A
Igreja celebra hoje, 29/05, pela primeira vez na liturgia das missas e das
horas, a memória facultativa de São Paulo VI, Papa.
Padre Arnaldo Rodrigues – Cidade do
Vaticano
“Considerada a santidade de vida
deste Sumo Pontífice, testemunhada nas obras e palavras, e tendo em conta o
grande influxo exercitado pelo seu magistério apostólico pela Igreja dispersa
por toda a terra, o Santo Padre Francisco, acolhendo a petição e os desejos do
Povo de Deus, dispôs que a celebração de São Paulo VI, Papa, seja inscrita no
Calendário Romano Geral, a 29 de maio, com o grau de memoria facultativa.”
Com
este pequeno trecho do Decreto da
Congregação para o Culto Divino, do dia 25 de Janeiro de 2019, Papa
Francisco inseriu em todos os calendários e livros litúrgicos a celebração da
Missa e Liturgia das Horas de São Paulo VI, Papa.
Biografia
Paulo VI (de nome, João Baptista Montini) nasceu a 26 de
setembro de 1897 em Concesio (Bréscia), Itália, e foi ordenado sacerdote em 29
de maio de 1920. Desde 1924 colaborou com os Sumos Pontífices Pio XI e Pio XII
e, ao mesmo tempo, exerceu o ministério sacerdotal junto aos jovens
universitários. Nomeado substituto da Secretaria de Estado durante a Segunda
Guerra Mundial, empenhou-se em dar exílio aos perseguidos judeus e também aos
refugiados. Sucessivamente foi nomeado pró-Secretário de Estado para os
Assuntos Gerais da Igreja, razão pela qual conheceu e encontrou muitos
impulsionadores do movimento ecumênico. Nomeado arcebispo de Milão, dedicou-se
inteiramente ao cuidado da Diocese. Em 1958, foi elevado à dignidade de cardeal
da Santa Romana Igreja por São João XXIII e, depois da morte deste, foi eleito
à Cátedra de Pedro em 21 de junho de 1963.
São Paulo VI
Perseverou incansavelmente na obra iniciada pelos seus
predecessores, em particular, levando a cabo o Concílio Vaticano II. Levou a
bom termo numerosas iniciativas como sinal da sua viva solicitude nos
confrontos da Igreja com o mundo contemporâneo. Entre estas, recordam-se as
suas viagens na qualidade de peregrino, realizadas como atividade apostólica e
que serviam, por um lado para preparar a unidade dos Cristãos, e por outro,
para reivindicar a importância dos direitos fundamentais dos homens. Exerceu
ainda o seu Magistério em favor da paz, promoveu o progresso dos povos e a
inculturação da fé.
Deu cumprimento à reforma litúrgica aprovando ritos e orações
seguindo ao mesmo tempo a tradição e adaptando-os aos novos tempos e
promulgando com a sua autoridade, para o Rito Romano, o Calendário, o Missal, a
Liturgia das Horas, o Pontifical e quase todos os Rituais, a fim de favorecer a
participação dos fiéis na liturgia. Do mesmo modo, empenhou-se em que as
celebrações pontifícias fossem revestidas de uma forma mais simples. Em 6 de
agosto de 1978, em Castel Gandolfo, entregou a alma a Deus e, segundo as suas
diretrizes, foi sepultado humildemente, do mesmo modo como tinha vivido.
Deus, Pastor e guia de todos os fiéis, confia a sua Igreja,
peregrina no tempo, àqueles que Ele mesmo constituiu vigários do seu Filho.
Entre estes, resplandece São Paulo VI que uniu na sua pessoa a fé límpida de
São Pedro e o zelo missionário de São Paulo.
A sua consciência de ser Pedro, aparece clara se nos recordamos
de que, em 10 de junho de 1969, na visita ao Conselho Mundial das Igrejas em
Genebra, apresentou-se dizendo: “ O meu nome é Pedro”; mas a missão pela qual
se sentia eleito deriva, também, do nome escolhido. Como Paulo, consumiu a sua
vida pelo Evangelho de Cristo, cruzando novas fronteiras e fazendo-se
testemunha d’Ele no anúncio e no diálogo, profeta de uma Igreja extroversa que
olha para os distantes e cuida dos pobres.
A Igreja, de fato, foi sempre o seu amor constante, a sua
solicitude primordial, o seu pensamento fixo, o primeiro e fundamental fio
condutor do seu pontificado, porque queria que a Igreja tivesse melhor
consciência de si mesma e pudesse levar cada vez mais longe o anúncio do
Evangelho.
Papa Francisco
Na celebração de canonização, Papa Francisco ressaltou em sua
homilia:
“
O Santo Papa Paulo VI escreveu: «É no meio das suas desgraças que os nossos
contemporâneos precisam de conhecer a alegria e de ouvir o seu canto» (Exort.
ap. Gaudete in Domino, I). Hoje, Jesus convida-nos a voltar às fontes da
alegria, que são o encontro com Ele, a opção corajosa de arriscar para O
seguir, o gosto de deixar tudo para abraçar o seu caminho. Os Santos percorreram
este caminho. Fê-lo Paulo VI, seguindo o exemplo do Apóstolo cujo nome
assumira. Como ele, consumiu a vida pelo Evangelho de Cristo, cruzando novas
fronteiras e fazendo-se testemunha d’Ele no anúncio e no diálogo, profeta duma
Igreja extroversa que olha para os distantes e cuida dos pobres. Mesmo nas
fadigas e no meio das incompreensões, Paulo VI testemunhou de forma apaixonada
a beleza e a alegria de seguir totalmente Jesus. Hoje continua a exortar-nos,
juntamente com o Concílio de que foi sábio timoneiro, a que vivamos a nossa
vocação comum: a vocação universal à santidade; não às meias medidas, mas à
santidade. ”
Fonte: Vatican News
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