fé. A nossa fé também será como uma maca que servirá de meio de transporte para os que precisam ser curados por Jesus

. – Quem é você hoje: o paralítico ou o amigo do paralítico?

 - Qual é a sua paralisia

– Ela é consequência de algum pecado de estimação, de algum vício, de algum mal hábito.

 –  Você tem apresentado a Jesus alguém que precisa de cura?

– Como são os seus relacionamentos em casa?


Helena Serpa,

Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

 

 

 

 

 

 

SANTO DO DIA - PROTOMÁRTIRES DA IGREJA DE ROMA

 


Depois da solenidade universal dos apóstolos São Pedro e Paulo, a liturgia nos apresenta a memória de outros cristãos que se tornaram os primeiros mártires da Igreja de Roma, por isso, protomártires.

Acusação de Nero

No ano de 64, o imperador Nero pôs fogo em Roma e acusou os cristãos. Naquela época, a comunidade cristã, vítima de preconceitos, era tida como seita e inimiga, pois não adorava o Imperador.

Qualquer coisa que acontecia de negativo, os cristãos eram acusados. Por isso, foram acusados de terem posto fogo em Roma e, a partir daí, no ano 64, começaram a ser perseguidos.

Atrocidades do martírio

Os escritos históricos em Roma narram que os cristãos eram lançados nas arenas para servirem de espetáculo ao povo junto às feras, cobertos de piches, como tochas humanas e muitos outros atos atrozes. E a resposta era sempre o perdão e a misericórdia.

Está descrito: “Prendem-se primeiro os que manifestam (seguir o Cristianismo), e depois, conforme as indicações que eles dão, prendem-se outros em massa, condenados menos pelo crime de incêndio do que pelo ódio que lhes tem o gênero humano. Aos tormentos juntam-se as mofas, homens envolvidos em peles de animais morrem despedaçados pelos cães, ou são presos a cruzes, ou destinados a ser abrasados e acendidos, à maneira de luz noturna, ao acabar o dia.”

A coroa e a glória do martírio

O Papa São Clemente I escreveu: “Nos encontramos na mesma arena e combatemos o mesmo combate. Deixemos as preocupações inúteis e os vãos cuidados e voltemo-nos para a gloriosa e venerável regra da nossa tradição: consideremos o que é belo, o que é bom e o que é agradável ao nosso criador”.

O testemunho dos mártires da nossa Igreja nos recorda o que é essencial para a vida, para o cristão, para sermos felizes em Deus, principalmente nos momentos mais difíceis que todos nós temos. Os mártires viveram tudo em Cristo.

A minha oração

“Senhor, concedei-me, pelo sangue dos protomártires da Igreja, um coração abrasado de amor por Vós, que não tema morrer para testemunhar que só Vós sois Senhor e Rei! Amém!”

Protomártires da Igreja de Roma, rogai por nós!

Fonte: Canção Niva Notícias

quarta-feira, 29 de junho de 2022

HOJE BENTO XVI CELEBRA 71 ANOS DE SACERDÓCIO

 


Bento XVI / Crédito: Vatican Media

 

REDAÇÃO CENTRAL, 29 jun. 22 / 07:00 am (ACI).- “Senhor, me ajude a te conhecer melhor. Ajude-me a ser sempre uma só coisa com sua vontade. Ajude-me a viver minha vida não para mim mas sempre junto a Ti pelos outros. Ajude-me a ser seu amigo!”. Com esta invocação Bento XVI recordava, em 29 de junho de 2011 na Basílica de São Pedro, seu 60° aniversário de ordenação sacerdotal.

O papa emérito festeja hoje 71 anos de sacerdócio. Em 29 de junho de 1951, foi ordenado junto com seu irmão Georg, pelo então arcebispo de Munich e Freising, cardeal Faulhaber.

Na homilia que pronunciou há nove anos quando ainda era o sumo pontífice da Igreja Católica, Bento XVI afirmava que “este é um momento de gratidão, de gratidão ao Senhor pela amizade que me deu e que quero dar a todos nós. Gratidão às pessoas que me formaram e me acompanharam”.

Bento XVI, que foi ordenado bispo em 28 de maio de 1977 (há 44 anos), nasceu em Marktl am Inn, na diocese de Passau (Alemanha), em 16 de abril de 1927.

Entre as diversas e importantes tarefas que desempenhou a serviço da Igreja, destaca-se que em 1962 participou do Concílio Vaticano II como consultor teológico do então arcebispo de Colônia (Alemanha), cardeal Joseph Frings.

Além disso, serviu durante anos como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Pontifícia Comissão Teológica Internacional, assim como decano do Colégio Cardinalício.

