Que Nossa Senhora de Lourdes, Protetora e Saúde dos enfermos, nos ensine a bem tratar, cuidar e curar os doentes, socorrendo e amparando-os em todas as doenças e sofrimentos. Deus seja louvado!
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - bispo
diocesano de Campos (RJ)
O XXXI Dia Mundial do Emfermo inspira-se na frase
da Parábola do Bom Samaritano, com a qual este confia o homem ferido ao
responsável da estalagem, tomando todas as providências para o seu cuidado.
Escolhendo esta frase como lema, o Papa Francisco ensina que a doença não pode
ser vivida no isolamento e no abandono, mas exige a compaixão por ser exercício
sinodal de cura, isto é, caminhar juntos e acompanhar o doente, expressando o
estilo de Deus, que sempre visa proximidade, ternura e misericórdia.
Esta atitude é reforçada pelo profeta Ezequiel que
afirma, claramente, que Deus, como Pastor, procura a ovelha perdida,
reconduzindo a trasmalhada, cuidando das feridas e apascentando todas com
justiça. Mais adiante, o Papa, na reflexão, retoma o sentido desta parábola na
encíclica Fratelli tutti, explicando que ela é o ponto de viragem,
de reversão de um mundo fechado em sombras para um mundo aberto e mais
fraterno.
O homem caído, que fora assaltado e espancado na
estrada, mostra e revela os inúmeros rostos de quem são deixados ou
descartados, tanto por causas “naturais”, como aquelas que são provocadas pela
exclusão e as injustiças estruturais. O Papa sublinha, e destaca, a condição de
abandono e solidão que cerca e espezinha a milhares de doentes que buscam uma
resposta humana e solidária, que supere a indiferença ou a religiosidade
formalista do sacerdote e do levita, que não pararam, nem enxergaram, o ferido
na estrada.
Esta realidade de sofrimento nos interpela a cada
um e as Igrejas e Religiões, a respeito de nosso olhar e agir, face aos irmãos
doentes que passam por situações de esquecimento, vulnerabilidade e abandono.
Somos chamados a ser um hospital de campanha, uma casa de acolhida e ternura, a
estalagem da misericórdia, refazendo os passos do bom samaritano: deter-se,
aproximar-se, cuidar e levantar. O Dia Mundial do Enfermo promove, claro, um
momento de oração, solidariedade compassiva, de proximidade amorosa da
parte de todos os agentes, profissionais da saúde, dirigentes das instituições
hospitalares mas, também, empenha a todo o Povo de Deus, à sociedade civil, e
aos governantes, para deixar-se interpelar pela profecia de Ezequiel, que
denuncia a cobiça, a negligência e a irresponsabilidade, gravemente culposa dos
pastores mercenários que descuravam o seu povo deixando-o abatido, na doença e
na violência.
Nesta hora que, graças a um grande e generoso
mutirão da saúde, integrado por médicos, enfermeiros, maqueiros, voluntários,
capelães, pesquisadores e dirigentes, estamos gradualmente saindo da pandemia;
entramos na etapa da reabilitação, do cuidado e superação das sequelas da
COVID, marcas orgânicas, mentais e espirituais que devem cicatrizar e serem
atendidas com solicitude e prontidão.
Que
Nossa Senhora de Lourdes, Protetora e Saúde dos enfermos, nos ensine a bem
tratar, cuidar e curar os doentes, socorrendo e amparando-os em todas as
doenças e sofrimentos. Deus seja louvado!
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2023-02/trata-bem-dele-xxxi-dia-mundial-enfermo.html
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