Bebê de 30 semanas no ventre materno.
Foto: Ivon19 / Wikipédia (Domínio público) (CC-BY-SA-4.0)
NOVA IORQUE, 30 Jan. 19 / 09:32 am (ACI).- Um bispo
norte-americano qualificou como uma “visão do inferno” a celebração dos
senadores de Nova York no dia em que se aprovou nesse estado a lei que permite
o abortodurante
toda a gravidez.
"O vídeo da 'celebração' dos
legisladores de Nova York condenando as crianças não nascidas à morte é uma
visão do inferno. Ai daqueles que ignoram a santidade da vida, pois semeiam o
turbilhão do inferno! Oponham-se a este holocausto de todas as formas
possíveis", escreveu Dom Joseph Strickland, Bispo de Tyler, em 25 de
janeiro, em sua conta no Twitter, uma mensagem que reiterou na segunda-feira,
28, porque "vale a pena repetir uma e outra vez”.
Veja o vídeo ao qual o bispo se
refere aqui:
Na terça-feira, 29, Dom Strickland
também questionou o governador de Nova York, Andrew Cuomo, que considerou a lei
como uma vitória histórica. O aborto continuará sendo legal neste estado mesmo
se a Suprema Corte reverter a decisão Roe vs. Wade.
"Cuomo está tentando alegar
algumas questões de moral, algo que não pode ser. Suponho que ele esteja
planejando proteger as crianças do abuso assassinando-as antes de nascerem. Ele
não valoriza a criança", escreveu o bispo em resposta às críticas do
governador contra a Igreja pelos
casos de abuso sexual na Igreja.
Dom Strickland não é o único bispo a
condenar a lei do aborto em Nova York. O Bispo Auxiliar de Los Angeles, Dom
Robert Barron, também a condenou em suas palavras do dia 29 de janeiro no site’
Word of fire’ (Palavra de fogo).
Em seu artigo intitulado "Nova
York, aborto e um atalho para o caos", o Bispo assinala que, quando o
governador ratificou a lei, "os legisladores e os seus partidários uivaram,
gritaram e aclamaram. Uma cena tão deprimente como o júbilo que se espalhou
pela Irlanda no ano passado, quando a legalização do aborto foi aprovada em um
referendo".
"Se um recém-nascido fosse
brutalmente mutilado e assassinado enquanto está tranquilamente no berço na
casa de seus pais, todo o país ficaria escandalizado e pediria uma investigação
sobre o assassinato. Mas agora a lei de Nova York confirma que esta mesma
criança, momentos antes de nascer, enquanto descansa tranquilamente no ventre
de sua mãe, pode ser despedaçada com um fórceps com total impunidade”,
expressou.
“Ninguém vai chamar a polícia, pelo
contrário, parece que o assassinato seria motivo de celebração”, lamentou.
Para Dom Barron, o que permite que
isso aconteça é uma ideologia contrária à vida humana que, segundo a
“terminologia de Jordan Peterson, é a ‘charlatanaria’ dos demônios, o barulho
confuso do pai da mentira”.
A lei
O Senado do Estado de Nova York
(Estados Unidos) aprovou no dia 22 de janeiro uma nova lei do aborto que
permitirá esta prática durante toda a gravidez.
Esta norma permitirá aos
profissionais de saúde, como praticantes de enfermaria e médicos assistentes,
que realizem abortos. Além disso, endossa o aborto tardio em qualquer momento
em caso de inviabilidade fetal ou “quando for necessário para proteger a vida ou a saúde de um
paciente”.
Se o bebê sobreviver ao aborto, o
profissional que está realizando pode deixá-lo morrer.
A lei, aprovada no dia do aniversário
da decisão Roe vs. Wade que legalizou o aborto nos Estados Unidos em 1973,
também transfere esta prática do código penal para o código de saúde.
A norma estabelece que o aborto
continuará sendo legal no estado de Nova York, mesmo se a Suprema Corte
reverter a decisão Roe vs. Wade.
Se a Suprema Corte reverter a decisão
de Roe vs. Wade, o que poderia ocorrer após a nomeação do juiz Brett Kavanaugh,
a aprovação do aborto deixará de estar nas mãos do governo federal dos Estados
Unidos, mas vai depender de cada estado.
Isso seria possível porque, embora a
reversão da decisão não tornasse o aborto ilegal, daria a cada estado a
capacidade de decidir por si mesmo; como aconteceu em Nova York com a
assinatura desta lei que permite o aborto a qualquer momento durante a
gravidez.
Fonte:
ACI Digital
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