Pela
quarta vez direto da janela do Palácio Apostólico, depois do período de
lockdown na Itália em que rezava a oração mariana do Angelus de dentro da
biblioteca, o Papa Francisco encontrou os fiéis da Praça São Pedro. Neste
domingo (21), o Pontífice nos encorajou a não ter medo, sermos fortes e
confiantes diante das adversidades. Como os Apóstolos e os cristãos dos nossos
dias, perseguidos e ameaçados - até fisicamente -, a exortação é confiar em
Jesus, porque "o Pai cuida de nós" na hora da adversidade e do
perigo.
Andressa Collet – Vatican News
Neste domingo (21), oficialmente de
verão no hemisfério norte, o Papa completou um mês de retorno à oração mariana
do Angelus, feita diretamente da janela do Palácio Apostólico aos fiéis
presentes na Praça São Pedro. Durante todo o período de lockdow na Itália,
Francisco rezou de dentro da biblioteca.
Na sua alocução, que precedeu o
Angelus, o Papa descreveu três situações concretas de adversidades enfrentadas
pelos discípulos na proclamação do Reino de Deus, a partir de um trecho do
Evangelho deste domingo (cf. Mt 10, 26-33). Através delas e fazendo eco ao
convite de Jesus, Francisco exortou para não se ter medo, ser forte e confiante
diante dos desafios da vida.
O anúncio sem medo diante da
hostilidade
Em primeiro lugar, o Papa descreveu
“a hostilidade daqueles que gostariam de silenciar a Palavra de Deus”. Jesus,
até aquele momento, transmitiu a mensagem de salvação “com prudência, quase em
segredo”, diferente do que deveriam fazer os Apóstolos:
“Eles
deverão proclamá-la “à luz”, ou seja, abertamente, e anunciar “dos terraços”,
isto é, publicamente, o seu Evangelho.”
A perseguição aos cristãos até hoje
A segunda dificuldade que os
missionários de Cristo encontraram, lembrou o Papa, foi “a ameaça física contra
eles, isto é, a perseguição direta do seu povo, chegando até a matar”. Uma
profecia de Jesus, “dolorosa”, mas que “atesta a fidelidade das testemunhas” e
se constata em todos os tempos:
“Quantos
cristãos são perseguidos ainda hoje em todo o mundo! Se eles sofrem pelo
Evangelho e com amor, são os mártires dos nossos dias. A esses discípulos de
ontem e de hoje que sofrem a perseguição, Jesus recomenda: «Não temais os que
matam o corpo, e não podem matar a alma» (v. 28). Não devemos nos assustar por
aqueles que procuram extinguir a força da evangelização através da arrogância e
da violência. Nada, na verdade, podem fazer contra a alma, ou seja, contra a
comunhão com Deus: essa, ninguém pode tirar dos discípulos, pois é um dom de
Deus.”
A certeza do amor de Deus
O terceiro tipo de provação que os
Apóstolos enfrentaram, recorda o Papa, é a sensação de que o próprio Deus os
abandona, ao permanecer “distante e silencioso”. Mas não devemos ter medo,
exorta Francisco, porque “o Pai cuida de nós” na hora da adversidade e do
perigo:
“Também
aqui nos exorta a não ter medo, porque, apesar de passar por essas e outras
ciladas, a vida dos discípulos está firmemente nas mãos de Deus, que nos ama e
nos guarda. Não se trata de uma simples exortação para recuperar força e
coragem diante das tribulações e dos perigos. Não, se trata de uma certeza
precisa que o Senhor nos convida a renovar no nosso caminho todos os dias e em
todos os momentos.”
Fonte:
Vatican News
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