Um
pequeno grupo da Associação Lázaro já havia sido recebido pelo Papa em maio
deste ano. Agora mais numersos, eles voltaram ao Vaticano para celebrar com
Francisco os seus 10 anos de fundação. E ouviram do Pontífice palavras de
encorajamento.
Vatican News
O Papa Francisco encerrou suas atividades neste
sábado recebendo, no Vaticano, os membros da Associação Lázaro, que está
completando 10 anos de existência.
O
projeto nasceu na França com a finalidade de dar um lar às pessoas em situação
de rua. Mais do oferecer um abrigo, a experiência dos membros da Associação é
morar com essas pessoas nas casas e compartilhar o seu cotidiano. Hoje, 10 anos
depois, o projeto cresceu e está presente na Bélgica, na Espanha e no México.
“Agradeço a Deus pela bela
experiência que estão tendo na coabitação e fraternidade que vivem no dia a
dia”, escreve o Papa no discurso que foi entregue, definindo o projeto como
“uma vitrine da amizade social que todos somos chamados a viver”.
“Num ambiente cheio de indiferença, individualismo e egoísmo,
faz-nos compreender que os valores da vida autêntica se encontram em acolher as
diferenças, respeitar a dignidade humana, escutar, cuidar e servir os mais
humildes.”
A coragem de abrir portas
Depois de ouvir alguns testemunhos, o Papa deixou de lado o
texto escrito e entregue, e refletiu sobre o que ouviu. O discurso de Francisco
baseou-se numa imagem, a da "porta", uma metáfora de muitas
experiências relatadas durante o encontro: "A experiência da porta aberta,
da porta fechada, o medo de não me abrirem a porta, o medo de me fecharem a
porta na cara. Esta experiência que acabamos de ouvir de alguns de vocês é a
experiência de cada um de nós se olharmos para dentro de nós mesmos".
Tantas situações que suscitam uma pergunta: "Qual é a minha
relação com a porta?". "A porta é Deus", diz o Papa. Qual é a
minha relação com a porta? Será que me aproprio dela e não deixo ninguém
entrar? Ou será que tenho medo de bater à porta? Ou será que espero sem bater
que alguém a abra para mim? Cada um de nós tem atitudes diferentes em relação a
Deus que é a porta.
Lázaro, uma pequena gota no mar da necessidade
Por vezes, na vida, é preciso ter "a humildade de bater à
porta", outras vezes é preciso ter "a coragem de não ter medo daquele
que me vai abrir a porta, que é Deus". E uma vez dentro, deve-se ter
"a grandeza de não fechar a porta atrás de mim", mas sim "de a
abrir para que outros possam entrar". É o que a instituição tem feito há
anos: "Abrir portas". Não como "porteiros", mas como
"homens e mulheres que, porque uma vez abriram a porta a cada um de vocês,
sentem a necessidade de a abrir aos outros".
O Papa expressou assim a sua mais profunda gratidão por esta
gota no mar das necessidades. Uma gota, no entanto, preciosa: "Vão em
frente!”. Sem, porém, a soberba de acharem são grandes.
Não desistam
O mesmo encorajamento está contido no discurso
entregue. Na sociedade, pode-se sentir isolado, rejeitado e sofrer de exclusão.
“Mas não desistam, não se desencorajem”, foram as palavras do Pontífice.
Francisco os animou a permanecerem firmes em suas convicções e
fé. “Vocês são a face amorosa de Cristo. Então espalhem à sua volta este fogo
de amor que aquece corações frios e secos.”
A exortação do Papa prosseguiu pedindo que os membros da
Associação possam ir para as periferias, “que estão frequentemente cheias de
solidão, tristeza, feridas interiores e perda do gosto pela vida”.
“Com as suas palavras e ações, derramem o óleo de consolação e
cura sobre os corações feridos. Quero repetir: Deus os ama.”
O Santo Padre concluiu concedendo a sua bênção apostólica.
Fonte:
Vatican News
Nenhum comentário:
Postar um comentário