Em 11 de fevereiro de 2013, anunciou sua renúncia ao pontificado, a qual se fez efetiva na no dia 28 do mesmo mês. Atualmente, Joseph Ratzinger vive no mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano, onde se dedica à leitura e à oração.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/hoje-bento-xvi-celebra-71-anos-de-sacerdocio-47598

PAPA: COM PEDRO E PAULO, SER UMA IGREJA ABERTA A TODOS, LIVRE E HUMILDE

 

A sinodalidade marcou a homilia do Papa Francisco no dia em que a Igreja celebra os Apóstolos Pedro e Paulo. "O Sínodo, que estamos a celebrar, chama-nos a ser uma Igreja que se ergue em pé, não dobrada sobre si mesma, capaz de olhar mais além, de sair das suas prisões para ir ao encontro do mundo."

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

Pedro, Paulo e a sinodalidade: assim foi a homilia pronunciada pelo Papa Francisco neste 29 de junho, Solenidade dos Santos Apóstolos.


Na Basílica Vaticana, diante de uma delegação do patriarcado de Constantinopla, o pontífice abençoou os pálios destinados aos arcebispos metropolitanos de recente nomeação, alguns dos quais presentes na missa. A celebração foi presidida pelo Papa, que contudo não conduziu a liturgia eucarística devido ao problema no joelho.

Já em sua homilia, comentou as leituras que oferecem o testemunho dos dois grandes Apóstolos, condensado em duas frases: “Ergue-te depressa” (At 12, 7) no que diz respeito a Pedro; e “combati a boa batalha” (2 Tm 4, 7) em referência a Paulo. Tendo diante dos olhos estes dois aspectos – convidou o Papa –, perguntemo-nos que podem eles sugerir à Comunidade Cristã de hoje, empenhada no processo sinodal em curso.

Uma Igreja sem correntes nem muros, livre e humilde

Despertar e erguer-se: é uma imagem significativa para a Igreja, disse o Papa. Também nós somos chamados a erguer-nos depressa para entrar no dinamismo da ressurreição e deixar-nos conduzir pelo Senhor ao longo dos caminhos que Ele nos quiser indicar.”

Francisco alertou para a mediocridade espiritual, quando às vezes a Igreja é dominada pela preguiça ao invés de se lançar para horizontes novos, citando algumas expressões do Padre Henri de Lubac, que falava de "cristianismo clerical", "cristianismo formalista", "cristianismo mortiço e endurecido".

A proposta do futuro Sínodo é exatamente o contrário, afirmou Francisco, que chama a ser uma Igreja que se ergue em pé, não dobrada sobre si mesma, mas capaz de olhar mais além, de sair das suas prisões para ir ao encontro do mundo. Uma Igreja sem correntes nem muros, livre e humilde. Uma Igreja que se deixa animar pela paixão do anúncio do Evangelho e pelo desejo de chegar a todos, e a todos acolher. O Pontífice ressaltou este termo de Jesus: "todos", pedindo que a Igreja esteja nas encruzilhadas do mundo, pronta a acolher a todos, pecadores ou não. As portas são para acolher e não para "dispensar" os fiéis.

“Esta palavra do Senhor deve ressoar, ressoar na mente e no coração: todos! Na Igreja há lugar para todos. E muitas vezes nós nos tornamos uma Igreja de portas abertas, mas para dispensar as pessoas, para condená-las.”

O Evangelho não nos deixa indiferentes, não é neutro

Outro desafio é “combater a boa batalha”, ainda em andamento, porque muitos não estão dispostos a acolher Jesus, preferindo correr atrás dos seus próprios interesses e de outros mestres "mais cômodos, fáceis e de acordo com nossa vontade".

O Papa então propôs duas perguntas. A primeira: Que posso fazer eu pela Igreja? Isso requer não lamentar-se da Igreja, mas empenhar-se em prol da Igreja. “Igreja sinodal significa isto: todos participam, mas ninguém no lugar dos outros ou acima dos outros": "Não existem cristãos de primeira ou segunda classe". Significa não permanecer neutro, não deixar as coisas como estão, mas acender o fogo do Reino de Deus lá onde reinam o mal, a violência, a corrupção, a injustiça e a marginalização. 

A segunda pergunta é: Que podemos fazer juntos, como Igreja, para tornar o mundo em que vivemos mais humano, mais justo, mais solidário, mais aberto a Deus e à fraternidade entre os homens? 

Certamente não se fechar em círculos eclesiais nem se perder em discussões estéreis e no clericalismo, uma "perversão sobretudo se atinge os leigos". Mas ser uma Igreja que promove a cultura do cuidado, a compaixão pelos frágeis e a luta contra toda a forma de degradação, para resplandecer na vida de cada um a alegria do Evangelho: esta é a nossa "boa batalha". A batalha da tutela da criação, da dignidade do trabalho, dos problemas das famílias, da condição dos idosos e de quantos se veem abandonados, rejeitados e desprezados. Para isso, não se pode ceder ao saudosismo de voltar para trás, muito em voga ultimamente.

