Em artigo publicado recentemente, dom Washington Cruz, arcebispo de Goiânia (GO), tratou de um tema recorrente na reflexão das comunidades: o papel da paróquia. No texto, dom Washington lembra que há um papel a ser desempenhado pela paróquia para a comunhão na Igreja.
Fundamentos
O arcebispo de Goiânia começa da seguinte maneira: “Na Exortação apostólica ‘A alegria do Evangelho’ (2014), o Papa Francisco convocou toda a Igreja a ‘avançar no caminho da conversão pastoral e missionária’, a ‘não deixar as coisas como estão’ e a se ‘constituir em estado permanente de missão‘. E também recorda: “A Igreja no Brasil, à luz das recomendações do Sumo Pontífice, reforçou e aprofundou as grandes opções da Conferência de Aparecida, assumidas pela CNBB, em suas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, projetadas para o período de 2015 a 2019. Em grandes linhas, essas diretrizes propõem que a ação da Igreja leve sempre em conta a realidade sociocultural do país, aponte para novos rumos, descubra novos caminhos, responda às perguntas e anseios do mundo de hoje“.
Situação local
Dom Washington ilustra o tema com uma situação de sua Igreja Particular: “Tendo como base a orientação papal e as diretrizes da Igreja no Brasil, é que foi criada uma nova paróquia na Arquidiocese de Goiânia, a Paróquia Santa Rosa de Lima, em Aparecida de Goiânia (desmembrada da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus), Setor Nova Olinda, bairro novo, grande, em franco crescimento. A intenção é garantir a presença da Igreja no meio do povo, fazer com que ela abrace ainda mais suas ovelhas. Ao contrário das iniciativas que dividem para isolar, esta tem como objetivo maior a aproximação do pastor de suas ovelhas, tanto na paróquia original quanto na paróquia que acaba de nascer“.
O arcebispo pondera: “Isso porque quanto maior a proximidade do pastor com suas ovelhas, melhor será o cuidado que ele poderá dispensar a elas, na orientação sobre o caminho para chegar à fonte de águas puras que é Jesus, na disponibilidade para ajudá-las a curar suas feridas, na construção de pontes para as travessias perigosas. E uma das principais pontes que precisam ser erguidas em nossa realidade é a da fraternidade, cuja missão é demolir os muros da divisão, tão presentes em nosso tempo“.
Comunhão na Igreja
“A descoberta do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, dom salvífico para toda a humanidade, não acontece sem a mediação dos outros (Rm 10,14). É na comunhão eclesial que o discípulo missionário, ao contemplar Jesus Cristo, descobre o Verbo que arma sua tenda entre nós, o Filho único do Pai, cheio de amor e fidelidade (Jo 1,14), que enche a vida de alegria, convida à conversão e ao discipulado missionário“, reflete.
E prossegue: “Esse encontro é mediado pela ação da Igreja, que se concretiza em cada tempo e lugar, de acordo com o jeito de ser de cada povo, de cada cultura. A presença efetiva da Palavra e dos Sacramentos, especialmente seu centro e seu cume, a Eucaristia, está assegurada na Igreja, e na Paróquia, pelo sacramento da Ordem, que perpetua no tempo o ministério de Jesus, recebido e transmitido pelos apóstolos“.
Dom Washington conclui: “Muito além da descrição de ‘uma determinada comunidade de fiéis dentro da Igreja particular’, a Paróquia é uma pluralidade de pessoas reunidas ao redor da Palavra de Deus e da Eucaristia (e dos demais Sacramentos), na qual se expressa e se vive localmente a comunhão da Igreja, sinal e instrumento da união dos homens com Deus e de todo o gênero humano. O mundo precisa de uma Igreja acolhedora, com ações pastorais adequadas, responsáveis e éticas“.
Fonte: CNBB
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