Uma declaração aprovada na Assembleia Geral da CNBB penal foi divulgada na tarde de hoje, 24, manifestando a posição dos bispos contrária à redução da maioridade. “A nota pede aos legisladores que não reduzam a maioridade penal, ou seja, que menores de 18 anos não sejam tratados como bandidos” adiantou durante a coletiva de imprensa o bispo auxiliar de São Paulo e presidente da Comissão das pastorais sociais, dom Pedro Luiz Stringhini.
“Queremos que os jovens infratores recebam a correção necessária, mas em estabelecimentos próprios e que sejam reinseridos na sociedade”, explica o bispo.
De acordo com dados passados por dom Pedro Luiz, apenas 0,14% dos 24 milhões de crianças, jovens e adolescentes no Brasil se envolve em algum tipo de crime. “Queremos a reforma prisional, como foi feita no estado de São Paulo, por exemplo, com a destituição da FEBEM e a criação da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA). Assim entendemos que os jovens infratores terão uma oportunidade de tornarem-se adultos, trabalhadores, pais de família conscientes de seu papel na sociedade, totalmente integrados à atual situação social em que vivemos”, argumentou.
Dom Pedro criticou o sistema prisional brasileiro classificando-o de “falido”. “O sistema hoje, ao invés de reeducar, transforma os jovens, muitas vezes induzidos por adultos, em criminosos potencialmente perigosos. Por ser deficitário, tentamos implantar o que o Estado não oferece, como por exemplo, educação, cultura, cursos e acompanhamento jurídico para os internos e para os egressos, pois não adianta apenas jogarmos o jovem interno e o adulto na rua, mas dar todo um suporte espiritual e mesmo social para que ele possa se sustentar, e à sua família”, afirmou.
Presidente do Paraguai
Indagado pelos jornalistas sobre o caso do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, que recentemente assumiu a paternidade de uma criança quando ainda era bispo, o bispo auxiliar de São Paulo esclareceu que a CNBB não irá se pronunciar sobre o caso “porque se trata de assuntos particulares do presidente do Paraguai”. Ele classificou o fato de “lamentável”. “Tudo que extrapola o comportamento normal de um celibatário, sem dúvida alguma, arranha a imagem da Igreja, mas principalmente da pessoa, pois ela é responsável por seus atos, ainda mais no caso dele [Fernando Lugo], por se tratar do presidente de uma nação. Esperamos que esse fato não o prejudique em sua vida política e que a população desse país possa perdoá-lo”.
cnbb
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