Por fim, o Papa saudou os novos arcebispos metropolitanos e a Delegação do Patriarcado Ecumênico. E concluiu pedindo a intercessão dos santos apóstolos: “Pedro e Paulo intercedam por nós, pela cidade de Roma, pela Igreja e pelo mundo inteiro. Amém”


Fonte:  https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2022-06/papa-francisco-homilia-missa-solenidade-pedro-paulo.html

EVANGELHO DO DIA

 + Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 8,28-34

Naquele tempo: 28Quando Jesus chegou à outra margem do lago, 
na região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois homens possuídos pelo demônio, saindo dos túmulos. Eram tão violentos, 
que ninguém podia passar por aquele caminho. 29Eles então gritaram: 'O que tens a ver conosco, Filho de Deus? Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?' 30Ora, a certa distância deles, estava pastando uma grande manada de porcos. 31Os demônios suplicavam-lhe: 'Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos.' 32Jesus disse: 'Ide.' Os demônios saíram, e foram para os porcos. E logo toda a manada atirou-se monte abaixo para dentro do mar, afogando-se nas águas. 33Os homens que guardavam os porcos fugiram e, indo até à cidade, contaram tudo, inclusive o caso dos possuídos pelo demônio. 34Então a cidade toda saiu ao encontro de Jesus. Quando o viram, pediram-lhe que se retirasse da região deles. Palavra da Salvação. 

 

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE

 

29 DE JUNHO DE 2022

 

4ª. FEIRA DA DÉCIMA TERCEIRA SEMANA DO

 

TEMPO COMUM

 

Cor Verde

 

1ª Leitura - Am 5,14-15.21-24

 

Leitura da Profecia de Amós 5,14-15.21-24

14Buscai o bem, não o mal, para terdes mais vida, só assim o Senhor Deus dos exércitos vos assistirá, como tendes afirmado. 
15Odiai o mal, amai o bem,
restabelecei a justiça no julgamento, 
talvez o Senhor Deus dos exércitos se compadeça do resto da tribo de José. 21'Aborreço, rejeito vossas festas, não me agradam vossas assembleias de culto. 22Se me oferecerdes holocaustos, não aceitarei vossas oblações e não farei caso de vossos gordos animais de sacrifício. 23Livra-me da balbúrdia dos teus cantos, não quero ouvir a toada de tuas liras. 24Que a justiça seja abundante como água e a vida honesta, como torrente perene.' 

Palavra do Senhor. 

 

Reflexão – Odiar o mal e amar o bem é o modo de vida que o Senhor nos aponta para que possamos buscar a justiça
Não serão as nossas celebrações festivas, o nosso cantar animado nos momentos de louvores que nos darão entrada na vida plena, mas a nossa conduta que é consequência de um coração reto e temente a Deus. O profeta Amós nos conscientiza de que, apesar de sermos pecadores, o Senhor nos ensina a escolher o caminho que nos levará à vida: o caminho do bem.  Precisamos estar muito atentos quanto às nossas atitudes, e o testemunho que estamos dando no mundo. O nosso comportamento, as nossas atitudes e o nosso proceder coerentes são o resultado do bem que buscamos. O bem não habita no meio de um ambiente em que o mal predomina. Odiar o mal e amar o bem é o modo de vida que o Senhor nos aponta para que possamos buscar a justiça. As nossas ações de bondade e de amor poderão se tornar preces de intercessão pelo restante do mundo e contribuir para que este seja um mundo mais justo. Uma alma que se eleva, faz com que o mundo melhore e seja elevado. Assim sendo, precisamos perseguir insistentemente a vontade de Deus, não apenas com os nossos sacrifícios e os nossos louvores exteriores. O mal ou o bem são uma consequência do que cultivamos dentro de nós mesmos (as), portanto, busquemos a fonte do Amor de Deus que mora em nós e poderemos viver a bondade do Senhor aqui mesmo na terra dos viventes. - Como tem sido o seu proceder no mundo? – Nos ambientes em que você tem frequentado predomina o bem ou o mal? – Você acha que Deus está também nos “ambientes de pecado”? – De que o seu coração o (a) acusa? – Quando canta louvando o Senhor você tem certeza de que O está agradando? – Você percebe que o bem e o mal moram dentro de si? – A qual deles você tem alimentado? 

