terça-feira, 22 de março de 2022

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE

 

22 DE MARÇO DE 2022

 

3ª. FEIRA DA TERCEIRA SEMANA DA

 

QUARESMA

 

Cor roxo

 

1ª. Leitura – Dan 3, 25.34-43

 

Leitura da Profecia de Daniel 3,25.34-43

Naqueles dias: 25Azarias, parou e, de pé, começou a rezar; abrindo a boca no meio do fogo, disse: 34'Oh! não nos desampares nunca, nós te pedimos, por teu nome, não desfaças tua aliança 
35nem retires de nós tua benevolência, por Abraão, teu amigo, por Isaac, teu servo, e por Israel, teu Santo, 36aos quais prometeste multiplicar a descendência como estrelas do céu e como areia que está na beira do mar; 37Senhor, estamos hoje reduzidos ao menor de todos os povos, somos hoje o mais humilde em toda a terra, por causa de nossos pecados; 38neste tempo estamos sem chefes, sem profetas, sem guia, não há holocausto nem sacrifício, não há oblação nem incenso, não há um lugar para oferecermos em tua presença as primícias, e encontrarmos benevolência; 39mas, de alma contrita e em espírito de humildade, sejamos acolhidos, e como nos holocaustos de carneiros e touros 40e como nos sacrifícios de milhares de cordeiros gordos, assim se efetue hoje nosso sacrifício em tua presença, e tu faças que nós te sigamos até ao fim; não se sentirá frustrado quem põe em ti sua confiança. 41De agora em diante, queremos, de todo o coração, seguir-te, temer-te, buscar tua face; 42não nos deixes confundidos, mas trata-nos segundo a tua clemência e segundo a tua imensa misericórdia; 43liberta-nos com o poder de tuas maravilhas e torna teu nome glorificado, Senhor'. Palavra do Senhor.

 

Reflexão - “o louvor que liberta”

Por haverem se recusado a adorar a estátua dos seus deuses do Rei Nabucodonosor, Azarias (Daniel) e seus companheiros haviam sido jogados na “fornalha ardente”. No entanto, de “alma contrita e espírito de humildade”, eles louvavam e bendiziam o Senhor e, no meio do fogo, Daniel assumindo o pecado do seu povo se dirige a Deus com grande arrependimento: “estamos reduzidos ao menor de todos os povos... por causa de nossos pecados” e a Ele pede clemência pelos desmandos do seu povo que passava por humilhação no exílio. Louvar no meio da dificuldade é a maior experiência que a nossa alma humana poderá vivenciar. Ninguém que tenha feito esta prova alguma vez na vida poderá esquecer o momento da graça do Senhor que nos faz louvá-Lo e Nele confiar. Nós também, muitas vezes, nos encontramos no meio do fogo por causa dos nossos pecados e precisamos, de “alma contrita e em espírito de humildade, de todo o coração” ter confiança na misericórdia do Senhor, assumindo que somos coniventes com a maldade que impera no mundo!  Nós nunca queremos admitir que o nosso pecado também causa consequências na sociedade. Entendemos que fazemos tudo certo e achamo-nos corretos e bons, por isso nunca temos culpa de nada. No entanto, as sequelas das nossas pequenas faltas também contribuem para que sejamos provados, enquanto caminhamos aqui na terra.    A fornalha ardente significa para nós a hora da provação, do sofrimento, da grande dificuldade, do beco sem saída, quando não temos mais a quem recorrer. O fogo são as angústias, as aflições, as incertezas, o abandono, as decepções que experimentamos na nossa vida. Nessas horas, quantos de nós, ao invés de nos apegar a Deus, praguejamos e nos rebelamos, só piorando a nossa situação! Como os jovens na fornalha, nós também, às vezes, nos sentimos solitários (as), desamparados (as), sem “chefes, sem profetas, sem guias”, mas o Senhor continua atento às nossas preces e ao louvor que brota de dentro de nosso coração. - Até que ponto você se acha responsável pelas coisas más que acontecem no mundo? E na sua família, na comunidade? – Como é a sua reação nos momentos de fogo: humildade ou revolta?

– Você já experimentou louvar a Deus “no meio do fogo”, da dificuldade, do sofrimento? 

 

Salmo 24, 4bc-5ab. 6-7. 8-9 (R. 6a)

 

R. Recordai, Senhor, a vossa compaixão!

4bMostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,*
4ce fazei-me conhecer a vossa estrada!
5aVossa verdade me oriente e me conduza,*
5bporque sois o Deus da minha salvação.R.

6Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura *
e a vossa compaixão que são eternas!
7bDe mim lembrai-vos, porque sois misericórdia*
7ce sois bondade sem limites, ó Senhor!R.

8O Senhor é piedade e retidão,*
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
9Ele dirige os humildes na justiça,*
e aos pobres ele ensina o seu caminho.R.

 

Reflexão - Nos momentos de dificuldades e de penúria devemos pedir ao Senhor que nos mostre o Seu caminho. A estrada de Deus é a mais segura para nós e a verdade da nossa vida está na Sua Palavra que nos orienta e nos conduz. Somente quem tem experiência com a Palavra de Deus pode provar da Sua compaixão porque nela encontra conforto, sabedoria e ânimo para prosseguir caminhando protegido (a).

 

Evangelho – Mt 18, 21-35

 

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 18,21-35


Naquele tempo: 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: 'Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?'  22Jesus respondeu: 'Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.  23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados.  24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: `Dá-me um prazo! e eu te pagarei tudo'. 
27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: `Paga o que me deves'. 
29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: `Dá-me um prazo! e eu te pagarei'. 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 
31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 
32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: `Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste.  33Não devias tu também, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?'  34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida.  35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão.' Palavra da Salvação.

 

Reflexão - “perdoar, sempre”

Neste Evangelho, Jesus nos revela que o princípio para que recebamos o perdão dos nossos pecados está condicionado ao nosso querer também perdoar a quem nos ofendeu. Assim, Ele contou esta parábola para nos conscientizar de que prestamos contas com Deus quando nós, também, damos oportunidade aos nossos devedores para que eles paguem os seus débitos para conosco. Refletindo sobre a parábola podemos verificar como é o procedimento de Deus e como acontece com o nosso proceder. Deus nos perdoa sempre, não só uma vez nem dez, mas continuamente, porém, espera que também perdoemos aos nossos devedores na mesma proporção.  Somos devedores uns dos outros aqui nesta terra. Nós estamos vivendo dentro do prazo que o Senhor nos dá para que possamos pagar a “dívida” que assumimos diante do mundo em consequência das nossas más ações ou da má aplicação dos bens que Dele recebemos. Muitas vezes, nós também já suplicamos que o Senhor nos concedesse um prazo, uma chance e não percebemos de que ela já nos está sendo outorgada enquanto aqui vivemos, porque a hora é esta. E como vamos pagar esta dívida? Rezando muito ou indo muito à missa, ou apenas confessando aos pés do padre a nossa culpa?  Pagamos a nossa dívida, quando temos paciência com o próximo, quando também aceitamos as suas reivindicações ou compreendemos as suas razões, quando finalmente, também sabemos perdoar até setenta vezes sete, isto é, sempre.

– Você usa de misericórdia com o próximo da mesma forma que alcança a misericórdia de Deus? 

– Como você age com as pessoas que lhe devem alguma coisa?

– Você dá alguma chance a elas ou prefere revanche? 

– Você perdoa?     


Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

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