Irmãzinhas Discípulas do Cordeiro em
sua casa na França. Foto: www.les-petites-soeurs-disciples-de-lagneau.com
PARIS, 21 Mar. 19 / 05:00 am (ACI).- Em Le Blanc,
França, mulheres com Síndrome de Down e que ouvem o chamado de Deus a uma vida religiosa têm a
oportunidade de dar seu ‘sim’ ao Senhor por meio das Irmãzinhas Discípulas do
Cordeiro (Le petites soeurs disciples de l’Agneau).
Fundadas em 1985, com uma vocação
contemplativa, estas religiosas se apoiam na Regra de São Bento e no caminho da
Infância Espiritual de Santa Teresa do Menino Jesus.
Oferecem às jovens com síndrome de
Down a possibilidade de realizar sua vocação religiosa, acompanhadas por outras
irmãs da comunidade que não apresentam a mesma condição.
Conforme relata o site das
Irmãzinhas, tudo começou com o encontro de duas mulheres: Madre Line, atual
priora da comunidade, e Ir. Veronique, uma jovem com síndrome de Down, que hoje
é religiosa.
Madre Line notou uma verdadeira
vocação em Veronique e soube que ela precisaria de ajuda, porque todas as
comunidades religiosas nas quais ela se apresentou se mostraram relutantes em
recebê-la.
Assim, assinalam no site, “ano após
ano, a comunidade – reconhecida pela Igreja e guiada pelo
Espírito Santo – adaptou-se à Síndrome de Down e à vida religiosa com esta
condição”.
A comunidade foi reconhecida em 1990
pelo então Arcebispo de Tours, Dom Jean Honoré, como uma associação pública de
fiéis leigos, o que foi confirmado em 1995 pelo então Bispo de Bourges, Dom
Pierre Plateau.
Em dezembro de 2011, Dom Armand
Maillard, Bispo de Bourges, aprovou definitivamente a Constituição do Instituto
das Irmãzinhas Discípulas do Cordeiro.
Em sua vida cotidiana, estas
religiosas participam da Missa,
rezam e realizam trabalhos de costura, bordados, confeitaria, entre outros. A
comunidade recebe assistência do mosteiro beneditino de Fontgombault.
Em declarações ao jorna espanhol ‘La
Razón’, em 2009, Madre Line expressou que “no âmbito espiritual, os termos de
‘validez’ e de ‘incapacidade’ devem se relativizar”, pois “a incapacidade mais
grave acaso não é aquela produzida pelo pecado, que obstaculiza a vida de Deus
na alma?”, pergunta-se.
Para a religiosa, “uma pessoa que acolhe
plenamente a graça se constrói e se abre também humanamente”.
Em 2005, por ocasião de seus 20 anos
de fundação, Dom Pierre Plateau animou as irmãzinhas a seguir respondendo o
chamado de Cristo e assinalou que, “porque as ama, Jesus as chamou, provavelmente
porque quer que sua pequena comunidade mostre a um mundo que pode ser muito
egoísta a ternura de Deus para todos os que o reconhecem e como os pequenos são
capazes de demonstrar muito amor e provavelmente mais do que outros. É sua
maneira de proclamar a Boa Nova”.
Fonte:
ACI Digital
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