O convite que Deus quer da nossa parte, em época de Coronavírus, é o de
colocar todo o talento potencial, sabedoria dos seres humanos, a serviço da
vida. As coisas não podem parar; nada de blecaute e apagão planetário, num não
à indigência, à miséria e à fome. Que todos estejamos comprometidos, num
espírito franciscano, com a renovação e a restauração das estruturas, já
antevendo uma sociedade mais justa e igualitária. Que também estejamos longe da
especulação financeira e de tudo que busca desfigurar a imagem de Deus.
Convém pensar no momento doloroso e crucial, pelo qual passa a
humanidade; que seja providencial a solução para esta situação de calamidade.
Que possamos compreender o sentido mais radical, humanitário e solidário, na
busca do amanhã, levando em conta a criatividade, no amor de uns para com os
outros, plantando a boa semente da esperança. Que Deus nos ajude a superar
todos os empecilhos, na reconciliação de tudo n’Ele. Não estaremos sozinhos e
nem será o fim.
Que seja em breve nosso sonho maior, sem existir outro, da proximidade
de todas as raças, culturas e diferenças, dentro do possível, todos sentados à
mesma mesa. Aprendamos, pois, a partir das janelas italianas, numa manifestação
musical esperançosa, ao revelar impressões de expectativa, no indicador de que
na dor é possível à humanidade, mesmo em confinamento, reclusão e isolamento,
pensar, refletir e meditar. Guardemos os apelos divinos, no que assegura o
apóstolo Paulo, pelo surgimento de contrariedades, tribulações, esmagamentos,
impasses e mesmo, abandonados e prostrados por terra, mas jamais aniquilados
(cf. 2Cor 4, 8).
Vemos moradores das casas grandes e sobrados enormemente assustados.
Muitas pessoas estão abaladas pelo que vem fortemente causando o Covid-19, mas,
como no exemplo acima, jamais devemos perder a esperança. Peçamos ao bom Deus
para que esse mal não chegue aos mocambos, às palafitas, às senzalas e às
favelas. Atentos e vigilantes, sim! Deus é grande e infinitamente maior! O bom
Deus quer nos ajudar em cada instante da vida, e, de nossa parte, requer
sensibilidade, a partir daquela esperança e confiança que não enganam, oriundas
lá do alto. Não vamos nos esquecer do futuro, do belo e do fecundo, e também da
beleza da vida, que é dom e graça.
Habitamos na Casa Comum, que é obra das mãos de Deus. Devemos
protegê-la. Que, igualmente, nossa atenta flexibilidade, mesmo diante da penosa
e angustiante dor de nossos semelhantes, seja munida de astúcia, sabedoria
compassiva e afável misericórdia. Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a Academia
Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).
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