quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

FÓRUM MUDANÇAS CLIMÁTICAS DE OLHO NA CONFERÊNCIA DE COPENHAGUE

As redes integrantes do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social decidiram convocar seus membros a organizarem iniciativas no dia 12, que sinalizem ao governo brasileiro e a todos os governantes do planeta a sua atenção à Conferência sobre Meio Ambiente em Copenhague, como está explicitado no seu Comunicado à Opinião Pública. Leia aqui
Essas iniciativas, ao longo da Conferência, que acontece de 7 a 18, e especialmente no dia 12, podem ser diversificadas, a depender das condições de cada cidade: Audiências Públicas nas Câmaras Municipais, nas Assembleias Legislativas e no Congresso Nacional, em Brasília; vigílias em frente a instituições públicas ou em espaços que alertem e mobilizem a população; debates em universidades, colégios ou outros espaços abertos ao público.
“No conjunto, o que se deseja é que sejam multiplicadas iniciativas que mobilizem as pessoas a acompanharem a Conferência de Copenhague, já preparando para pressionar por políticas públicas que efetivamente mudem o rumo de nosso desenvolvimento”, explica a direção do Fórum
A organização do Fórum explica ainda que é preciso atentar para o crescimento sustentável. “Em lugar de um insustentável crescimento econômico constante e centrado na apropriação privada dos bens e do lucro, que exige crescimento constante do consumo das mercadorias de interesse dos empresários, seja buscado um desenvolvimento centrado na vida e na convivência com a Terra, tanto no campo como nas cidades”.

Leia a íntegra da nota:
Salvar a terra para salvar a vida.
Copenhague: é preciso avançar já!
Solidários com os povos da Terra, os membros do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social exigem que sejam colocadas em prática as mudanças necessárias para salvar a vida no Planeta. No Brasil, 83% das pessoas entrevistadas em nove capitais pelo instituto Market Analysis deixaram claro que apóiam medidas extremas para enfrentar as mudanças climáticas, mesmo sabendo que podem mexer com o crescimento econômico(1). Frente aos sinais visíveis dessas mudanças, quem não quer mudar?!Os governos do mundo, especialmente dos países mais poluidores, não podem transformar a Conferência da ONU de Copenhague, em dezembro próximo, em mais um fracasso. Devem ouvir democraticamente seus povos, e não apenas os grandes empresários, que são os maiores responsáveis pelo Aquecimento do Planeta. Devem pensar no direito à vida de todos os seres vivos e dos seres humanos da atual e das futuras gerações na hora de tomar decisões.Pelas últimas notícias, o Brasil anunciará que assume o compromisso de diminuir, até 2020, em 38% a emissão de gases que provocam aquecimento da Terra; e como parte desta meta, dirá que promoverá a redução de 80% do desmatamento da Amazônia.Para o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social isso é melhor do que nada, mas é pouco e será de pequena serventia se outras medidas não forem implementadas. Com tanto sol aberto em quase todo o território, com tantos ventos, com tantos movimentos das águas do Atlântico, é absurdo continuar teimando em produzir energia a partir de grandes barragens e usinas hidreléticas, que causam tantos danos ambientais e sociais; pior ainda, é absurdo aumentar o número e o tamanho de usinas termoelétricas (a gás, diesel, carvão) e nucleares.É absurdo também insistir na produção de agrocombustíveis quando se sabe que isso, junto com todo o agronegócio, é fonte responsável por mais da metade da emissão, no Brasil, dos gases que provocam aquecimento do Planeta. Além disso, as metas anunciadas em Copenhague precisam ser comprovadas com políticas coerentes dentro do Brasil. A salvação da vida no Planeta só acontecerá se houver mudança do modelo de desenvolvimento seguido no país e o no mundo. A mudança de tecnologias de geração de energia é necessária, mas não é tudo. A Terra já não suporta o consumismo existente; não suporta, então, a produção voltada para o crescimento constante do lucro, reforçado pelo Programa da Aceleração do Crescimento, e que exige a criação de necessidades artificiais na população que tem acesso ao mercado capitalista.A mudança a ser realizada só recuperará a convivência amorosa com a Terra se atingir o modo de produzir, de consumir, de pensar; isto é, se alcançar o modo de ser. É urgente reeducar-se para uma vida simples para todas as pessoas, que pratica e vive a partir de uma economia do suficiente, que seja solidária e ecologicamente sustentável.Em vista dessas mudanças profundas, o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social convida a todas as pessoas a participarem das manifestações que acontecerão no próximo dia 12 de dezembro visando pressionar os governantes do Planeta a tomarem decisões que salvem a vida em nossa casa comum, a Terra. (1) Cf. ÉPOCA, 16/11/09, p. 66.Brasília, 17 de novembro de 2009.


CNBB

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