“Rezar
na vida cotidiana” foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral
desta quarta-feira. "A oração cristã infunde no coração humano uma
esperança invencível: qualquer que seja a experiência que toque o nosso
caminho, o amor de Deus pode transformá-la em bem", disse Francisco.
Vatican News
“Na catequese anterior, vimos que a oração cristã
está “ancorada” na Liturgia. Hoje evidenciaremos como da Liturgia ela regressa
sempre à vida quotidiana: nas ruas, nos escritórios, nos meios de transporte.
Nela o diálogo com Deus continua: quem reza é como o apaixonado, que traz
sempre no coração a pessoa amada, onde quer que esteja.” Foi o que disse o Papa
Francisco no início de sua catequese na Audiência Geral desta quarta-feira
(10/02), realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico, sobre o tema “Rezar na
vida cotidiana”.
Segundo o Pontífice, “tudo é assumido neste diálogo
com Deus: cada alegria torna-se um motivo de louvor, cada provação é ocasião
para um pedido de ajuda. A oração é sempre viva, como o fogo das brasas, até
quando os lábios não falam. Cada pensamento, embora aparentemente “profano”,
pode ser permeado de oração. Até na inteligência humana há um aspecto orante;
com efeito, ela é uma janela aberta para o mistério: ilumina os poucos passos
que se nos apresentam e depois se abre para toda a realidade, que a precede e a
supera”. A seguir, acrescentou:
Este mistério não tem rosto perturbador nem
angustiante: o conhecimento de Cristo nos faz confiar que onde o nosso olhar e
os olhos da nossa mente não podem ver, não há o nada, mas uma graça infinita. A
oração cristã infunde no coração humano uma esperança invencível: qualquer que
seja a experiência que toque o nosso caminho, o amor de Deus pode transformá-la
em bem.
Segundo o Catecismo da Igreja Católica,
«aprendemos a orar em certos momentos, escutando a Palavra do Senhor e
participando no seu mistério pascal. Mas a cada momento, nos acontecimentos de
cada dia, o seu Espírito nos é oferecido para fazer brotar a
oração. O tempo está nas mãos do Pai; é no presente que nós o encontramos; não
ontem nem amanhã, mas hoje». “Eu encontro Deus hoje. Sempre existe o hoje do
encontro”, disse ainda o Papa.
Não há outro dia maravilhoso do que o hoje que
vivemos. As pessoas que vivem pensando sempre no futuro, será melhor, mas não
vive o hoje com é, são pessoas que vivem na fantasia, não sabem viver o
concreto do real. O hoje é real. O hoje é concreto. A oração se realiza no
hoje. Jesus vem ao nosso encontro hoje, o hoje que estamos vivendo. E é a
oração que o transforma em graça, ou melhor, que nos transforma: apazigua a
raiva, sustenta o amor, multiplica a alegria, infunde a força de perdoar. Às
vezes parece-nos que já não somos nós que vivemos, mas que a graça vive e age
em nós através da oração.
“É a graça que espera. Não se esqueçam: viver o
hoje. Quando você estiver com raiva, insatisfeito, pare e diga: ‘Senhor, onde
você está? Aonde estou caminhando?’ O Senhor está ali e lhe dará a palavra
justa, o conselho para ir adiante, sem este sulco amargo do negativo”, disse
ainda Francisco. “A oração é sempre positiva, faz ir adiante. Cada dia que
começa, se for acolhido na oração, é acompanhado de coragem, para que os
problemas a enfrentar já não sejam obstáculos à nossa felicidade, mas apelos de
Deus, ocasiões para o nosso encontro com Ele.”
“Rezemos sempre por tudo e por todos. Rezemos pelos
nossos entes queridos, mas também por aqueles que não conhecemos; rezemos até
pelos nossos inimigos, como a Escritura muitas vezes nos convida a fazer”,
sublinhou o Papa.
A oração dispõe a um amor superabundante. Rezemos
especialmente pelos infelizes, por quantos choram na solidão e perdem a
esperança de que ainda haja um amor que pulse por eles. A oração realiza
milagres; e então os pobres intuem, pela graça de Deus, que até na sua situação
precária, a oração do cristão tornou presente a compaixão de Jesus: pois Ele
olhou com grande ternura para as multidões cansadas e perdidas como ovelhas sem
pastor. O Senhor é o Senhor da compaixão, da proximidade da ternura. O estilo
do senhor é compaixão, proximidade e ternura.
Segundo o Pontífice, “a oração nos ajuda a amar os
outros, não obstante seus erros e pecados. A pessoa é sempre mais importante do
que as suas ações, e Jesus não julgou o mundo, mas o salvou”.
A vida daquelas pessoas que sempre julgam os outros
é ruim, que sempre condenam, julgam. É uma vida ruim, infeliz, pois Jesus veio
para nos salvar. Abre o seu coração. Perdoa, justifica os outros, entenda.
Fique próximo aos outros, tenha compaixão, ternura, como Jesus. É necessário
amar cada pessoa, lembrando na oração que somos todos pecadores e ao mesmo
tempo amados por Deus um por um. Amando assim este mundo, amando-o com ternura,
descobriremos que cada dia e cada situação traz dentro de si um fragmento do
mistério de Deus.
Francisco
concluiu sua catequese, dizendo que “somos seres frágeis, mas sabemos rezar:
esta é a nossa maior dignidade, é a nossa fortaleza. Coragem! Rezar em cada
momento, em cada situação, porque o Senhor está próximo de nós. Quando uma
oração está em sintonia com o coração de Jesus, obtém milagres”.
Fonte: Vatican News
Nenhum comentário:
Postar um comentário