Ao
receber em audiência na manhã deste sábado (30), no Vaticano, os participantes
do Encontro Internacional "A Igreja em saída", o Papa Francisco
recordou que, para anunciar o Evangelho, não se deve pensar às conveniências. A
audiência aconteceu na Sala das Bênçãos, que ficou fechada para restauro
durante 4 anos.
Manoel
Tavares - Cidade do Vaticano
O Santo Padre
recebeu, na manhã deste sábado (30/11), na Sala das Bênçãos, no Vaticano, cerca
de mil participantes no Encontro internacional promovido pelo Pontifício
Conselho para a promoção da Nova Evangelização.
Na Sala
das Bênçãos, - que ficou fechada, desde 2015, para uma reforma geral, -
Francisco recebeu o numeroso grupo de participantes, que, nestes dias,
retomaram a Exortação Apostólica “Evangelii
Gaudium”, abordando o tema “Acolhida e perspectivas”. Referindo-se a este
documento, publicado em novembro de 2013, o Papa disse com muita simplicidade:
“ A
alegria do Evangelho nasce do encontro com Jesus. Quando encontramos o Senhor,
somos inundados pelo seu amor, que somente ele é capaz de nos dar. Quando
permitimos que Deus nos conduza para além de nós mesmos, a nossa vida muda e
entendemos o verdadeiro sentido da nossa existência. Eis a fonte da ação
evangelizadora, a necessidade do anúncio espontâneo. ”
Assim,
começou a evangelização, explicou Francisco: “N manhã do dia de Páscoa, uma
mulher, Maria Madalena, encontrou Jesus vivo e ressuscitado, e correu para
anunciá-lo aos apóstolos. As lágrimas daquela mulher, que estava triste e em
pranto, diante do túmulo do Mestre, se transformaram em alegria radiante e, a
sua solidão, em consolação, por encontrar o Ressuscitado”! E o Papa
acrescentou:
“ A
experiência de tantas pessoas, hoje, não é muito diferente daquela de Maria
Madalena. A saudade de Deus, de um amor infinito e verdadeiro, está arraigada
no coração de cada homem. Mas, precisamos de alguém que nos ajude a reviver tal
experiência; precisamos de outros anjos que nos anunciem a Boa Nova e nos
encorajem a “não ter medo". ”
De fato,
afirmou o Pontífice, os “evangelizadores são como anjos da guarda, mensageiros
do bem”, que nos chamam pelo nome e nos anunciam a alegria e a vida de Jesus,
como aconteceu a Maria Madalena. Quem evangeliza está sempre em movimento,
sempre indo ao encontro dos outros. Quem anuncia, realiza o desejo de Deus,
está sempre à busca de Deus e o transmite aos irmãos. Por isso, Francisco
exortou:
“
Que o medo de cometer erros e de seguir novos caminhos não nos desanime. Não há
prioridades que superam o anúncio da ressurreição, o “kerygma” da esperança. As
nossas pobrezas não devem ser um obstáculo, mas um instrumento precioso, porque
a graça de Deus se manifesta na nossa fraqueza. Deus age em todas as
circunstâncias, até diante das nossas aparentes falências. ”
Por fim,
Francisco encorajou os numerosos presentes a propagar a Mensagem de Deus Amor,
como Maria Madalena, que correu para dizer aos discípulos de Jesus: "Eu vi
o Senhor" e como os Apóstolos, que foram às pressas ao túmulo vazio. Por
isso, Francisco disse que precisamos de uma Igreja livre e simples, “sempre em
saída”. E concluiu:
“
Lembremo-nos dos primeiros cristãos, que eram perseguidos por causa do Senhor
Jesus. No entanto, não reclamavam do mundo. Eles não se preocupavam com as
perseguições, mas em anunciar Jesus, a custo de dar a própria vida. Não
percamos o entusiasmo de evangelizar, mas invoquemos o Espírito Santo, que
mantém vivo o nosso ardor missionário. ”
Fonte: Vatican News
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