Devemos
reagir “voltando a beber do poço originário do primeiro amor”. São palavras do
Papa Francisco durante a homilia da Santa Missa na presença de numerosos
Sacerdotes, Consagrados e Movimentos Leigos, na CAtedral de Santa Maria la
Antigua
Jane Nogara – Cidade do Vaticano
No terceiro dia da Jornada Mundial da
Juventude, o Papa Francisco celebrou a Santa Missa com a
dedicação do altar da Catedral Basílica Santa Maria La Antigua, com a presença
de numerosos Sacerdotes, Consagrados e Movimentos Leigos.
O
Papa iniciou sua homilia comentando um trecho do Evangelho de João no qual diz
que Jesus, “cansado da caminhada, sentou-Se, sem mais, na borda do poço. Era
por volta do meio-dia”. Entretanto, chegou certa mulher samaritana para tirar
água. Disse-lhe Jesus: “Dá-Me de beber”.
Francisco
parte deste fato: Jesus cansado de caminhar, precisava aplacar e saciar a sede
e recuperar as forças, para continuar a sua missão: “levar a Boa-Nova aos
pobres, curar os corações feridos, proclamar a libertação aos cativos e
consolar os que sofriam (…) Todas são situações que nos tolhem a vida e a
energia”.
“
Mas o Senhor cansou-Se e, nesta fadiga, encontra lugar tanto cansaço dos nossos
povos e da nossa gente, das nossas comunidades e de todos aqueles que estão
cansados e oprimidos ”
O cansaço
da esperança
São múltiplas as causas e os motivos que “quebratam a vida dos
consagrados”. O Papa fala de uma situação que “parece ter-se instalado nas
nossas comunidades”. É uma “espécie sutil de cansaço, que nada tem a ver com o
cansaço do Senhor”:
“Trata-se do cansaço da esperança” que não deixa avançar e nem
olhar para diante. Como se tudo ficasse confuso” e “pondo em questão as forças,
os recursos e a viabilidade da missão neste mundo que não cessa de mudar e
interpelar”.
“É um cansaço paralisador” disse o Papa que coloca também “em
dúvida, a própria viabilidade da vida religiosa no mundo de hoje”.
“
O cansaço da esperança nasce da constatação de uma Igreja ferida pelo seu
pecado e que, muitas vezes, não soube escutar tantos gritos nos quais se
escondia o grito do Mestre: ‘Meu Deus, porque me abandonaste?’ ”
(…) e isso faz com que se instale um pragmatismo cinzento no
coração das nossas comunidades” dando espaço a “uma das piores heresias do
nosso tempo: pensar que o Senhor e as nossas comunidades não têm nada para
dizer nem dar a este mundo novo em gestação. Então aquilo que um dia nasceu
para ser sal e luz do mundo, acaba por oferecer a sua versão pior”.
Devemos
reagir
Como o Senhor, devemos pedir: “Dá-me de beber” para receber
daquela “fonte de água que dá a vida eterna” para voltar, sem medo, ao poço
originário do primeiro amor, quando Jesus passou pelo nosso caminho, olhou-nos
com misericórdia e pediu que O seguíssemos” e “nos fez sentir que nos amava, e
não só pessoalmente mas também como comunidade”.
“Dá-Me de beber» significa “recuperar a parte mais autêntica dos
nossos carismas fundacionais – que não se limitam apenas à vida religiosa, mas
a toda a Igreja – e ver as modalidades em que se podem expressar hoje (…)
significa reconhecer-se necessitado de que o Espírito nos transforme em homens
e mulheres memoriosos de uma passagem, a passagem salvífica de Deus”. Só assim
“a esperança cansada será curada”, pronta para retomar a missão com a força de
Jesus.
Por
fim o Papa falou da reabertura da Catedral depois de um longo tempo de
restauração: “Uma Catedral espanhola, índia e afro-americana torna-se, assim,
Catedral panamenha, dos panamenhos de ontem, mas também dos de hoje que a
tornaram possível. Já não pertence só ao passado, mas é beleza do presente (…)
não deixemos que nos roubem a beleza herdada dos nossos pais! Seja ela a raiz
viva e fecunda que nos ajuda a continuar fazendo bela e profética a história da
salvação nestas terras”.
Fonte: Vatican News
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