“A vocês que estão participando
de um Congresso em Aparecida, envio minha saudação. Em Aparecida, aí está a
Mãezinha. Olhem para Maria, olhem para a Mãe. Jesus precisou de uma mãe. E, por
isso, pediram permissão a esta jovem, se ela se atrevia a ser mãe. Aí tudo
começou.”
Padre Pedro
André, SDB – Vatican News
Iniciou-se ontem, 1º de junho,
em Aparecida, o XVI Congresso Mariológico, promovido pela Academia Marial de
Aparecida. O tema escolhido foi “A mariologia do Papa Francisco”. Segundo a
organização do evento “o Papa Francisco tem sido o grande profeta para a nossa
geração, com seu coração voltado para o povo, principalmente para aquele que
sofre e é descartado socialmente.
A Academia Marial de Aparecida “quer oferecer aos
participantes a riqueza da Espiritualidade Mariana, que ecoa fortemente no
coração do Papa Francisco e que ele nos devolve convocando-nos para sermos uma
Igreja sinodal, em saída missionária, que segue os passos daquela que é para
nós Mãe, Irmã, Companheira e Modelo perfeito de Discípula-Missionária.”
Para a ocasião, o Santo Padre enviou uma mensagem de vídeo,
saudando os participantes: “a vocês que estão participando de um Congresso em
Aparecida, envio minha saudação.” O tema central da mensagem do Papa foi sobre
a maternidade de Maria, o que possibilitou que Deus viesse até nós: “Maria que
se faz de escada para que Deus desça. Dá a Ele a possibilidade de descer e se
fazer homem como nós. Foi Ela quem – perdoem a expressão – foi Ela quem
pavimentou a estrada para que se pudesse caminhar. Ela é a Mãe, foi ela quem
possibilitou que Deus fosse Deus conosco.”
No vídeo o
Santo Padre fez uso de um mosaico, onde estão representados Maria e o Menino
Jesus, e disse: “É Deus, que tem a plenitude da lei em uma mão. Mas (também) é
homem, e tem que segurar no manto da Virgem para não cair. E vai descendo, com
as mãos da Virgem que servem como escada. Esta é Maria que nos traz Jesus. Ela
tornou-se a possibilidade, a escada, para esta descida de Jesus, que é Deus, e
O trouxe a nós.”
Francisco
abençoou os participantes e os encorajou a sempre confiar na Mãe de Deus:
“envio-lhes a minha bênção. Não se esqueçam que Ela é Mãe. Seja o que for que
aconteça na vida, olhe para a sua Mãe.”
Dimensões
fundamentais da mariologia do Papa Francisco
Em
entrevista ao Vatican News, o padre Alexandre Awi, membro da direção da
Associação Brasileira de Mariologia, superior geral dos Padres de
Schoenstatt e um dos conferencistas deste Congresso, afirmou que “a Academia
Marial de Aparecida é a principal instituição de estudo mariológico no Brasil.
Ela está destinada a todos aqueles que têm interesse em estudar sobre a vida, a
teologia, a missão da mãe de Deus na história da salvação e também na piedade
popular. A academia é um lugar de estudo, de encontro, onde todas as pessoas
interessadas em se aprofundar no conhecimento sobre Maria estão convidados a
participar desse espaço está intimamente vinculado ao Santuário Nacional de
Aparecida.”
Segundo o
padre Alexandre “a mariologia do Papa Francisco é uma mariologia aplicada, que
parte da sua experiência pessoal, familiar e também eclesial. No contato com
povo de Deus foi crescendo o seu conhecimento sobre Nossa Senhora.” Ele
destacou três
dimensões fundamentais da mariologia do Papa Francisco:
A primeira é aquela
que Maria é a mãe, porque essa experiência dos povos latino-americanos, porque
essa é a experiência da igreja durante dois mil anos. Maria é em primeiro lugar
e acima de tudo mãe, porque Jesus nos a deu por mãe.
