O bispo da diocese de Barra do Pirai – Volta Redonda (RJ), em artigo, reflete sobre os sentidos do ditado popular que afirma: “Cada um por si e Deus por todos” que, segundo ele, vai contra a mensagem de Jesus.
Para o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o ditado expressa uma cultura entranhada na cabeça e no coração de muitos, manifestando um egoísmo muito forte pelo qual cada um aprende a se virar, sem refletir se vai prejudicar ou não a outras pessoas fazendo valer a máxima de que “o importante é levar vantagem em tudo para si próprio”.
Isto, na avaliação do bispo, influenciadas pelas relações que se constroem muito mais no mundo virtual, por meio das redes sociais, faz com que as pessoas sintam-se autorizadas a, como nas redes sociais, simplesmente “deletar” e ou “excluir” alguém com quem não se tem afinidade. Mas fora das redes sociais, defende dom Biasin, a realidade é outra. “Você não pode excluí-la nem eliminá-la porque ela existe! As pessoas existem e encontrando-as a gente se relaciona e se posiciona”, afirmou.
O ditado “cada um por si e Deus por todos”, aponta o religioso, pode ser aplicado também à vida das pessoas e levá-las a fazer justiça com suas próprias mãos. “O individualismo ou os interesses podem induzir a eliminar quem atrapalha”, avalia.
Neste contexto, o bispo se declarou contra o decreto de flexibilização do porte de armas assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, no último dia 15 de janeiro. Em sua avaliação, trata-se da liberação, praticamente geral, da posse e uso de armas de fogo. “Não se trata mais só de legítima defesa: é violência amparada pela lei”, afirmou. O decreto em sua avaliação é anti-evangélico e contra o ensinamentos de Jesus: “”Bem aventurados os que constroem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9).
Fonte: CNBB
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