O padre colombiano Samuel Fonseca Torres, missionário Scalabriano que desde 2001 atua no Brasil e atualmente é diretor nacional do Apostolado do Mar e capelão do Porto de Santos comentou a mensagem enviada pelo cardeal Peter K. A. Turkson, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral no Vaticano, sobre o Domingo do Mar, celebrado sempre no segundo domingo do mês de julho, este ano no último dia 12. O padre Samuel representa o Apostolado do Mar do Brasil junto ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano.
Segundo o padre, o Apostolado do Mar tem uma sede no Vaticano e está organizado em 9 regiões no mundo. A organização conta os bispos promotores, os diretores nacionais, os capelães voluntários e voluntárias do Apostolado do Mar.
No Brasil existem três missões Stela Maris, uma no Rio de Janeiro, outra no Rio Grande do Sul e a de Santos. O Apostolado do Mar tem como público alvo os marinheiros, pescadores, trabalhadores, estivadores e todas as pessoas que vivem do mar. O bispo promotor do Apostolado do Mar é o bispo emérito do dom Jacinto Francisco, de Santos.
Desde 2002, no 21º Congresso do Apostolado do Mar, no Rio de Janeir0, o padre Samuel foi escolhido para ser o coordenador regional para a América Latina e Caribe. “Na minha opinião isto não é um privilégio, ao contrário é um desafio em função de atuarmos numa região muita extensa”, disse. Ele chama a atenção para o fato de no Brasil ter poucos capelães, padres disponíveis e ainda poucos bispos que apoiam a causa do Apostolado do Mar.
Neste tempo que está no Brasil, o diretor nacional do Apostolado do Mar atuou como capelão em dois lugares. Por sete anos na Stela Maris do Rio de Janeiro, na paróquias Santa Cecília e São Pio X. Depois, mudou-se em 2007 para Santos (SP) onde exerce as mesmas funções. “O trabalho aqui se multiplicou nos últimos anos. Santos é o principal Porto de exportação e importação da América Latina e do Brasil”, disse.
O padre afirma que dentro do contexto da pandemia, são grande as dificuldades dos pescadores, sobretudo dos pescadores artesanais. “Muitos dos pescadores perderam seus empregos e estão com dificuldades de manter suas embarcações. Praticamente estão à deriva. Algo parecido como quando vem uma tempestade e leva o barco de seus pescador. Não existe nenhum programa governamental para apoiá-los”, disse. O padre informa que a Stela Maris de Santos está ajudando, com cestas, 150 famílias por quatro meses.
Mensagem de entusiasmo
Sobre a mensagem do cardeal Turkson, cuja íntegra pode ser acessada no link abaixo, para o Domingo do Mar 2020, padre Samuel afirma que trata-se de uma mensagem de fé, de esperança, ânimo, entusiasmo e conforto para os marítimos, pescadores e suas famílias. Dois aspectos importantes constam da mensagem, segundo o diretor nacional do Apostolado do Mar. O primeiro é o anúncio da transferência da celebração do centenário do Apostolado do Mar para 2021 em função da pandemia. A celebração seria este ano, em Glasgow, na Escócia.
A segunda é o contexto da pandemia. Neste aspecto o padre informa que 50% dos produtos importados pelo Brasil circulam pelo mar e que existem tripulações que chegam a mais de 20 pessoas de diferentes lugares que vivem e moram na embarcação e não podem sair dos barcos porque muitos portos estão fechados. Pelos cálculos, segundo informa, existem mais de 100 mil marinheiros esperando ser repatriados a seus países em todo mundo.
A mensagem do Domingo do Mar pede para olharmos ao nosso país e perceber o que está acontecendo nas áreas portuárias e também fala do trabalho e a missão do Apostolado do Mar neste contexto. “Desafio a Igreja no Brasil a se aproximar e conhecer a realidade das pessoas que vivem do mar”, disse o padre reforçando ainda um trecho da mensagem do Dicastério que diz aos trabalhadores do mar que ninguém os abandonará. O diretor nacional do Apostolado reforça ainda o convite à Igreja no Brasil para se envolver nas celebrações do Centenário do Apostolado do Mar.
Conheça a íntegra da Mensagem do Domingo do Mar aqui.
Fonte: CNBB
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