O Papa nos convidou a rezar
em silêncio pela crise no país do Leste Europeu, de onde chegam "notícias
muito preocupantes". Enquanto isso, a aumenta a tensão sobre uma iminente
invasão russa. A diplomacia não mede esforços para evitar confrontos armados,
mas até agora nenhuma abertura veio de contatos entre Biden e Putin. Para Kiev,
os EUA provocam um alarmismo que só causa pânico.
Francesca
Sabatinelli - Cidade do Vaticano
"São
preocupantes as notícias que vem da Ucrânia. Confio à intercessão da Virgem
Maria e à consciência dos líderes políticos, para que sejam feitos todos os
esforços pela paz. Rezemos em silêncio".
Francisco,
ao final do Angelus deste
domingo, volta seu pensamento novamente à atual crise no país do Leste Europeu
para expressar seus temores sobre uma situação que parece se agravar a cada
dia.
A
conversa entre Biden e Putin
A
intensa atividade diplomática, bem como ligações telefônicas de alto nível
entre líderes ocidentais e Moscou, não conseguem diminuir o nível de risco de
uma iminente invasão da Ucrânia pela Rússia, que denuncia a
"histeria" dos Estados Unidos, que, por sua vez, como fez o
presidente Joe Biden em um telefonema com seu colega russo Vladimir Putin,
ameaçou os russos com "retaliações sérias e rápidas" no caso de um
ataque. Biden e Putin, no entanto, também garantiram que continuarão os
contatos e continuarão comprometidos com a diplomacia.
As
advertências de Blinken
Em
uma reunião com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Lavrov, o
secretário de Estado dos EUA, Blinken, alertou os russos sobre uma
"resposta transatlântica resoluta e massiva" no caso de novas
agressões russas. Blinken repetiu as mesmas ameaças na conclusão de uma cúpula
trilateral com homólogos do Japão e da Coreia do Sul: no caso de uma invasão, a
resposta será rápida, unida e pesada. O secretário de Estado também alertou que
Moscou poderia usar uma provocação ou incidente pré-fabricado para justificar
um ataque a Kiev.
As
manobras da Rússia e dos EUA
O
Kremlin, entretanto, continua a enviar soldados perto da fronteira -
fala-se em mais de 100 mil unidades - e lançou manobras militares no Mar Negro
e na Belarus, enquanto os Estados Unidos retiraram quase todos os militares
presentes na Ucrânia, e fortaleceu a frente polonesa enviando novas tropas.
Enquanto isso, Washington negou a presença de um de seus submarinos em águas
territoriais russas, conforme relatado pelos russos.
A
crise mais perigosa desde a Guerra Fria
Para
muitos observadores, esta é a crise mais perigosa na Europa desde o fim da
Guerra Fria. Os russos estão mais uma vez pedindo a suspensão do que chamam de
expansão da OTAN, bem como do apoio ocidental à Ucrânia, que Moscou nunca
deixou de ver como parte de sua esfera de influência.
No
último telefonema com seu colega francês Macron, o presidente russo Putin
criticou o fornecimento de armas a Kiev, uma possível condição para ações
“agressivas por parte de forças ucranianas", na área oriental, onde a
Rússia apoia separatistas armados, zona da qual a OSCE está fazendo sair todos
os seus observadores.
E a
evacuação continua também por parte de muitos países, que estão retirando seus
compatriotas da Ucrânia, assim como feito também por Moscou, que retirou parte
de seu pessoal diplomático. Além dos Estados Unidos, Alemanha, Itália, Reino
Unido, Holanda, Canadá, Noruega, Austrália, Japão e Israel, há também os países
do Golfo Pérsico, incluindo Arábia Saudita, Catar, Bahrein e Emirados Árabes
Unidos, pois – advertiram os Estados Unidos - a ofensiva russa pode começar a
qualquer momento e sem aviso prévio.
Para
diminuir o tom, as declarações do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, para
quem as "declarações alarmistas estadunidenses não ajudam e só causam
pânico"
Fonte:
Vatican News
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