Por Wallter Sánchez Silva
Padre Pio. Crédito: Isabel Díaz / ACI
REDAÇÃO CENTRAL, 20 set. 20 / 07:00
am (ACI).- Em 20 de setembro de 1918, há 102 anos,
Padre Pio de Pietrelcina recebeu os estigmas de
Cristo.
O relato da aparição dos estigmas foi
feito pelo próprio Padre Pio um ano depois, em 1921, e está no livro escrito
pelo italiano Francesco Castelli intitulado “Padre Pio sob investigação: A
autobiografia secreta”.
"Em 20 de setembro de 1918,
depois da celebração da missa, detendo-me em fazer a devida ação de
graças no coro, de repente, fui tomado por um forte tremor seguido de uma
súbita calma, e vi Nossa Senhora como se estivesse crucificada, mesmo não
havendo nenhuma cruz. Ela se lamentava pela pouca compaixão dos homens,
especialmente dos consagrados a Jesus e por ele mais favorecidos”.
Nisso, continuou Padre Pio,
"manifestava-se que Ele sofria e desejava associar almas à sua Paixão.
Convidou a solidarizar-me com suas dores e a meditá-las; ao mesmo tempo, a
ocupar-me com a salvação dos irmãos. Depois disso senti-me cheio de compaixão
pelas dores do Senhor e perguntei-lhe o que podia fazer. Ouvi esta voz:
‘Associo-te à minha Paixão!’. E, a seguir, desaparecida a visão, caí em mim,
recobrei a consciência e vi estes sinais, dos quais gotejava sangue. Antes, eu
não tinha nada”.
O relato de Padre Pio foi feito em
resposta a algumas das 142 perguntas feitas por Dom Carlo Raffaelle Rossi, em
1921, em nome do Santo Ofício, um dicastério do Vaticano que anos depois se
tornaria a atual Congregação para a Doutrina da Fé.
Dom Rossi, explica Castelli, também
examinou cada uma das feridas de Padre Pio e ia lhe perguntando alguns detalhes.
O Bispo, que anos depois se tornaria
cardeal, pôde ver como a ferida do lado, por exemplo, "frequentemente
mudava de aspecto e nesse momento tinha assumido uma forma triangular nunca
antes observada. Sobre as chagas, o Padre Pio me dava respostas precisas e
detalhadas, explicando, além disso, que as feridas dos pés e do lado tinham um
aspecto iridescente".
Após o exame, o Prelado escreveu que
“os estigmas em questão não são obra do demônio, nem uma enganação grotesca,
nem fraude, nem arte maliciosa ou malvada; menos ainda produto da sugestão
externa, nem os considero efeito de sugestão".
A investigação de Dom Rossi começou
em 14 de junho de 1921 e durou oito dias, após os quais foi possível verificar
que os elementos distintivos "dos verdadeiros estigmas seriam encontrados
nos do Padre Pio".
Além disso, o Prelado pôde sentir um
perfume especial emanando das feridas, fato que ajudou a provar o fato como
verdadeiro.
Dom Rossi também escreveu que Padre
Pio era muito gentil; muito amado por seus superiores por ser "grande
exemplo e não murmurador"; dedicava entre 10 e 12 horas por dia para
atender confissão e celebrava Missa "com extraordinária devoção".
Estigmas
Os estigmas são as chagas que Cristo
sofreu na crucificação – duas nos pés, duas nas mãos e uma no lado –, que
apareceram em alguns místicos.
Embora os estigmas sejam feridas, o
ponto de vista médico difere dessa definição, pois não cicatrizam, nem sequer
quando são curadas; não infeccionam nem se decompõe, não degeneram em necrose,
não têm cheiro ruim, e sangram constantemente e abundantemente.
Os estigmas, além disso, são a
reprodução exata das chagas de Jesus, de acordo com os estudos do Santo Sudário
que, segundo a tradição, teria envolvido o corpo de Cristo.
Para reconhecer os estigmas como válidos
ou reais, a Igreja exige algumas condições precisas:
todos devem aparecer ao mesmo tempo, devem provocar uma modificação importante
nos tecidos, devem se manter inalterados e devem carecer de infecções ou
cicatrizações.
Segundo a Enciclopédia Católica, os
estigmatizados são cerca de 60, entre santos e beatos. Alguns dos mais famosos
são: São Francisco de Assis, Santa Catarina de Sena (que rezou a Deus para que
não fossem visíveis), Santa Catarina de Ricci, São João de Deus, Beata Ana
Catarina Emmerich, entre outros.
Fonte: ACI Digital
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