domingo, 31 de março de 2019

DESPERTAR VOCACIONAL 2019: ALEGRIA EM BUSCAR ATENDER O CHAMADO DE DEUS




Foi concluído na manhã deste domingo, dia 31 de março, com missa presidida por dom Gilberto Pastana, o Despertar Vocacional 2019. O evento, que teve início sexta- feira (29), aconteceu no Centro de Expansão Dom Vicente de Paulo Araújo Matos, em Crato, e contou com a participação de oitenta e sete jovens, vindos das cinco foranias da diocese de Crato.
“Esse encontro tem como objetivo ajudar os jovens da nossa diocese a despertar para qual vocação especifica Deus lhes chama. Procuramos apresentar, com a presença e o testemunho, as vocações que temos na diocese”, explicou o coordenador do Serviço de Animação Vocacional, padre Cícero Luciano Lima.
Para isso, além da formação sobre o tema “Vocação, fé e discernimento” e dos momentos de oração, foi incluída na programação a apresentação das vocações através de representantes de cada uma. Estiveram presentes Padres, Diácono Permanente e membros de Congregações Religiosas, Novas Comunidades, Pastoral Familiar e Leigos Consagrados que, em uma roda de conversa, tiraram as dúvidas dos jovens sobre a missão de cada uma.
Isso ajudou Joanete Rangel, de Aurora, esclarecer através de qual vocação ela quer servir a Deus. “Eu sempre ficava fugindo e hoje estou aqui. A semente foi plantada, nunca saímos como chegamos, sempre saímos com uma sede a mais de procurar e hoje, depois destes dias de encontro, tenho certeza que quero servir a Igreja como leiga”, afirmou.
Ao todo vinte e nove paróquias enviaram participantes.
Oferta de vida
Na celebração, dom Gilberto refletiu sobre a parábola do Filho Pródigo (Lc 15,1-3.11-32), afirmando que a primeira vocação do cristão deve ser a vida. “A primeira e mais importante vocação nossa deve ser a vida. Todas as nossas vocações dependem da escolha pela vida. Fomos criados para viver e viver no Senhor”, disse.
No ofertório, os jovens colocaram no altar do Senhor uma carta, escrita a punho, falando sobre a experiência de ter vivido o Despertar Vocacional. O texto foi feito durante o momento oracional do deserto, realizada antes da celebração eucarística. Ao fim da missa dom Gilberto sorteou duas delas e as leu, sem falar o nome das pessoas que as escreveram. A ideia foi partilhar, em comunidade, o que foi vivenciado nestes dias.
O bispo ainda pediu que aos jovens para que, no caminhar vocacional, além de fazerem a opção primeira pela vida, possam estudar o Senhor como pessoa para, a partir dai, fazerem, aos poucos, a opção definitiva. “Que possamos assumir essa missão para ajudar os outros”, falou.

Por: Jornalista Patrícia Silva (MTE 3815/CE)
Fonte: Diocese de Crato

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO À COMUNIDADE CATÓLICA DO MARROCOS



Confira a íntegra da homilia proferida pelo Santo Padre na missa de despedida do Marrocos, realizada no Centro Esportivo Príncipe Moulay Abdellah, em Rabat.
HOMILIA DO SANTO PADRE
Eucaristia
(Complexo Desportivo Príncipe Moulay Abdellah - Rabat, 31 de março de 2019)

«Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos» (Lc 15, 20).
Assim nos leva o Evangelho ao coração da parábola onde se apresenta o comportamento do pai quando vê regressar o seu filho: comovido até às entranhas, não espera que ele chegue a casa, mas surpreende-o correndo ao seu encontro. Um filho ansiosamente esperado. Um pai comovido ao vê-lo regressar.
Mas não foi a única vez que o pai correu. A sua alegria seria incompleta sem a presença do outro filho. Por isso, sai também ao seu encontro, para convidá-lo a tomar parte na festa (cf. 15, 28). Contudo o filho mais velho parece não gostar das festas de boas-vindas, custava-lhe suportar a alegria do pai, não reconhece o regresso do seu irmão: «esse teu filho» (15, 30) – dizia. Para ele, o irmão continua perdido, porque já o perdera no seu coração.
Incapaz de participar na festa, não só não reconhece o irmão, mas tão-pouco reconhece o pai. Prefere ser órfão à fraternidade, o isolamento ao encontro, a amargura à festa. Custa-lhe não só compreender e perdoar a seu irmão, mas também aceitar ter um pai capaz de perdoar, disposto a esperar e velar por que ninguém fique fora; enfim, um pai capaz de sentir compaixão.
No limiar daquela casa, parece manifestar-se o mistério da nossa humanidade: por um lado, temos a festa pelo filho reencontrado e, por outro, um certo sentimento de traição e indignação por se festejar o seu regresso. Por um lado, a hospitalidade para quem experimentara tal miséria e sofrimento, que chegara ao ponto de exalar o cheiro dos porcos e querer alimentar-se com o que eles comiam; por outro, a irritação e o ressentimento por se dar lugar a alguém que não era digno nem merecedor de tal abraço.
Deste modo, mais uma vez vem à luz a tensão que se vive no meio da nossa gente e nas nossas comunidades, e até dentro de nós mesmos. Uma tensão que, a partir de Caim e Abel, mora em nós e que somos convidados a encarar: Quem tem direito a permanecer entre nós, ocupar um lugar à nossa mesa e nas nossas assembleias, nas nossas solicitudes e serviços, nas nossas praças e cidades? Parece continuar a ressoar aquela pergunta fratricida: Porventura sou eu o guardião do meu irmão? (cf. Gn 4, 9).
No limiar daquela casa, surgem as divisões e desencontros, a agressividade e os conflitos que sempre atingirão as portas dos nossos grandes desejos, das nossas lutas pela fraternidade e pela possibilidade de cada pessoa experimentar desde já a sua condição e dignidade de filho.
Mas no limiar daquela casa brilhará também em toda a sua claridade, sem lucubrações nem desculpas que lhe tirem força, o desejo do Pai: que todos os seus filhos tomem parte na sua alegria; que ninguém viva em condições desumanas como seu filho mais novo, nem na orfandade, isolamento ou amargura como o filho mais velho. O seu coração quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade (cf. 1 Tm 2, 4).
Sem dúvida, há tantas circunstâncias que podem alimentar a divisão e o conflito; são inegáveis as situações que podem levar a afrontar-nos e dividir-nos. Não podemos negá-lo. Estamos sempre ameaçados pela tentação de crer no ódio e na vingança como formas legítimas de obter justiça de maneira rápida e eficaz. Mas a experiência diz-nos que a única coisa que conseguem o ódio, a divisão e a vingança é matar a alma da nossa gente, envenenar a esperança dos nossos filhos, destruir e fazer desaparecer tudo o que amamos.
Por isso, Jesus convida-nos a fixar e contemplar o coração do Pai. Só a partir dele poderemos, cada dia, redescobrir-nos como irmãos. Só a partir deste horizonte amplo, capaz de nos ajudar a superar as nossas míopes lógicas de divisão, é que seremos capazes de alcançar um olhar que não pretenda obscurecer ou desmentir as nossas diferenças, buscando talvez uma unidade forçada ou uma marginalização silenciosa. Só se formos capazes diariamente de levantar os olhos para o céu e dizer Pai Nosso, é que poderemos entrar numa dinâmica que nos possibilite olhar e ousar viver, não como inimigos, mas como irmãos.
«Tudo o que é meu é teu» (Lc 15, 31): diz o pai ao filho mais velho. E não se refere apenas aos bens materiais, mas a ser participante também do seu próprio amor e compaixão. Esta é a maior herança e riqueza do cristão. Com efeito, em vez de nos medirmos ou classificarmos com base numa condição moral, social, étnica ou religiosa, podemos reconhecer que existe outra condição que ninguém poderá apagar ou aniquilar, pois é puro dom: a condição de filhos amados, esperados e festejados pelo Pai.
«Tudo o que é meu é teu», incluindo a minha capacidade de compaixão: diz-nos o Pai. Não caiamos na tentação de reduzir a nossa filiação a uma questão de leis e proibições, de deveres e seu cumprimento. A nossa filiação e a nossa missão nascerão, não de voluntarismos, legalismos, relativismos ou integrismos, mas da imploração feita por pessoas crentes que diariamente rezam com humildade e constância: Venha a nós o vosso Reino.
A parábola do Evangelho deixa aberto o final. Vemos o pai rogar ao filho mais velho que entre e participe na festa da misericórdia; mas o evangelista nada diz acerca da decisão que ele tomou. Ter-se-á associado à festa? Podemos pensar que este final aberto sirva para cada comunidade, cada um de nós o escrever com a sua vida, o seu olhar e atitude para com os outros. O cristão sabe que, na casa do Pai, há muitas moradas; de fora, ficam apenas aqueles que não querem tomar parte na sua alegria.
Queridos irmãos, quero agradecer-vos pela forma como dais testemunho do Evangelho da misericórdia nestas terras. Obrigado pelos esforços feitos para tornardes as vossas comunidades oásis de misericórdia. Animo-vos e encorajo a continuar a fazer crescer a cultura da misericórdia, uma cultura na qual ninguém olhe para o outro com indiferença nem desvie o olhar ao ver o seu sofrimento (cf. Carta ap. Misericordia et misera, 20). Continuai ao lado dos humildes e dos pobres, daqueles que são rejeitados, abandonados e ignorados; continuai a ser sinal do abraço e do coração do Pai.
Que o Misericordioso e o Clemente – como tantas vezes O invocam os nossos irmãos e irmãs muçulmanos – vos fortaleça e faça frutificar as obras do vosso amor.
Fonte: Vatican News

"QUEM CONSTRÓI MUROS PERMANECE PRISIONEIRO DELE. OS CONSTRUTORES DE PONTES VÃO AVANTE"




