“A
nossa vida e as nossas capacidades, mais do que conquista pessoal, são fruto de
um dom” recordou o Papa na homilia Missa no Campo diocesano de Soamandrakizay
de Anatananarivo. Milhares de fiéis acompanharam o primeiro compromisso do
Pontífice neste domingo (08) em Madagascar
Jane Nogara - Cidade do Vaticano
Na
homilia da missa no Campo diocesano de Soamandrakizay, que foi o primeiro
compromisso do Papa no seu terceiro dia em Madagascar, o Santo Padre comentou o
Evangelho de Lucas com as palavras “seguiam com [Jesus] grandes multidões”. O
Papa Francisco recordou que “não é fácil seguir os passos de Jesus” e
especificou as exigências deste compromisso:
"Qualquer
renúncia cristã só tem sentido à luz da alegria e da festa do encontro com
Jesus Cristo” antes de comentar as exigências:
“ A
primeira exigência convida-nos a verificar as nossas relações familiares ”
explicando
que o Reino do Céu não tem acesso reduzido ou limitado, isso pode levar “à
cultura dos privilégios e da exclusão: favoritismos, clientelismos e,
consequentemente, corrupção”.
“ A
segunda exigência mostra-nos a dificuldade de seguir o Senhor, quando se
pretende identificar o Reino dos Céus com os próprios interesses pessoais ”
acrescentando
"ou com o fascínio de uma ideologia qualquer que acaba por
instrumentalizar o nome de Deus ou a religião para justificar atos de
violência, a segregação e até o homicídio, o exílio, o terrorismo e a
marginalização”.
E sobre a
última exigência para seguir Jesus o Papa afirma:
“
Como pode ser difícil partilhar a vida nova que o Senhor nos oferece, quando
nos sentimos continuamente impelidos a buscar a justificação em nós mesmos,
crendo que tudo provenha exclusivamente das nossas forças e daquilo que
possuímos! ”
Uma
advertência e um convite “para recuperar a memória agradecida e tomar
consciência de que a nossa vida e as nossas capacidades, mais do que conquista
pessoal, são fruto de um dom”.
“Com estas
exigências, o Senhor quer preparar os seus discípulos para a festa da irrupção
do Reino de Deus”, disse Francisco reiterando a importância de nos livrarmos da
pior das escravidões que é: “viver para si mesmos” onde “os pobres já não
entram, deixa-se de ouvir a voz de Deus, não mais se rejubila com doce alegria
do seu amor, perde-se o entusiasmo de fazer o bem”.
Em seguida
o Papa explica:
“ No
caminho de Jerusalém o Senhor, com estas exigências, convida-nos a elevar o
olhar, ajustar as prioridades e sobretudo criar espaços para que Deus seja o
centro e o fulcro da nossa vida ”
Devemos
deixar triunfar “o espírito de fraternidade (…) para que cada qual possa
sentir-se amado, porque compreendido, aceito e valorizado na sua dignidade”.
“A Palavra
de Deus, que ouvimos, convida-nos a retomar o caminho, ousando dar este salto
qualitativo e adotar esta sabedoria do desapego pessoal como base para a
justiça e a vida de cada um de nós” insistiu o Papa ao falar sobre a
fraternidade.
Por fim
Francisco afirma: “As exigências que Jesus indica deixam de ser gravosas quando
começamos a saborear a alegria da vida nova que Ele mesmo nos propõe”.
Depois da
Santa Missa o Papa Francisco rezou a oração do Angelus ainda no altar do Campo
diocesano de Soamandrakizai. Nas saudações agradeceu "de coração" a
todos os presentes, aos bispos e consagrados e ao Presidente da República. Na
saudação foram recordados os beatos Rafael Luis Rafiringa, "cujas
relíquias estão expostas aqui no altar", e a Beata Vitória Rasoamanarivo
para que o povo seja abençoado com a intercessão dos mesmos.
Fonte: Vatican News
Nenhum comentário:
Postar um comentário