Depois do apelo do Conselho
Episcopal Latino-Americano, o Celam, as Conferências Nacionais da América
Latina também manifestam o seu grito de alarme em favor da Amazônia. O tema das
queimadas naquela região, além de pauta do governo brasileiro, agora está no
centro dos debates políticos internacionais, inclusive da cúpula do G7, que
acontece neste final de semana em Biarritz, na França.
Eugenio Murrali, Andressa Collet – Cidade do Vaticano
A respiração do mundo parece se reduzir. A dimensão dos
incêndios se prolongou e, depois do Brasil e da Bolívia - os países mais
atingidos, as chamas alcançaram o Paraguai, onde estão queimando 40 mil
hectares de florestas na região do Chaco.
O presidente francês, Emmanuel Macron, foi um deles, além da
chanceler alemã, Angela Merkel. Ela pediu que, da cúpula do G7, saia uma
mensagem clara para que a Amazônia pare de queimar. Por sua vez, o presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump, ofereceu ajuda ao Brasil para parar com os
incêndios na Amazônia.
A carta dos bispos
mexicanos
A Comissão da Pastoral Social da Conferência Episcopal do México
expressa profunda preocupação pela situação: “erguemos a nossa voz e a unimos
àquela de tantos irmãos e irmãs que sentem nos seus corações a dor e a morte”
da nossa Casa Comum. Os bispos pedem que a política possa intervir e que “os
governos” que tem condições de trazer soluções para combater esses incêndios
“que o façam de maneira urgente, pois está em risco a vida de todos os seres
vivos que ali moram e o futuro das gerações”.
Na carta, a Comissão exorta ainda a “unir os esforços” e
enfatiza com o desastre na Amazônia nos lembra “que o nosso território está em
perigo, porque na nossa Casa Comum tudo está interligado”. “É urgente” um
consenso das nações para que “tomem decisões que corrijam as atitudes egoístas
e destrutivas”, ligadas ao modelo econômico tecnocrático.
O apelo da
Conferência Episcopal do Paraguai
Os bispos do Paraguai também entraram no debate, apoiando as
posições do Celam e expressando proximidade às populações limítrofes, ainda
mais atingidas daquela do país pelas devastações dos incêndios que, lembram os
prelados, estão fazendo danos de dimensões planetárias.
Na nota, eles citam o documento de trabalho do Sínodo para a
Amazônia e recordam o peso que ocupa hoje no nosso planeta “a cultura do
descarte”: “acreditamos, como as autoridades do Celam, que a unidade e a
solidariedade dos governos dos países amazônicos, sobretudo do Brasil e da
Bolívia, das Nações Unidas e das comunidades internacionais, devam tomar
medidas urgentes para salvar o pulmão do mundo”.
Os bispos lembram, enfim, as palavras do Papa Francisco na
homilia da missa para o início do seu ministério petrino: “gostaria de pedir,
por favor, a todos aqueles que ocupam papeis de responsabilidade em âmbito
econômico, político e social, a todos os homens e mulheres de boa voante:
sejamos ‘protetores’ da criação, do desenho de Deus inscrito na natureza,
protetores do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e de
morte acompanhem o caminho deste nosso mundo!”.
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