Falando com jornalistas no voo de retorno do Marrocos, o Papa Francisco fala do diálogo com os muçulmanos. A declaração sobre Jerusalém foi um passo avante dado por irmãos. Em relação aos migrantes, apelo à Europa. O Papa cita Tsipras: os direitos humanos vêm antes dos acordos. Sobre a liberdade de consciência: hoje, em alguns países cristãos, arriscamo-nos que os médicos que se opõem à eutanásia sejam privados dessa liberdade.
Do voo Rabat-Roma
No Boeing 737 do Royal Air Maroc que o trouxe de volta a Roma, o Papa Francisco encontrou-se, como de costume, com os jornalistas e conversou com eles durante mais de meia hora sobre o diálogo com os muçulmanos, a declaração sobre Jerusalém, os migrantes e a Europa, o caso Barbarin, a liberdade de consciência em perigo nos países com tradição cristã.
Siham Toufiki, agencia Map: Houve momentos muito fortes, esta visita foi um acontecimento histórico excepcional para o povo marroquino. Quais são as consequências desta visita para o futuro, para a paz no mundo, para a convivência no diálogo entre culturas?
"Direi que agora há flores, os frutos virão mais tarde. Mas as flores são promissoras. Estou feliz, porque nestas duas viagens pude falar sobre o que me toca tanto no coração, tanto: a paz, a unidade, a fraternidade. Com os nossos irmãos muçulmanos e muçulmanas, selamos esta fraternidade no documento de Abu Dhabi e aqui no Marrocos todos vimos uma liberdade, uma fraternidade, uma acolhida de todos os irmãos com um respeito muito grande. Esta é uma bela flor de convivência que promete dar frutos. Não devemos desistir! É verdade que ainda haverá dificuldades, muitas dificuldades porque, infelizmente, existem grupos intransigentes. Mas gostaria de dizer isto claramente: em cada religião há sempre um grupo integralista que não quer ir em frente e vive de recordações amargas, das lutas do passado, procurando mais a guerra e também semeando o medo. Vimos que é mais bonito semear a esperança, andar de mãos dadas sempre em frente. Vimos, também no diálogo com vocês aqui no Marrocos, que são necessárias pontes e sentimos dor quando vemos pessoas que preferem construir muros. Por que sentimos dor? Porque aqueles que constroem os muros acabarão presos pelos muros que construíram. Mas aqueles que constroem pontes vão muito avante. Para mim, construir pontes é algo que vai quase além do humano, exige muito esforço. Sempre me tocou muito uma frase do romance de Ivo Andrich, "A Ponte sobre a Drina": ele diz que a ponte é feita por Deus com as asas dos anjos para que os homens se comuniquem... para que os homens possam se comunicar. A ponte é para comunicação humana. E isto é bonito e eu vi isso aqui no Marrocos. Em vez disso, os muros são contra a comunicação, são a favor do isolamento e aqueles que os constroem tornar-se-ão prisioneiros. Não se vêem os frutos, mas vêem-se muitas flores que darão frutos, por isso vamos continuar assim".
Nadia Hammouchi, TV 2M: O senhor se encontrou com o rei de Marrocos e com o seu desejo de diálogo. O que é preciso, na prática, para reforçar o diálogo?
"Sempre que há um diálogo fraterno, há uma relação em vários níveis. Permitam-me uma imagem: o diálogo não pode ser de laboratório, deve ser humano, e se é humano é com a mente, o coração e as mãos, e assim são assinados acordos. Por exemplo, o apelo comum sobre Jerusalém foi um passo avante dado não por uma autoridade do Marrocos e por uma autoridade do Vaticano, mas por irmãos crentes que sofrem ao verem que esta cidade da esperança ainda não é tão universal como todos nós queremos que seja: judeus, muçulmanos e cristãos. Todos nós queremos isto. E por isso assinamos este desejo: é um desejo, um chamado à fraternidade religiosa que é simbolizada nesta cidade que é toda nossa. Todos somos cidadãos de Jerusalém, todos os crentes”.
Nicolas Seneze, La Croix: Ontem, o rei de Marrocos disse que protegerá os judeus marroquinos e os cristãos de outros países que vivem no Marrocos. Faço a seguinte pergunta sobre os muçulmanos que se convertem ao cristianismo: o senhor está preocupado com estes homens e mulheres que correm o risco de serem presos ou são condenados à morte noutros países muçulmanos? Outra pergunta sobre o Cardeal Barbarin: Esta semana, os conselhos da diocese de Lyon votaram quase unanimemente a favor de uma solução duradoura para a sua saída. É possível para o senhor, que é muito ligado à sinodalidade da Igreja, escutar este apelo de uma diocese em situação tão difícil?
"Posso dizer que no Marrocos há liberdade de culto, há liberdade religiosa, há liberdade de pertença religiosa, a liberdade sempre se desenvolve cresce, pensemos em nós, cristãos, 300 anos atrás se havia essa liberdade que temos hoje. A fé cresce na consciência da capacidade de compreender si mesmo. Um monge francês, Vincenzo De Lerino, do século oitavo-nono, cunhou uma bela expressão para explicar como se pode crescer na fé, explicar melhor as coisas, crescer na moral, mas sempre permanecendo fiel às raízes. Ele disse três palavras, mas que marcam o caminho: ele diz que crescer na explicação e na consciência da fé e da moral é preciso consolidá-la ao longo dos anos, expandidos no tempo, mas é a mesma fé que é sublimada ao longo dos anos. Assim se entende por exemplo que hoje retiramos do Catecismo da Igreja Católica a pena de morte - há 300 anos queimavam os hereges vivos - porque a Igreja acentuou na consciência moral o respeito pela pessoa e a liberdade de culto também cresce, também nós devemos continuar a crescer, há pessoas católicas que não aceitam o que o Vaticano II disse sobre a liberdade de culto, a liberdade de consciência, há pessoas que não aceitam católicos, nós também temos este problema, mas também os irmãos muçulmanos crescem na consciência e alguns países não compreendem bem ou não crescem tão bem como outros, no Marrocos há este crescimento. Neste quadro há o problema da conversão: alguns países ainda não a vêem, não sei se é proibida, mas a prática é proibida. Outros países como o Marrocos não criam problema, são mais abertos e mais respeitosos, procuram um certo modo de proceder com discrição. Outros países com os quais falei dizem: não temos problemas, mas preferimos que o batismo eles façam fora do país e retornem cristãos. Preocupa-me outra coisa: a retrocessão nossa, cristãos, quando tiramos a liberdade de consciência, pensa você, nos médicos e nas instituições hospitalares cristãs que não têm o direito de objecção de consciência, por exemplo, à eutanásia. A Igreja foi para a frente e vocês, países cristãos, foram para trás? Pensem nisto porque é uma verdade. Hoje nós, cristãos, corremos o perigo que alguns governos nos tirarem a liberdade de consciência que é o primeiro passo para a liberdade de culto. A resposta não é fácil, mas não acusemos os muçulmanos, devemos nos acusar, a nós, nestes países onde isto acontece. Devemos ter vergonha”.
