"Os
santos estão próximos a nós, aliás, são os nossos verdadeiros irmãos e
irmãs", disse Francisco.
Mariangela Jaguraba - Cidade do
Vaticano
O Papa Francisco rezou a oração
mariana do Angelus, nesta quinta-feira (1º/11), Solenidade de Todos os Santos
que será celebrada pela Igreja no Brasil, no próximo domingo.
Na alocução que precedeu a oração, o
Pontífice sublinhou que a Primeira Leitura da liturgia de hoje, extraída do
Livro do Apocalipse, “nos fala do céu e nos coloca diante de uma grande
multidão, incalculável, de nações, tribos, povos e línguas”.
Estamos unidos a todos os santos
“São os santos. O que fazem lá em
cima? Cantam juntos, louvam a Deus com alegria. Seria bonito ouvir canto deles!
Podemos imaginá-lo: sabem quando? Durante a missa, quando cantamos «Santo,
Santo, Santo, Senhor Deus do universo...». É um hino, diz a Bíblia, que vem do
céu, que se canta lá: um hino de louvor. Então, cantando o “Santo”, não somente
pensamos nos santos, mas fazemos o que eles fazem: naquele momento, na missa,
estamos unidos a eles mais do que nunca.”
Segundo o Papa, “estamos unidos a
todos os santos, não somente aos mais conhecidos, do calendário, mas também aos
“da porta ao lado”, aos nossos familiares e conhecidos que agora fazem parte
daquela grande multidão”.
“Hoje, então, é a festa da família”,
sublinhou Francisco. “Os santos estão próximos a nós, aliás, são os nossos
verdadeiros irmãos e irmãs. Eles nos entendem, nos amam, sabem qual é o nosso
verdadeiro bem, nos ajudam e esperam por nós. São felizes e nos querem felizes
com eles no paraíso.”
Caminho das Bem-aventuraças
O Papa disse que os santos “nos
convidam para o caminho da felicidade, indicada no Evangelho de hoje, tão
bonito e conhecido: «Felizes os pobres em espírito (...). Felizes os mansos
(...). Felizes os puros de coração ...». Mas como? O Evangelho diz: felizes os
pobres, enquanto o mundo diz: felizes os ricos. O Evangelho diz: felizes os mansos,
e o mundo diz: felizes os prepotentes. O Evangelho diz: felizes os puros, e o
mundo: felizes os espertos e os que buscam prazer”.
“Este caminho das bem-aventuranças,
da santidade, parece conduzir à derrota. Porém, nos recorda novamente a
primeira leitura, os santos trazem “palmas nas mãos”, isto é, os símbolos da
vitória. Eles venceram, não o mundo e nos exortam a escolher a sua parte, a de
Deus que é Santo.”
O Papa nos convidou a fazer as
seguintes perguntas: “De que lado estamos? Do lado céu ou da terra? Vivemos
para o Senhor ou para nós mesmos, para a felicidade eterna ou para alguma
satisfação imediata? Perguntemo-nos: queremos realmente a santidade? Ou nos
contentamos em ser cristãos sem infâmia e sem louvores, que acreditam em Deus e
estimam os outros sem exagerar?”
O Senhor “pede tudo, e o que Ele
oferece é a verdadeira vida. Oferece tudo, oferece a felicidade para a qual
fomos criados”. “Em síntese, ou a santidade ou nada! Faz-nos bem nos deixarmos
ser provocados pelos santos, que aqui não tiveram meias medidas e do além
“torcem” por nós, para que escolhamos Deus, a humildade, a mansidão, a
misericórdia, a pureza, para que nos apaixonemos pelo céu antes que pela
terra.”
Desfrutar da felicidade de Deus
Francisco concluiu, dizendo que
“hoje, nossos irmãos e irmãs não nos pedem para ouvir de novo um belo
Evangelho, mas para colocá-lo em prática, para seguir o caminho das
bem-aventuranças”.
“Não se trata de fazer coisas
extraordinárias, mas de seguir esse caminho todos os dias que nos leva ao céu,
para a família e para casa. Hoje, nós entrevemos o nosso futuro e celebramos
aquilo para o qual nascemos: nascemos para nunca mais morrer, nascemos para
desfrutar da felicidade de Deus!”
“O Senhor nos encoraja e a quem segue
o caminho das bem-aventuranças diz: «Fiquem alegres e contentes, porque será
grande para vocês a recompensa no céu». Que a Santa Mãe de Deus, Rainha dos
Santos, nos ajude a caminhar com decisão pela estrada da santidade. Ela, que é
a Porta do Céu, introduza os nossos amados defuntos na família celeste”,
concluiu o Papa.
Corrida dos Santos
Após a oração mariana do Angelus,
Francisco saudou com afeto os peregrinos provenientes da Itália e demais
países, famílias, grupos paroquiais, associações e grupos escolares.
Saudou especialmente os participantes
da “Corrida dos Santos”, promovida pela Fundação Missão Dom Bosco,
para viver numa dimensão de festa popular a Solenidade de Todos os Santos.
“Obrigado por esta bela iniciativa e pela sua presença”, disse.
A seguir, o Papa recordou que nesta
sexta-feira (02/11), Comemoração de todos os fiéis defuntos, Dia de Finados,
irá ao Cemitério Laurentino, em Roma. “Peço a todos vocês para me acompanharem
com a oração neste dia de sufrágio por aqueles que nos precederam na fé e
dormem o sono da paz.”
Por fim, desejou a todos uma boa
festa na companhia espiritual dos santos e pediu aos fiéis para não se
esquecerem de rezar por ele.
Fonte: Vatican News
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