O fio condutor das palavras do
representante vaticano na Onu foi o recente discurso do Papa Francisco ao Corpo
diplomático acreditado junto à Santa Sé, no qual o Santo Padre renovou sua
preocupação por esta Região do mundo, de onde desde o início do ano continuam
chegando notícias preocupantes
Cidade do Vaticano
O encarregado da missão do observador
permanente da Santa Sé junto à Onu em Nova York, Mons. Fredrik Hansen,
pronunciou-se com uma declaração na quarta-feira (22/01) no debate aberto no
Conselho de Segurança das Nações Unidas, realizado nos dias 21 e 22 de janeiro
sobre a situação no Oriente Médio e a questão palestina.
A
Santa Sé assegura à comunidade internacional seu apoio para as iniciativas
voltadas ao progresso das “soluções negociadas” e seu compromisso em favor da
paz.
Diálogo
e abordagem holística para crise da Região
O fio condutor de suas palavras foi o recente discurso do
Papa Francisco ao Corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé (09/01), no
qual o Santo Padre renovou sua preocupação por esta Região do mundo, de onde
desde o início do ano continuam chegando notícias preocupantes.
Em particular, a referência era o aumento da tensão entre o Irã
e os EUA, bem como a crise no Iraque e Líbano, com o risco de “criar as bases
de um conflito de mais vasta escala que todos queremos poder esconjurar”,
afirmava.
Portanto, é da “máxima importância”, disse Mons. Hansen, que
estes desafios sejam enfrentados com abordagem holística, bem como o
compromisso da comunidade internacional no âmbito de um diálogo aberto e
construtivo, baseado nos princípios nos quais as Nações Unidas foram
construídas 75 anos atrás.
Manter
o status
quo sobre os lugares santos
O representante vaticano evidenciou ainda que a Santa Sé e o
Papa continuam mantendo uma atenção particular pela Cidade Santa de Jerusalém,
“a sua vocação de cidade da paz”. Em seguida, ressaltou o apelo, feito
repetidamente também por esta Organização, a “manter o status
quo dos lugares santos de Jerusalém, estimados por judeus, cristãos e
muçulmanos”, e importantes para o patrimônio cultural de toda a família humana.
A urgência de que toda a comunidade internacional reconfirme seu
compromisso em apoio ao processo de paz palestino-israelense tinha sido
evidenciada com força pelo Papa no referido discurso ao Corpo diplomático. E o
secretário geral no Relatório de dezembro dizia que a triste alternativa é que
a situação é destinada a piorar constantemente, “diminuindo ulteriormente a
viabilidade da solução de dois Estados” baseada nos limites territoriais de
1967.
Poderia aplicar-se a toda a região o que o Papa Francisco
afirmou recentemente em relação a Israel e à Palestina. E no mundo inteiro – no
limiar dos 75 anos da Onu –, onde muitas pessoas se encontram em dificuldade e
esperam paz, segurança e prosperidade.
Síria
e Iêmen
O olhar do Papa tinha se dirigido também à Síria. É preciso
contrastar “o véu de silêncio que corre o risco de estender-se sobre a guerra
que devastou” o país na última década, pedia o Papa exortando a encontrar
soluções adequadas para permitir “ao amado povo sírio” reencontrar a paz e para
a reconstrução”.
Mons. Hansen ressaltou que o Papa Francisco se preocupa também
com a indiferença ao conflito no Iêmen, que está sofrendo uma das crises
humanitárias mais graves da história recente.
Fonte:
Vatican News
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