"Então, sobre o cardeal Barbarin, ele, um homem da Igreja, pediu demissão, mas eu não posso moralmente aceitá-la porque, juridicamente, mas também na jurisprudência mundial clássica, há a presunção de inocência durante o tempo em que a causa está aberta. Ele apelou e a causa está aberta. Depois, quando o segundo tribunal dá a sentença, vemos o que acontece. Mas tem sempre a presunção de inocência. Isto é importante porque vai contra a superficial condenação dos meios de comunicação social. O que diz a jurisprudência mundial? Que, se um caso está aberto, existe a presunção de inocência. Talvez não seja inocente, mas há a presunção. Uma vez falei de um caso na Espanha sobre como a condenação dos meios de comunicação social arruinou a vida de sacerdotes que foram depois reconhecidos inocentes. Antes de fazer a condenação mediática, pensar duas vezes. E ele escolheu honestamente, mas não, eu me retiro, peço uma licença voluntária e deixo ao Vigário Geral administrar a arquidiocese até que o tribunal dê a sentença final".
Cristina Cabrejas, agência Efe: No discurso de ontem às autoridades, o senhor disse que o fenômeno migratório não se resolve com barreiras físicas, mas aqui no Marrocos a Espanha construiu duas barreiras com lâminas para cortar aqueles que querem superá-las. O senhor conheceu algum deles em qualquer encontro. E o Presidente Trump nestes dias disse que quer fechar completamente as fronteiras e também suspender a ajuda a três países da América Central. O que o senhor gostaria de dizer para estes governantes, para estes políticos que ainda defendem estas decisões?
"Em primeiro lugar, o que eu disse há pouco: os construtores de muros, sejam de lâminas que cortam como facas ou de tijolos, tornar-se-ão prisioneiros dos muros que fazem. Primeiro... o que a história dirá? Em segundo lugar, Jordi Evole quando me entrevistou, mostrou-me um pedaço desse fio com as facas. Digo-lhe sinceramente que fiquei comovido e depois quando ele foi embora, chorei. Chorei porque não entra na minha cabeça e no meu coração tanta crueldade. Não entra na minha cabeça e no meu coração ver afogar-se no Mediterrâneo… esta não é a forma de resolver o grave problema da imigração, que eu entendo: um governo, com este problema tem “uma batata quente” nas mãos, mas deve resolvê-lo, de outra forma, humanamente. Quando eu vi aquele fio, com facas, eu não podia acreditar. Uma vez que eu tive a oportunidade de ver um filme da prisão de refugiados que retornam, que são enviados de volta. Prisões não oficiais, prisões de traficantes. Se você quiser, eu posso mandá-lo a você. Eles fazem sofrer,  fazem sofrer. As mulheres e crianças são vendidas, os homens ficam. E as torturas que você vê no filme são inacreditáveis. Era um filme feito em segredo. Eu não os deixo entrar: é verdade porque não tenho lugar, mas há outros países, há a humanidade da União Europeia. Toda a União Europeia tem de falar. Não os deixo entrar, ou os deixo afogar ali, ou os mando embora sabendo que tantos deles vão cair nas mãos destes traficantes que vão vender as mulheres e as crianças, matarão ou torturarão para fazer escravos os homens. Isto está filmado, está à disposição de vocês. Uma vez que falei com um governante, um homem que eu respeito e direi "o nome, Alexis Tsipras. e falando sobre isso e dos acordos de não deixar entrar, ele me explicou as dificuldades, mas no final ele me falou com o coração e disse esta frase: "os direitos humanos vêm antes dos acordos". Esta frase merece o Prêmio Nobel.
Michal Werner Schramm, Ard Roma: O senhor há muitos anos combate para proteger e ajudar os migrantes, como fez nos últimos dias no Marrocos. A política europeia vai exactamente na direcção oposta. A Europa torna-se como bastão contra os migrantes. Esta política reflete a opinião dos eleitores. A maioria desses eleitores é cristã-católica. O senhor como se sente com esta triste situação?
"Vejo que muitas pessoas de boa vontade, não só católicos, mas pessoas boas, de boa vontade são um pouco tomadas pelo medo que é a pregação habitual do populismo, o medo. O medo é semeado e depois as decisões são tomadas. O medo é o início das ditaduras. Vamos para o século passado, para a queda da República de Weimar, repito isto muitas vezes. A Alemanha precisava de uma saída e, com promessas e medos foi avante Hitler, conhecemos o resultado, conhecemos o resultado. Aprendemos com a história, isso não é novo: semear medo é fazer uma coleta de crueldade, de fechamentos e até mesmo de esterilidade. Pensem no inverno demográfico da Europa. Também nós que vivemos na Itália temos abaixo de zero. Pensem na falta de memória histórica: a Europa foi feita por migrações e esta é a sua riqueza. Pesemos na generosidade de muitos países, que hoje batem à porta da Europa, com os migrantes europeus a partir de 84, os dois pós-guerra, em massa, a América do Norte, a América Central, a América do Sul. O meu pai foi lá depois da guerra e foi acolhido. Um pouco de gratidão... É verdade, para ser compreensivos, que o primeiro trabalho que temos de fazer é tentar assegurar que as pessoas que migram por causa da guerra ou da fome não tenham essa necessidade. Se uma Europa tão generosa vende armas ao Iêmen para matar crianças, como faz a Europa a ser coerente. E digo que isto é um exemplo, mas a Europa vende armas. Depois há o problema da fome e da sede. Se a Europa quer ser a mãe Europa e não a avó Europa, tem de investir, tem de tentar inteligentemente ajudar a levantar através da educação, através dos investimentos, e isto não é meu, disse a Chanceler Merkel. É algo que ela leva avante: impedir a emigração não com a força, mas com a generosidade, os investimento educativos e econômico, etc., e isto é muito importante. Segundo, sobre como agir, é verdade que um país não pode receber todos, mas há toda a Europa para distribuir os migrantes, há toda a Europa. Porque a acolhida deve ser com o coração aberto, depois acompanhar, promover e integrar. Se um país não pode integrar, deve pensar imediatamente em falar com outros países: você quantos pode integrar, para dar às pessoas uma vida digna. Outro exemplo que vivi na minha pele no tempo das ditaduras é a Operação Condor em Buenos Aires, na América Latina, na Argentina, Chile e Uruguai. Foi a Suécia que recebeu com uma generosidade impressionante.Aprendiam imediatamente a língua à custa do Estado, encontraram trabalho, encontraram um lar. Agora você sente, a Suécia, um pouco com dificuldade na integração, mas diz isso e pede ajuda. Quando lá estive no ano passado, o primeiro-ministro deu-me as boas-vindas, mas na cerimônia de despedida foi uma ministra, uma jovem ministra que penso era a da Educação, era um pouco acastanhada porque era filha de uma sueca e de um migrante africano: tão integrada no país que eu dou como exemplo, a Suécia. Mas para isso é preciso generosidade, é preciso continuar, mas com os muros ficaremos fechados nestes muros".
(Transcrição não oficial realizada por Andrea Tornielli)
Fonte: Vatican News


