“Quando
adoramos permitimos a Jesus que nos cure e transforme; adorando, damos ao
Senhor a possibilidade de nos transformar com o seu amor, iluminar as nossas
trevas, dar-nos força na fraqueza e coragem nas provações”. O Papa Francisco
fala sobre a “adoração” na sua homilia do Dia de Reis na Missa celebrada na
Basílica de São Pedro nesta segunda-feira (06)
Jane Nogara - Cidade do Vaticano
Na
manhã desta segunda-feira (06), na Solenidade da Epifania do Senhor, o Papa
Francisco celebrou a missa na Basílica de São Pedro. Durante a sua homilia,
destacou a “adoração” recordando-a como a intenção dos Reis Magos ao seguirem a
estrela no Oriente. Adorar era o objetivo do percurso dos Reis, a meta do seu
caminho. Para sublinhar a importância da adoração o Papa recordou: “Se
perdermos o sentido da adoração, falta-nos o sentido de marcha da vida cristã,
que é um caminho rumo ao Senhor, e não a nós”, e em seguida esclarece o risco
falando de personagens “incapazes de adorar”. E cita Herodes, que usa o verbo
‘adorar’, mas de maneira falaciosa, porque pede aos Magos que o informem do
local onde encontrarem o Menino, enquanto que na realidade ele queria livrar-se
dele. E o Papa afirma:
Adorar a
Deus para não adorar-se a si mesmo
“Que nos ensina isto? Que o homem, quando não adora a Deus, é
levado a adorar-se a si mesmo; e a própria vida cristã, sem adorar o Senhor,
pode tornar-se uma forma educada de se louvar a si mesmo e a sua habilidade. É
um risco sério: servir-se de Deus, em vez de servir a Deus”
Francisco explica a importância da adoração a Deus e como se
pode chegar a isso:
“Quando
se adora, apercebemo-nos de que a fé não se reduz a um belo conjunto de
doutrinas, mas é a relação com uma Pessoa viva, que devemos amar. É
permanecendo face a face com Jesus que conhecemos o seu rosto”
Não basta ter boas ideias e conhecimentos teóricos aprofundados,
esclarece, “é preciso colocá-Lo em primeiro lugar, como faz um namorado com a
pessoa amada. Assim deve ser a Igreja: uma adoradora enamorada de Jesus, seu
esposo”.
E faz um apelo a todos: “Ao principiar este ano, descubramos de
novo a adoração como exigência da fé. Se soubermos ajoelhar diante de Jesus,
venceremos a tentação de olhar apenas aos nossos interesses. De fato, adorar é
fazer o êxodo da maior escravidão: a escravidão de si mesmo”.
“Quando
adoramos – recorda o Papa - permitimos a Jesus que nos cure e transforme;
adorando, damos ao Senhor a possibilidade de nos transformar com o seu amor,
iluminar as nossas trevas, dar-nos força na fraqueza e coragem nas provações”
E por fim recorda “Adorar é ir ao essencial: é o caminho para se
desintoxicar de tantas coisas inúteis, de dependências que anestesiam o coração
e estonteiam a mente”.
E seguida o Papa Francisco pondera:
“Adorar
é um gesto de amor que muda a vida. É fazer como os Magos: levar ao Senhor o
ouro, para Lhe dizer que nada é mais precioso do que Ele; oferecer-Lhe o
incenso, para Lhe dizer que só com Ele se eleva para o alto a nossa vida;
apresentar-Lhe a mirra como promessa a Jesus de que socorreremos o próximo
marginalizado e sofredor, porque nele está o Senhor”
Conclui sua homilia propondo uma reflexão: “Sou um cristão
adorador? A pergunta impõe-se-nos, pois muitos cristãos que rezam, não sabem
adorar. Encontremos momentos para a adoração ao longo do nosso dia e criemos
espaço para a adoração nas nossas comunidades”.
Fonte:
Vatican News
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