A última coletiva de imprensa desta primeira semana de atividades do episcopado brasileiro, reunido em Itaici, município de Indaiatuba (SP) em sua 47ª Assembleia Geral, teve a participação do bispo auxiliar de São Paulo (SP) e presidente da Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da CNBB, dom Pedro Luiz Stringhini; o bispo de Rondonópolis (MT) e membro da Comissão do tema prioritário “Iniciação à vida cristã”, dom Juventino Kestering e o bispo de Santo André (SP) e presidente do Regional Sul 1 da CNBB (São Paulo), dom Nelson Westrupp.
Ao responder à imprensa, dom Juventino falou sobre o tema prioritário “Iniciação à vida cristã”, que começou a ser debatido hoje pela manhã. Ele explicou a diferença entre Iniciação à vida cristã e Iniciação Cristã. “Quando falamos de iniciação à vida cristã, nos referimos àqueles que já foram batizados, crismados, mas que ainda não têm uma suficiente conversão e seguimento a Jesus Cristo”, esclareceu. Já a iniciação cristã, segundo o bispo refere-se àquelas pessoas que ainda serão preparadas para receber os sacramentos da Igreja.
Dom Juventino explicou que debater o tema “Iniciação à vida cristã” é dar uma resposta ao Documento de Aparecida (DAp) que propõe a mudança de método de algumas formas ultrapassadas de evangelização. “A grande novidade será a evangelização dos adultos, porque eles precisam de uma base mais aprofundada da fé e mais elaborada através de círculos bíblicos, grupos de oração, os meios de comunicação, as visitas, missões populares, onde as pessoas terão momentos de maior aprofundamento com Deus”, disse.
Perguntado sobre quem leva a culpa quando alguém se torna adulto, é batizado, mas não é evangelizado, o bispo admitiu tratar-se de uma questão complexa. “Somos parte de uma tradição de país católico que tem um pequeno número de padres, distâncias que isolam as pessoas no Brasil, a forte vivência da religiosidade popular, às vezes nem sempre com a consistência da sua fé, e também métodos de evangelização que não colaboram para provocar nas pessoas o espírito de Deus”, justificou. Para dom Juventino, há um conjunto de fatores que leva as pessoas se distanciarem da vivência dos sacramentos. “Não é A ou B o culpado. Estamos diante de uma realidade que se tornou complexa. É preciso haver mudanças nos métodos de evangelização para que os adultos, que estão distantes, sejam atingidos”, acentuou.
O bispo de Rondonópolis apontou, ainda, três questões importantes para o aprofundamento na fé. “As pessoas só podem ter uma vivência na fé se elas tiverem um encontro pessoal com Jesus Cristo vivo. Segundo, é preciso que elas tenham uma comunidade para experienciar sua fé: comunidades, movimentos, pastorais. Terceiro, é preciso ter uma aproximação bíblica. A palavra de Deus é transformadora através da leitura bíblica”.Missão Continental Dom Juventino lembrou também a importância do tema Missão Continental, que os bispos debatem nesta Assembleia. “A Missão Continental é uma retomada de evangelização na Igreja da América Latina e Caribe, nos seus métodos e entusiasmo, presença na palavra de Deus, liturgia e catequese. Dentro disso, a catequese vai assumir a educação da fé juntamente com a missão porque um complementa o outro”.
STJSobre a decisão do Superior Tribunal de Justiça em conceder ao principal acusado de matar a freira Dorothy Stang, Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, o direito de aguardar o novo julgamento em liberdade, dom Juventino respondeu: “Essa decisão dá um descrédito ao Poder Judiciário. A descrença do país na justiça só cresce e está criando a mentalidade de que o criminoso tem todos os direitos em seu favor”, sublinhou.
CNBB
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