Muitas
mensagens de proximidade e de afeto estão chegando nestas horas pelo
falecimento do Papa emérito. A comovida recordação de Conferências episcopais e
de muitos líderes políticos que o conheceram
Benedetta
Capelli/Raimundo de Lima – Vatican News
Em um tempo de divisões e conflitos, o mundo se une em memória
do Papa emérito Bento XVI, que faleceu na manhã deste sábado, 31 de dezembro,
no Mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano. A notícia é a abertura dos principais
jornais e agências de notícias internacionais, destacando sua envergadura
intelectual e o momento de sua renúncia à Cátedra de Pedro.
A
proximidade das Igrejas europeias e inclusive alemã
A
mensagem da Conferência Episcopal Italiana
Profundas
condolências são expressas pela Conferência Episcopal Italiana. "Nessas
horas - lê-se numa mensagem -"seu convite para sentir a alegria de ser
cristão ressoa no coração de cada um de nós, porque Deus nos ama e espera que nós
o amemos também". "Sua vida baseada no amor foi um reflexo de seu
relacionamento com Deus e, na última etapa de sua existência, ele tornou
visível este relacionamento com o Senhor, custodiando o silêncio. Agradecemos
ao Senhor pelo dom de sua vida e seu serviço à Igreja: um testemunho exemplar
dessa busca incessante da face do Senhor (Sl 27,8), que hoje ele pode
finalmente contemplar face a face (1 Cor 13,12)". "Convidamos as
comunidades locais - é a conclusão da mensagem - a se reunirem em oração e a celebrarem
a missa em sufrágio do Papa emérito Bento XVI".
A
mensagem da Conferência Episcopal Australiana
O
arcebispo Timothy Costelloe, presidente da Conferência Episcopal Católica
Australiana, recorda em particular o afeto dos jovens do mundo inteiro, que
vieram para o Dia Mundial da Juventude em Sydney em 2008. "Seu papado será
lembrado como rico em ensinamentos, incluindo suas encíclicas sobre amor,
esperança e verdade, bem como sua série de livros sobre Jesus de Nazaré, e por
importantes reformas em áreas como a liturgia e a gestão do abuso sexual contra
menores". "A vida inteira de Joseph Ratzinger, mais tarde Bento XVI,
foi para todos nós um testemunho de uma fé pessoal firme; seus ensinamentos e
sabedoria deram orientação a gerações inteiras", disse a Conferência
Episcopal Húngara em uma mensagem. As Acli (Associações cristãs de de
trabalhadores italianos) se unem às condolências e orações de toda a Igreja
universal pela morte de Bento XVI, "guiado por uma paixão muito forte pela
verdade que ele entendeu como manifestação do amor de Deus pelos homens em
Jesus Cristo".
Welby:
"uno-me ao luto"
"Cristo
foi a raiz de seu pensamento e a base de sua oração": esta é a ênfase de
Justin Welby, arcebispo de Cantuária e primaz da Comunhão Anglicana, que disse
estar "de luto" pela perda do Papa emérito. "O Papa Bento XVI –
acrescentou - foi um dos maiores teólogos de seu tempo, comprometido com a fé
da Igreja e resoluto em sua defesa". Em tudo, inclusive em seus escritos e
pregações, ele olhou para Jesus Cristo, a imagem do Deus invisível". Mas
foi em 2013 que "o Papa Bento XVI deu o corajoso e humilde passo de
renunciar ao papado, o primeiro Papa a fazê-lo desde o século XV".
"Ao fazer esta escolha livremente - escreveu Welby -, "ele reconheceu
a fragilidade humana que nos afeta a todos". "Que ele descanse agora
na paz de Cristo e possa ressurgir na glória com todos os santos".
