Texto inédito do Papa Francisco no
livro "Diferentes e unidos: Com_unico, logo existo" publicado por
ocasião do Dia Mundial das Comunicações Sociais. O prefácio é do arcebispo de
Cantuária, Justin Welby
Manuel
Tavares – Cidade do Vaticano
“Diferentes
e unidos: Com_unico, logo existo” este é o título do livro publicado pela
Livraria e Editora Vaticana - Dicastério para a Comunicação da Santa Sé, neste
domingo, dia 24. Trata-se de um volume que reúne textos e discursos do Santo
Padre, acompanhados por um seu escrito inédito, sobre comunicação e relações
humanas. O prefácio do livro é de Justin Welby, Arcebispo de Cantuária, primaz
de toda a Inglaterra e líder mundial da Comunhão Anglicana.
O livro
faz parte de “intercâmbios de dons”, uma coleção da editora, caracterizada pela
sua vocação ecumênica, que reúne textos e discursos do Santo Padre,
acompanhados por um seu escrito inédito. A introdução, geralmente, é assinada
por um representante dos irmãos e irmãs das Igrejas e Comunidades eclesiais
separadas, com as quais se caminha rumo ao restabelecimento da plena comunhão.
O volume
“Diferentes e unidos” contém as reflexões do Santo Padre sobre as relações
humanas: relações entre as pessoas criadas à imagem de Deus. “Estas relações
humanas são as mais bonitas e frutíferas” – diz o Arcebispo Welby no prefácio –
“que fundam suas raízes no amor de Deus por nós".
Texto inédito do Papa
“Com o
olhar de Jesus”: eis o título do texto inédito do Papa Francisco, que parte da
sua reflexão sobre a história do "jovem rico", que pergunta a Jesus:
“Mestre, o que se deve fazer para obter a vida eterna". Então, Jesus
dirigiu-lhe seu olhar com amor, porque a fé cristã se baseia na simples
afirmação: “Jesus tem natureza divina e Deus é amor".
Sem este
"olhar amoroso" – diz Francisco - "a comunicação humana, o
diálogo entre as pessoas, pode facilmente tornar-se apenas um duelo
dialético". À base de toda forma de comunicação e relação humana está a
disposição de ouvir o outro e, sobre este tema, diz: "Temos que aprender muito
com a lição do Santo cardeal John Henry Newman. A sua reflexão concentra-se, de
modo particular, sobre a dimensão da imaginação e da "disposição" do
coração, que desempenha um papel mais importante que o da razão, para que o
homem possa, realmente, ser tocado pela experiência da fé". Neste sentido,
a oração é imprescindível para purificar o coração.
Identidade e liberdade podem conviver
Por isso,
diz o Pontífice, identidade e alteridade existem e podem conviver em um
contexto de coragem, liberdade e oração. A alteridade é vital para a
identidade. Minha identidade é um ponto de partida, mas, sem a alteridade,
enfraquece.
Eis o
ponto crucial: mobilizamo-nos, mais uma vez, no coração do cristianismo: “Jesus
fixou seu olhar no jovem e o amou, como pessoa, como dom. Mas diante do seu
convite: “Vai e vende tudo e o dê aos pobres... depois, vem e segue-me”, o
jovem, entristecido, foi embora, porque tinha muitos bens e, portanto, não era
uma pessoa livre. Sem liberdade não há verdade.
O Santo Padre concluiu seu texto inédito, dizendo:
“Jesus fixou seu olhar no jovem e, hoje, também em nós, na nossa vida. Assim,
ele entra em relação com os homens e se comunica com eles. O olhar de Jesus é
um olhar de amor gratuito e generoso, até à total doação de si.
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