No
segundo compromisso deste domingo (8), em Madagascar, o Papa Francisco visitou
a Cidade da Amizade administrada por Pe. Pedro Opeka, conhecida como Akamasoa.
O missionário argentino tirou as famílias pobres do lixão e ofereceu trabalho
digno em três pedreiras para extração de materiais de construção. O Pontífice
foi recebido pela festa de 8 mil crianças e jovens que através da alegria e dos
cantos expressaram a sua esperança na vida.
Andressa
Collet – Cidade do Vaticano
O Papa Francisco, no
seu segundo pronunciamento oficial deste domingo (8), em Madagascar, se dirigiu
aos cerca de 8 mil jovens, na maioria crianças, que vivem na Cidade da Amizade,
conhecida como Akamasoa – que na língua local significa “bom amigo”.
No
Auditório Manantenasoa, repleto de vozes infantis cheias de amor e alegria que
receberam o Pontífice, num momento de festa e gratidão pela sua presença, o
sinal de esperança que brota em meio às aldeias das famílias pobres e das
pedreiras que dão o trabalho diário à comunidade formada por 25 mil famílias.
Na
saudação, o Papa Francisco já iniciou agradecendo pelo encontro promovido
“nesta grande obra”, que também é o coração da Cidade da Amizade.
“
Akamasoa é a expressão da presença de Deus no meio do seu povo pobre; não uma
presença esporádica, casual: é a presença de um Deus que decidiu viver e
permanecer sempre no meio do seu povo. ”
A pobreza não é fatalidade
O Papa
então, como o próprio fundador de Akamosoa, Pe. Pedro Opeka, tinha antecipado,
levou coragem à comunidade que luta contra a pobreza com o próprio trabalho:
“Vendo os
rostos radiantes de vocês, dou graças ao Senhor que ouviu o clamor dos pobres e
manifestou o seu amor através de sinais palpáveis como a criação desta aldeia.
Os clamores de vocês nascidos do fato de não poderem mais viver sem um teto, de
verem os filhos de vocês crescerem malnutridos, de não terem trabalho, nascidos
do olhar indiferente – para não dizer desdenhoso – de muitos, transformaram-se
em cânticos de esperança para vocês e quem os contempla."
“
Cada recanto destes bairros, cada escola ou dispensário é um cântico de
esperança que recusa e faz calar toda a fatalidade. Vamos dizer com força: a
pobreza não é uma fatalidade. ”
O exemplo de se trabalhar em comunidade
A longa
história de “coragem e ajuda mútua” que caracteriza Akamasoa foi lembrada pelo
Pontífice. “Anos de trabalho duro” para promover a “fé viva que se traduziu em
ações concretas, capazes de «mover montanhas» (cf. Mc 11, 23)”, disse o
Papa.
“
Uma fé que permitiu ver uma chance onde era visível apenas a precariedade, ver
a esperança onde só era visível a fatalidade, ver a vida onde muitos anunciavam
morte e destruição. ”
Francisco
então falou da importância de realizar obras em benefício dos mais pobres e
através do trabalho em comunidade, como aconteceu em Akamasoa. A aventura do
Pe. Pedro em fazer das famílias pobres os verdadeiros “protagonistas e
artífices desta história”, criou uma rede de “educação para os valores”, disse
o Papa, com a transmissão do “enorme tesouro do compromisso, disciplina, honestidade,
respeito por si mesmo e pelos outros”.
"E puderam
compreender que faz parte do sonho de Deus não apenas o progresso pessoal, mas
sobretudo o progresso comunitário, já que não há escravidão pior – como nos
lembrou o Pe. Pedro – do que viver cada um só para si."
A força do trabalho e da fé para o
futuro de Akamasoa
A mensagem
final do Papa aos jovens e ao futuro de Akamasoa foi pela luta contra a pobreza
através do trabalho digno e da força da fé que geram esperança.
O Papa
Francisco também exortou atitudes concretas para além das fronteiras de
Madagascar, através da promoção de modelos de desenvolvimento inspirados em
Akamasoa , quando disse:
“
Rezemos para que se difunda, por Madagascar inteiro e em outras partes do
mundo, o esplendor desta luz e possamos alcançar modelos de desenvolvimento que
privilegiem a luta contra a pobreza e a exclusão social a partir da confiança,
da educação, do trabalho e do empenho que são sempre indispensáveis para a
dignidade da pessoa humana. ”
Fonte: Vatican News
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