O Papa Francisco rezou a oração do Regina Coeli neste domingo,
solenidade da Ascensão, na Biblioteca do Palácio Apostólico. Fora, centenas de
fiéis se reuniram na Praça São Pedro, que reabriu depois de mais de dois meses.
O Pontífice os saudou ao término da oração.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do
Vaticano
Domingo com a Praça São Pedro
finalmente aberta depois de mais de dois meses de fechamento. A última oração
com a presença de fiéis foi no dia 8 de março.
Mantido o distanciamento, não se
pode falar de multidão na Praça, mas a possibilidade para os fiéis de estarem
ali, rezando com o seu pastor, é um sinal de esperança de que a vida, mais cedo
ou mais tarde, poderá retomar seu ritmo. Como previsto, o Papa rezou o Regina
Coeli da Biblioteca do Palácio Apostólico e somente no final assomou à janela
para saudar os presentes.
Sem testemunho não há anúncio
Na alocução, Francisco recordou
que em muitos países se celebra a solenidade da Ascensão do Senhor.
O trecho do Evangelho de Mateus
mostra os Apóstolos que se reúnem na Galileia e no monte se realiza o último
encontro do Senhor ressuscitado com os seus.
Desta vez, no monte Jesus não
age nem ensina, mas confia aos discípulos a tarefa de continuar a sua obra.
Jesus diz: « Portanto, ide e
fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e
do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei!» ( v.
19-20).
A missão confiada aos Apóstolos
é esta, explicou o Papa: anunciar, batizar e ensinar a caminhar na via traçada
pelo Mestre, isto é, o Evangelho.
“Esta
mensagem de salvação implica antes de tudo o dever do testemunho, sem
testemunho não se pode anunciar, ao qual também nós, discípulos de hoje, somos
chamados para dar conta da nossa fé.”
Diante de uma tarefa tão
difícil, e pensando nas nossas fraquezas, nos sentimos inadequados, prosseguiu
Francisco, mas não se deve desencorajar, recordando as palavras que Jesus
dirigiu a eles antes de subir ao Céu: «Eis que eu estarei convosco todos os
dias, até ao fim do mundo'.» (v. 20).
Esta promessa, disse ainda o
Papa, garante a presença constante e consoladora de Jesus entre nós, que se dá
por meio do seu Espírito. Ele conduz a Igreja a caminhar na história como
companheira de cada homem.
Um novo modo de estar conosco
Com a promessa de permanecer
conosco até o fim dos tempos, Jesus inaugura o estilo de sua presença no mundo
como Ressuscitado: uma presença revelada na Palavra, nos Sacramentos, na ação
constante e interior do Espírito Santo.
“A festa da Ascensão nos diz
que, embora tenha subido ao Céu para habitar gloriosamente à direita do Pai,
Jesus está ainda e sempre entre nós: disso vêm a nossa força, a nossa
perseverança e a nossa alegria. Justamente da presença de Jesus entre nós com a
força do Espírito Santo."
O Papa concluiu pedindo a
intercessão de Nossa Senhora para que “acompanhe nossa viagem com sua proteção
materna: dela aprendemos a doçura e a coragem de sermos testemunhas no mundo do
Senhor Ressuscitado”.
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