Na última
sexta-feira, dia 21 de dezembro, na Catedral, durante a cerimonia de celebração
da ordenação de 17 diáconos, sendo quatro permanentes e do recebimento da urna
com parte dos restos mortais de dom Aloísio Lorscheider, Miguel Brandão, do Secretariado de Pastoral, fez um relato
completo do trabalho executado por aquele arcebispo, de 26 de março de 1973 a
12 de julho de 1995, na Arquidiocese de Fortaleza.
Dom Aloísio Lorscheider faleceu às
5h30min, do dia 23 de dezembro de 2007, no Hospital São Francisco, em Porto
Alegre, estando, portanto, completando hoje, 11 anos.
PARÓQUIAS
CRIADAS POR DOM ALOÍSIO LORSCHEIDER
Data
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Paróquia
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Município
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16/4/1975
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Santa
Cecília
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Bom
Jardim, Fortaleza
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31/7/1975
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Divino
Espírito Santo
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Cidade
Dois Mil, Fortaleza
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14/12/1975
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Jesus,
Maria, José
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Vila
União, Fortaleza
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13/3/1976
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Nossa
Senhora da Glória
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Cidade
dos Funcionários, Fortaleza
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20/05/1982
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Santo
Afonso de Ligório
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Parquelândia,
Fortaleza
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23/1/1984
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Nossa
Senhora da Assunção
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Nova
Assunção, Fortaleza
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10/5/1986
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Senhora
Sant’Ana
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Paramoti
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1/1/1986
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Paróquia
Santo Antônio
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Caridade
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30/3/1994
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São
João Batista
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Horizonte
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3/5/1992
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Nossa
Senhora da Conceição
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Pajuçara,
Maracanaú
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18/1/1995
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Nossa
Senhora da Conceição
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Conjunto
Ceará, Fortaleza
|
Principais ações no pastoreio de Dom Aloísio
1.
Elaboração
dos Planos de Pastoral Orgânica.
Em 1974, foi elaborado o primeiro Plano de Pastoral
da Arquidiocese de Fortaleza. A cada ano, era publicado um novo Plano Pastoral,
depois de uma avaliação e uma assembleia pastoral.
Na conclusão deste primeiro Plano Pastoral, em
1974, Dom Aloisio afirma: “Em nosso Plano Arquidiocesano de
Pastoral Orgânica ou de Conjunto não há projetos de foranias, paróquias,
comunidades eclesiais de base, movimentos de 1eigos, associações,
organismos, setores de atividade pastoral. Trata-se de um Plano que atinge a
Arquidiocese como tal, no seu todo. As foranias, paróquias e demais setores
pastorais devem, dentro do objetivo, diretrizes, normas do Plano
Arquidiocesano, fazer os seus próprios projetos, montar o seu próprio Plano do
Atividades, apresentando-o possivelmente à Cúria Arquidiocesana, ao Setor da
Coordenadoria de Pastoral, a fim de que todas as forças vivas da Arquidiocese
possam tomar conhecimento das realizações dos setores, evitando repetição das
mesmas tarefas no mesmo sentido. Estes planos setoriais são muito importantes
são indispensáveis para uma pastoral eficiente”.
2.
Em
1974, têm início os cursos de preparação de batismo para pais e
padrinhos; de crisma para os jovens; do matrimônio para
os noivos. Começa, então, o surgimento nas paróquias das pastorais sacramentais
do Batismo, dos Noivos, a catequese de Crisma.
3.
Um
dos capítulos do Plano Pastoral de 1975 trata da necessidade de preparação
para a recepção dos sacramentos e apresenta as normas para a
celebração do Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Matrimônio e Unção
dos Enfermos, Exéquias e Liturgia da Palavra. Como Ação Arquidiocesana
destacam-se, entre outras atividades as seguintes:
a) dar a máxima importância e o primeiro lugar
ao anúncio da Palavra de Deus;
b) apoiar e estimular a formação de grupos
e comunidades de base no espírito aprofundado do Evangelho;
c) formar em cada paróquia o Conselho
Pastoral;
d) concretizar sempre mais a presença da
Igreja nos meios humanamente mais pobres, assumindo como áreas prioritárias
as comunidades do interior, a periferia de Fortaleza, os ambientes de favela…;
e) introduzir nas comunidades o culto
dominical, aperfeiçoando-o onde já existe;
f) intensificar os círculos bíblicos.
Começa também a montagem de serviço e assessorias
especiais, tais como a formação de Ministros da Eucaristia, Leitores, Monitores
e Dirigentes do Culto; a integração e coordenação dos organismos de Promoção Social
– Campanha da Fraternidade, Cáritas, MEB e Assistência Social; a reestruturação
da Cúria Arquidiocesana como Centro de Pastoral Arquidiocesano; criação de um
Boletim Arquidiocesano; pregação de Missões na Arquidiocese – Semanas de
Evangelização.
