A Solenidade de Todos os Santos de Deus
é chamada por alguns de “Páscoa de outono,” é celebrada pela Igreja, que, mais
uma vez, não olha para si mesma, mas olha para o céu e lhe aspira. De fato, a
santidade é um caminho para o qual todos somos chamados a trilhar sob o exemplo
desses nossos “irmãos mais velhos”, que nos são propostos como modelos, porque
aceitaram ser encontrados por Jesus, rumo ao qual se encaminharam com
confiança, com seus desejos, fraquezas e sofrimentos. “Todos os fiéis cristãos,
de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à
perfeição da caridade. Todos são chamados à santidade: ‘Deveis ser perfeitos
como o vosso Pai celeste é perfeito’ “(Mt 5,48) (CIC 2013).
Raízes
Antigas
A solenidade tem raízes antigas: no século
IV, começou a celebração dos mártires, comuns para as diferentes Igrejas. Os
primeiros sinais desta celebração foram encontrados em Antioquia, no domingo
após o dia de Pentecostes, sobre a qual já falava São João Crisóstomo.
Difusão
da Festa
Entre os séculos VIII e IX, esta festa
começou a difundir-se também na Europa, e, em Roma, de modo particular, no
século IX. Ali, o Papa Gregório III (731-741) quis que esta festa fosse
comemorada no dia 1º de novembro. A data foi escolhida porque coincidia com a
consagração de uma Capela, na Basílica de São Pedro, dedicada às relíquias “dos
santos Apóstolos, dos Santos mártires e confessores e de todos os Justos, que
chegaram à perfeição e descansam em paz no mundo inteiro”. Na época de Carlos
Magno, esta festa já era muito conhecida como ocasião para a Igreja, que
vagueia e sofre na Terra, mas que olha para o céu, onde estão seus irmãos mais
gloriosos.
É a
festa da esperança, que nos recorda o objetivo da nossa vida
Memória
Litúrgica
A memória litúrgica dedica um dia
especial a todos aqueles que se uniram com Cristo em sua glória. Eles não nos
são indicados apenas como arquétipos, mas invocados também como protetores das
nossas ações. Todos os Santos são os filhos de Deus que atingiram a meta da
salvação. Eles vivem, na eternidade, aquela condição de bem-aventurança
expressa por Jesus no discurso da Montanha, narrado no Evangelho de Mateus
(5,1-12).
Companheiros
na Imitação de Cristo
Os Santos são aqueles que nos
acompanham no nosso percurso de imitação de Jesus. Eles nos levam a ser pedra
angular na construção do Reino de Deus. Neste dia, a Mãe Igreja faz este apelo
a todos nós, seus filhos: “O apelo à plenitude da vida cristã e à perfeição da
caridade se dirige a todos os fiéis cristãos.” “A perfeição cristã só tem um
limite: ser ilimitada” (CIC 2028).
Um
Interesse Humano
Sendo assim, nós passamos a compreender
o início do sermão do Abade São Bernardo: “Para que louvar os santos, para que
glorificá-los? Para que, enfim, esta solenidade? Que lhes importam as honras
terrenas? A eles que, segundo a promessa do Filho, o Pai celeste glorifica? Os
santos não precisam de nossas homenagens. Não há dúvida alguma, se veneramos os
santos, o interesse é nosso, não deles”.
Convite
para olhar para o Alto
A Igreja nos convida a contemplarmos os
nossos “heróis” da fé, esperança e caridade. É um convite a olharmos para o
Alto, pois, neste mundo escurecido pelo pecado, eles brilham no Céu com a luz
do triunfo e esperança daqueles que viveram e morreram em Cristo, por Cristo e
com Cristo, formando uma “constelação”, como São João havia dito: “Era uma
imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e
línguas” (Ap 7,9).
Somos
chamados a imitar o exemplo de Santidade
Sinal
do Espírito Santo
Todos esses combatentes de Deus merecem
nossa imitação, pois foram adolescentes, jovens, homens casados, mães de
família, operários, empregados, patrões, sacerdotes, pobres mendigos,
profissionais, militares ou religiosos que se tornaram um sinal do que o
Espírito Santo pode fazer num ser humano que se decide a viver o Evangelho
atuando na Igreja e na sociedade.
Modelos
para os fiéis
Portanto, a vida desses modelos
acabaram virando proposta para nós, uma vez que passaram fome, apelos carnais,
perseguições, alegrias, situações de pecado, profundos arrependimentos, sede,
doenças, sofrimentos por calúnia, ódio, falta de amor e injustiças. Esses
constituem o cotidiano dos seguidores de Cristo que enfrentam os embates da
vida sem perder o entusiasmo pela Pátria definitiva, pois “não sois mais
estrangeiros, nem migrantes; sois concidadãos dos santos, sois da Família de
Deus” (Ef 2,19).
Oração:
“Jesus, que o mundo salvastes, dos que
remistes cuidais, E vós, Mãe santa de Deus, por nós a Deus suplicai. Os coros
todos dos Anjos, patriarcal legião, profetas de tantos méritos, pedi por nós o
perdão. Ó precursor do Messias, ó Ostiário dos céus, com os Apóstolos todos,
quebrai os laços dos réus. Santa Assembleia dos Mártires; vós, Confessores,
Pastores, Virgens prudentes e castas, rogai por nós pecadores. Que os monges
peçam por nós e todos que o céu habitam: a vida eterna consigam os que na terra
militam. Honra e louvor tributemos ao Pai e ao Filho também, com seu Amor um só
Deus, por todo o sempre. Amém.”
Minha
oração
“Na solenidade de todos os santos,
recordamos que é possível ser santo, recordamos que é possível contar com suas
orações e intercessão, por isso pedimos as graças que precisamos no tempo
presente e a conversão dos pecadores da nossa família e amigos. Amém ”
Todos os Santos de Deus, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova Notícias
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