SUPERIOR PROVINCIAL DOS PADRES EUDISTAS ESTÁ EM FORTALEZA




O superior provincial dos padres eudistas José Mario Bacci Trespalacios aproveitando uma visita a Salvador esticou a  Fortaleza, onde se encontra desde a noite de ontem,  para junto com o Superior de Fortaleza, padre Johnja Lopez, e a Coordenação dos Associados, acertar detalhes dos diversos encontros da Congregação de  Jesus e Maria, programados para julho de 2019. Amanhã, segunda-feira, dia 1º de abril, estará seguindo para Bogotá.

Como estava previsto, hoje, dia 31 de março, às 8h30min, ele  celebrou uma Missa, na Casa de Formação dos Padres Eudistas, no bairro Luciano Cavalcante e contou com a participação padres, seminaristas, associados eudistas e de paroquianos.

Com informações e fotos de Ana Maria Pinheiro, eudista associada

PAPA A CATÓLICOS NO MARROCOS: OBRIGADO PELO TESTEMUNHO DA CULTURA DA MISERICÓRDIA




O Pontífice encontrou a pequena comunidade católica no Marrocos para uma missa em que, através da parábola do Filho pródigo, encorajou os fiéis a continuarem o testemunho cristão no país, num esforço de fazer crescer a cultura da misericórdia, “uma cultura na qual ninguém olhe para o outro com indiferença nem desvie o olhar ao ver o seu sofrimento. Continuem a ser sinal do abraço e do coração do Pai”, incentivou o Papa.
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
O ponto alto da visita do Papa Francisco ao Marrocos, em viagem apostólica dedica também ao diálogo inter-religioso, foi a missa celebrada na tarde deste domingo (31), no Centro Esportivo Príncipe Moulay Abdellah, em Rabat.
Na homilia para a comunidade católica, cerca de 10 mil fiéis reunidos no local, o Papa comentou a parábola do Filho pródigo, “um filho ansiosamente esperando. Um pai comovido ao vê-lo regressar”, disse o Pontífice. Diferente do outro filho que não suportou a alegria do pai e não reconheceu o regresso do irmão, preferindo “ser órfão à fraternidade”. De dentro daquela casa, refletiu Francisco, se manifesta “o mistério da nossa humanidade”.
“Deste modo, mais uma vez vem à luz a tensão que se vive no meio da nossa gente e nas nossas comunidades, e até dentro de nós mesmos. Uma tensão que, a partir de Caim e Abel, mora em nós e que somos convidados a encarar: quem tem direito a permanecer entre nós, ocupar um lugar à nossa mesa e nas nossas assembleias, nas nossas solicitudes e serviços, nas nossas praças e cidades? Parece continuar a ressoar aquela pergunta fratricida: Porventura sou eu o guardião do meu irmão? (cf. Gn 4, 9).”
A luta pela fraternidade para não envenenar a esperança
De dentro daquela casa do pai misericordioso, a luta pela fraternidade impedida por “divisões e desencontros, a agressividade e os conflitos”. Mas, também, o brilho que nasce dos desejos do Pai: que ninguém sofra com “orfandade, isolamento ou amargura”.
“Sem dúvida, há tantas circunstâncias que podem alimentar a divisão e o conflito; são inegáveis as situações que podem levar a  nos afrontar e a nos dividir. Não podemos negá-lo. Estamos sempre ameaçados pela tentação de crer no ódio e na vingança como formas legítimas de obter justiça de maneira rápida e eficaz. Mas a experiência nos fala que a única coisa que conseguem o ódio, a divisão e a vingança é matar a alma da nossa gente, envenenar a esperança dos nossos filhos, destruir e fazer desaparecer tudo o que amamos.”
A redescoberta de sermos irmãos
O convite, então, vindo do próprio Jesus, disse o Papa, é “contemplar o coração do Pai” para, a cada dia, “nos redescobrirmos como irmãos”. Em condição de filhos amados, acrescentou Francisco, não medimos e nem classificamos as pessoas com base na condição moral, social, étnica e religiosa.
“Só a partir deste horizonte amplo, capaz de nos ajudar a superar as nossas míopes lógicas de divisão, é que seremos capazes de alcançar um olhar que não pretenda obscurecer ou desmentir as nossas diferenças, buscando talvez uma unidade forçada ou uma marginalização silenciosa. Só se formos capazes diariamente de levantar os olhos para o céu e dizer Pai Nosso, é que poderemos entrar numa dinâmica que nos possibilite olhar e ousar viver, não como inimigos, mas como irmãos.”
O incentivo do Papa para a cultura da misericórdia
“A parábola do Evangelho deixa o final em aberto”, disse o Papa, pois não sabemos se o filho mais velho aceitou participar da festa da misericórdia do irmão. Uma lição que pode ser observada também pela gente, disse o Pontífice, já que cada um pode escrever o final “com a sua vida, o seu olhar e atitude” em relação aos outros. Como faz a comunidade católica no Marrocos Fque dá o seu testemunho, através do Evangelho da misericórdia.
“Obrigado pelos esforços feitos para tornarem as comunidades oásis de misericórdia. Animo vocês e vos encorajo a continuar a fazer crescer a cultura da misericórdia, uma cultura na qual ninguém olhe para o outro com indiferença nem desvie o olhar ao ver o seu sofrimento (cf. Carta ap. Misericordia et misera, 20)." 
“ Continuem ao lado dos humildes e dos pobres, daqueles que são rejeitados, abandonados e ignorados; continuem a ser sinal do abraço e do coração do Pai. ”
Fonte: Vatican News