No Plano das Paróquias, o Plano Arquidiocesano
sugere, já em 1975: “Cada paróquia fará, dentro do plano da arquidiocese e da
forania, o seu plano paroquial de pastoral. Neste plano não poderá faltar a
organização da catequese paroquial e do culto dominical, nas capelas
existentes, com a devida formação dos dirigente do culto e comunidade, além do
encaminhamento do conselho Paroquial, seja pastoral, seja administrativo, com o
estudo do dízimo…”
4.
Em
1985, foi publicado o último Plano Pastoral Arquidiocesano, pois,
naquele ano, foram criadas as Regiões Episcopais. Ao todo, foram onze Planos de
Pastoral. A partir de 1986, cada Região Episcopal deveria elaborar seu Plano
Pastoral. A Linha de Pastoral da Arquidiocese é que iria dar unidade aos planos
pastorais das Regiões Episcopais e todas elas deveriam seguir a que estava
expressa no Plano de Pastoral de 1984-1985, que assim rezava: “A partir
da verdade sobre Jesus Cristo, a igreja e o Homem, na comunhão e participação,
uma clara e profética opção preferencial e solidária pelos pobres em vista de
sua libertação integral”. Dom Aloísio retoma a importância da Linha
Pastoral, como eixo de unidade na ação pastoral da Arquidiocese, e na Carta
sobre a Ação Pastoral na Arquidiocese de Fortaleza, de 1989, assim escrevem
Dom Aloísio e seus dois bispos auxiliares, Dom Edmilson e Dom Geraldo: Tendo em
vista esses dados, deve agora ficar bem claro para todos que a linha de
pastoral da Arquidiocese de Fortaleza é:
“A evangelização da nossa realidade arquidiocesana,
a partir do povo oprimido, a partir da evangélica ou profética opção
preferencial e solidária pelos pobres, em comunhão fraterna e
participação libertadora, na luz da verdade total sobre Jesus Cristo, a Igreja,
o Homem, em vista a uma transformação que seja antecipação e anúncio do Reino
Definitivo de Deus” (nº.
48, pág. 13).
5.
Realização
do X Congresso Eucarístico Nacional e visita do Santo Padre São João
Paulo II à Arquidiocese de Fortaleza, por ocasião do Congresso.
6.
A
Assembleia Arquidiocesana de dezembro de 1980 aprovou e o senhor arcebispo
criou o Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos – CDPDH.
7.
Começam
a surgir, pouco a pouco, desde o início do seu pastoreio, as pastorais
sociais, seja a partir dos temas da CF, seja a partir dos desafios da
realidade, seja ainda por iniciativa do arcebispo a partir de pastorais
já organizadas em plano nacional. A mais antiga parece-me ser a Pastoral
Operária, dando continuidade à Ação Católica Operária.
8. São trazidos para a Arquidiocese diversos
movimentos eclesiais, entre eles intensificam-se bastante o Cursilho de
Cristandade, o Encontro de Casais com Cristo, a Renovação Carismática.
9. Nasce na Arquidiocese o
Conselho de Leigos. Dom Aloísio dá-lhe total força e por seu desejo o
Conselho de Leigos ter-se-ia tornado Conferência, à semelhança da CNBB e da
CRB.
10.
São
criadas as Regiões Episcopais. Após dois anos de estudo e reflexão e três
assembleias arquidiocesanas, sendo uma em 1984 e duas em 1985 (julho e
outubro), foram criadas as seis Regiões Episcopais, com o prazo de se
organizarem até julho de 1986, quando deveriam ter realizado suas primeiras
assembleias, escolhido as coordenações regionais a partir das prioridades do
Plano Arquidiocesano de Pastoral então vigente, e apresentado ao senhor arcebispo
as listas tríplices para a nomeação dos primeiros vigários episcopais, o que
ele fez em julho de 1986.
Os
instrumentos do planejamento e da ação de pastoral de conjunto que os vigários
episcopais possuíam em suas Regiões eram:
–
Coordenação Pastoral;
–
Conselho Pastoral;
–
Encontro dos padres por região;
–
encontro das prioridades e das pastorais por região;
–
assembleias de avaliação e planejamento;
–
encontros de formação permanente;
–
como recurso financeiro, o retorno de 50% dos 10% que cada paróquia
dava à Mitra, para as seis regiões episcopais, distribuídos diferenciadamente,
conforme a realidade social e eclesial de cada uma delas.
Em
nível de Arquidiocese mantiveram-se o Conselho Episcopal mensal, o Conselho Pastoral
trimestral, a Assembleia Arquidiocesana a cada dois anos.
11.
As Visitas
Pastorais tornaram-se um momento forte das Regiões Episcopais, pois
não eram feitas a uma paróquia, mas à Região Episcopal, com a participação de
todos os padres e dos agentes de pastoral da Região, na medida de suas
possibilidades. Duas cartas pastorais foram publicadas a partir dessas Visitas:
CARTA sobre a Ação Pastoral na Arquidiocese, em 1989, e a Carta Pastoral sobre
a Dimensão Missionária da vida cristã, em 1993. Também foi durante a Visita Pastoral à Região Episcopal Metropolitana
1, em 1994, durante a visita ao Penal Paulo Sarasate, que houve o sequestro do
senhor arcebispo Dom Aloísio, dos bispos auxiliares Dom Edmilson da Cruz e Dom
Geraldo Nascimento, do então vigário episcopal Pe. Aldo Pagotto, hoje arcebispo
emérito da Paraíba, e de outros 9 acompanhantes.
