Em
artigo publicado pela Agência de Notícas Fides desta quinta-feira (7), o reitor
da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, professor Dom Joaquim
Giovani Mol Guimarães, afirma que o rompimento da barragem em Brumadinho/MG não
foi um acidente, “foi um crime ambiental e um homicídio coletivo”. Até agora,
150 mortos e 182 desaparecidos.
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
O reitor da Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais, professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, denuncia
em artigo publicado pela Agência de Notícias Fides nesta quinta-feira (07/02),
que o rompimento da barragem em Brumadinho/MG não foi um acidente, “foi um
crime ambiental e um homicídio coletivo”. O bispo auxiliar de Belo Horizonte
faz referência ao desastre ambiental registrado em 25 de janeiro que provocou
150 mortes, com 182 pessoas até agora desaparecidas.
As riquezas generosamente doadas pelo
Criador a Minas Gerais se transformaram na sua perdição, segundo Dom Mol. O
Estado está vendo rapidamente “a dizimação dos seus rios, lagos, terras
cultiváveis, comunidades e culturas. Cometem-se crimes contra a vida humana,
contra o ambiente e contra o direito de viver em comunidade e em família”,
assegurou o bispo.
Modelos extrativistas prejudiciais
para o ambiente e vida humana
No artigo, o reitor recorda a
mensagem da Laudato si, sublinhando que “aquilo que foi deixado em
herença ao homem para prosperar, ter uma vida plena e poder transmitir às
futuras gerações” é destruído em pouco tempo pela ação “especulativa e criminal
das empresas de mineração”. Em busca de um lucro “exorbitante, “único critério”
das suas ações e com “poucas vantagens para a sociedade”, as empresas do setor
“optam conscientemente”, segundo o bispo, “por modelos extrativistas
prejudiciais para o ambiente e para a vida humana”, concentrando sempre mais
nas mãos de pouquíssimas pessoas as riquezas sempre maiores, e deixando os
operários na pobreza “durante toda a sua existência”, e expondo-os ao risco de
vida.
Atividade de mineração eticamente
insustentável
“A mineração no nosso país se tornou
eticamente insustentável”, escreveu o reitor no artigo. Há uma regulamentação
fraca do setor por parte do poder legislativo e se vê uma justiça
“complacente”, longe do povo brasileiro. Foi assim com Brumadinho e também com
Mariana, em 2015, que ainda está esperando por justiça.
Para
o bispo não se trata de “acidentes”, mas de “crimes ambientais”, de “homicídios
coletivos” que, além de matar a natureza, as pessoas e os animais, “quase
mataram a esperança, a fé, a dignidade e o amor dos sobreviventes”. Todos os
responsáveis devem ser severamente punidos. “Não podemos permitir que as coisas
continuem assim”, escreveu o bispo, que conclama as pessoas, organizações e
instituições a “se levantarem contra esse modelo inadmissível de negócios”,
profundamente injusto e que representa, parafraseando o Papa Francisco, uma
“economia que mata”. (Agência Fides)
Fonte: Vatican News
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