 

Salmo - Sl 49, 7. 8-9. 10-11. 12-13. 16bc-17 (R. 23b)

 

R. A todos que procedem retamente,
eu mostrarei a salvação que vem de Deus.


7'Escuta, ó meu povo, eu vou falar; + 
ouve, Israel, eu testemunho contra ti: * 
Eu, o Senhor, somente eu, sou o teu Deus!R. 

8Eu não venho censurar teus sacrifícios, * 
pois sempre estão perante mim teus holocaustos; 
9não preciso dos novilhos de tua casa * 
nem dos carneiros que estão nos teus rebanhos.R. 

10Porque as feras da floresta me pertencem * 
e os animais que estão nos montes aos milhares. 
11Conheço os pássaros que voam pelos céus * 
e os seres vivos que se movem pelos campos.R. 

12Não te diria, se com fome eu estivesse, * 
porque é meu o universo e todo ser. 
13Porventura comerei carne de touros? * 
Beberei, acaso, o sangue de carneiros?R. 

16bComo ousas repetir os meus preceitos * 
16ce trazer minha Aliança em tua boca? 
17Tu que odiaste minhas leis e meus conselhos* 
e deste as costas às palavras dos meus lábios!R. 

 

Reflexão - Este salmo nos orienta: não é o nosso sacrifício, nem o que ofertamos de material que agrada ao Senhor, mas um procedimento santo que leve ao mundo o testemunho do amor de Deus. O Senhor é poderoso no amor, mas é justo nos Seus julgamentos. Por isso, não nos enganemos querendo tapar o sol com a peneira oferecendo a Ele “coisas” que não nos elevam o espírito. Deus é Pai e tudo o que realiza tem como objeto do Seu amor o homem e a mulher criados à sua imagem e semelhança.

 

Evangelho - Mt 8,28-34

 

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 8,28-34

Naquele tempo: 28Quando Jesus chegou à outra margem do lago, 
na região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois homens possuídos pelo demônio, saindo dos túmulos. Eram tão violentos, 
que ninguém podia passar por aquele caminho. 29Eles então gritaram: 'O que tens a ver conosco, Filho de Deus? Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?' 30Ora, a certa distância deles, estava pastando uma grande manada de porcos. 31Os demônios suplicavam-lhe: 'Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos.' 32Jesus disse: 'Ide.' Os demônios saíram, e foram para os porcos. E logo toda a manada atirou-se monte abaixo para dentro do mar, afogando-se nas águas. 33Os homens que guardavam os porcos fugiram e, indo até à cidade, contaram tudo, inclusive o caso dos possuídos pelo demônio. 34Então a cidade toda saiu ao encontro de Jesus. Quando o viram, pediram-lhe que se retirasse da região deles. Palavra da Salvação. 

 

Reflexão – O maligno sabe que já foi vencido por Jesus, mas continua explorando o ser humano

O inimigo de Deus nos persegue e o seu maior desejo é fazer com que nós, os Seus filhos, rejeitemos o nosso Criador. No entanto, Jesus Cristo veio à terra para nos salvar e nos libertar do Mau que é o demônio com toda a sua carga prepotente e violenta.  Os espíritos maus ainda hoje nos atormentam fazendo com que sejamos pessoas iradas, rebeldes, idólatras, materialistas, impacientes, murmuradoras, intolerantes, medrosas, arrogantes e, às vezes, tão violentas que podemos ser comparados (as) com verdadeiras “feras”. Jesus, porém, nos liberta do Mau para que possamos retornar ao caminho do bem e retomar a nossa dignidade de filhos e filhas de Deus. De acordo com o Evangelho nós vemos que para salvar os dois homens Jesus expulsou deles o demônio e o mandou para a manada de porcos a qual “atirou-se monte abaixo para dentro do mar, afogando-se nas águas”. Os homens, às vezes, até inadvertidamente deixam-se apossar pelas obras do maligno, porém, nós que temos ciência de que Jesus já o derrotou quando venceu a morte que é a consequência do pecado, não podemos temer as suas investidas.  Ele sabe que já foi vencido por Jesus, mas, mesmo assim continua explorando o ser humano. Se tivermos consciência de que Jesus já venceu a morte e que já nos deu a vida eterna, não cairemos nas malhas dos inimigos.   O povo daquela cidade não entendia que Jesus queria dar dignidade ao homem, porque estava preso aos seus interesses: os porcos lhe rendiam dinheiro. Às vezes, também, a libertação nos trará consequências de perdas, de despojamento, por isso, não queremos sacrificar os bens que possuímos em troca da salvação da nossa alma. Preferimos a prisão, a violência, para poder ter uma vida mais próspera. 

Você é uma pessoa fácil de ser influenciada e atraída para as coisas mundanas? 

- Você será capaz de abdicar de alguma coisa ou de alguém muito importante, para se ver livre do pecado que o (a) prende?  


Helena Serpa,

Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho