Francisco no Angelus deste
domingo: “talvez também nós, neste momento, carregamos em nossos corações algum
peso ou algum sofrimento, que parecem nos esmagar. Então é hora de remover a
pedra e sair ao encontro de Jesus, que está próximo”.
Silvonei
José - Vatican News
"Não ceda ao pessimismo que
deprime, ao medo que isola, ao desânimo pela recordação de más experiências, ao
medo que paralisa"! O Papa Francisco introduzindo a recitação do Angelus
comentou a passagem do Evangelho deste V Domingo da Quaresma, a ressurreição de
Lázaro, "querido amigo de Jesus", para sublinhar que Jesus "dá
vida mesmo quando parece não haver mais esperança" e "convida-nos a
não deixar de acreditar e esperar, a não nos deixarmos esmagar por sentimentos
negativos".
"Acontece,
às vezes, sentir-se sem esperança, aconteceu com todos, ou encontrar pessoas
que perderam a esperança: amarguradas", com "um coração ferido",
"por causa de uma perda dolorosa, uma doença, uma decepção, um erro ou uma
traição sofrida, por um grave erro cometido", observou o Pontífice.
"Às
vezes ouvimos as pessoas dizerem: 'Não há mais nada a ser feito!' e fecha a
porta a toda esperança. Estes são momentos em que a vida parece um sepulcro
fechado: tudo é escuro, ao redor vemos apenas dor e desespero". Em vez
disso, Jesus "nos diz que isto não é assim, o fim não é este, que nestes
momentos não estamos sozinhos, pelo contrário, que precisamente nestes momentos
Ele se aproxima mais do que nunca para restaurar nossa vida". Jesus chora,
o Evangelho diz que ele chora diante do sepulcro de Lázaro, e Jesus chora
conosco, como chorou por Lázaro: o Evangelho repete duas vezes que ele se
comoveu e sublinha que Ele chorou".
Jesus,
continua Francisco, "aproxima-se de nossos sepulcros e nos diz, como
então: 'Tire a pedra'". "Tire a pedra: a dor, os erros, também os
fracassos, não os escondam dentro de vocês, em um quarto escuro e solitário,
fechado". Tire a pedra: tire tudo o que está dentro, jogue-a em mim com
confiança, sem medo, porque estou com você, amo você e desejo que viva
novamente".
E, como a
Lázaro, acrescenta o Papa, "repete a cada um de nós: vem para fora!
Levante-se, retome o caminho, recupere a confiança! Eu levo você pela mão, como
quando você era uma criança aprendendo a dar seus primeiros passos".
"Tire as ataduras que o prendem, por favor não ceda ao pessimismo que
deprime, não ceda ao medo que isola, não ceda ao desânimo por causa da
recordação de más experiências, não ceda ao medo que paralisa. Eu o quero livre
e vivo, não o abandonarei e estou com você". "Não se deixe aprisionar
pela dor, não deixe morrer a esperança: volte à vida". "Eu pego você
pela mão e trago você para fora" da escuridão, diz Jesus.
Esta
passagem, capítulo 11 do Evangelho de João, nos faz tão bem lê-la, enfatiza o
Papa. "É um hino à vida", diz, "e nós o lemos quando a Páscoa
está próxima. Talvez também nós, neste momento, carregamos em nossos corações
algum fardo ou algum sofrimento, que parece nos esmagar. Alguma coisa ruim,
algum pecado feio, algum erro da juventude", acrescenta Francisco.
"Então
é o momento de remover a pedra e sair ao encontro de Jesus, que está
próximo". "Conseguimos abrir nossos corações e confiar nossas
preocupações a Ele? Abrir o sepulcro dos problemas e olhar para além da
soleira, em direção à sua luz? Ou será que temos medo disso? E, por sua vez,
como pequenos espelhos do amor de Deus, será que conseguimos iluminar os
ambientes em que vivemos com palavras e gestos de vida? Damos testemunho da
esperança e da alegria de Jesus? Nós pecadores, todos nós?".
Francisco
dirigiu-se novamente aos confessores: "Caros irmãos, não esqueçam
que vocês também são pecadores e no confessionário não sejam torturadores, mas
perdoem tudo".
O Papa
concluiu: “Maria, Mãe da Esperança, renove em nós a alegria de não nos
sentirmos sozinhos e o chamado a levar luz à escuridão que nos circunda”.
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2023-03/papa-angelus-quaresma-evangelho.html
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