Com os
olhos fixos em Jesus e sob o manto da Virgem Maria, quatro seminaristas da
Arquidiocese de Salvador (Caio Silva, Carlos Manuel, Jorge Valois e Pedro
Azevedo) e um da Congregação de Jesus e Maria – Padres Eudistas (Marcelo
Pereira de Sousa) serão ordenados diáconos transitórios, neste sábado, 3 de
junho, pelas mãos do Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil,
Cardeal Dom Sergio da Rocha. A Celebração Eucarística que conferirá o primeiro
grau do Sacramento da Ordem acontecerá no Santuário Nossa Senhora da Conceição
Aparecida (Imbuí), às 9h.
Para que os
fiéis da Sé Primacial do Brasil possam conhecer melhor cada um destes jovens, a
equipe do Setor de Comunicação realizou uma breve entrevista. Confira:
Seminarista Caio – A experiência do chamado de Cristo a mim, feito há alguns anos, reverbera com mais força na aproximação da ordenação diaconal, que será uma resposta mais concreta do chamado que o Senhor me fez.,
Seminarista Carlos Manuel – Este passo representa, para mim, um começo de uma configuração a
Jesus Cristo Servo, estando à serviço da Igreja.
Seminarista Jorge – É um passo muito importante e fundamental para a total
configuração a Jesus Cristo, Bom Pastor, no sacerdócio.
Seminarista Pedro – Representa um passo a mais no caminho de configuração a Cristo
sacerdote, que se põe a serviço do povo Santo de Deus.
Seminarista Marcelo – Representa o amor e a misericórdia de Deus que sempre cumpre Sua
promessa, quando nos diz que: não chama capacitados, mas capacita os escolhidos
e os envia para a missão. Este passo no caminho de configuração a Cristo Bom
Pastor expressa de maneira sublime e gloriosa que o Senhor é que nos chama e
nos segura pela mão e sempre nos guia pelo caminho. Nossa resposta a Deus é
sempre deixar-se moldar pelo seu Espírito; é Ele quem chama e sustenta na
missão. Ser diácono à serviço da Igreja de Cristo, sobretudo servindo aos mais
pobres e necessitados, é uma grande graça que ultrapassa o nosso desejo, nossas
vontades. Tudo isso só é possível porque é o Senhor mesmo quem faz Sua obra.
Representa a realização plena de Deus na minha vida, minha adesão total ao
projeto que Deus sonhou pra mim, uma entrega sem reservas ao Amor dos amores,
uma maneira de viver minha espiritualidade batismal com a plena convicção de
que fiz a melhor escolha para a minha vida.
Setor de Comunicação – Quando você começou a perceber o chamado de Deus
para o sacerdócio e como foi a sua entrada no seminário?
Seminarista Jorge Valois
Seminarista Caio – O retorno à vida de comunidade, por meio da catequese em
preparação para o Sacramento da Crisma, me proporcionou a fazer meu primeiro
retiro, lugar que mudou todos os meus projetos de vida. Daí em diante, toda vez
que eu servia como coroinha, o ato da Consagração me tomava de tal jeito que
busquei discernir sobre o que Deus queria para mim, como, também, o modo que o
sacerdote rezava a Santa Missa me fez discernir esse chamado que fazia meu
coração arder. Ao ingressar no seminário, renunciei aos estudos acadêmicos que
já estava fazendo e outros projetos, enfrentei a separação dos meus pais nesse
período. Não foi um período fácil, mas foi um encontro comigo mesmo e com a
minha vocação.
Seminarista Carlos Manuel – Eu comecei a perceber o chamado ao sacerdócio através da homilia
de um sacerdote recém-ordenado, que era vigário em minha paróquia de origem.
Minha entrada no Seminário, em 2015, foi muito boa, mas também desafiadora.
Seminarista Jorge – Comecei a perceber o chamado ao sacerdócio desde a adolescência,
quando tive uma experiência concreta com Jesus Cristo e uma maior inserção na
comunidade eclesial. A minha entrada no seminário se deu em 2016, no Rio de
Janeiro. Foi um passo muito forte que tive que tomar na minha vida, porque,
nessa época, já era empregado público federal. Fiz a experiência de que o Reino
de Deus é para os “violentos” (Mt 11).
Seminarista Pedro – Muito cedo senti o chamado ao sacerdócio. Achei que era coisa de
minha cabeça. No entanto, Deus foi me mostrando os seus desígnios para a minha
vida. Depois de um acompanhamento vocacional decidi dizer sim a esse chamado
ingressando no seminário. Um caminho belo e desafiante. No final, dizer sim a
Deus vale a vida.
Seminarista Marcelo – Quando ainda criança sempre ficava admirado como minha avó materna
tinha uma fé tão linda, tão pura e tão simples e tudo aquilo me cativava. Não
tínhamos o hábito de ir à missa, pois vivíamos no interior e só tinha missa uma
ou duas vezes no ano na festa da Padroeira, mas sempre tinha a Celebração da
Palavra e gostávamos de ir. Fiz a catequese na capela e me encantava como
falavam de Jesus e expressavam um Jesus que vivia conosco no dia-a-dia, para
dizer que minha vocação nasceu no seio da família e da comunidade. Então, me
aventurei a buscar uma congregação que tivesse a espiritualidade do Coração de
Jesus, que fosse missionária. Assim, buscando responder as inquietudes do meu
coração, fiz um processo vocacional e no período de ingressar meu pai veio a
falecer, comecei a trabalhar e organizar a vida familiar, então a vocação esfriou
e busquei terminar de me formar, fiz algumas graduações, era professor
concursado de dois municípios e depois de um tempo trabalhando, vida
organizada, me veio de novo uma inquietação vocacional. Assim, buscando
responder minha vocação, iniciei um trabalho de discernimento vocacional com a
Congregação de Jesus e Maria, logo depois de todos os encontros, fui aceito e
com a graça de Deus sigo crescendo na minha caminhada vocacional a cada dia
buscando deixar-me formar pelo Coração de Jesus, na busca de formar e ser Jesus
para outros. O chamado e a iniciativa são sempre de Deus, Ele age no momento
certo, no tempo certo, Ele escolhe, Ele cuida, Ele faz dar frutos os que chamou
pelo nome.
