Papa durante o encontro com os sacerdotes. Foto:
Captura de Youtube
Vilnius, 23
Set. 18 / 10:16 am (ACI).- O
Papa Francisco destacou a constância e fidelidade dos sacerdotes e fiéis
católicos na Lituânia durante as perseguições religiosas empreendidas pelos
regimes totalitários nazista e soviético que ocuparam o país no século XX.
Em um
encontro na catedral de Kaunas, Lituânia, durante sua viagem apostólica aos
países bálticos, o Santo Padre assinalou que “a violência usada contra vós por
ter defendido a liberdade civil e religiosa, a violência da difamação, o
cárcere e a deportação não puderam vencer a vossa fé em Jesus Cristo, Senhor da
história”.
Por isso,
“tendes tanto a dizer-nos e ensinar-nos, e muito também a propor, sem precisar
de julgar a aparente fraqueza dos mais jovens”.
“Olhando-os,
vejo por trás de vocês muitos mártires. Mártires anônimos. No sentido de que
também não sabemos onde estão sepultados. Também alguns de vocês, saudei um,
sabem o que é a prisão”, refletiu Francisco. O Papa convidou a não se esquecer da memória desses mártires. “Não os esqueçam.
Tenham memória. Vocês são filhos de mártires. Essa é a sua força. Que o
espírito do mundo não venha lhes dizer outra coisa diferente dessa que seus
antepassados viveram. Recordem seus mártires. Tomem o exemplo deles, porque não
tiveram medo”.
Desejo de Deus
O Papa
Francisco lançou diante de sacerdotes, religiosos, consagrados e seminaristas a
necessidade de tomar consciência do que os fiéis esperam deles e afirmou que
devem dar resposta ao grito do povo que busca Deus.
O Papa
recordou aos sacerdotes, religiosos, consagrados e seminaristas a necessidade
da oração diária, do diálogo constante com Deus para poder escutar o grito do
povo que deseja Deus. “Escutar a voz de Deus na oração faz-nos ver, ouvir,
conhecer o sofrimento dos outros para os podermos libertar”.
Além disso,
afirmou que a oração também deve servir para ser consciente de quando o povo
deixou de buscar Deus e a descobrir o porquê.
“Devemos
sentir-nos importunados quando o nosso povo deixou de gemer, deixou de procurar
a água que mata a sede”, explicou Francisco. “É hora também para discernir o
que está a anestesiar a voz do nosso povo”.
O Papa fez
esta reflexão a partir da Carta de São Paulo aos Romanos, na qual, além de
falar desse gemido do povo de Deus, fala também de constância: “constância no
sofrimento, constância em perseverar no bem. Isto significa estar centrados em
Deus, permanecendo firmemente enraizados nele, ser fiéis ao seu amor”.
Aos
sacerdotes mais jovens, sugeriu que, “quando vos vedes confrontados com as
pequenas frustrações que vos desanimam e tendeis a fechar-vos em vós mesmos,
recorrendo a comportamentos e evasões que não são coerentes com a vossa
consagração, procurai as vossas raízes e olhai o caminho percorrido pelos
idosos”.
“São
precisamente as tribulações que delineiam os traços distintivos da esperança
cristã, porque, quando é apenas uma esperança humana, podemos sentir-nos
frustrados e esmagados com o fracasso; mas não acontece o mesmo com a esperança
cristã: esta sai mais límpida, mais experimentada do crisol das tribulações”.
Fonte: ACI Digital
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