SAGRAÇÃO DO MONSENHOR EVALDO CARVALHO DOS SANTOS, cm



O Monsenhor Evaldo Carvalho dos Santos, CM  será sagrado Bispo no dia 27 de abril de 2019, às 9 horas, na Catedral Metropolitana de Fortaleza, numa solenidade que será presidida por Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques. Ele foi nomeado pelo papa Francisco, Bispo da Diocese de Viana, no Maranhão.


CONFISSÕES: PARÓQUIA, LOCAL E HORÁRIO




- Paróquia Santa Luzia
Rua João Cordeiro, 679 Meireles
Terça a sexta das 16 às 19 horas

- Paróquia do Cristo Rei
Rua Nogueira Acioli, 805
Diariamente das 16 às 18:00hs.

- Shalom da Paz
Rua Maria Tomásia, 72
Segunda e sexta das 17:00 às 18:00hs.

- Catedral
Terça à sexta das 09:00 às 11:00hs

- Paróquia da Paz
Rua Visconde de Mauá,905
Segunda, quarta e quinta das 15:00 às 16:30hs.

- São Vicente de Paulo
 Av Desembargador Moreira, 2211
Terça à sexta à  partir das 15:30hs

- Nossa Senhora da Glória
Av. Oliveira Paiva, 905 Terça à  sexta das 15:00 às  18:00hs

- Igreja de Fátima
Av 13 de maio
Terça à sexta de 15:30 às 18hs

- Paróquia São Benedito
Av. Imperador, 1165
Quinta das 14hrs às 18hs

- Nossa Senhora do Patrocínio
Rua Guilherme rocha, 536
Sempre meia hora antes das missas (missas 09hs 12hs 15hs - segunda à  sexta)

- Paróquia Nossa Senhora dos Remédios (av. universidade, 2974) sábado 15:30 às 17:00 e 1°sexta do mês as 15:30 as 17:00

- Paróquia do Divino Espírito Santo (av. Adenanteras, 175, cidade 2000) sexta e sabado de 17:30 as 18:30

- Santuário Sagrado Coração de Jesus (av. Duque de Caxias, 235) terça a domingo de 15hrs as 17hrs

- Paróquia Sant'ana e São Joaquim (rua paramirim, s/n - Eusébio) quinta de 15hrs as 17:30 e sexta de 09hrs às 12:00h

- Paróquia Coração Imaculado de Maria ( av. prof. Miramar da ponte, 301 - Henrique Jorge) segunda e quinta de 16hrs as 17:30

- Paróquia Nossa Senhora da Conceição (rua cel. Joaquim Bezerra,  255 - Mesejana) terça a sexta de 16hrs as 19hrs (tem uma pausa na confissão para a missa de 17hrs, depois volta a confissão)

- Paróquia Nossa Senhora de Nazaré (rua jorge dumar, 2448 - Montese) segunda a sexta de 15hrs as 17hrs

- Paróquia Nossa Senhora da Saúde (av. Abolição,  3929) terça a sexta de 16hrs as 19hrs

- Paróquia São José (rua Amélia benebien, 555 - papicu) segunda a sabado a partir das 18hrs até a missa (19hrs)

- Paróquia Santo Afonso de Liguori (av. Jovita Feitosa, 2733 - parquelandia) terça a quinta de 15:30 as 17hrs

- Paróquia São Gerardo Majella ( av. Bezerra de Menezes, 1256) terça a sábado de 15hrs as 16:30

-Paróquia Nsa de Lourdes(Av.Dolor Barreira ,s/n -Dunnas) terça a sexta 16:30hs as 18hs.

