Na
próxima Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
marcada para o mês de maio de 2019, em Aparecida (SP), serão aprovadas as
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para o quadriênio
2019-2023. O foco do texto em preparação para este momento é a atuação da
Igreja no mundo urbano. Esta reflexão, já está presente em vários ambientes
eclesiais, como o regional Leste 2 da CNBB, que compreende os estados de Minas
Gerais e Espírito Santo.
A temática foi trabalhada em 2018 desde o 14º Intereclesial das
Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e, no regional Leste 2, foi aprofundada em
assembleia, com o tema “Uma Igreja em saída frente aos desafios e esperanças do
mundo urbano”. De acordo com o arcebispo de Uberaba (MG) e presidente do
regional, dom Paulo Mendes Peixoto, as reflexões sobre a temática buscaram
encontrar caminhos de como “atingir com a nossa pastoral”.
“Cada vez que passa o
tempo, o mundo urbano se torna mais complicado. No fundo, é aquela palavra de
São Paulo que, em Atenas, ele encontrou na cidade um grande areópago, cheio de
tanta confusão, tanta adversidade, por outro lado também, muita riqueza”,
observa.
Na
mensagem final da assembleia do regional Leste 2, realizada em novembro, os
participantes reconheceram o desafio de olhar as cidades contemporâneas: “Elas
são diversas, complexas, com arranjos variados. Estima-se que 88% da população
brasileira vivem nas cidades, imersas na profunda ambivalência entre centro e
periferia, e marcadas pela elitização das áreas centrais e periferização da
pobreza. Isto significa que a geografia de nossas cidades não esconde agudas
divisões entre pobres e ricos”.
Em um
contexto constituído pela diversidade de expressões, pela fragilidade dos laços
sociais, pela grande mobilidade humana, “tudo isto contagiado pelas redes
sociais”, o chamado aos cristãos é a lançar um “olhar de esperança, como lugar
de missão, como horizonte pastoral, agindo criativamente na força do Espírito
de Jesus, que nos interpela a anunciar o Reino principalmente em situações de
injustiça”.
Dom Paulo
Mendes Peixoto recorda a intenção de entender a cultura líquida, citando
Zygmunt Bauman, com a perda de valores, de referências, em um mundo do
individualismo e de fechamento intrapessoal: “no fundo a gente chega à
conclusão de que a pastoral só vai atingir um objetivo claro se ela for
bastante personalizada”. Para o arcebispo, “talvez seja essa uma característica
para a gente entender a pastoral hoje, para conseguir atingir realmente o homem
do mundo urbano, principalmente o homem da
cidade”.
Fonte:
CNBB
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