“As
feridas que, ao longo da história, se abriram entre nós, cristãos, são
dolorosos golpes infligidos no Corpo de Cristo, que é a Igreja. Ainda hoje,
tocamos com a mão as suas consequências." O Papa convidou a seguir os
caminhos dos Santos Cirilo e Metódio, padroeiros da Europa
Cidade do Vaticano
Em sua visita à Bulgária, o Santo
Padre manteve, na manhã deste domingo (05/5) seu segundo encontro em Sófia, na
Sala do Santo Sínodo, com Sua Santidade Neofit, Metropolita de Sófia e
Patriarca ortodoxo de toda a Bulgária, e com os Metropolitas e Bispos do Santo
Sínodo.
Após a saudação do Patriarca Neofit
ao Santo Padre, Francisco pronunciou seu discurso partindo da festa de São Tomé,
celebrado neste domingo no Oriente cristão.
Contemplando a ação do Apóstolo Tomé,
que coloca a mão nas chagas do Ressuscitado e o declara «Meu Senhor e meu
Deus!», Francisco disse:
“As feridas que, ao longo da
história, se abriram entre nós, cristãos, são dolorosos golpes infligidos no
Corpo de Cristo, que é a Igreja. Ainda hoje, tocamos com a mão as suas
consequências. Mas, se colocarmos, juntos, as mãos nestas feridas, confessarmos
que Jesus ressuscitou e o proclamarmos como “nosso Senhor e nosso Deus”; se
reconhecermos nossas faltas e nos deixarmos imergir nas suas chagas de amor,
talvez possamos reencontrar a alegria do perdão e regozijar-nos por aquele dia
em que, com a ajuda de Deus, poderemos celebrar o mistério pascal no mesmo
altar”.
Neste caminho, afirmou o Papa, somos
sustentados por tantos irmãos e irmãs cristãos, verdadeiras testemunhas
da Páscoa, que neste país, sofreram tribulações, em nome de Jesus,
especialmente durante a perseguição do século passado, que pode ser considerado
“ecumenismo de sangue”! E acrescentou:
“Ecumenismo de sangue! Aqueles
cristãos espalharam um suave perfume na «Terra das Rosas»; passaram pelos
espinhos da provação para difundir a fragrância do Evangelho; desabrocharam em
um terreno fértil e entre um povo rico de fé e humanidade, como a vida monacal,
que, de geração em geração, alimentou a fé do povo”.
Quantos irmãos e irmãs espalhados
pelo mundo, exclamou Francisco, continuam a sofrer por causa da fé,
dando-nos o exemplo como sementes, que crescem e dão frutos. Por isso, somos
chamados a caminhar e agir juntos para dar testemunho do Senhor, servindo, de
modo particular, os irmãos mais pobres e esquecidos, que representam o “ecumenismo
do pobre”.
Aqui, o Papa citou o exemplo dos
Santos Cirilo e Metódio, “Apóstolos dos Eslavos”, que já pressentiam os sinais
premonitórios das dolorosas divisões, que ocorreriam nos séculos seguintes. Por
isso, escolheram a perspectiva da comunhão:
“Missão e comunhão: duas palavras
sempre presentes na vida dos dois Santos e que iluminam o nosso caminho para
crescermos em fraternidade. O ecumenismo da missão”.
Aqui, o Santo Padre antecipou o
encontro de oração que presidirá, logo a seguir, na Catedral Patriarcal de
Santo Aleksander Nevskij, em memória dos Santos Cirilo e Metódio. Estes santos
confirmam que a Bulgária é um país-ponte.
Papa
Francisco concluiu seu pronunciamento assegurando as suas orações por este
amado povo búlgaro, pela sublime vocação deste país, por nosso caminho em um
“ecumenismo de sangue”, “ecumenismo do pobre” e “ecumenismo da missão”.
Fonte: Vatican News
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