12.
Áreas Pastorais
Em 1989, Dom Aloísio, em lugar de criar paróquias,
passa a criar áreas pastorais. A primeira experiência foi a Área Pastoral da
Jurema, com cinco grandes aglomerados humanos, cada um deles com um padre ou
uma comunidade religiosa. Não havia um pároco, nem a centralidade em uma
matriz. A área pastoral, no desejo de Dom Aloísio, não era uma quase-paróquia,
nem uma localidade que se prepara para ser paróquia, mas um jeito novo de ser
paróquia. Por isso a nova titulação. De repente começaram a surgir, sobretudo
nas regiões Episcopais Metropolitanas 2 e 3, várias áreas pastorais, cujos
decretos oficiais de criação não se encontram na chancelaria da Arquidiocese.
Entretanto encontramos a presença dessas áreas pastorais nos relatórios visitas
pastorais, encontros e assembleias de algumas Regiões Episcopais.
Áreas Pastorais criadas de 1989 a 1995 durante o
ministério episcopal de Dom Aloísio
A)
Na Região Episcopal Metropolitana 2.
2.
Jurema,
Caucaia, 21/11/1989, abrangendo o Conjunto Nova Metrópole, o Conjunto Araturi;
o Conjunto Marechal Rondon; o Parque Guadalajara; o Parque Potira;
3.
Granja
Portugal;
4.
Parque
Genibaú, 08/05/1991;
5.
Barra
do Ceará, em 9/6/1992;
6.
Tabatinga;
7.
Álvaro
Weyne, em 12 de dezembro de 1994;
8.
Sertão
e serra de Caucaia – Capuan;
9.
Tabapuá,
em 26 de junho de 1995.
A
Paróquia de santa Cecília, com o paroquiato dos padres combonianos passou a se
denominar Área Pastoral do Bom Jardim.
B)
Na Região Episcopal Metropolitana 3:
1.
Tancredo
Neves;
2.
Lagamar;
3.
Lagoa
Redonda;
4.
Guajeru;
5.
Conjunto
Jereissati I e Timbó;
6.
Itaitinga;
7.
Seminário
Seráfico (comunidades vizinhas);
8.
Pisando
Chão Novo (São Bernardo e Parque São Miguel);
9.
Conjunto
Palmeiras, em 30 de setembro de 1994 (Boletim Informativo nº ;
10.
BR
116 (comunidades marginais);
11.
Seminário
Regional de Teologia (comunidades vizinhas);
12.
Dendê
e Seis Bocas;
13.
Eusébio.
C)Região
Praia
14.
Pindoretama
e Tapera, em 25 de abril de 1992.
15.
Sucatinga.
13.
Articulação das Pastorais Sociais
Como fruto da Primeira Semana Social Brasileira na
Arquidiocese, em 1991, começa um processo de criação da articulação
arquidiocesana das Pastorais Sociais, Organismos e CEBs que continua até
hoje. Ao longo dessa caminhada houve muitos frutos: cartilhas de orientação
política, a Agência de Notícias Esperança – Anote, a animação, desde 1994, do
Grito dos Excluídos, e já agora, no governo episcopal de Dom José Antonio, do
Curso de Verão na Terra do Sol, da comissão arquidiocesana do Fundo de
Solidariedade e da Festa da Vida. A própria ADITAL, embora não seja órgão
juridicamente arquidiocesano, é também fruto dessa articulação das Pastorais
Sociais.
14. Projeto
do Batismo. A
15ª Assembleia Pastoral, em 1992, aprovou quase unanimemente o Projeto do
Batismo, que por dois anos já vinha sendo estudado e refletido nas paróquias e
regiões episcopais, como um caminho catecumenal de inserção dos pais na
comunidade paroquial como requisito importante para o Batismo.
15. Criação
do Secretariado de Pastoral. Também como fruto dessa mesma assembleia,
15ª, Dom Aloísio, após duas reuniões conjuntas, dos Conselhos Episcopal,
Presbiteral, Econômico e Colégio de Consultores, da Comissão Ampliada de
Pastoral e da Equipe de Articulação, por ele convocadas para dar os
encaminhamentos necessários às propostas aprovadas na referida Assembleia,
criou no dia 6 de outubro de 1992 o Secretariado Arquidiocesano de
Pastoral.
Bispos
auxiliares de dom Aloísio na Arquidiocese de Fortaleza
– Dom Raimundo de Castro e Silva (falecido).
– Dom
Manoel Edmilson da Cruz,
– Dom Geraldo Nascimento, OFM Cap.
– Dom Adalberto Paulo da Silva, OFM Cap
Por Miguel Brandão – Secretariado de
Pastoral
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