Kirill:
Bento XVI, eminente teólogo
Em uma
mensagem, o patriarca ortodoxo de Moscou e de todas as Rússias, Kirill,
enfatiza a importância da contribuição de Bento XVI para testemunhar Cristo em
um mundo secularizado e para defender os valores morais tradicionais. Tendo
tido a oportunidade de encontrar pessoalmente o falecido Papa várias vezes
durante seus anos na Cátedra de Pedro, "tive a oportunidade de testemunhar
– lê-se - seu profundo amor pelo cristianismo oriental e, em particular, seu
sincero respeito pela tradição da ortodoxia russa". "Durante o
Pontificado de Bento XVI, as relações entre a Igreja ortodoxa Russa e a Igreja
católica romana - conclui Kirill - desenvolveram-se consideravelmente no
espírito de cooperação fraterna e no desejo de interação no caminho da
superação do às vezes doloroso legado do passado".
União
Budista Italiana
Também
expressou sua proximidade a União Budista Italiana, que se junta à dor da
Igreja Católica Italiana e universal pela partida do Papa Bento XVI. "Nós
nos lembramos dele – lê-se numa mensagem - como um homem de profundo pensamento
e pesquisa teológica, atento ao diálogo inter-religioso". Sua estatura de
estudioso era acompanhada por sua mansidão. Sua renúncia foi um gesto que
impressionou o mundo inteiro e a comunidade de crentes em toda e qualquer
fé".
Pontifícia
Academia para a Vida
Do
Vaticano, a Pontifícia Academia para a Vida recorda Bento XVI como "uma
das personalidades teológicas mais influentes do século XX", destacando
seu serviço "na vinha do Senhor" e seu constante compromisso "de
tornar a fé compreensível e confiável para o homem moderno".
As
mensagens da política
A política
confia ao Twitter a recordação do Papa emérito. "A Europa o chora, que
descanse em paz": é assim que a presidente do Parlamento Europeu, Roberta
Metsola, expressa sua tristeza pela morte de Bento XVI, recordando suas
palavras: "Não tenha medo nem do mundo, nem do futuro, nem de sua
fraqueza". De sua terra natal, a Alemanha, o chanceler alemão Olaf Scholz
também interveio, o mundo - disse ele - perdeu "uma figura
excepcional" da Igreja católica. O primeiro-ministro britânico Rishi Sunak
se diz profundamente entristecido, definindo o Pontífice emérito de "um
grande teólogo". "Meus pensamentos vão para os católicos na França e
no mundo inteiro, que se entristecem com a morte de Sua Santidade Bento XVI.
Ele trabalhou com ânimo e inteligência para um mundo mais fraterno". Assim
tweetou o presidente francês, Emmanuel Macron.
As
condolências da Itália
Da Itália,
o presidente da República Sergio Mattarella fala de luto para toda a nação.
"Sua afabilidade e sabedoria beneficiaram nossa comunidade e toda a
comunidade internacional. Com dedicação ele continuou a servir a causa de sua
Igreja na veste sem precedentes de Papa emérito com humildade e serenidade. Sua
figura continua inesquecível para o povo italiano". A primeira-ministra
Giorgia Meloni descreveu Bento XVI como "um homem apaixonado pelo Senhor
que continuará a falar ao coração e à mente dos homens com a profundidade
espiritual, cultural e intelectual de seu Magistério". "Uma grande
história que a história não esquecerá". Também o ex-presidente italiano e
senador vitalício, Giorgio Napolitano, o recordou numa mensagem ao Papa
Francisco. "Memórias e laços de estima e amizade respeitosa me uniram a
Sua Santidade Bento XVI, desenvolvidos especialmente durante os anos passados
como presidente da República Italiana. Embora eu tenha vindo de experiências
intelectuais e humanas distantes e diferentes - prossegue Napolitano -, com o
Pontífice naquele período eu pude desenvolver uma partilha de anseios e
intenções e um hábito de reflexão sobre o futuro da Itália e da Europa".
Um "grande teólogo" para o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, que
sublinha como seu magistério soube acompanhar a Igreja no mundo contemporâneo.
A capital, lê-se no twitter, se une à dor dos fiéis do mundo inteiro
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2022-12/bento-xvi-condolencias-igreja-politica-mensagens.html
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