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Padre Reginaldo Manzotti | Jan 25, 2019
O perdão deve ser gratuito, unilateral: a reconciliação é uma consequência do perdão, mas que nem sempre acontece
Deus amou de tal forma o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que n’Ele creia não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3,16). Nós amamos porque Deus nos amou primeiro (1Jo 4,19). Somos constantemente perdoados por Deus, que nos amou primeiro. E, porque somos perdoados e amados por Deus, devemos também perdoar.
Mas qual a medida do perdão?
Pedro chega para Jesus e faz essa pergunta: Senhor, quantas vezes devo perdoar? (cf. Mt 18,21). E é impressionante que Pedro faz a pergunta e nem espera, ele mesmo sugere: “Até sete vezes?” (Mt 18,19,21). Como ele foi afobado na resposta mostrou que ele não compreendeu o mestre, por que Jesus disse: “Oh! Pedro! Não sete, mas setenta vezes sete, isto é, sempre! (cf. Mt 18,22).
É impressionante perceber isso, porque se trata de perdoar muitas vezes a mesma pessoa, às vezes nos mesmos erros, nos mesmos equívocos, isso significa tolerância, isso significa misericórdia. Mas, exige força de vontade e empenho, porque geralmente se trata de pessoas mais próximas. Primeiramente, porque as atitudes de terceiros não nos causam tanto sofrimento e decepção quanto aquelas de quem queremos bem e, por essa razão, não esperamos receber tratamento hostil ou deliberadamente prejudicial.
Em segundo lugar, porque, muitas vezes nesse caso, o perdão exige reconstruir a confiança, a convivência e o próprio relacionamento. Porém, sem querer ser egoísta ou estimular o egoísmo, mas ao perdoar não nos preocupemos se o outro vai mudar.
Não devemos nos preocupar com os efeitos que o nosso perdão vai causar, se vai trazer a pessoa de volta, se vai restaurar a amizade ou se ela também vai nos perdoar. A reconciliação é uma consequência do perdão que nem sempre acontece.
Se o amor para ser vivido precisa ser recíproco, o perdão pode ser unilateral, não significa que o outro tenha que nos perdoar, significa que nós vamos perdoar, é diferente. O perdão deve ser algo gratuito, unilateral. Não se deve estabelecer condições para o perdão. Deus não age assim conosco; por mais egoístas, miseráveis e pecadores que sejamos, Ele nos perdoará sempre.
O perdão deve acontecer, principalmente por se tratar de um preceito de Nosso Senhor. Vamos ser honestos, ao perdoar não agimos só movidos por amor, por complacência ou benevolência, perdoamos porque foi isso que Jesus nos pediu.
Quem se fecha à graça do perdão fica preso ao passado, à dor, à magoa, à raiva e, às vezes, até ao desejo de vingança, sentimentos tóxicos que acabam bloqueando o futuro. Além disso, podem gerar doenças psicossomáticas, pois reduzem a imunidade do organismo e abrem espaço para as enfermidades oportunistas.
E Maria, nossa Mãe, é especialista em perdoar. Ela perdoou aqueles que mataram seu único filho. Recorramos a Ela, para que tenhamos sempre o perdão em nossos corações e assim, uma vida livre em Deus.
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O padre Reginaldo Manzotti é fundador e presidente da Associação Evangelizar é Preciso, obra considerada benfeitora nacional que objetiva a evangelização pelos meios de comunicação, e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR). Apresenta diariamente programas de rádio e TV que são retransmitidos e exibidos em parceria com milhares de emissoras no país e algumas no exterior.
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Fonte: Aleteia
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