A vida
destes jovens é marcada por intensa oração – Foto: Sara Gomes
Setor de Comunicação – Se você pudesse definir o percurso feito até
agora, como definiria?
Seminarista Carlos Manuel
Seminarista Caio – Um caminho de misericórdia, paciência e amor.
Seminarista Carlos Manuel – Eu defino o meu percurso até aqui, como desafiador, mas também
como gratificante, pois foi confiando na graça de Deus que eu cheguei até aqui.
Seminarista Jorge – Defino todo esse percurso como uma história de salvação de Deus na
minha vida, com momentos de muitas sombras, mas sempre contando com as luzes de
Deus, para não perder o discernimento.
Seminarista Pedro – Definiria como um caminho de cruz e Ressurreição. Que é o caminho
de todos aqueles que escolhem seguir a Jesus. Crucificar tudo o que nos impede
de crescer na amizade com Cristo. E ressuscitar com Ele para o novo de Deus. O
caminho é exigente, mas Deus nos dá a Sua graça.
Seminarista Marcelo – Como um verdadeiro tempo de graça e amor de Deus. Desde sempre, eu
sabia que era o meu chamado, mas também sempre tive muito claro que, por mim e
por minhas limitações, eu não poderia estar aqui. Foi a graça de Deus que me
sustentou! Um tempo em que me abandonei e deixei minhas misérias mergulharem no
oceano da infinita misericórdia de Deus. Um tempo de deixar-me abandonar nos
braços de Deus e deixar-me formar por Ele. Um tempo de configuração a Cristo
Bom Pastor.
Setor de Comunicação – Qual o sentimento que hoje, a poucos dias da
Ordenação Diaconal, está em seu coração?
Seminarista
Marcelo Pereira
Seminarista Caio – Um sentimento de ternura por Aquele que me chamou.
Seminarista Carlos Manuel – Em meu coração está transbordando um sentimento de felicidade, por
ter feito um percurso responsável no meu caminho formativo.
Seminarista Jorge – Um sentimento de gratidão a Deus pelo chamado. Não me sinto melhor
nem mais capacitado do que ninguém, mas Deus me escolheu. Está sendo um tempo
para experimentar a gratuidade do Senhor.
Seminarista Pedro – Rezo muito com o salmo 115/116 que diz: “Que poderei retribuir ao
Senhor Deus, por tudo aquilo que Ele fez em meu favor?”. Só me resta ser grato
a Deus.
Seminarista Marcelo – Um sentimento de profunda gratidão, primeiro a Deus que me chamou
e me cuidou, me animou e fortaleceu nos momentos difíceis. Também à minha
família que nestes dias tem a alegria de me entregar plenamente ao serviço da
Igreja e, de maneira especial, para viver e morrer na Congregação de Jesus e
Maria; e uma profunda gratidão a todo o povo de Deus, por onde passei, que
acreditou, rezou e colaborou com minha vocação. Eu sempre digo essas palavras
já proferidas por outros “um diácono, um padre é sempre fruto da oração de um
povo”, isso foi um sustentáculo muito grande nos outros países e em outros
lugares do Brasil onde fiz pastoral. Por isso, meu coração transborda de
alegria por esta caminhando rumo a graça imerecida por mim de participar do
Sacerdócio de Cristo.
Setor de Comunicação – Nesta etapa da sua caminhada, o que você gostaria
de pedir ao povo de Deus?
Seminarista Pedro Azevedo
Seminarista Caio – Que reze pela minha e todas as vocações!
Seminarista Carlos Manuel – Eu gostaria de pedir ao povo de Deus que continue em oração por
mim, para que o meu coração possa a cada dia desejar me configurar a Jesus
Cristo Bom, Belo e Eterno Pastor.
Seminarista Jorge – Peço ao povo de Deus que continuem rezando por mim, não apenas por
esse momento de ordenação, mas para que eu seja fiel por toda a minha vida às
promessas feitas de viver o dom da vocação ao ministério ordenado, sendo a
imagem de Cristo, Bom Pastor, no meio do mundo.
Seminarista Pedro – Continuar rezando para que Deus suscite outras vocações e sustente
os que disseram sim.
Seminarista Marcelo – O que sempre pedi desde quando entrei no seminário: rezem sempre
por mim, porque suas orações me fortalecem e me fazem forte diante das
dificuldades. Eu não cumpro uma meta ou objetivo com o diaconato, eu apenas me
torno um servidor dos servidores na Igreja. A missão não termina porque eu não
estou cumprindo etapas, ao contrário a missão continua e agora de maneira mais
árdua com os compromissos que assumo diante de Deus e de Sua Igreja povo.
Assim, intensifiquem suas orações por mim e meus irmãos que logo mais, dia 3 de
junho, compartilham desta mesma alegria comigo. Rezem, rezem, rezem para que
esteja bem claro em nossas mentes e em nossos corações que, assim como o
MESTRE, o nosso diaconato seja um serviço à Igreja de Cristo, sobretudo nos
preocupando com os mais pobres do Reino.
Foto: Sara
Gomes
Fonte: Setor de Comunicação da Arquidiocese de São Salvador da Bahia

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