-Paroquia do Eusébio:
Terças
15 as 17:15h
19 as 20h
Quartas:
9 as 11h
Quintas:
15 as 17:15h
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MUTIRÃO DE CONFISSÕES NA PARÓQUIA SÃO JOÃO EUDES




EVANGELHO DO DIA


Lucas 15, 1-3.11-32


+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 15,1-3.11-32

Naquele tempo: 1Os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar.  2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. 'Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles.' 3Então Jesus contou-lhes esta parábola:  11'Um homem tinha dois filhos.  12O filho mais novo disse ao pai: 'Pai, dá-me a parte da herança que me cabe'. E o pai dividiu os bens entre eles. 
13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada.  14Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade.  15Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. 17Então caiu em si e disse: 'Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. 18Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: `Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados'. 
20Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o, e cobriu-o de beijos.  
21O filho, então, lhe disse: 'Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho'. 22Mas o pai disse aos empregados: `Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 
23Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 
24Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado'. E começaram a festa. 25O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. 27O criado respondeu: `É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde'. 28Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29Ele, porém, respondeu ao pai: `Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado'. 
31Então o pai lhe disse: `Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; perdido, e foi encontrado'.' Palavra da Salvação.

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE






31 DE MARÇO DE 2019

DOMINGO DA IV SEMANA

DA QUARESMA

Cor Roxo

 

1ª Leitura Js 5, 9ª.10-12


Leitura do Livro de Josué 5,9a.10-12

Naqueles dias: 9ao Senhor disse a Josué: 'Hoje tirei de cima de vós o opróbrio do Egito'.  10Os israelitas ficaram acampados em Guilgal e celebraram a Páscoa no dia catorze do mês, à tarde, na planície de Jericó. 11No dia seguinte à Páscoa comeram dos produtos da terra, pães sem fermento e grãos tostados nesse mesmo dia. 12O maná cessou de cair no dia seguinte, quando comeram dos produtos da terra. Os israelitas não mais tiveram o maná. Naquele ano comeram dos frutos da terra de Canaã. Palavra do Senhor.

Reflexão - “Entrar na terra prometida é assumir a vida nova no Espírito”

A leitura nos revela como o povo de Israel, agora livre da escravidão do Egito, celebrava a Páscoa, provando dos frutos próprios da terra, pois, não havia mais necessidade do maná que eles recebiam no deserto. Eles, agora, alimentavam-se, do que colhiam do seu próprio cultivo. Fazendo uma analogia com a nossa vida humana e espiritual, também poderemos refletir, qual tem sido o alimento da nossa alma e do nosso espírito, durante o tempo em que estamos vivendo. Comer dos frutos da terra poderá ser para nós, o alimentar-se daquilo que a nossa humanidade tem semeado em si mesma, para abastecer-se. Assim, pois, podemos estar comendo frutos bons ou ruins, na medida em que estamos deixando espargirem-se dentro de nós as sementes que a Palavra de Deus põe em nossas mãos. O Senhor Deus, como um Pai providente, está sempre colocando em nossas mãos a boa semente para o nosso cultivo e consequente colheita dos frutos que saciam a nossa alma e o nosso espírito. Frutos de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio...  No entanto, o inimigo também se esforça para nos oferecer a semente imprestável que, muitas vezes, assemelha-se ao que Deus nos propõe e, por isso, enganados, nos sujeitamos a comer do veneno que pode nos levar à morte. Entrar na terra prometida é assumir a vida nova no Espírito que Jesus nos propõe quando nos oferece salvação. Jesus já nos salvou, no entanto, podemos ou não nos apossar desta salvação dependendo da nossa abertura para as Suas propostas. A Terra que Deus nos prometeu produz frutos bons que nos levam à santidade e à justiça, conforme estejamos abertos à semeadura do Senhor que nos faz viver a vida nova na nova terra que Ele nos oferece. 

– Do que você tem se alimentado nessa sua caminhada terrena?
 – O que o seu coração tem oferecido para que você se alimente? 
– A Palavra de Deus tem sido semente para você?
– Quais são os frutos bons e os frutos maus que você tem provado? 
– Você tem provado dos frutos do amor de Deus?

Salmo  33,2-3.4-5.6-7 (R.9a)

R. Provai e vede quão suave é o Senhor!

2Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,*
seu louvor estará sempre em minha boca.
3Minha alma se gloria no Senhor;*
que ouçam os humildes e se alegrem! R.

4Comigo engrandecei ao Senhor Deus,*
exaltemos todos juntos o seu nome!
5Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu,*
e de todos os temores me livrou. R.

6Contemplai a sua face e alegrai-vos,*
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
7Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido,*
e o Senhor o libertou de toda angústia. R.

Reflexão - O Senhor liberta da angústia todo aquele (a) que Nele se confia. Quem confia no Senhor e reconhece que só Ele é a Salvação pode ser chamado (a) de humilde. A humildade é o reconhecimento da verdade da nossa limitação e da santidade e justiça de Deus que é a sua misericórdia. Clame ao Senhor e serás atendido (a)!

2ª. Leitura – II Cor 5, 17-21


Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios 5,17-21

Irmãos: 7Se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo. 18E tudo vem de Deus,
que, por Cristo, nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação. 19Com efeito, em Cristo, Deus reconciliou o mundo consigo, não imputando aos homens as suas faltas e colocando em nós a palavra da reconciliação. 20Somos, pois, embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo que exorta através de nós. Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus. 21Aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornemos justiça de Deus.Palavra do Senhor.

