REDAÇÃO
CENTRAL, 19 Mai. 19 / 05:00 am (ACI).- Nos Evangelhos,
encontra-se pouco do que a Virgem Maria falou,
porém, quando aparecem citações de suas palavras, é possível apreciar que essas
não geram apenas uma reação do Senhor, mas também questionam ao mundo de hoje.
São João Paulo II nos ofereceu uma profunda reflexão sobre cada uma delas.
A Anunciação (Lc
1,26-38)
As primeiras palavras da Virgem são contadas por São Lucas
quando o Anjo Gabriel visitou Maria e lhe revelou que conceberia Jesus. Ela
perguntou: “Como se fará isso, pois não conheço homem?”. E o mensageiro divino,
com paciência, explicou a ação do Espírito Santo. “Eis aqui a serva do Senhor.
Faça-se em mim segundo a tua palavra”, respondeu Maria.
Sobre esta passagem, São João Paulo II escreve na Redemptoris
Mater, parágrafo 13, que a Mãe de Deus “respondeu, pois, com todo o
seu ‘eu’ humano e feminino. Nesta resposta de fé estava contida uma cooperação
perfeita com a ‘prévia e concomitante ajuda da graça divina’ e uma
disponibilidade perfeita à ação do Espírito Santo, o qual ‘aperfeiçoa
continuamente a fé mediante os seus dons’”.
Maria, movida pela caridade, colocou-se a serviço de sua prima
idosa Isabel. Nesse encontro familiar, Isabel a felicitou e a simples Virgem
louvou a Deus e proclamou uma das orações mais excelsas do cristianismo, inspirada
no Antigo Testamento: o Magnifica.
“Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria
em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva...”.
“Com sua visita a Isabel, Maria realiza o prelúdio da missão de
Jesus e, colaborando desde o começo de sua maternidade na obra redentora do
Filho, transforma-se no modelo de quem na Igreja se
coloca em caminho para levar a luz e a alegria de Cristo aos homens de todos os
lugares e de todos os tempos” (São João Paulo II, Audiência Geral, 1996).
Jesus é encontrado no
Templo (Lc 2,41-52)
Quando Jesus tinha doze anos, ficou em Jerusalém e seus pais,
não o achando na caravana, voltaram para busca-lo. Depois de três dias,
encontraram-no no Templo dialogando com os doutores da lei e Maria lhe disse:
“Meu filho, que nos fizeste? Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura,
cheios de aflição”.
Jesus respondeu que tinha que se ocupar das coisas de seu Pai e
a Virgem e São José não entenderam aquela resposta.
São João Paulo II explica que “Jesus tinha a consciência de que
‘só o Pai conhece o Filho’ (cf. Mt 11, 27); tanto assim, que até aquela a quem
tinha sido revelado mais profundamente o mistério da sua filiação divina, a sua
Mãe, vivia na intimidade com este mistério somente mediante a fé!
Encontrando-se constantemente ao lado do Filho, sob o mesmo teto, e
‘conservando fielmente a união com o Filho’, Ela ‘avançava na peregrinação da
fé’, como acentua o Concílio”.
Bodas de Caná (Jo
2,1-11)
Maria, como toda boa mãe, vivia preocupada para que não
faltassem as coisas da casa e muito menos em um casamento. Foi assim que, em
Caná, alertou seu Filho: “Eles já não têm vinho”. Com a confiança de saber que
Jesus ajudaria, adiantou a “hora” do Senhor e deu uma mensagem aos servos e,
nela, a todos os crentes: “Fazei o que ele vos disser”.
“Em Caná, graças à intercessão de Maria e à obediência dos
servos, Jesus dá início à ‘sua hora’. Em Caná, Maria aparece como quem acredita
em Jesus: a sua fé provoca da parte dele o primeiro ‘milagre’ e contribui para
suscitar a fé dos discípulos” (São João Paulo II, Redemptoris Mater, 21).
Não há mais palavras de Maria na Bíblia, mas as que aparecem têm
especial significado para cada geração e, por isso, São João Paulo II, em sua
visita no ano 2000 à Basílica da Anunciação em Nazaré, expressou um de seus
maiores desejos:
“Peço à Sagrada Família que inspire todos os cristãos a defender
a família, a defender a família contra as numerosas ameaças que atualmente
pesam sobre a sua natureza, a sua estabilidade e missão. Confio à Sagrada
Família os esforços dos cristãos e de todas as pessoas de boa vontade a fim de
defender a vida e promover o respeito pela dignidade
de cada ser humano”.
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