Critica Corte Suprema por apoiar violação da Constituição
Manágua (ZENIT.org) - A Igreja Católica reiterou a sua firme postura em oposição às tentativas do atual presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, para perpetuar-se no poder. O bispo auxiliar de Manágua, Dom Silvio José Báez, denunciou a omissão de outros partidos diante das manipulações do partido governante Frente Sandinista, que controla o Supremo Tribunal de Justiça (CSJ).
Conforme relatado pela Conferência Episcopal da Nicarágua em 24 de janeiro, Dom Báez explicou que a Igreja tem sido clara e que a Conferência Episcopal insiste que ela deve respeitar a Constituição da República, que proíbe a reeleição contínua e após dois mandatos. Os dois casos se aplicam a Ortega.
Dom Baez, em uma procissão eucarística em Masaya, em 16 de janeiro, que contou com a participação de fiéis de todas as paróquias e municípios do Distrito de Masaya, disse: "Queremos mostrar à sociedade que o lugar de Cristo não é somente o templo; que nós acreditamos e estamos comprometidos a levar Cristo para fora do templo, para habitar, caminhar e reinar também na cidade."
Ele observou que hoje se usam outras palavras, tiradas das ciências sociais e jurídicas, para nomear o pecado. E, assim, fala-se em "tráfico de armas, drogas, imoralidade, abuso infantil, pobreza extrema, corrupção política e social, abusos contra a Constituição e as leis do país", explicitou.
Recordou que os bispos da Nicarágua pediram sobretudo "oração, pois "orando, damos o nosso primeiro contributo para a transformação do mundo, abrindo o coração e a história ao poder do Senhor ressuscitado".
Mas acrescentou: "Também precisamos identificar o ‘pecado do mundo' e não ser indiferentes a ele, mas sim, com inteligência crítica e com a coragem dos primeiros cristãos, saber denunciar tudo o que cria e nutre o pecado do mundo em nossa sociedade".
Ele alertou sobre o "perigo terrível" de que a sociedade nicaraguense se acostume a ver como normais tantas manifestações do "pecado do mundo".
"Não nos acostumemos com o pecado social. Com a nossa palavra de denúncia, devemos superar a nossa indiferença e comprometer-nos, não só como cidadãos, mas como crentes e em nome de Cristo", exortou.
"Podemos mudar nossa sociedade e construir uma Nicarágua melhor, mais justa, mais democrática, mais pacífica e mais desenvolvida. Comecemos este novo ano em nome do Senhor, para, com o poder da fé, construir uma Nicarágua melhor."
(Nieves San Martín)
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