A segunda é que Maria
se encontra no povo, no contato com a piedade popular, com essa espiritualidade
popular e mística popular, como diz o Documento de Aparecida, que o Papa
Francisco foi descobrindo a importância de Maria na vida do povo de Deus. Se
nós acreditamos realmente que o povo de Deus é um lugar teológico, que a
piedade popular é um lugar teológico - e ele acredita nisso -, ele foi
descobrindo como Deus foi se revelando através de Nossa Senhora, através do
amor que Nossa Senhora tinha e tem pelo povo e que o povo tem por ela. No
encontro dos olhares entre Maria e o povo de Deus ali também vai se
desenvolvendo a sua mariologia. Uma frase típica do seu pontificado e
também sobretudo da sua do seu pensamento mariológico, e ele já falava
isso como jesuíta em 1974, é ‘se você quer saber quem é Maria pergunta para os
teólogos, mas se você quiser saber como amar Maria então pergunte para o povo,
porque o povo vai te ensinar melhor’.
A terceira é que
Maria é discípula e missionária. O Papa Francisco está profundamente marcado pela Conferência
de Aparecida, onde Maria apareceu justamente com esses traços. Maria, de fato,
é a primeira discípula do Senhor, é aquela que é o seguiu primeiro que todos os
demais, foi primeira a acreditar na sua missão salvífica e seguir seus
passos. Por isso antes de que Maria o concebesse no ventre, concebeu no
coração, como disse Santo Agostinho e por isso a igreja sempre olhou pra Maria
em primeiro lugar com modelo de fé, como modelo de virtudes.
Sobre a
importância da mensagem de vídeo enviada pelo Papa, o padre Alexandre disse:
“acredito que justamente é perceber que ele está, em primeiro lugar, sabendo
desse congresso, está interessado em que esse congresso possa dar seus
frutos e que ele está unido a todos aqueles que se interessam por
conhecer melhor Nossa Senhora e o fazem justamente a partir dos impulsos do seu
pontificado, que está celebrando 10 anos neste ano. Que possamos amar Maria
como o povo de Deus a ama, como o Papa Francisco a ama e assim também
podermos ser mais de Jesus e segui-lo em todos os momentos.”
O
Congresso, que está acontecendo no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de
Almeida, no Santuário Nacional de Aparecida, se concluirá no dia 4 junho.
Texto
integral da mensagem do Papa
A vocês que estão
participando de um Congresso em Aparecida, envio minha saudação.
Em Aparecida, aí está
a Mãezinha. Olhem para Maria, olhem para a Mãe. Jesus precisou de uma mãe. E,
por isso, pediram permissão a esta jovem, se ela se atrevia a ser mãe. Aí tudo
começou.
E isso é o que os
teólogos... usarei uma palavra difícil, para que se divirtam. Os teólogos
chamam a Synkatabasis, ou seja, que é a condescendência – Deus desce... Depois
vou mostrar um quadrinho, que é muito bonito, onde está isso. Maria que se faz
de escada para que Deus desça. Dá a Ele a possibilidade de descer e se fazer
homem como nós. Foi Ela quem – perdoem a expressão – foi Ela quem pavimentou a
estrada para que se pudesse caminhar. Ela é a Mãe, foi ela quem possibilitou
que Deus fosse Deus conosco.
Envio-lhes a minha
bênção. Não se esqueçam que Ela é Mãe. Seja o que for que aconteça na vida,
olhe para a sua Mãe. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
E agora faço a
explicação do quadrinho. Vejam bem este quadrinho. É Jesus que está vindo. É
Deus, que tem a plenitude da lei em uma mão. Mas (também) é homem, e tem que
segurar no manto da Virgem para não cair. E vai descendo, com as mãos da Virgem
que servem como escada. Esta é Maria que nos traz Jesus. Ela tornou-se a
possibilidade, a escada, para esta descida de Jesus, que é Deus, e O trouxe a
nós. É Mãe. Que Deus os abençoe e rezem por mim.
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