Reflexão - “assumir o Senhorio de Jesus e abraçar a Salvação”

Nesta carta São Paulo nos mostra como poderemos assumir o novo ser que Jesus veio nos oferecer, quando diz: “se alguém está em Cristo, é uma criatura nova.” Portanto, o estar em Cristo é o segredo para que nos tornemos criaturas novas, reconciliadas com o Pai, com a dignidade de filhos e filhas. “Tudo agora é novo, o mundo velho passou”, diz a palavra. Isto significa viver segundo o Evangelho de Cristo assumindo uma nova mentalidade que nos propõe fazer tudo diferente do que o mundo prega.  Jesus Cristo veio a terra nos religar ao Pai de quem provém o poder de nos transformar e converter. Reconciliados com Deus nós poderemos assumir o Senhorio de Jesus e abraçar a Salvação que Ele conquistou para nós. Jesus se fez pecado, adquiriu a nossa culpa, afim de que nele, nos tornemos justiça de Deus. Por isso, somos novas criaturas quando nos apropriamos da mentalidade do céu mesmo que ainda vivamos aqui na terra como embaixadores de Cristo.  Recebemos então, o ministério da reconciliação para ajudar muitas outras pessoas a também deixarem-se reconciliar com Deus. Jesus é a justiça de Deus para nós porque assumiu a nossa culpa sem ser Ele culpado, só por Amor. 

Você se considera um homem novo, uma mulher nova? 
– Você já assumiu a função de embaixador (a) de Cristo aqui na terra?
 – Você vive reconciliado (a) com Deus e com o próximo?

Evangelho – Lc 15, 1-3.11-32


+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 15,1-3.11-32

Naquele tempo: 1Os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar.  2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. 'Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles.' 3Então Jesus contou-lhes esta parábola:  11'Um homem tinha dois filhos.  12O filho mais novo disse ao pai: 'Pai, dá-me a parte da herança que me cabe'. E o pai dividiu os bens entre eles. 
13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada.  14Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade.  15Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. 17Então caiu em si e disse: 'Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. 18Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: `Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados'. 
20Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o, e cobriu-o de beijos. 
21O filho, então, lhe disse: 'Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho'. 22Mas o pai disse aos empregados: `Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 
23Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 
24Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado'. E começaram a festa. 25O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. 27O criado respondeu: `É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde'. 28Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29Ele, porém, respondeu ao pai: `Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado'. 
31Então o pai lhe disse: `Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; perdido, e foi encontrado'.' Palavra da Salvação.

Reflexão – “o Abraço do Pai”

Ao mesmo tempo em que é uma amostra do grande amor de Deus por cada um de nós, a Parábola do filho pródigo também nos leva a refletir sobre o grande pecado da rebeldia e do orgulho que foi inoculado em nós, a partir dos nossos primeiros pais. Somos assim como o filho pródigo e o filho mais velho. O filho pródigo pediu ao Pai a sua herança, porque queria ser livre e seguir o seu próprio caminho, fazendo o que “lhe desse na telha”! Fracassou, foi malsucedido e, sentindo na carne os efeitos da sua rebeldia, arrependeu-se e voltou constrangido, esperando ser abrigado apenas como um dos empregados do seu pai. Consciente de tudo quanto havia feito de errado, ele regressou confiando apenas na solidariedade humana do seu genitor. Nunca pensou que seria acolhido com um ABRAÇO DE PAI! O filho mais velho, por sua vez, orgulhoso e pretensioso, se achava o máximo porque cumpria com a sua obrigação e fazia tudo conforme manda o calendário. Arrogante, ele não entendia porque razão o pai teria que oferecer uma festa para aquele filho ingrato e irresponsável! Assim também nós pensamos e agimos. Ou queremos liberdade e independência para provar de tudo quanto o mundo nos oferece e damos as costas para Deus ou então, ficamos na casa do Pai, por obrigação, cheios de razão e não admitimos que outro venha nos tomar o lugar de filho “perfeito”!   
Muitas vezes, pensamos que só temos direito ao “abraço do Pai” quando fazemos tudo certinho e seguimos à risca todas as orientações que estão escritas na lei, assim como os fariseus e os mestres da Lei que criticavam Jesus. Jesus, no entanto, nos mostra que o Pai está sempre de braços abertos para acolher o nosso arrependimento e, espera por nós a cada instante da nossa vida, mesmo que seja no último minuto. Ele nos leva a descobrir que o arrependimento e a confiança que tivermos na misericórdia de Deus são o passaporte para que possamos voltar à casa do Pai e sermos abraçados (as) por Ele.  Nunca será tarde para nós, mesmo que muito tempo já tenha se passado e que tenhamos acabado toda a nossa “fortuna”, isto é, a nossa intelectualidade, o nosso dinheiro, a saúde, os bens, etc... O Pai está atento e nos espera para também dizer: “Alegrai-vos comigo!” Só se sente perdoado (a) e necessitado (a) de perdão quem erra e reconhece que errou. Mesmo que, como o filho mais velho, tenhamos vivido sempre trabalhando para Deus, enquanto nos acharmos “sem defeitos” não nos sentiremos amados (as) porque não tivemos a oportunidade de receber o abraço do Seu perdão

– Você alguma vez já experimentou o abraço do Pai?
 – Você se sente como o filho mais velho ou como o filho pródigo? 
– Qual dos dois sentiu mais o Amor de Deus? 
- Quando você erra volta-se pra Deus com o coração de filho (a) ou de empregado (a)? 
- Qual a diferença entre ser filho (o) e ser empregado (a)?
 – Você acha que o filho mais velho se comportou com a mentalidade de filho ou de empregado?

Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho