Há
um risco de escalada da tensão na cena internacional após o ataque noturno
ordenado pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, contra o general Soleimani,
homem forte dos aiatolás.
Gabriella Ceraso, Silvonei José -
Cidade do Vaticano
Os Estados Unidos convidam os seus
cidadãos a deixar o Iraque, o Irã ameaça retaliações e vingança contra
estadunidenese e israelenses através de ataques terroristas; o Iraque convoca o
Parlamento e fala de uma agressão que trará guerra ao país. Os tons são os de
uma crise internacional, após o ataque que marcou a noite de Bagdá com a morte
do general iraniano Qassem Soleimani. Nos últimos quarenta anos, segundo os
analistas, este é o episódio mais grave entre os Estados Unidos e o regime
iraniano: um ataque direto e explícito.
No aeroporto internacional por volta
da meia-noite, numa ação conjunta terra-ar foi atingido um comboio das Forças
de Libertação do Povo Iraquiano, que acompanhava ao aeroporto uma delegação dos
Guardiões da Revolução de Teerã com seu líder, o general Soleimani, de 62 anos,
alvo da incursão junto com seu braço direito, Abu Mahdi Al-Muhandis, que, em 30
de dezembro, exortou a multidão a atacar a embaixada dos Estados Unidos em
Bagdá. Um total de 8 pessoas morreram.
Soleimani era um ponto de referência
para as ações militares de Teerã no Oriente Médio, entre outras coisas tinha
liderado a segunda fase da insurreição antiamericana no Iraque. No passado ele
tinha armado os hezbollah libaneses contra Israel e tinha estado do lado de
Damasco contra os rebeldes. Muitas vezes considerado o cérebro dos ataques
contra israelenses e estadunidenses, ele havia escapado várias vezes de ser
capturado.
O Pentágono fez saber que o ataque
foi ordenado diretamente pelo presidente Trump porque Soleimani "estava
planejando ataques contra diplomatas e pessoal estadunidense a serviço no
Iraque e na área". "O general Soleimani e suas forças Quds" –
afirma ainda o Pentágono - "são responsáveis pela morte de centenas de
estadunidenses e pelo ferimento de outros milhares", e o general iraniano
também foi reconhecido como o cérebro dos "ataques contra a embaixada dos
Estados Unidos em Bagdá nos últimos dias". Um ataque como dissuasor,
portanto, juntamente com muitas outras ações, que - dizem os Estados Unidos -
serão adotadas porque "necessárias para proteger nossa gente e nossos
interesses no mundo".
O
presidente Trump, por sua vez, apenas se limitou a comunicar nas mídias sociais
tuitando uma foto da bandeira americana antes da divulgação das notícias feita
pelo Ministério da Defesa. Não está claro se o Presidente advertiu ou não o
Congresso sobre o ataque, com o qual já há tantas tensões por causa dos
procedimentos de impeachment. "Trump lançou dinamite em um barril de
pólvora", foi um dos primeiros comentários do candidato democrata à Casa
Branca, Joe Biden.
Fonte:
Vatican News
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