Na abertura das
celebrações pascais, a Igreja celebra, na manhã da Quinta-feira Santa, a Missa
do Crisma. É nesta ocasião que são abençoados os óleos que são utilizados na
administração dos sacramentos durante o ano. Também conhecida como Missa da
Unidade, a liturgia matutina da Quinta-feira da Semana Santa reúne todo o
presbitério diocesano com seu bispo.
De acordo com o
Pontifical Romano, essa Missa é considerada uma das principais manifestações da
plenitude do sacerdócio do bispo e sinal da íntima união dos presbíteros com
ele.
Mas quais são esses
óleos e como são usados?
A
origem
A origem do uso dos
óleos nos sacramentos é bíblica, com referências a cada um deles na tradição e
no magistério da Igreja. Antes do Concílio Vaticano II, o óleo usado nos
sacramentos devia ser exclusivamente o azeite de oliveira. Mas, considerando a
dificuldade de se conseguir a matéria prima em algumas localidades, o Papa
Paulo VI ouviu o pedido de numerosos bispos e permitiu a adoção de outro tipo
de óleo, “o qual, todavia, deve ser extraído de plantas, enquanto é mais
semelhante à matéria designada na Sagrada Escritura”, segundo definiu na
Constituição Apostólica Sacram Unctionem Infirmorum –
sobre o Sacramento da Unção dos Enfermos.
Quais
são os óleos
Os Santos Óleos
preparados na Quinta-feira Santa estão relacionados aos Sacramentos. Há os
óleos abençoados, que são o dos Catecúmenos e dos Enfermos; e o óleo
consagrado, o Santo Crisma.
O Óleo dos
Catecúmenos é utilizado no Sacramento do Batismo, quando é ungido o peito da
pessoa que será batizada. Já o dos Enfermos é conferido àqueles “que estão
doentes em perigo de vida, ungindo-os na fronte e nas mãos”. Esses dois óleos
são abençoados na Missa matutina da Quinta-feira Santa.
O óleo
do Crisma
Já o Óleo do Crisma é
consagrado durante a celebração, e exclusivamente pelo bispo, no Rito Romano.
Além dessa distinção em relação aos outros dois, ele recebe durante a
consagração a mistura do bálsamo, o que lhe confere um cheiro agradável, e
também o sopro do bispo, como sinal do Espírito Santo.
O Pontifical Romano
ensina que “é com o santo crisma consagrado pelo bispo que os recém-batizados
são ungidos e que os confirmandos são marcados”. Assim, após receber a água do
batismo, é feita a unção pós batismal com óleo do Crisma, cuja oração pede que
o Espírito Santo consagre aquele novo cristão com o óleo santo “para que
participem da missão do Cristo, Sacerdote, Profeta e Rei, e sigam os passos de
Jesus permanecendo no seu povo até a vida eterna”.
Também são ungidos
com o óleo consagrado aqueles que recebem o Sacramento da Crisma, conferido
enquanto o ministro traça o sinal da cruz sobre a fronte do crismando e
pronuncia as palavras da fórmula. E ainda os ministros ordenados, sendo os
presbíteros nas mãos e os bispos na cabeça.
O
cheiro agradável
O bálsamo misturado
ao óleo faz com que este signifique a plenitude do Espírito Santo, revelando
que o cristão deve irradiar “o bom perfume de Cristo”. De acordo com o assessor
da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), padre Leonardo Pinheiro, o bálsamo misturado no óleo
do Crisma é comumente oriundo, aqui no Brasil, de essências de ervas da Amazônia.
Fotos: arquidiocese de Brasília (DF)
Leia também
Fonte: CNBB
Fonte: https://www.arquidiocesedefortaleza.org.br/os-oleos-abencoados-na-missa-do-crisma-saiba-quais-sao-e-a-composicao-deles/
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