Documentos e livros históricos datados do século XVIII e XIX foram devolvidos, ontem, 17, ao arquivo eclesiástico da arquidiocese de Mariana. Os documentos foram recuperados em 2006 pelo Ministério Público Estadual de Minas Gerais, quando estavam expostos na internet para leilão organizado por particulares.
O material estava sob custódia provisória do Arquivo Público Mineiro, onde passou por higienização, fichamento e identificação. Além dos 64 documentos pertencentes à arquidiocese, o acervo reúne também 21 do Arquivo Público Histórico da Câmara Municipal de Mariana e quatro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Somado o material, todos totalizam 89 documentos públicos e religiosos, que estavam à venda na internet. A solenidade de entrega aconteceu na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, em Belo Horizonte. O chanceler do arcebispado e diretor-adjunto do arquivo eclesiástico da arquidiocese de Mariana, padre Luiz Antônio Reis Costa, esteve na solenidade para receber este rico acervo que agora se encontra sob posse do arquivo eclesiástico, na Cúria Metropolitana.
Segundo padre Luiz Antônio, recuperar estes documentos é algo incontestável diante do seu rico valor histórico e cultural. “Para a arquidiocese de Mariana, devolver aos seus arquivos um material como este, representa a recuperação de uma fonte documental de valor incalculável”, diz o chanceler afirmando que tudo isso é parte da história de Minas.
Durante devolução dos arquivos, os representantes dos órgãos assinaram um Termo de Recebimento e Compromisso de Conservação, no qual se comprometem a manter os documentos em condições adequadas de higiene e acondicionamento, adotar as medidas necessárias para preservação e abrir para consulta pública, obedecidas as exigências técnicas pertinentes. O chanceler da Arquidiocese ainda informou que todos os documentos foram microfilmados e encontram-se à disposição para pesquisas no Arquivo Público Mineiro.
ConteúdoNo acervo estão, por exemplo, documentos referentes à questão de terras e sobre instruções para os governos da capitania de Minas Gerais, datadas de 1702-1823, e o livro de assento dos irmãos e registro de guarda dos capítulos da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, de 1720-1782. A Devassa Eclesiástica, de 1733, onde há registros feitos pela Igreja da conduta moral e religiosa de muitos mineiros no início do século 18, é considerado um dos mais importantes, segundo confirmou o chanceler.
Nele, estão relatos feitos pelos padres visitadores do Rio de Janeiro (RJ), que eram delegados daquela arquidiocese, pois a região de Minas pertencia a ela quando ainda não havia bispado em Mariana. Fato este que só se concretizou no dia 2 de fevereiro de 1748, com a posse canônica de dom frei Manoel da Cruz (1748-1764).
CNBB
Nenhum comentário:
Postar um comentário